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História Fight like a Girl; Sing like a star - Jennie é uma presidiária (II)


Escrita por: CarolinaBulhoes

Notas do Autor


Escrevi dentro do carro na viagem, perdoe-me por possíveis erros.

Aliás, troquei Meu user. Agora sou @Carlysto

Capítulo 10 - Jennie é uma presidiária (II)


Fanfic / Fanfiction Fight like a Girl; Sing like a star - Jennie é uma presidiária (II)

~ Escrita por Carly Pavell

(@Carlysto)

 

Capítulo 9 — Jennie é uma presidiária II

JENNIE KIM

 

Sempre fazíam questão de alertar Jennie sobre tomar cuidado com suas ações ou terminaria usando o uniforme laranja da penitenciária de Seoul. Para todo, exceto para a própria, parecia nítido que o futuro era ser trancafiada para sempre atrás das grades como o seu pai. Ela detestava tremendamente ouvir aquilo na época, mandando várias pessoas tomarem conta das próprias vidas ou apenas oferecendo as costas antes mesmo de terminarem as frases. Sentia uma queimação no diafragma e uma pontada acima da orelha todas as vezes que as suposições saiam da boca de alguém. As vezes, desejava socar cada palavra dita para dentro da garganta do emissário, devolvendo-as para onde não deveria ter saído. Mas não fazia isso — claro. Se o fizesse provavelmente cumpria a premeditação de todo e terminaria atrás das grades, usando o uniforme laranja da penitenciária,  e Jennie odiava quando adultos tinham o prazer de está certos sobre ela. 


A Kim sabia poucas coisas sobre a cadeia. As poucas informações que juntava era as imagens que viu em filmes ou os relapsos de relatos de vizinhos, nas músicas que ouvia e o pouco que enxergava quando visitava seu pai na penitenciária.  Havia grades metálicas, cercas elétricas nos muros, vigilância constante dos guardas e celas apertadas. Não havia como fugir.

Pronto, isso era tudo.

Ela também poderia citar uma lista extensa de rappers que já haviam ido "visita-las", mas a principal informação, e a que a aterrorizava em segredo, era o fato de não conhecer ninguém que lá foi e quis voltar.  Aparentemente, tirar a liberdade era uma das piores coisas que poderiam fazer ao homem. Jennie gostava da liberdade, talvez por isso sentia-se tão sufocada dentro da viatura da polícia.

Encontrava-se ainda meio atordoada, como se houvesse levado uma coronhada na cabeça. Não conseguia processar a realidade ou os fatos em sua volta de forma concreta; o mundo através dos seus olhos parecia coberto por uma cortina cinzenta pouco translúcida e se movendo em câmera lenta. Deveria ser um sonho, tinha de ser um sonho. Um sonho que ela gostaria muito de acordar, aliás.

Era insano, absurdo e até mesmo irreal o que lhe acontecia.

Estava sendo presa. 

Presa. P-R-E-S-A.

Arrastada por toda a cidade em um viatura velha, os punhos algemados em suas costas e as narinas cheirando as rosquinhas que os policiais devoravam como animais por toda a madrugada. Tinha fome. Seu estômago revirava e roncava por comida. Jennie sempre disse: seu metabolismo era rápido, o que comia parecia desaparecer em seu estômago em questão de segundos. Era como um poço furado. Estava sempre com fome. O Tteokbokki de algumas horas já havia se ido há muito tempo e o sua barriga era um vazio. Conquanto, hoje, a única coisa que tinha para comer era o seu próprio ódio pulsando na garganta, ácido como um veneno.

 Jennie Kim estava sendo presa; presa por um crime que não cometeu.

 

O policial a arrancou de dentro da viatura com grosseria, fazendo a garota perder o equilíbrio por alguns instantes, bambeando as pernas finas até se encontrar firme novamente no chão. O outro tira seguia logo atrás dela com as latas de spray.  O capuz puído cobria o rosto da Kim quase por inteiro, mas ela ouvia os tilintar metálico das latas batendo dentro da bolsa.

    Jennie sentiu o aperto em seu braço se estreitar, comprimindo os seus músculos com suas mãos enrugadas em demasia. Jennie estava algemada e não resistia a prisão — apesar da expressão raivosa em sua face sugerir que estava prestes a socar alguém — mas o tira insistia de arrastá-la pelo caminho como um boi bravo que relutando em ser montado, o que a deixava ainda mais furiosa.

— Eu consigo andar sozinha — Jennie explodiu perto da porta delegacia, soltando-se, em um único puxão, do aperto em seu braço. Uma marca escura dos quatro dedos reluzia logo em cima do seu deltóide.

Haveria um hematoma ali na manhã seguinte.

— Anda — Ordenou novamente o guarda impaciente, empurrando a garota pelas costas e fazendo seu ombro esquerdo pender para frente.

Jennie encarou o homem, os olhos em chamas vivas. Estava puta desde que foi capturada se livrando das latas de Irene e a sua raiva crescia em progressão geométrica. Era acostumada a receber a culpa por coisas que não fazia, mas dessa vez era diferente. Não era uma briguinha na escola ou uma resposta malcriada para um professor — Era vandalismo.

Era um crime.

Sua punição não seria limpar a escola ou ficar copiando frases depois da aula. Ela seria presa e na menor das hipóteses, fichada. Seu nome estaria sujo para sempre. O que levaria ao fim qualquer chance que já teve de entrar em uma empresa de entretenimento.

O guarda a empurrou novamente.

— Se você tocar em mim novamente, ah, cara, eu juro que…  — Jennie começou a ameaçar o homem. A veia em sua testa pulsando.

— Você não jura nada, menina, anda! — Empurrou os ombros dela para a frente. — Anda!

Jennie trincou o maxilar. Olhou mais uma vez o homem e resolveu ceder, afastando-se rapidamente do policial e se aproximando da porta da delegacia em passos firmes.

A delegacia de polícia do bairro era pequena e barulhenta. Policiais circulavam de um lado para o outro, atendendo telefones, preenchendo formulários e deslizando em suas cadeiras com rodinhas de mesa em mesa. Um homem bêbado brigava na lateral com um policial e outro gritava pôr trás das grades suplicando para ligar para a sua mãe.

— Sente-se aí — Ordenou, jogando Jennie contra uma cadeira de plástico. Em seguida, dirigiu-se diretamente a um homem por trás da mesa — Era ela que estava fazendo aquelas porcarias nos muros. Ligue para os pais dela, vamos ver o que eles tem a dizer sobre o que a filha estava fazendo durante  a madrugada.

O policial deu dos tapinhas na parte traseira da cadeira, lançou-lhe uma piscadela meio repugnante e então voltou a falar com o outro policial.

— Descubra também porque ela estava de 3 horas da manhã na rua e não em casa como toda menina deveria está — Disse e então sumiu entre o rebuliço de guardas tentando conter o bêbado ainda discutindo alto.

Jennie, ainda sentada sobre a cadeira, conteve o impulso nascente de jogar o grampeador sobre a mesa no homem que havia se ido.

O policial que se encontrava por trás da mesa, Kwon, Jennie leu no crachá — pigarreou.

— Ignore-o, ele é um idiota. Ninguém o suporta aqui — Disse franco.

Jennie franziu o cenho. Essa bondade repentina sempre vinha com algo escondido mais internamente. Essa era alguma nova técnica para conseguir a confiança dos presos afim de conseguir uma confissão? 

Thank u, next.

A garota cruzou os braços finos sobre o tronco, uma expressão feroz estampada em seu rosto, deixando claro que o argumento “policial legal” não iria funcionar com ela.

— Me diga o número da sua mãe ou de algum responsável que eu possa contactar. — O policial Kwon exigiu tirando o telefone sobre a mesa do gancho e olhando diretamente para a garota mal humorada em sua frente.

Jennie virou o rosto para o lado e apertou os braços em volta do tronco, soltando um suspiro longo de impaciência. Até parece que ela daria a corda para se enforcar.

— Qual o número? — Ele repetiu mais firmemente. Jennie continuou em silêncio — Você sairá daqui com um responsável, enquanto sua mãe não vier, você não sairá. Você não será presa, geralmente é trabalho comunitário para menores de idade, mas quanto mais tempo você demorar para dizer, mais tempo vai ficar.

Jennie não disse nada. Apenas começou a balançar a perna esquerda com impaciência.

— Se não queria que seus pais descobrisse o que você estava fazendo, não deveria ter feito para início de conversa.

Kwon continuou com o olhar estreito na direção de Jennie, uma caneta batendo na mesa. Era jovem, parecia mal ter saído da academia de polícia.

— Se você quer a minha opinião.

— Não, eu não quero. — Jennie cuspiu as palavras com desprezo.

— Você é bonita demais para desperdiçar sua vida assim. Você deveria está dormindo para ir para a escola amanhã, não pichando muros.

Jennie revirou os olhos, desviou a cabeça para os cantos da delegacia e cruzou os braços no peito.

— Qual o número?

— Eu não sei. — Foi ríspida. Os olhos ainda na parede.

— Você não sabe? — O homem riu pelo nariz, descrente — Onde está sua identificação estudantil?

— Eu perdi.—  Disse resoluta.

— Você não irá cooperar?

Jennie o encarou de cara feia. “O que você acha?”, Gritava seus olhos.

Se ela informasse o número da sua mãe e ela viesse até aqui, Jennie estaria morta. As regras em sua casa eram simples: Faça qualquer coisa, só não volte grávida, morta ou leve policiais ou conselho tutelar até a nossa porta.

— Está é a farda da Rolling Academy? — Kwon falou observando a saia azul marinho amostra por baixo do moletom.

Jennie puxou a barra do casaco rapidamente para baixo, mas já era tarde demais. O policial arrastou a sua cadeira de rodinhas para o lado, obviamente indo telefonar para a escola.

— Droga — Jennie xingou.

Deixou a cabeça cair para trás, batendo-a na cadeira meia dúzia de vezes, frustrada. Jennie gostaria muito de socar a cara de alguém nesse exato momento — a sua própria, por exemplo. Obviamente, os policiais iriam ligar para a escola, conseguir o número da mãe dela e então sua mãe surtaria, matando-a no segundo seguinte que entrasse na delegacia.

 

 

Alguns minutos depois, o policial Kwon retornou para a sua mesa, olhando diretamente para Jennie.

— A mãe do meu parceiro trabalha lá, deve estar dormindo agora, por isso não vou incomodá-la — Falou sentando-se na cadeira —  Se você não disser o número de seus responsáveis, dormirá aqui. Mas amanhã de manhã eles estarão aqui de toda forma.

— Vai se ferrar.

— Achei que fosse dizer isso.

 

Jennie sempre teve muita raiva acumulada. A queimação em seu peito, a adrenalina em sua veia, os músculos travados e a cabeça pulsando, eram traços quase inerentes ao seu corpo. Desde muito nova tinha problemas para segurar a raiva. Sempre se metia em briga pelo menor dos desaforos e às vezes por nenhum.

Durante o segundo ano, quando ela era um problema — mas um problema com boas notas — a escola tentou enviá-la para um terapeuta para tentar desenvolver a sua inteligência emocional, seja lá o que isso significasse. O homem passou quase quatro meses tentando ensinar a Jennie que “ A raiva é uma energia responsável por impulsionar o indivíduo a agir para superar as dificuldades de forma construtiva ou destrutiva. Você só precisa canalizá-la e transformá-la em algo construtivo, Jennie”.

No entanto, até o homem se contentou que a Kim não era boa em construir, apenas sabia destruir coisa.

Contando aquele episódio a Jisoo, na época que elas ainda eram amigas, a garota de ouro sugeriu que Jennie fizesse algum esporte, para liberar endorfina ou algo assim. No entanto sua aventura sobre os gramados da Rolling Academy apenas resultou nela socando algumas veteranas e, por conseguinte, duas horas ouvindo sermão, semanas limpando o gramado da escola e dois meses de detenção.

Sua mãe dizia que ela puxava esse mal temperamento do pai, mas Jennie não deu muito ouvidos, pais sempre jogam as características ruins uns para o outro e atribuem as boas a si próprios. 

 


 

A cela era fria, cheirava a vômito e bebida. Meia dúzia de bêbados espalhados pelo chão dormiam, alguns  sobre o próprio vômito e não pareciam se incomodar muito sobre isso. Jennie se recostou no fundo, isolada o suficiente para ninguém a ver ou a incomodar. Abaixo da penumbra que a parede provocava, a garota quase desaparecia.

A delegacia não dormiu, estava de plantão, e Jennie também. Observou com seus olhos de chocolate cada pessoa sair e outras chegarem durante toda a madrugada. Não conseguiu pregar os olhos nenhum momento sequer. Não conseguia dormir com a mente borbulhando em pensamento e memórias do seu passado. Sua vida nunca foi fácil, mas sempre tentou evitar o destino que se encontrava agora, pois esse era o destino do seu pai.

As Memórias de quando o seu pai foi preso, arrastado a força da própria cama por homens de farda, martelavam em sua cabeça e aos poucos puxava outras lembranças ruins e outras lembranças ruins e outras e outras e outras e outras.

Parecia um mar sem fim.

Jennie não gostava de pensar no passado. Ninguém em seu lugar gostaria. A maioria das suas lembranças marcantes eram sempre cruéis demais e ela sempre preferiu ignora-las do que lidar com elas.

 

Aos 5 anos, ao retornar da escola um pouco mais cedo, encontrou sua irmã mais velhas caída no chão da sala, vítima de overdose. Quase morta ali mesmo onde a família jantava.

Após algumas lavagens e dias no hospital, ela sobreviveu. Mas Jennie lembrava de encontra-la alguns meses depois cheirando pó dentro do quarto.

 

Aos 7, viu seu pai descer furioso do carro e disparar contra dois garotos por murmurarem que a irmã de Jennie era uma prostituta drogada e era uma surpresa ainda está viva. 

Os dois garotos morrerem, mas por algum motivo nunca conseguiram chegar ao seu pai. O padrinho Wang deve ter feito algo.

 

Aos 8, Jennie conseguiu uma medalha de aluna de honra, mas foi gentilmente convidada a se retirar da cerimônia após a mãe aparecer bêbada e fazer um escândalo. Alguns meses depois, sua irmã estava novamente no hospital.

 

Aos 10, enterrou a irmã e perdeu a mãe no mesmo dia. A irmã finalmente não havia resistido aos excessos que praticava. O corpo não aguentou mais. No entanto, sua mãe havia morrido internamente. 

 

Aos 11, Jennie escreveu sua primeira rima, para se sobressair de um garoto metido a valentão e a rapper. Ela detonou ele. Começando a batalhar dali para frente.

 

Aos 15, começou o Ensino Médio e foi transferida para a Rolling Academy e sofria com os preconceitos da elite. Algo que não a afetava diretamente, mas ainda a incomodava.

 No mesmo ano conheceu Jisoo e as coisas pareceram se acalmar um pouco.

 

Mas aos 16, as coisas tornaram a enlouquecer. Seu foi preso e Jisoo a deixar por medo do que isso fosse fazer a imagem perfeita dela.

No mesmo ano, Jennie pegou a sua primeira detenção e a primeira suspensão.

 

Agora aos 17, havia sido presa por um crime que não cometeu.

 

Parecia uma letra de rap americano, mas era apenas a sua vida cotidiana. Jennie Gostaria de uma folha de papel para ao menos compôr.



 

Por volta das dez da manhã, o policial Kwon retornou a cela com uma expressão neutra e levou Jennie pelo mesmo caminho que a levou até lá, desviando-se apenas no final para um corredor cheio de salas.

— Você lembra que eu disse que a mãe do meu parceiro trabalhava na sua escola? — O policial Indagou. Jennie manteve a boca fechada, ainda não estava afim de cooperar — Parece que ela era sua professora. Você tem sorte, ela quer lhe ajudar.

Jennie se segurou para não expressar surpresa. Uma professora da Rolling querendo ajuda-la e não queima-la na fogueira? Porque ela não acreditava nisso?

O policial balançou a cabeça e correu os olhos por Jennie.

— Você deve ser mais rica do que parece — Ele olhou para os tênis sujos da garota e para o seu cabelo mal penteado — só a vi Intefirir para os maiorias da sua escola, sua família deve ser uma bem poderosa. Você disfarça bem as suas origens.

Outras meninas então já haviam sido presas? Agora Jennie gostaria de saber quem era que jogava a sujeira das menininhas Rolling para baixo do tapete.

 

 O policial abriu a porta de uma das salas e para a surpresa de Jennie, era a professora de História coreana que sentava-se a mesa. A mulher que a importunava por anos estava logo em sua frente. A carranca magra e enrugada por trás de óculos de meia-lua, o mesmo casaco de Tweed de todos os dias e os lábios ressequidos curvando-se para baixo.

Jennie travou na porta. Algo estava errado. As suas sobrancelhas franziram e a testa também.

A professora não iria ajudar Jennie. Não, não iria mesmo.

 

O policial Kwon se foi, batendo a porta e deixando apenas Jennie e a professora dentro da sala.

— Gostaria de dizer que estou surpresa de a ver aqui, Srta. Kim, mas não estou. Sempre soube que você pararia em um lugar como esse, apenas não imaginei que fosse tão cedo. — A mulher disse com sua voz envelhecida, mal esperando a garota se sentar para começar a sua tentativa de dar sermões em Jennie, seu passatempo favorito.

Claramente a professora estava amando tudo aquilo. Ver Jennie, quem tanto tentou expulsar da escola, em sua frente com as mãos algemadas e prestes a ter a sua vida acabada para toda a sua existência, deveria ser quase como um orgasmo para ela. Com certeza havia esperado por aquele momento por todos os anos em que Jennie estudou lá. A Kim tinha certeza que ela deveria ter pulado de felicidade quando recebeu o telefonema do filho avisando que estava presa.

— Eu não me importo com o que a senhora  acha, professora. — Jennie rebateu malcriada, as palavras saídas de modo ácido de sua boca. Ela cruzaria os braços para dar mais firmeza no que dizia, mas estava algemada e não podia se mover corretamente.

Apenas deslizou as costas pela cadeira e deixou a coluna envergasse em uma posição desleixada e pouco no estilo que a professora aprovaria.

A mulher torceu a boca, lançando um olhar de desprezo sobre Jennie.

— O que foi? Não estou demonstrando espírito escolar o suficiente? — Jennie alfinetou. A mulher em sua frente era viciada em "espírito escolar".

— Está feliz em estar no mesmo lugar onde todos os seus idolos terminaram? — A velha professora tinha um tom sério e um pouco auto-vangloriativo. Como se estivesse certa todo esse tempo em que dizia que Jennie era um caso perdido e a sua arte era apenas baboseira rimada.

Jennie se segurou para não responder com outra provocação.  Tinha outra pergunta mais urgente a ser feita.

— O que você quer? — Exigiu ríspida.

— O que eu gostaria mesmo era ter nenhum dos meus alunos dentro da prisão.

Jennie riu descrente, balançando a sua cabeça para um lado e para o outro.

— Até parece....

A professora parecia não ter gostado muito da resposta.

— Você se sente muito bem com esse seu espírito rebelde, não é? Não bastava a sua média ruim, descendo a média da escola inteira, você ainda suja o nome da instituição inteira pichando muros com a farda da escola? Você fez de propósito, não fez?

Jennie poderia argumentar que era inocente, mas do que adiantaria? A velha já havia escolhido seu lado da história há anos atrás.

— Se fosse em outros tempos, eu teria apenas retirado você daqui, mas o coordenador havia pedido para lhe dar apenas sua última chance de encontrar a estrada para o caminho certo. Você a gastou.

A professora ajeitou o óculos sobre o nariz e então ajeitou a postura

— Você é um desperdício de espaço.  Eu sempre soube. Não deveria estar na Rolling Academy. A escola é apenas para os melhores e você está ocupando o espaço de um futuro prodígio, alguém que merecia estar ali de verdade. — A professora enrijeceu o olhar, então se indiretou — Amanhã você e sua mãe devem ir a coordenação e fazerem o que deveriam fazer há muito tempo: Pedir transferência. Faça isso e meu filho manterá a sua ficha limpa.

— Isso não é contra lei? — Jennie alfinetou.

— Quem irá acreditar em você, uma pária social ao invés de uma professora e um policial respeitável? — Disse rígida — Peça a transferência. O coordenador pode não se importar, achar que você é inteligente e apenas está passando por uma fase ruim, mas eu não vou deixar você destruir a imagem da Rolling Academy.  Você não é uma vítima da sociedade, a sociedade é vítima de ckc

Jennie fechou o punho. A ira subindo novamente a cabeça. Mas então inspirou, precisava se acalmar afinal a professora ainda estava lhe oferecendo um acordo.

A Kim era réu primária, seu crime não era tão grave assim e o policial Kwon disse que a pena seria trabalho comunitário. Não ficaria presa de nenhuma forma, mas não sairia com ficha limpa. Por sujar o nome da escola, provavelmente seria expulsa. Nenhuma empresa coreana aceitaria ela, mesmo que fosse a melhor rapper do mundo. As polêmicas viriam no futuro.

Jennie inspirou. Aceitar lhe traria benefícios, a tiraria de um problema que nem deveria ter se metido e garantiria o sonho de ser uma rapper. Além disso, não se importava verdadeiramente com a escola e gostaria que ela explodisse. Conquanto, aceitar significava admitir que a professora de história coreana, a quem tanto odiava, havia ganho — e ela perdido.

Aceitar era abrir mão do orgulho que ela presou por tantos anos. Jennie gostaria de tempo para pensar, mas obviamente não teria.

A velha bateu os dedos na mesa de madeira parecendo impaciente:

— O que será, Kim?

.


Notas Finais


Oie, tudo bom? Troquei o meu user agora sou a @Carlysto .


Aliás, se fossem vocês no lugar da Jennie, o que fariam?


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