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História Fica Comigo? - O quarto de Annie part.2 (final)


Escrita por: 3tzinhaColorida

Notas do Autor


Eu e a demora...
Me perdoem mais uma vez, estou com tantos problemas que me falta tempo e ideias para escrever, mas vou continuar dando o meu melhor para conseguir trazer capítulos novos para vocês!

Boa leitura s2

Capítulo 10 - O quarto de Annie part.2 (final)


... Após minha saída rápida da sala do Cristal, fiquei plantada, encostada na bendita porta, cuja acabara de sair. Quanto tempo vai levar até eu descobrir uma forma de ir embora? Não me sinto mais do que uma estrangeira intrusa e inconveniente nesse lugar. Não é possível que eu faça parte daqui. Eu só quero ir pra casa... 

   Enquanto esses pensamentos rodeavam minha cabecinha, Ezarel saiu da mesma porta, me fazendo levar um baita susto e um baita tombo:

- Aaaaaaaaaah! - Me encontro de bunda no chão.

- Annie! - O azulzinho me olha, assustado - O que você está fazendo parada em frente a porta?! - Ele se abaixa e estende a mão para me ajudar a levantar.

- Eu estou bem, obrigada por perguntar! - Seguro sua mão e fico de pé novamente. 

- Bom, se machucou? - ele está meio preocupado?

- Não, eu estou acostumada com as cacetadas da vida. - Bato levemente na minha roupa, afim de tirar traços de sujeira que poderiam estar sobre o tecido que eu usava. - Por que saiu da sala tão rápido?

- Na verdade eu fique 20 minutos lá dentro desde que você saiu.

- Oh... - Espera, eu fiquei 20 minutos pensando no quanto eu odeio esse lugar e que quero ir pra casa? 

- Enfim, eu queria falar com você. - O rapaz me olha com um certo olhar inquieto e visivelmente culpado.

- Pode falar. - Encaro-o.

- Olha, talvez eu tenha dito coisas que não te agradaram e talvez eu deva te pedir desculpas... 

- Talvez você esteja certo. - Abaixo a cabeça, encarando o chão fixamente - Talvez vocês tenham muitas coisas para fazer e talvez não podem perder tempo comigo.

- Talvez não custaria nada ter te ajudado e talvez não nos atrapalharia de modo nenhum.

- É, talvez... - Eu abaixo a cabeça.

- Sim, talvez... - O elfo repete meu gesto e um silêncio perturbador se instala por alguns instantes. - O que acha de darmos uma volta pelo QG? - Ezarel propõe imprevisivelmente. 

- M-mas por quê? - O questiono surpresa com o pedido.

- Oras, porque eu quero. Talvez eu queira me desculpar e talvez essa proposta seja ótima para me redimir. 

- Talvez eu dê uma volta com você. - Olho de forma divertida para o rapaz. Ele pode ter sido bastante hostil comigo, mas “talvez” ele só esteja me estranhando por ser nova e... esquisita. 

- Então talvez devêssemos andar logo. - O elfo me faz um sinal para segui-lo.

- E-espera, mas e o meu quarto? - Esta minha pergunta foi bastante necessária. Mesmo que essa história de quarto tenha dado origem à este “conflito”, não há condições de eu dormir naquele... Quarto.

- Resolvemos isso depois. Agora rápido, deixe-me te mostrar Eel e suas belezas... Dentro de quatro paredes, claro. - Eu entendi a ambiguidade contida no que Ezarel disse mas me fingi de inocente. Ele não deve ter percebido o duplo sentido, quem sabe...

Rapidamente, andamos à caminho da escadaria. Segundo Ezarel, devemos olhar primeiro o interior e depois ir ao exterior. Graças ao meu último passeio com o Leiftan, eu já sabia onde mais ou menos ficava tudo por aqui, mas como o Ezarel estava todo orgulhoso e empolgado com essas história de conhecer as belezas de Eel, eu resolvi fingir que não sabia das coisas, até perguntinhas de interesse eu fiz e devo dizer que com isso eu consegui alimentar beeeem o ego dele. Ao terminarmos de olhar algumas salas, Ezarel decidiu me mostrar o seu laboratório de forma detalhada, já que eu passaria a trabalhar com ele. Ao chegar, meu olhar foi diretamente à procura da bendita poltrona branca que eu me sentei da última vez. Para a minha surpresa a poltrona havia sumido:

- Ezarel, onde está aquela poltrona branca extremamente confortável da última vez? - O elfo olha, sem muita surpresa, o lugar vazio onde a poltrona ficava.

- Bem, digamos que eu pedi para que dessem um outro destino à ela. - Ele diz calmo, mas ansioso ao mesmo tempo. Quem entende esse homem?

- O QUÊ? Não me diga que você jogou aquele trono dos deuses no lixo? 

- Eu não disse que a joguei no lixo, disse que mandei darem um outro destino à ela. 

- E que destino seria esse? - meu coração está na mão. Poxa, foram raras as vezes em que meu popô teve a sensação de se sentar nas nuvens.

- Não se preocupe, eu não imagino outro destino melhor para ela. - Dizendo isso, ele solta um sorriso cheio suspense. O que ele quer dizer com isso? - Agora venha, vou terminar de te mostrar nosso local de trabalho. 

Dito e feito. Terminamos de ver o laboratório e Ezarel propôs para continuar a vermos o resto do QG. Ao passarmos pelos corredores, vimos Nevra e Valkyon carregando uma espécie de guarda-roupas. Eles parecem completamente chocados e nervosos ao nos verem chegando:

- ANNIE! - Nevra grita meu nome, um pouco... nervoso. - O FAZ QUE AQUI POR? 

O olho com cara de interrogação. Ele está trocando a ordem das palavras. Ele pensa que é o Mestre Yoda?

- Eu estava passeando com o Ezarel. - observo o sorriso extremamente forçado de Nevra e o suor escorrendo bem lentamente sobre sua bochecha. - Eer... Precisa de ajuda aí?

- PRECISO EU NÃO AJUDA. AGRADEÇO  EU OFERECIDO TER POR AJUDA SUA! - Ele continua trocando as palavra de ordem e está falando cada vez mais alto. Será que ele está escondendo algo?

- A Miiko pediu para que levássemos este móvel para ela. Aparentemente estão precisando de um guarda-roupas no refúgio. - Valkyon explicou. Ele está bem mais calmo e tranquilo do que o Nevra. - Bem, o que você e o Ezarel fazem aqui? O Ezarel deveria saber que estamos usando o corredor PARA levar os MÓVEIS ao refúgio. - Valkyon olhou para Ezarel com um olhar cheio de subtendidos.

- Oh, é, é verdade! Sinto muito haha, eu havia esquecido. - Rapidamente, Ezarel me puxa com força para fora dali.

- Epa! Calma aí, eu vou sozinha. - Tento me soltar, sem sucesso, das garras do azul - Pra quê a pressa? 

- Os rapazes estavam ocupados, não dava tempo de papear. - Ezarel percebe que ainda estava me segurando e tirou suas mãos de mim no mesmo instante. É impressão minha ou um rubor tomou conta de sua pele clara?

- É, bom... - Aparentemente, ambos estávamos constrangidos - Acho que você já me mostrou muitas coisas por hoje. O que acha de encerrarmos nosso tour por aqui?

- Não sem antes te levar para ver lá fora. - O moço dos cabelos azuis se posiciona na minha frente.

- Olha, eu não quero ser desmancha-prazeres mas o Leiftan já me mostrou quase tudo.

- Mas garanto que ele ainda não te mostrou as lojas incríveis de Eel.

- Do que adianta irmos lá? Não vou poder comprar nada sem dinheiro mesmo. - Falo sem ânimo.

- Ah, pare de ser chata. Venha, vamos. Você vai gostar de conhecer os Purrecos. 

- Os o quê? - Ezarel me puxa para fora, sem responder mais nada.

...

 Entramos em todas as lojas que apareciam. Cara, para quê enrolar tanto assim e sair sem comprar nada? Qual é o problema do Ezarel? 

- O que acha de rosa localth? - a  espécie de gata, digo, Purreco mostra  um tecido ao Ezarel. Eles estão conversando há um tempão sobre tecidos.

Enquanto  eles olham conversam, eu observo outras roupas que se encontram nos cabides atrás de mim. Meus olhos passeiam por cada peça até parar em um vestido encantador em um tom de vermelho que eu nunca vi na minha vida: 

- O quê achou desse vestido vermelho fornumix, Annie? - Ezarel pergunta, me tirando de meus pensamentos.

- A-ah, é, bem, ele é bonitinho. - Digo, olhando fixamente para o vestido.

- “Bonitinho”? - A Purreco me olha de forma bem intensa. Ela está tentando ler minha mente ou o quê?

- Bom, ele é magnífico na verdade! - Acho que ela está mais satisfeita com essa resposta.

- Por que você não o prova? Talvez tenha as suas medidas... - A vendedora apontou para o vestido.

- Não, não, eu não posso. Eu não tenho nenhum dinheiro e ocasião para usá-lo. - Eu recuso, um pouco desapontada.

- Ah, vamos, experimentar não custa nada. - Dessa vez foi o Ezarel quem me propôs para provar. Ele só pode estar querendo me fazer perder tempo, não é possível.

- Vai, não diga não. O vestido adoraria sentir seu corpo. - Ela rapidamente desce de seu banquinho e pega o cabide com o vestido para mim. 

- Oh, bem... - Eu o seguro em minha mão. - Eu acho que não fará mal nenhum se eu o colocar para ver como fica, não é?

- Sem sombra de dúvidas! - A Purreco me aponta o provador e eu adentro rapidamente.

Sem cerimônia, eu visto o vestido. Ele se encaixou com uma delicadeza indescritível e ficou perfeito em meu corpo. Eu poderia dizer que ele foi feito especialmente para mim, sob medida. 

Saí de dentro do provador e desfilei um pouquinho (não é todo dia que nos sentimos poderosas desse jeito, certo? Certo!). Me senti tão forte e confiante com aquele vestido. Nem parecia aquela humana perdida que acabara de chegar em terreno desconhecido. Foi aí que eu percebi o olhar fixo de Ezarel sob mim. Será que ele está me achando ridícula com essa roupa? 

- PERFEITO! - A Purreco bate uma sequência de palmas, toda orgulhosa do que vê.

- Você... você está... O vestido está ótimo. - Ezarel coça a garganta antes de se virar para o outro lado. - Vai levar? 

- Não tenho como. - digo desanimada. 

- Talvez tenha... - Ezarel diz, e antes que ele possa continuar com o seu joguinho de “talvez”, Leiftan chega juntamente com Kero. Ambos estão ofegantes.

- Por quê... não... nos avisou... que estaria aqui... - Diz Leiftan, com a mão no joelho e respirando fundo.

- Viemos... te avisar... que terminarmos... - Disse Kero, que estava na mesma posição que Leiftan, mas quando seu olhar me encontrou ele rapidamente se endireitou. - Annie... você está...

- Encantadora? Magnífica? Impressionante? Linda? Graciosa? Radiante? Deslumbrante? - Completou Leiftan. Agora que eu percebi que ele também se endireitou e fitou o meu vestido.

- Se vocês terminaram não vamos mais perder tempo. - Ezarel desceu do banquinho que estava sentado e se dirigiu à mim. - Vamos voltar? 

- Está bem, só me deixe.... - Suspiro frustrada antes de terminar a frase - tirar o vestido.

Ezarel me olha indiferente. Ele me espera tirar o vestido, juntamente com Kero e com Leiftan. Entro no provador e o tiro com dor no coração. Visto-me rapidamente e coloco o vestido no cabide antes de sair. Entrego o vestido a Purreco e saio meio cabisbaixa.

- Ezarel, você não vem? - Questiono o Elfo, que continua parado no mesmo lugar.

- Vão na frente, eu vou depois. - Disse Ezarel.

Assentimos e saímos da loja. Acabei de perceber que eu passei muito tempo com o Ezarel, já está escuro. Caminhamos juntos até o QG e ao chegarmos os rapazes me levaram até o corredor dos quartos. Andamos até a porta do cômodo abominável que seria o meu... quarto.

- Annie, pensamos um pouco a respeito do seu descanso e... - Leiftan para por alguns segundos para fazer um suspense - Te preparamos uma surpresa!

Assim que Leif disse suas últimas palavras, Kero abriu a porta e as luzes se acenderam. O quarto estava completamente renovado, com uma cama, um teto e um guarda-roupas, justo aquele que eu vi sendo carregado por Nevra e Valkyon mais cedo.

- Cada um colaborou com alguma coisa, achamos que seria bom você se sentir mais em casa. - Disse Kero. - Algumas meninas ainda não tiveram a oportunidade de te conhecer, mas amaram a ideia de passar a tarde redecorando seu quarto. 

Eu fiquei emocionada. Essa ideia, essa acolhida, esses gestos, tão diferentes dos de quando eu cheguei. Como eles passaram de estranhos para legais em apenas algumas horas? Eu olho, maravilhada pelo quarto inteiro, até que meu olhar congela ao encontrar algo familiar: A poltrona confortável do Ezarel. Eu definitivamente não acredito que ele me deu. 

- Por que ainda está do lado de fora? Entre, conheça seu novo habitat. - Propôs Leiftan.

Sem pestanejar, saí correndo para olhar cada detalhe. Eles colocaram até uma cama para o meu mascote, o que eu fiz pra ganhar tudo isso? Até pouco tempo me prenderam em uma cela e agora estas mesmas pessoas se juntaram e me fizeram um quarto. Eu não sei o que pensar, e ainda não sei se devo confiar neles, é preciso de bem mais que um quarto para isso.

- Bom, vamos te deixar aproveitar esse momento a sós. 

- Se precisar de algo é só chamar!

Os rapazes foram embora. Eu só quero deitar nesta poltrona e passar pelo menos cinquenta anos me espreguiçando nela. Assim que me sentei nela, senti algo embaixo de mim. Passei a mão e peguei um pedaço de papel bem dobrado. Comecei a desdobrar e consegui ler o que estava escrito: 

“Não confie neles, eles não querem seu bem, querem o que você tem!

- Assinado: Ash”

Não confiar neles? Eles querem o que eu tenho? Mas eu não tenho nada neste mundo. Quem é esse “Ash”?

 

 


Notas Finais


Fiz um capítulo grande pra tentar compensar um pouco. Fiquei até agora acordada escrevendo pra vocês, é muito amor, né? Kkkk

Espero que tenham gostado, obrigada por ler sz


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