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História Final - Drunk (L3DDY) - Feliz dia dos namorados! (Capítulo Único)


Escrita por: AnastasiaSeelie

Notas do Autor


Bem, eu espero que gostem, como podem ter visto na sinopse da história, é l3ddy e eu fiz com muito carinho.

Capítulo 1 - Feliz dia dos namorados! (Capítulo Único)


Lucas Olioti

 

As crianças corriam livremente pelo quintal adornado de flores rosas e vermelhas; Davi e Elisa disputavam uma corrida com nosso cachorro, Duque – nome escolhido em homenagem ao único cachorro que tive quando criança, hoje já falecido. Eles davam a volta pela árvore e passavam pelo gira-gira no canto direito do quintal, próximo à cerca, “fugindo” de Duque, que corria atrás deles feito um carro de corrida em final estadual. Era hilário de ver aquele cachorro enorme atrás de duas coisas minúsculas.

Bem, agora, sua pergunta – que tenho certeza que fez, mesmo que mentalmente – Davi e Elisa? Sim, Davi e Elisa, meus filhos e de Lucas Feuerschütte. “Ah, mas como tiveram filhos?” E vos explico: Adoção.

Ambos têm histórias conturbadas. Seus pais eram viciados e os abandonaram de formas diferentes, em lugares e situações diferentes, mas causaram-lhes a mesma dor insuportável da solidão e do medo.

Quando eu e Luba resolvemos que adotaríamos um filho, foi uma loucura só. Queríamos que tudo desse certo e que fosse da melhor forma possível. Cruzamos alguns orfanatos e sem sucesso, quase desistimos. O fato de sermos um casal homoafetivo era um empecilho que nos seguia onde quer que fossemos. Era sempre algo como “vou colocá-los na fila” Até que um dia, demos sorte. Entramos em um último orfanato próximo de Tubarão e o vimos. Davi estava sentado na escada de um escorregador, de mãos juntas e a cabeça encostada na grade de subida, deprimido, enquanto várias outras crianças brincavam sorridentes pela área recreativa. Luba se apaixonou pelo menino instantaneamente e foi ter com ele. Lembro-me bem do rosto do menino encarando Luba sem acreditar que ele poderia vir a adotá-lo, ou que estivesse lhe dando atenção após tantos anos sem ser notado. Lembro também da cara de felicidade do mesmo quando chegamos com o papel da adoção, apenas três dias depois, dizendo-lhe que iria para casa conosco, dado que ficamos os três dias indo visitá-lo. Seus olhos brilharam e as lágrimas caíram tão rapidamente, em uma explosão emocional. Foi tudo tão chocante que nos abraçamos na sala da assistente social e caímos em choro junto com ele.

 Passamos por muita coisa após esses três dias, uma assistente social visitava nossa casa toda a semana e nos fazia perguntas, eu jurava para Davi que isso seria por pouco tempo e ele apenas concordava.

Davi tem a pele clara, os olhos de um castanho escuro e o cabelo semelhante. Ele é alegre na maior parte do tempo. Desde que se matriculou na escola nova, vive falando e parece outro garoto, ao contrário do que vimos no parquinho do orfanato. Depois de um tempo conosco, ele nos contou de Elisa, uma amiga que tinha no orfanato onde ficava. Disse-nos sua história e pediu – mesmo que indiretamente – que tentássemos trazê-la para morar conosco.

         - Papai? – Disse-me Davi enquanto assistíamos a um filme de desenhos na sala e Luba buscava mais pipoca caramelizada na cozinha.

         - Sim? – Perguntei. Eu já havia me acostumado em ser chamado assim, era algo que eu não esperava que conquistaria um dia, mesmo que fosse algo maravilhoso.

         - Todas as crianças foram feitas para serem amadas, não é? – Perguntou, olhando o chão, abatido de repente. Eu o olhei, preocupado e me aproximei, tocando-lhe o rosto.

         - Claro, filho. Por quê? – Respondi, vendo um nascer de lágrima no canto dos seus olhos.

         - Então por que eles me abandonaram? – Murmurou quase como um sussurro. Meu coração tomou um nocaute, como se pisassem nele e o estraçalhassem todo em questão de segundos. Eu fiquei estático, não sabia o que responder, a pergunta me pegou desprevenido, até que Luba chegou na sala e se sentou ao nosso lado, colocando a pipoca no centro da mesa e nos olhando.

         - O que houve? Filho? T3ddy, o que foi? – Perguntou, já se ajoelhando na frente de Davi e pegando-o nos braços. Nesse momento, as lágrimas que nasceram, já se espalhavam pelo rosto do menino. Em meio a um sussurro, ele soltou:

         - Prometem não me abandonar? – Luba arregalou os olhos pra mim e eu continuava sem reação. Eu queria dizer que não, quer nunca faríamos isso e que o amávamos, mas só consegui deixar as lágrimas escorrerem novas por minha bochecha.

Eu nunca tinha sido pai antes. Nunca havia entendido quando minha mãe me dizia “Não vá na festa, filho”, “fica comigo hoje”, “eu te amo mais do que tudo”, “se cuida, por favor” ou até brigado comigo para estudar ou levar as coisas a sério... Mas, naquele momento eu senti algo que tenho certeza que ela sentiu. Era algo perto do medo, da insegurança de errar e da vontade de acertar e consertar tudo. Eu queria colocá-lo nos braços e abraçá-lo até que ele se acalmasse, dizer que eu sempre estaria ali para protegê-lo.

         - Ai meu filho, é claro que não, nunca! – Disse Luba, alguns segundos depois, que mais pareceram uma eternidade dentro da minha mente. – Nós te amamos muito e você é nosso filho! Não é, T3ddy? – Perguntou, mais como se afirmasse, acariciando os cabelos do menino.

         - Sim. – Disse fraco, tomando ar nos pulmões novamente. – Quer dizer, sim, nós te amamos, Davi. Não pensa isso.

Ele nos disse que Elisa lhe contou uma história sobre quando fora adotada por um outro casal e logo foi “devolvida”, quando a mulher “se cansou” dela. Prometemos então que iríamos trazê-la conosco se era isso que ele queria, e bem, depois daquele dia, fomos ao orfanato e passamos novamente pela triagem inicial e, conseguimos trazer Elisa para nossa casa. Ela tem 7 anos e é bem esperta, tem a pele negra e os cabelos encaracolados até o ombro. Seu sorriso é iluminador de estádios e sua voz é doce como amora. Ela é a caçula e isso fez com que Davi se sentisse o protetor, por ter 9, cuidando da irmã e dando a mão para ela quando ficasse com medo do bicho-papão à noite.

Tudo isso faz 3 semanas, Davi e ela são inseparáveis na escola, mesmo que em salas diferentes, ele cuida dela e ela dele, como reais irmãos.

A família de Luba e a minha – que tá mais pra uma grande família – participou de todo esse processo, ajudando com as compras, rindo e passando finais de semanas com as crianças, tudo para que se sentissem membros oficiais.

Hoje, é dia dos namorados, e eu estou sentado com o meu marido, observando nossos filhos brincarem no quintal. Tudo é tão calmo e precioso, que às vezes eu queria poder capturar cada momento e guardar em um potinho para ver sempre.

“Nossa, t3ddy, mas você mudou...” Sim, eu mudei pra melhor, eu me tornei mais responsável e cuidadoso, mas isso não quer dizer que abandonei meu canal. Sempre faço vídeos atualizando todos, mostrando a rotina das crianças e até gameplays com Davi, que diz que cuidará do canal quando eu ficar velho. Já Luba vive na cozinha com Elisa, tentando cozinhar algo que não cheire a chulé. Mas, isso e mais algumas coisas, lhes direi em alguma outra história, se é que querem saber.

O que posso lhes dizer por agora, é: Ame, ame muito. Ame como se não houvesse amanhã, mas não se esqueça que tudo tem uma consequência e que nunca se pode esquecer o cérebro na cabeceira da cama. Mesmo que esteja sozinho hoje, o dia dos namorados é um dia de amor, um dia para se comemorar com todos, amigos, família, ou até sozinho. Amar é o necessário, “o que” ou “quem” você ama, é só um adicional.

Feliz dia dos namorados.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Até uma próxima :*


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