1. Spirit Fanfics >
  2. Fiction >
  3. Capítulo 46

História Fiction - Capítulo 46


Escrita por: Mukuro_Kyoya

Notas do Autor


Olá amores, desculpe o atraso.
Ainda não consegui colocar um plano de internet decente, porque não tem pra área em que eu vim morar 😞
E teve a Faculdade também, depois que postei aquele capítulo iniciou minha semana de parcial e depois as provas institucionais. Graças a deus fui muito bem nelas e agradeço vocês por esperarem
Na verdade hoje eu recebi a triste notícia de que uma fanfic que acompanho a dois anos irá parar e não pude deixar de pensar em vocês. Fiction está no ar há muito tempo, mas vocês continuam lendo e amando está história. Eu me coloquei no lugar de vocês, do quão triste vocês ficariam.
Não que eu vá parar de escrever a história (só quando terminar mesmo), mas quero que saibam que pretendo terminar ela sim.
Não irei abandonar.
Vocês são extremamente maravilhosos ❤❤❤❤❤❤
Bom agora leiam o cap, os especiais ficarão para depois, porque vocês estavam doidas por este capítulo

Capítulo 49 - Capítulo 46


Existem alguns estudos que dizem que mobilizamos o ódio, a raiva e o amor a objetos. Adotando tais sentimentos equivalentes a alguém. Eren provavelmente me diria melhor o que tudo isso significa, talvez ele se divertisse fazendo uma analise rápida até pela minha mania de limpeza, contudo no fim, ele entende que estes distúrbios podem ter um ponto de começo. Podem ser mais do que manias e sentimentos frívolos. Eu nunca gostei de psicologia, ou qualquer área relacionada a ela. Talvez por medo, medo de descobrirem as cicatrizes que venho mantendo guardadas a sete chaves por vários anos. Porém é difícil não pensar nessas coisas, não quando você quer mudar por alguém e isso atinge o âmago.

Eu odeio ficar próximo de muitas pessoas, porque me acostumei a estar sozinho.

Odeio barulhos excessivos, porque durante meus anos de serviço no exercito o som dos tiros era algo desesperador.

Odeio despedidas, porque nunca existiram muitas pessoas para se despedir.

Odeio o cheiro de gasolina, porque passei incontáveis horas sentindo esse maldito cheiro enquanto olhava para o corpo da minha falecida mãe.

Odeio dirigir durante o dia 23 de setembro. Porque é como se o maldito acidente viesse em minha cabeça a todo o momento.

Odiei ter que aprender a dirigir, minhas mãos tremiam e sentia todo o meu corpo paralisar. Mas fui obrigado, como a tudo em minha vida.

Odeio caminhões na contra mão. Porque sempre tenho a sensação de que eles irão bater em mim, como daquela vez.

Eu odeio muitas coisas, mas nenhuma destas coisas se compara aos sentimentos que tenho pela casa em minha frente.

A! A imponente e tradicional mansão Rivaille, que se encontra por mais de dois séculos na família. Como eu a detesto. Detesto seus jardins vazios, seus corredores limpos, as salas que foram meus tormentos, os quartos sem vidas e os quadros velhos. Odeio tudo aquilo.

Contudo há lembranças ali, momentos raros, mas bons. Foi nesta casa onde nasci, cresci e fui criado para ser mais um membro honroso da família. Porque honra é tudo para os Rivaille, ainda que a honra desta família esteja tão manchada quanto o chão de banheiro público. Mas é neste lugar em que as melhores lembranças da minha infância vivem. Tudo por conta dela. Como você estaria agora mãe? Estaria ainda presa atrás desses muros? Estaria eu ainda preso atrás deles com você? “— Levi, você é uma criança meu amor. Não pense tanto sobre isso”. Sorri sem vontade, suas palavras ainda pareciam tão vivas em minha mente.

Caminhei para dentro daquela casa, vendo os empregados se curvar em uma dedicação sem fundamentos. Meus passos eram mais barulhentos do que naquela época, mais fortes e precisos para dizer ao certo. Os corredores continuavam os mesmos, bem lustrados e com aquele cheiro que dava náuseas. Sabia muito bem onde ele estaria. Ele sempre estaria em seu escritório.

Atravessei o hall da sala, irritando-me ao notar Nina dormindo sobre um tatame enquanto era vigiada por uma empregada. Como ele podia ter coragem de usar um ser indefeso como aquele? Se bem que aquele homem tinha coragem para muitas coisas e eu tinha sentido na pele a maioria delas.

— Arrume as coisas dela — falei de maneira séria, assustando a empregada.

— Senhor Levi, seu pai disse que a criança só...

— Arrume as coisas dela. É uma ordem — sibilei de maneira perigosa, assustando a mulher. Não que fosse minha intenção, já que a pobre coitada não tinha culpa das idiotices que aquele velho senil cometia. Voltei a andar, contudo ao sentido sul desta vez da casa, onde ficava o escritório.

A porta daquele lugar estava sempre fechada, mas a música tradicional sempre soava dele. Tal como uma sina. No corredor as fotos de meus familiares continuavam as mesmas, nas mesmas ordens e todos com rostos sem vidas. Até mesmo a minha foto, lá no final da parede, foto do ultimo Rivaille de sangue e herdeiro de todos os pecados da família.

Último. Dei um sorriso, como papai reagiria ao saber que eu não era o último? Era algo que eu lutaria com unhas e dentes para que ele jamais descobrisse.

A última vez que vim naquele escritório foi para ouvir que me casaria com Petra e entraria para o exercito. Porque aquilo seria uma grande honra para nós. Porque seria visto com bons olhos pela sociedade. Porque eu tinha que seguir o script que ele decidira para minha vida. Nem mesmo durante o aniversario de morte de mamãe entravamos ali, porque ir ao cemitério era bem melhor do que ter que adentrar naquela sala.

Respirei fundo empurrando a porta sem bater, meu pai estava atrás da mesa analisando alguns papeis e me encarou.

— Você não bateu.

— Você não tem permissão para buscar Nina no colégio.

Os olhos cinzentos, tais como os meus, me encararam por cima dos óculos meia lua. Um sorriso sarcástico adornou o rosto do homem e senti vontade de soca-lo.

— Ela não é minha neta? — falou pretensioso e eu sorri.

— Você sempre deixou claro que Hanji não era sua filha.

— Touché — falou voltando a encarar seus papeis — A menina é tão irritante quanto à mãe. Devem ter puxado isso da incompetente da sua mãe.

Engoli em seco, a raiva borbulhando por minhas veias.

— Cale a boca! — exclamei me aproximando de sua mesa — Não fale da minha mãe, você não tem esse direito.

— Não tenho? Pelo que saiba ela era minha esposa...

Você a matou! — brandi, o homem me encarou se encostando a sua cadeira.

— Nós dois sabemos que o assassino dela é você.

Dei uma risada, derrubando tudo que havia sobre a mesa.

— Você acha que ainda me atinge com os seus joguinhos de palavras? Não sou mais o garotinho de sete anos que você intimidava. Não mexa com a minha família, acha mesmo que vai me afastar do caso Willians assim? — Dei uma risada debochada — Você se sente algum tipo de mafioso inescrupuloso usando uma criança para me atrair? Você é nojento de tão baixo.

Os olhos cinzentos me fitavam com dureza. Ele estava irritado, muito irritado e aquilo me satisfazia de uma maneira surpreendente. Toda aquela raiva contida por detrás daqueles olhos apenas me dava mais combustível.

— Você deveria saber que eu posso fazer coisas bem piores e ainda assim vem aqui me afrontar? O que foi meu pequeno Levi? Você acha que se tornou alguém? — ele falou de maneira venenosa, não queria, mas senti um arrepio em nome descer pela minha costa. Ele sempre usava aquele tom quando eu saia da linha, mas desta vez eu não acataria mais suas ordenas — Tudo o que você é, é porque tem meu nome. Seja mais agradecido seu moleque.

Dei uma risada alta, assustando o velho em minha frente.

— Eu quero que você e o seu nome se fodam. Você também deve saber que eu não sou santo, posso fazer coisas até bem piores que você — puxei o mesmo pelo colarinho da camisa — Você não me intimida mais, apenas me dá asco ter que olhar para você. Se você se aproximar da minha família de novo eu faço questão de acabar com tudo o que você vem guardando. Não se esqueça que fui criado por você, posso fazer isso e muito mais.

Soltei o maldito, que levou a mão ao pescoço.

— Você não sabe a guerra que comprou Levi.

— Você que não imagina o que causou papai.

Sai do escritório batendo a porta com força. Talvez Mamãe estivesse chorando, com medo das idiotices que comprei para mim mesmo, entretanto, já estava na hora de findar aquele reinado de terror.

Lian estava entediado. Não que ele entendesse bem o que aquela palavra significava, mas era isso que sentia no momento. Nina havia faltado e aquilo por si só já era um dia completamente chato para si.

Seu papa havia lhe dado um sermão sobre conversar com pessoas estranhas — este que ele já tinha escutado muito bem, mas poxa era o avô da Nina. Contudo daquela vez as coisas pareciam ter ficado estranhas e mais sérias, já que seu papai disse que teria que contar para o Zangado-san. Quer dizer, zangado-san era muito estressado e com certeza iria puxar suas orelhas, e isso ele não queria de jeito nenhum.

Não que ele entendesse completamente o motivo para seu papai contar ao homem baixinho, mas na verdade aquilo não importava. Só não queria que o Zangado-san ficasse triste consigo. Suspirou alto enquanto olhava a tia ensinando sobre família. Na verdade aquilo chamou sua atenção, pois ao ouvir que existiam milhões de diferentes famílias e aquilo lhe pareceu familiar.

Humberto, o garotinho que sentava do seu lado, falou que ele possuía duas mães e um pai que havia ido para céu. Clara, uma das meninas de maria-chiquinha havia dito que possuía só os avós. Marcel possuía mãe e pai, mas os dois eram adotivos. Vários tipos de família, realmente.

— Família meus amores, é feita de laços por pessoas que amam vocês. Por isso hoje quero que vocês desenhem suas famílias. Os papeis possuem espaços, contudo onde vocês não tiverem alguém pertencente a esta classificação, como o Joan que não tem o avô, vocês podem desenhar quem quiserem. Okay? Ou deixem em branco. Mas no espaço grande desenhem todo mundo a quem considerem família — a tia falou sorrindo, enquanto entregava três papeis para cada um de nós.

Nina iria adorar aquela atividade, ela desenhava muito bem.

A tia passou ao seu lado, entregando os papeis para si e se afastando. Bem ele possuía uma vovó, mas seu vovô havia ido para o céu antes de ele nascer — papa Eren havia lhe contado. Tinha a tia Mikasa, tio Min e o tio Jean. A tia da cantina lhe dava lanche, será que deveria coloca-la no desenho? Suspirando alto, Lian encarou as outras crianças a sua volta que já iniciam sua tarefa. Todas pareciam concentradas no que faziam, mas ele simplesmente não sabia se tinha que colocar a tia da cantina no desenho. E agora?

— O que foi Lian? — sua professora falou se aproximando. Ela cheirava bem. Cheirava a iogurte de morango, sem contar que o sorriso da professora era muito bonito e fazia seu coração bater acelerado. Ela se abaixou ao seu lado, fazendo com que corasse um pouquinho — Você está com dificuldades?

— Sim — o moreninho falou encabulado — Professora eu posso colocar a tia da cantina? Ela me dá lanches. Tem o porteiro de casa também, ele sempre me dá bombons escondidos do papai e...

A professora soltou uma risada, fazendo com que suas bochechas corassem mais.

— Meu querido, família é sobre laços. Pessoas que você ama muito, se você ama essas pessoas pode desenhá-las — sua professora falou, passando a mão em sua cabeça e se afastou indo até Humberto.

Certo, talvez devesse incluir a professora também.

Bom ele não tinha mamãe, então aquele quadradinho não iria servir de nada. Mas e pai? Lian tinha dois papais, mesmo que não conhecesse um. E agora? Como desenharia seu outro papai? Foi quase entrando em desespero que Lian lembrou que seu tio Jean havia lhe dito que ele era baixinho. Seu pai falou que os cabelos dele eram da mesma cor que os seus.

Hmmm baixinho, cabelo negro. Ele poderia ter os olhos puxadinhos e azuis, nee? Ser um pouco irritado. Trabalhar em um hospital...

Certo, Lian já sabia quem desenhar e estava feliz demais. Seu desenho seria o melhor da classe.

— Eu entendo, se você puder mandar um representante para mostrar seus novos remédios eu agradeceria. Até — Desliguei o telefone enquanto bufava. Ao menos poderia ver alguns novos remédios para o tratamento de alguns pacientes.

Uma batida soou na porta e a enfermeira chefe apareceu.

— Doutor trouxe mais esses papéis — ela falou enquanto adentrava no escritório — A doutora Nanaba pediu para informa-lo que depois ela passa aqui. O senhor já almoçou?

— Sem problemas. E não, ainda não. Nem notei que já estava na hora do almoço — falei suspirando e a moça sorriu — Tem tantos papeis para arrumar. Parece até que estou de castigo.

— Acho que os outros doutores não gostaram do fato do senhor conhecer o alto escalão militar — a moça falou sorrindo — O senhor quer que eu peça o seu almoço?

— Meu deus, você é uma deusa! Eu ficaria muito grato.

— Sem problemas doutor, até — a enfermeira saiu e eu respirei fundo. Precisava decorar o nome da garota ou seria realmente desconfortável se ela descobrisse que nem seu nome eu conheço.

Fechei a pasta em minha frente. Ao menos já havia terminado o trabalho acumulado e poderia adiantar a papelada para não ficar pendente. Alguns pedidos de internação estavam chegando e transferências, então precisava atendê-los rapidamente. Sem contar que precisava continuar verificando se o departamento continuava andando nos conformes como deixei.

Sabia que os outros psicólogos e psiquiatras que trabalhavam ali não gostavam muito de mim, ainda mais por ser tão novo. E por tal eles tinham que me engolir e engolir minha nova forma de gerenciar o local. Sem contar que desde que recebi a noticia recente de Erwin, que iriam construir um prédio na área norte da cidade e moveriam o departamento de psicologia e psiquiatria para lá, precisava começar a trabalhar naquilo. Ao que parece os administradores do hospital achavam que seria melhor um prédio somente para tais pacientes e eu não discordava realmente. Seria mais confortável, só precisaria me informar melhor para saber como tudo ocorreria. Contudo os documentos só me seriam entregues depois que todos os administradores entrassem em acordo e votassem.

Estava concentrado olhando a proposta enviada por Erwin no computador, que não notei a porta aberta e nem em quem me encarava encostado nela.

— Você realmente fica bonito concentrado assim — a voz rouca soou alta e eu me assustei. Levi estava sorrindo da porta, ele parecia completamente cansado e um tanto triste.

— O que aconteceu?

— Nada. Não posso vim ver meu namorado? — o mais velho fechou a porta e eu franzi o cenho.

— Seu namorado? Desde quando?

— Desde sempre — o mais velho se aproximou da mesa, selando meus lábios rapidamente.

— Você é um homem muito convencido — bufei enquanto desligava o monitor do computador.

— Eu sei. Quando você vai sair de viagem com seus amigos? — Levi perguntou se jogando no meu sofá, me chamando com a mão. Levantei da minha cadeira, trancando a porta e depois deitando ao seu lado no pequeno estofado.

— Na quarta, feriado.

— Certo.

— Por quê?

— Vou ficar com saudades — ele falou acomodando sua cabeça no vão entre meu pescoço e ombro.

— Você sempre foi tão carente assim?

Só de você — Levi beijou meu ombro sobre a camisa e ficamos ali, abraçados. Passei minha mão em suas costas enquanto o mesmo ficava ali quieto. Alguma coisa me dizia que ele estava triste, talvez por conta do caso de Charlotte e eu só queria animá-lo — Como nosso pequeno dinossauro está?

A voz do mais velho saiu abafada. Foi quando lembrei sobre o que Jean havia me contado, precisava contar para Levi mesmo que aquilo lhe deixasse preocupado. Ele é o pai, sei que ele gostaria de saber.

— Preciso te contar uma coisa.

— O que foi?

— Lian conheceu seu pai — Levi pareceu petrificar em meus braços. Ele se levantou me encarando, havia preocupação e vários sentimentos que eu não sabia definir. Só que um deles era visível: o medo.

— Como assim?!

— Jean que me contou. Ao que parece ele foi buscar o Lian e o seu pai tinha ido buscar a Nina, foi quando eles se conheceram — Levi encarou o chão por alguns minutos e se levantou — O que aconteceu? Levi?

— Ontem ele pegou a Nina como um aviso — Levi falou indo até a janela.

— Aviso de que?

— Para que eu me afastasse e entrasse na linha — Levi falou rindo de maneira rancorosa, me deixando com um pé atrás — Ele ainda acredita que eu vá assumir os negócios da família. Por isso faz tudo isso. Quer que eu seja o perfeito Rivaille.

Levi falava tudo com tanto ódio. O que aquilo significava? Eu sabia que ele não gostava de seu pai, mas seria muita invasão da minha parte perguntar para ele o por quê? Levantei andando até o mesmo, abraçando suas costas e suspirando contra seu ombro.

— O que há Levi?

O mais velho soltou um suspiro, soltando-se de meus braços e passando a me encarar.

— Eu apenas cansei de dar minha vida por alguém tão nojento quanto ele Eren. Existem coisas, coisas que me aconteceram que eu tenho medo de contar. Um dia as direi a você, mas você apenas precisa saber que tudo que estou fazendo é porque eu amo você e o nosso pirralho. E não deixarei ninguém tirar vocês de mim neste mundo.

Sorri beijando seus lábios, que pareciam acolher os meus perfeitamente. Tal como um lar.

— Obrigado.

— Pelo quê?

Por me escolher desta vez.

Escolherei você para sempre.

— Ao menos as compras já foram — suspirei enquanto pegava as sacolas do porta-malas do carro, fechando o mesmo em seguida.

Como não estava trabalhando, daria entrada nos papeis para a abertura da empresa e leria sobre as regras do Green Finger. Começaria a produzir o projeto, sem contar que precisava falar com os meus pais ainda. Por deus havia muita coisa para resolver.

Caminhei com as inúmeras sacolas para dentro do prédio, contudo ao notar um homem estupidamente alto parado na entrada, minha vontade foi voltar para o carro. Berth estava ali, me encarando em duvida se deveria ou não se aproximar.

E puta que me pariu, como ele era lindo. Um babaca muito lindo, mas babaca.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei ao me aproximar dele, tentando manter minha voz o mais firme o possível.

— Vim conversar com você.

— Não temos nada para conversar — falei passando pelo mesmo, que pegou algumas das minhas sacolas.

— Temos, tenho muita coisa para te contar. Não posso deixar que você me odeie, ainda mais quando eu amo tanto você.

— O o que você disse? — paralisei enquanto o encarava.

Eu amo você. Amo muito mesmo, então você pode me ouvir? Por favor?

— Merda! — Gritei alto com toda a raiva que parecia pairar sobre o meu corpo.

Soquei todo o meu trabalho, que passei umas três noites sem dormir para fazer, na bolsa e sai com raiva da sala antes que socasse os babacas que estudavam lá comigo. Odiava fazer trabalho em grupo, ainda mais quando eu me matava para fazer a minha parte bem e o restante dos integrantes não faziam nada. Frustrante. A entrega era para hoje, mas como só eu fiz a minha parte, — diga-se, a mais complicada de fazer realmente —, o professor não o aceitou incompleto. Ao menos ele havia me dado uma oportunidade, precisava fazer tudo o que faltava até às três horas e assim não perderia o trabalho que valia mais da metade da nota do semestre. Eu estava completamente fodido, mas faria aquela merda e faria sozinho.

Respirei fundo assim que alcancei a parte externa do campus, puxando os meus cabelos com força e implorando por misericórdia divina. Infelizmente teria que falta em todas as demais aulas, o que significava ter matéria atrasada. Ótimo! Maravilhoso!

— Parece que hoje não é o seu dia — a voz monótona da minha parceira de calculo estrutural soou atrás de mim. Encarei a ruiva que estava abraçada no próprio corpo, por algum motivo ela sentia um frio desgraçado que parecia nunca passar. Talvez por conta do coração gelado como um iceberg.

— Hoje não, não estou para gracinhas — falei alto e a menina ergueu uma sobrancelha risonha.

— Isso eu já vi. O que aconteceu?

— O que aconteceu?! Os babacas do meu curso não fizeram a parte deles do trabalho e agora eu tô fodido, porque tenho que terminar até as três!

— Isso é realmente ruim — a garota fez uma careta e eu revirei os olhos.

— Não me diga, se veio me encher o saco por alguma coisa esse não é o melhor momento.

— Não desconte em mim a sua raiva, não fui eu que te deixei na mão idiota — Adeline falou se encolhendo em seu casaco.

Realmente, Adeline poderia ser o ser humano mais irritante nesse universo, mas nunca havia feito nada do tipo. Ela era sempre a primeira a terminar os nossos trabalhos e sempre tentava me auxiliar nas minhas partes. Poderíamos sim viver em pé de guerra, contudo trabalhávamos o mais profissionalmente o possível um com o outro. Suspirei alto, enquanto guardava minhas mãos nos bolsos do casaco.

— Certo, me desculpe por isso — falei encarando a garota que deu de ombros. Adeline me encarou por alguns minutos e então se virou, ela parecia querer dizer alguma coisa, era sempre assim — Pode falar.

— Falar o quê? — ela me encarou séria.

— O que está pensando, você sempre fica assim quando tem que me falar algo. O que foi? O professor vai passar prova surpresa? Ou melhor, ele resolveu trocar o tempo dele para hoje por conta de algum trabalho importante para entregar — a garota deu uma risada e eu revirei os olhos.

— Você realmente está esperando pelo pior. Na verdade eu ia me oferecer para te ajudar com o trabalho — a olhei surpreso e a mesma deu de ombros — Você é um bom parceiro, se você reprovar nessa matéria, eu vou perder o meu parceiro de bancada e vai ser uma merda se eu cair com outro idiota. Já foi difícil treinar você.

— Me treinar?!

— Você tem audição seletiva?

— Talvez! Quanto você vai querer? Afinal eu sei que não vai sair de graça — à menina sorriu, enquanto piscava diabolicamente.

— Lanche da cantina pelo resto do mês e seus créditos na biblioteca.

— O quê?! O lanche da cantina é um roubo!


Notas Finais


Novamente postado de celular, desculpem.

Lanche de faculdade é um roubo mesmo gente, sério. Sai mais barato comer no shopping kkkkkkk

Quem será que o Lian colocou no desenho? 😄😜
Beijos amores


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...