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História Fills me with hope - Na esperança por dias melhores


Escrita por: Matsu__

Notas do Autor


Olá só para quem não entendeu nada de Spring Day, mas mesmo assim chorou ele todo. Mas é claro, como sempre, BTS não me decepciona <3
Enfim, achei que seria legal trazer mais um capítulo hoje ♥

Capítulo 5 - Na esperança por dias melhores


Fanfic / Fanfiction Fills me with hope - Na esperança por dias melhores

— Hoseok? Está acordado? – Hoseok ouvia a voz de Jimin, mas não sabia se estava sonhando. Estava sentado no chão, com a cabeça deitada nos joelhos flexionados, seu estômago doía tanto pelo chute quanto pela fome.

Jimin havia dormido o dia inteiro e Hoseok não sabia se isso era bom. E se ele tivesse levado pancadas na cabeça? E se estivesse morrendo? Pensava em ligar para Jin e pedir ajuda, mas não sabia o que fazer.

Começou a chorar mais uma vez, cobrindo o rosto para abafar o choro. Então seria assim?

Sua nova vida seria assim. O que estava imaginando então? Não tinha dinheiro nem para comprar um pouco de comida, não tinha mais uma casa, nem uma família. Era um jovem sem qualquer expectativa que viveria o resto de sua vida sendo negligenciado e tomado pelo medo de ser morto na próxima esquina.

Definitivamente seria assim sua nova vida.

— Hoseok? – ouviu mais uma vez Jimin chamá-lo e dessa vez o olhou assustado, se levantando rápido na medida do possível.

— Você acordou? – secou as lágrimas, se ajoelhando na cama para ajeitar o travesseiro e ajudar Jimin a se sentar. — Se sente melhor? Você dormiu o dia inteiro, eu estava preocupado.

— Eu estou bem. – era óbvio que ele não estava bem. Haviam marcas roxas e feridas por todo seu corpo e ele ainda estava sujo de sangue. — Você contou a alguém?

Hoseok negou com a cabeça, o encarando com o semblante triste.

— Não contei. Mas não entendo...

— Essa não foi a primeira vez, okay? Não há necessidade de contar a alguém, só vai deixar todo mundo preocupado. – Hoseok continuou a encará-lo e Jimin suspirou, desviando o olhar. — Me desculpe por gritar daquele jeito...

— Tudo bem...

— E me desculpe por ter que assistir àquilo. – Jimin suspirava mais uma vez, engolindo o choro, mas as lágrimas já se faziam presentes. — Por minha causa apontaram uma arma pra sua cabeça.

— Está tudo bem, não se preocupe com isso. Quem eram eles? Você chamou aquele cara de hyung.

— É, eu chamei. Ele costumava ser um cara legal antes de conhecer aquele Bang.

— Na verdade ele parecia meio maluco. – Jimin riu.

— Acho que ele tá usando muita coisa...

— Como assim? – Jimin o encarou por um longo tempo, o sorriso sumindo de seu rosto.

— Bang é um traficante.

— Traficante? Isso quer dizer que o que você deve a ele é...

— Sim. Exatamente isso que você está pensando. Eu sinto muito por envolver você nisso...

— Tudo bem.

— Não está tudo bem, hyung... Agora eles vão atormentar você também.

— Eu posso imaginar. Está tudo bem, de verdade. Eu acredito que as coisas acontecem quando, onde e da maneira devem acontecer.

Jimin riu, fazendo uma careta de dor em seguida.

— Você é tão espirituoso.

Hoseok ficou em silêncio, a expressão em seu rosto dizia que ele parecia tentar tomar uma decisão difícil, então ele suspirou, puxando a mão de Jimin para confortá-la entre as suas.

Jimin o encarou confuso, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas. Hoseok respirou fundo mais algumas vezes, ia dizer algo, mas alguém bateu na porta, entrando logo em seguida.

— Jiminnie? Ainda está dormindo? – foi Jin quem entrou, carregava sacolas de supermercado. Ele fechou a porta com o pé, deixando as sacolas sobre a mesa antes de tirar os óculos escuros e olhar para os dois na cama.

Hoseok tentou se afastar, mas Jimin agarrou sua mão, estavam pálidos e ninguém falava.

— Hyung…? – foi Jimin quem tomou a iniciativa, mas Jin desviou os olhos para Hoseok.

— O que aconteceu? – Hoseok abriu a boca algumas vezes, mas não sabia o que dizer. Apesar de tudo, era engraçado ver como Jin parecia uma mãe furiosa.

Hoseok soltou a mão de Jimin e se levantou.

— Eu ia ligar pra você, mas…

— E por que não ligou? O que aconteceu?

— Eu pedi… – Jimin começou.

— Cala a boca, eu não estou falando com você. Hoseok, eu quero falar com você lá fora.

— Hyungnim, não é culpa dele. – Jimin estava falando quando Jin deu as costas a eles, deixando a casa. — Hyung?

Hoseok o olhou, parecia nervoso.

— O que eu faço?

— Não dê ouvidos a ele. Ele está nervoso, mas logo passa.

— Okay… – Hoseok seguiu Jin para fora. O mais velho parecia muito nervoso.

— Eu pensei que seria uma boa ideia você ficar aqui, mas olha só para ele agora!

— Não entendo…

— Quem fez aquilo? – Hoseok abriu a boca algumas vezes. Devia dizer que era uma dívida de drogas?

— Eu não conhecia.

— Por que não me ligou?

— Jimin pediu pra não ligar. Ele…

— Você devia ter me ligado. Você devia ter feito algo.

— Eu queria levar ele pro hospital, mas ele não quis.

— E você acha que deve dar ouvidos a ele? Você viu a situação em que ele está? Hoseok, pelo amor de deus!

— Eu sinto muito… Eu sinto muito, eu fiquei assustado. Eu não sabia o que fazer…

— Não é óbvio? Devia ter me ligado. Devia ter ligado pra polícia! – Jin colocou as mãos nas cintura, suspirando fundo. — Vamos terminar essa conversa depois. Eu tenho que levá-lo a um hospital, depois passar na delegacia e registrar um B.O.

Jin ia voltar para dentro da casa, mas Hoseok voltou a falar.

— Por que está agindo assim? – Hoseok se virou para encarar Jin.

— Porque não fez nada? Você quer que eu me sinta como em relação a isso? Isso é negligência. Você pode ser preso por isso, sabia? – Hoseok ficou em silêncio. — Eu queria me sentir tranquilo porque você está aqui, mas uma coisa dessas acontece e você acha a melhor coisa é trazer ele pra casa.

— Hyungnim? – Jin e Hoseok se viraram para ver Jimin na porta. — Pare de brigar com ele. Eu pedi pra ele me trazer pra casa.

— Por que está de pé? Seu idiota, eu vou te levar pro hospital. – o rosto de Jin ficava cada vez mais vermelho.

— Não precisa, eu estou… Eu vou ficar bem.

— Não precisa? Você está…

— Eu não quero ir a um hospital,  eu vou ficar bem, acredite em mim. Agora chega de dar bronca nele, ele não fez nada de errado. – Jin o encarou e eles ficaram em silêncio por um tempo. — Por favor…

— Quem fez isso? – Jimin desviou os olhos para Hoseok. 

— Tentaram nos assaltar, quando viram que não tínhamos nada…

— Por que bateram só em você? Quer mesmo que eu acredite nisso?

— Não, eu quero que confie em mim.

— Você está metido em alguma coisa errada. Você, Yoongi e você também. – Jin apontou para Hoseok que se assustou. — Vocês acham que eu sou idiota, não é? Vocês acham que eu não percebo? Que eu sou idiota "cheio da grana"?

— O que você está dizendo? – Jimin franziu o cenho, estava escorado na porta para conseguir ficar de pé. — Você está insinuando alguma coisa?

— Eu estou cuidando de você há tanto tempo… Eu estou tão cansado…

— Eu não te pedi pra fazer isso. – Jimin estava visivelmente nervoso. — Eu não te pedi pra ter pena de mim.

— Se eu não tivesse sentido pena, você provavelmente já estaria morto. – alguma coisa doeu dentro de Hoseok, talvez seu coração. Ele viu lágrimas descendo dos olhos arregalados de Jimin.

— Hyung... – tentou falar, mas Jin o interrompeu.

— Eu não me importo de gastar dinheiro com você. Eu não me importo de comprar comida toda semana e trazer aqui. Não me importo em gastar dinheiro com Hoseok também se você realmente quer que ele fique aqui, se ele te faz bem. Pra mim está tudo bem levar um amigo ao hospital e pagar tudo se esse amigo está precisando… Não é um problema.  Isso não é um problema. Eu me ofereci pra fazer isso, não foi? Mas você não acha injusto esconder tantas coisas de mim? – Os três ficaram em silêncio. Jin podia mesmo falar daquele jeito? Hoseok se sentia acuado. A imagem de que o mais velho era um rapaz gentil estava sendo estraçalhada. — Vista um casaco, eu vou te levar pro hospital.

— Hyungnim...

— Não insista nisso, Jimin, por favor.

 

 

 

Jimin havia adormecido depois de ser examinado e medicado. Jin saiu do quarto logo depois, pedindo que Hoseok o esperasse ali enquanto pagava a conta do hospital. O jovem também estava adormecendo quando ouviu a voz de Jimin. 

— Hyung? – se assustou, mas se levantou apressado para se aproximar da cama, se sentando na beirada dela.

— Por que está acordado?

— Jin vai levá-lo a delegacia... – Jimin estava falando muito baixo, provavelmente dopado pelo medicamento para dor.

— Eu imaginei.

— Diga que não sabe de nada. Diga que estava com medo e por isso não se lembra do rosto deles.

— Por quê?

— Só faça isso. Por favor… – Hoseok suspirou, se sentia cansado enquanto Jimin parecia desesperado mais uma vez. — Eu sinto muito… Eu sinto muito por envolver você nisso. Eu não quero que as coisas fiquem ainda pior, por isso eu quero que você diga que não sabe de nada.

— Tudo bem.

— Se você disser alguma coisa eles podem vir atrás de você.

— Eu sei...

— Eles vão sumir de novo. Eles aparecem e somem o tempo todo. Vai ficar tudo bem, é só não falar sobre eles pra polícia.

— Jin me disse que isso nunca aconteceu antes.

— Ele não sabe. Eu não contei nada a ele.

— Ele parece bem decepcionado.

Jin entrou no quarto no momento seguinte, não olhou para Jimin, mas parecia um pouco mais tranquilo.

— Vamos, eu vou te levar pra casa. – falou para Hoseok, depois finalmente olhou para Jimin. — Venho buscar você amanhã, assim que for liberado.

— Obrigado...

Jin deixou o quarto sem dizer mais nada, parecia mais triste do que com raiva. Hoseok ia se levantar, mas Jimin segurou sua mão.

— Tem biscoito na geladeira.

— Certo.

— Coma eles. Não fique com fome. – a mão de Jimin estava tremendo e ele parecia fraco, o medicamento estava prestes a apagá-lo mais uma vez.

— Eu vou comê-los, não se preocupe. – Hoseok forçou um sorriso, tentando não parecer tão nervoso, então fez um carinho desajeitado na mão de Jimin, que também sorriu antes de fechar os olhos, adormecendo imediatamente.

 

 

 

Jin continuava com uma expressão dura no rosto e se manteve em silêncio. Hoseok não estava afim de falar, de qualquer maneira, precisava pensar no que diria para a polícia, e como faria isso sem que descobrissem sua mentira.

Hoseok não conhecia as ruas de Busan, não sabia para onde estava indo até reconhecer a casa que ficava logo a frente do cubículo onde Jimin vivia. Ele olhou para Jin, surpreso.

— Jimin disse que eu ia te levar para a delegacia? Eu não posso obrigar você a fazer isso. – Jin parou o carro na frente da casa. — Me desculpe, eu estava muito nervoso antes, acabei falando demais e sendo estúpido.

— Eu entendo.

— É melhor você entrar. – Hoseok confirmou com a cabeça, saindo do carro. Jin não foi embora até que Hoseok tivesse entrado em casa. O fato de a porta não ter tranca ou cadeado incomodava Hoseok profundamente, ainda mais agora que estava sozinho.

As sacolas que Jin havia levado ainda estavam sobre a mesa. Hoseok as revirou, e ali tinha carne, macarrão instantâneo e arroz. Também tinha alguns doces, a maioria era chocolate.

Hoseok riu, se afastando das sacolas. Além de quase matá-lo de preocupação ainda iria comer o dinheiro dele? Se jogou na cama, tentando ignorar a fome.

Devia tomar um banho, a marca do sapato ainda estava carimbada em sua camisa exatamente onde aquele maluco havia o chutado, mas agora que já estava ali, deitado, sentia que nunca mais conseguiria se levantar.

Se sentiu assustado quando a vontade de chorar lhe subiu a garganta, mas não impediu que a explosão de desespero tomasse conta dele. Chorou alto enquanto as lágrimas molhavam tudo, seu rosto, seu cabelo, o travesseiro...

Continuou encolhido e soluçando por muito tempo. A cabeça tão atrapalhada que ele não era capaz de se concentrar em apenas um pensamento.

Hoseok tirou o celular do bolso da calça, procurando algum número com dificuldade porque sua mão temia.

— Noona… – chamou quando a irmã atendeu.

"Hoseok? Hoseok, é você?" 

— Noona… – chamou de novo, sem conseguir dizer mais nada, começando a chorar mais umas vez.

"Hoseok? Você está bem? Hoseok?" –  ela parecia assustada.

— Por que essas coisas aconteceram…? Por que está assim…? Eu não vou aguentar… Eu não aguento mais.

"O que aconteceu? Me conte." – Hoseok suspirou,  tentando se acalmar. Por que estava apavorando sua irmã daquele jeito?

— Nada... Não aconteceu nada. Eu… Eu sinto muita falta deles… Do papai e da mamãe...

Hoseok ouviu a irmã suspirar. Talvez para ela não fosse tão difícil, porque ela não estava sozinha, ela tinha um marido.

"Eu sei que é difícil. É difícil pra mim também, mas você precisa ser forte."

— Eu estou tentando…

"E como você está? Está bem? Está se alimentando direito?" – Hoseok apertou a barriga vazia que roncava.

— Estou…

"Conseguiu um emprego?"

— Uhum. – realmente não devia preocupá-la, ouvir a voz dela era o suficiente para se sentir mais tranquilo.

"Está morando onde?"

— Eu conheci uma pessoa quando cheguei aqui… Essa pessoa me ajudou e me deu um lugar pra ficar.

"Você tem que tomar cuidado. Quem é essa pessoa? E se for algum traficante de órgãos?" – Hoseok riu,  se sentindo um pouco mais leve.

— Não é um traficante de órgãos. É uma boa pessoa.

"É uma garota bonita? Você está interessado nela? Espera! Te deu um lugar pra ficar? Estão dormindo juntos? Hoseok!"

Hoseok sentiu o rosto queimando e agradeceu por estar sozinho.

— Não é isso…

"Não acredito que sou eu quem vai ter que falar com você sobre isso… Hoseok, você está se protegendo?"

— Noona...

"Por tudo que é sagrado, você já pensou se ela engravidar? Você não tem qualquer condição..."

— Noona, não é uma garota…

"Não é?"

— Não.

"Ah… Um garoto? Hoseok,  você...?"

— Eu não sei… – os dois ficaram em silêncio por um longo tempo, até Hoseok voltar a falar. — Eu sinto muito… Eu sinto muito por isso. Eu me sinto tão confuso…

"Eu nem sei o que te dizer…"

— Eu acho… Eu acho que gosto dele… Noona, eu acho que… Que eu...

"Eu entendo, está tudo bem." – a voz dela estava mais grave. — "Você nunca falou sobre isso… Sobre estar apaixonado. Você sempre se sentiu 'assim'?"

Hoseok pensou sobre a pergunta dela.

— Sim... E não. Eu não sei… É a primeira vez…

"Eu não vou esconder de você, isso é um pouco estranho pra mim, mas no fundo eu sempre pensei que você era 'assim'… E eu me sinto desconfortável porque você é meu irmão. Não posso dizer que apoio isso, mas eu quero que você seja feliz… Se ser 'assim' é o que te faz feliz… Droga, eu não sei o que te falar."

— Eu sinto muito por isso…

— "Não sinta, está tudo bem…" – Hoseok sorriu mesmo que ela não pudesse ver, estava quase dormindo, mas pelo menos agora sentia que seu coração estava mais leve.

 

 

Vamos caminhar apenas em trilhas de flores

Eu não posso dizer que vamos ver apenas coisas boas,

Dizer que haverá apenas coisas boas a partir de agora

Dizer que você não vai se machucar

Eu não posso dizer isso

Eu não posso mentir assim


Notas Finais


Nada de especial pra dizer dessa vez. O próximo capítulo virá com uma side de brinde, mas nele eu vou explicar direitinho como vai funcionar <3
Até o próximo?


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