História Filha do Dia com a Maldição da Noite - A Diferença Está em Nós

As crianças choravam e se abraçavam, com lágrimas silenciosas Eros olhava aquela cena enquanto os adultos se reconciliavam. Como pode, um lugar viver sem amor por tanto tempo? 
Eros: Eu passei tanto tempo levando o amor aos outros lugares que acabei me esquecendo... como eu amava esse lugar...-as pessoas olhavam para ele e era tanto o amor que se transbordava de seus peitos aquecidos com a esperança renovada que não tinham reação se não chorar mais um pouco, um a um abraçando novamente uns aos outros e indo até Eros para lhe dar um abraço longo e forte, reconciliadoramente. 
Alguns lhe perguntavam: Por que? Por que nos deixaste aqui para padecer na miséria? Por que deixaste que nosso amor se tornasse ódio? Por que não voltou depois de tanto tempo? Por que nos deu esse castigo brutal? Por que aplicou em nosso povo tanto desgosto? Por que, ó Deus do amor, lhe deixou levar por sentimentos malignos e esqueceste do sentimento que lhe é dado como poder? Por quê?-Outros, com mais consciência dos fatos ocorridos para despertar tamanhos sentimentos ruins no Deus do Amor tinham mais piedades nas palavras dirigidas à ele e somente prestavam as condolências- Desculpe-me por deixar-me ser levado por minhas próprias ganâncias, desculpe-nos por sermos tão egoístas, desculpe-me por não ter feito nada para ajudar-te. Sim, nós o tínhamos somente do nosso lado sempre desposto a ajudar e abandonamos-te quando mais precisou de nós. Deixamos que levassem ela para longe, muito, muito longe, onde hoje ela não é feliz, onde hoje, não lhe é dada nem uma misera felicidade e agrado, perdoa-nos, perdoa-nos...

Eu olhava aquela cena meio sem entender, como os seres humanos deixam-se serem tão cegos? Será que sou assim como eles? Será que tenho me cegado aos meus próprios erros e defeitos, aos meus próprios demônios? Que insistem em perseguir-me?
Eu: Pois bem, agora que lhe foram abertos os olhos, agora que entenderam que só pela falta da presença do Deus do amor nunca lhes faltou amor, agora que Eros retornou para casa, agora dou-lhes dois presentes.- eles me olhavam com os olhos brilhantes com as lágrimas que teimavam em escorrer pela curva de seus rostos, inutilmente tentavam prender-se nos olhos de seus donos. Os olhos que brilhavam também comum ar de curiosidade impagável, aflitos com meu silêncio repentino e constante, analisando-os, aguardando que, realmente todos olhassem para mim.- Como, a personificação de todos os deuses, omo a junção de cada um, como a arma mais poderosa já criada. Dou-lhes agora a transformação- não sei como eu fazia isso, eu somente fazia, eu somente sentia, somente seguia meus sentimentos e intuições confusas que nunca havia vivido. Eu transformava o lugar em algo colorido, como seria no final de cada arco-íris, a água começou a percorrer em lagos e correntes, fontes, o templo tornou-se dourado e começou a se reconstruir, uma construção bela como posso dizer? De um jeito exalava um ar aconchegante, como o amor... As pessoas não estavam maltrapilhas, muito pelo contrário, estavam extremamente bonitas e elegantes, cada uma com seu jeitinho próprio, o céu ficou azul cristalino, o ar soprava como uma canção de primavera, tranquilo e alegre. Sim, estava vivo, estava como era antes de tudo.- Nunca esqueçam dessas palavras "A diferença criança, está em nós, nós seres pensantes que movimentamos o mundo. Eu um dia fui mal, hoje em dia sou bom e estou aqui protegendo você, ou seja você muda quando quer mudar, quando há uma força maior fazendo você mudar, não porque você é insuficiente como é, mas para proteger uma causa maior que você e minha criança, você é a minha causa maior, você me ensinou a amar... Eu nunca mudei meu verdadeiro eu, está é a diferença, nunca mude seu verdadeiro eu por ninguém, somente se aperfeiçoe" foi o que ele me disse, sim o Minotauro me ensinou sobre isso...-eles me encararam boquiabertos mas eu ignorei- Agora, como agradecimento a você Eros, irei até onde for preciso e trarei ela, sua amada para você novamente.
Eros: Mas sua missão já acabou, e o dia da profecia está próximo!
Eu: Tanto faz por mim na verdade, eu aceito meu destino independente de qual seja... Agora, onde está ela? Qual seu nome?
Eros: Eu duvido que consiga, ela está no Submundo na verdade e seu nome é Core...
Eu: Submundo? Ai, boa sorte para mim então! Adeus pessoas, vivam da melhor forma possível... eu me viro para ir embora sem olhar uma vez para trás, o barulho do vento, da água, das conversas e brincadeira formam uma verdadeira sonoridade serene como uma música de nina... Eros corre até mim e segura meu braço.
Eros: Não faça isso, não será fácil perder a pessoa que ama para salvar a minha.-Eu sorrio quase que involuntariamente.
Eu: Você é o Deus do amor, mais que ninguém tem o direito de amar, já eu sou uma arma que foi despejado um profundo ódio, além do mais se eu perder meu amor, é só me dar um novo, adeus Tio Eros. ele gargalhou com esse apelido, como o Tio Mino fazia enquanto eu virava as costas a tanto aconchego e felicidade chorando me perguntando constantemente o porquê de abrir mão do meu amor por alguém, eu mesma não sabia, acho eu que esse é meu verdadeiro eu, isso que faz eu ser quem sou, não o fato de ter sofrido abusa, não o fato de ser a junção de deuses, mas o fato de nunca pensar em mim em primeiro lugar, de não ter herdado de deuses e humanos o terrível egoísmo...