História Final Girl - Quem Não Se Apaixonaria Por Você?

Recompanha-se, não deixe que uma derrota te torne mais fraco, não permita que uma palavra faça com que se sinta inútil, esqueça os erros, guarde as melhores e piores lembranças como experiências.

- Desconhecido.

Point of View; Beatriz Ventura.

— Garota, você é tão louca. – uma voz rouca soou pelo quarto enquanto a porta se fechava. – Não sei como o Senhor Rodriguez ainda não te matou – continuou e pude perceber que era Ramos, só o que me faltava.

— O que veio fazer aqui? Me humilhar ainda mais? – gritei tirando meu rosto do travesseiro e o encarando.

O castanho loiro e ruivo se sentou na ponta da cama e não disse nada além de continuar me encarando. Bufei e afundei minha cabeça novamente no travesseiro, meu rosto ainda ardia.

— Seu rosto ainda está bem vermelho né? – Ramos perguntou depois de um pequeno silêncio.

— Vai tomar no cú!- exclamei irritada e ele riu.

— É legal te ver irritada. – o encarei secando meu rosto.

— Você ainda não me viu irritada. – ele riu nasalado.

— Porque você fez aquilo? – perguntou ao cessar o riso. 
Sabia que ele falava do grito com James, mas fingi que não.

— Aquilo, aquilo o que? – me fiz de desentendida e ele sorriu. Que sorriso! 

— Nossa, nem parece que chorava a segundos atrás. – sorri amarelo mostrando apenas minhas covinhas.

— Seu chefe acha que tem algum direito sobre mim. – disse e ele sussurrou " Mas ele tem" baixo e eu o encarei – Ele não tem Ramos, não tem! – gritei mas pra mim do que pra ele. 

— Você tem que entender Beatriz, tem que entender que de hoje em diante você pertence a ele. – disse firme a última frase, seu olhar era de pena. Eu odeio esses olhares.

— Porque logo eu, Sérgio? Eu não sou bonita e existe tantas putas que viriam pra cá por vontade própria.  – minha voz transmitia indignação.

— Você é linda Bea, sem querer discórdia aqui, mas de todas você é a mais bonita! – disse com sua expressão firme e eu corei. — E convenhamos, quem não se apaixonaria por você? – disse após meu rosto enrubescer. Peguei um travesseiro e escondi meu rosto.
Cadê o Sérgio que queria me matar ontem?

— Não exagera Ramos! Você já viu como as garotas daqui são magras e lindas? Eu apenas sou mais uma gorda, igual Victoria disse. – ele franziu o cenho.

— Ela disse isso? – perguntou e eu assenti – Aí amiga, você sabe que isso é recalque! – afinou a voz e eu não pude deixar de rir.

— Só você pra me fazer rir agora. – disse me lembrando de James e abaixando o rosto.

— Me desculpa. – disse, estranhei erguendo a cabeça.

— Porque? – perguntei com a testa franzida.

— Por ter te tratado tão mal ontem, eu estava tenso. James poderia me matar naquele mesmo dia. – o encarei para ele prosseguir mas não obtive resposta.

— Tudo bem. – respondi simples e ele sorriu me abraçando.

     (...)

— Queria tanto ver você batendo naquela cobra. – Maria ria ao meu lado na cama.

— Você verá mais vezes, James pode cortar minha cabeça mas eu ainda darei o troco naquela mentirosa. – exclamei e Brenda me encarou assustada.

— Assim que se fala. – Chelsea exclamou animada me fazendo rir.

As garotas, tirando Patrícia, Priscila e Victoria, estavam no meu quarto jantando. Eu não tinha saído do quarto depois daquele fato do James, então elas trouxeram a comida pra cá e jantamos juntas já que James não estava em casa.

— Você sabe que hoje é sua noite com James né? – Brenda perguntou e eu arregalei os olhos.

— Nã.. não. – eu realmente não sabia.

— Ele não é tão ruim assim na cama. E admite, ele é bonito. – as garotas diziam tentando me acalmar ao ver meu estado de medo. Queria que elas soubessem que o meu maior medo não era sua agressividade, longe disso – Acho que é ele chegando. – disseram ao ouvir um ronco de motor.

— Queria saber o que ele tanto faz fora daqui, além de roubar e matar. – Chelsea disse e eu arregalei os olhos.

— Roubar? Matar? – perguntei gaguejando. Estava aqui a um dia e nem tinha pensado que tipo de criminoso era meu novo "chefe".

— Você nunca ouviu falar nos Merengues? – Maria perguntou e eu neguei – Em que mundo você vivia menina? Eles são os maiores mafiosos da Europa. – Sabia que eles eram criminosos, mas não sabia que eram tão ruins assim.

Respirei fundo ao senti passos se aproximando do quarto.

James abriu a porta, estava com uma calça jeans apertada, assim como sua blusa social. Seu cabelo estava perfeitamente alinhado e ele tinha um semblante sério.

— No meu quarto, daqui a uma hora. – disse rápido ao me encarar.
Suspirei quando ele saiu. Ainda estava tremendo.

— Nós já vamos. Boa sorte lá e não tente o enfrentar, viu? – Brenda disse e eu ri fraco.

— Se eu fizer mas alguma coisa pra ele acho que eu mesma me mato.- disse e elas riram batendo à porta.

Fui para o banheiro e me despi entrando debaixo do chuveiro. 
Pensei em tudo o que poderia acontecer naquele quarto. 
Ele poderia me matar se eu negasse alguma coisa ou poderia me bater novamente.
Chorei um pouco ao lembrar da minha família, amigos, até ao lembrar da prova que eu teria amanhã. Quando meu choro cessou, apenas conseguia sentir raiva, amargura, tudo de ruim em relação a James. Eu poderia fugir daqui. Não seria fácil, mas tentaria.
Desliguei o chuveiro e sai do box. Acho que fiquei mas de meia hora ali.

Fui para o pequeno closet e já não tinha tantas opções de roupas para vesti, além daquelas mini saias.
Lembrei que estaria indo para o quarto de James então a produção teria que ser maior, e de propósito, coloquei uma calça moletom e uma blusa. Deixei meus cabelos soltos e estavam um tanto cheio. Não passei nada no rosto além de água.

    Point of View; James Rodriguez

Já se passava da hora marcada com Beatriz e nada dela aparecer. Se tem uma coisa que eu odeio é atrasos.  Eu não relevaria mas nada daquela garota. O seu jeito já estava me dando nos nervos, mas também estava me encantado, eu sentia isso quando ela me enfrentava ou enfrentava outro alguém. Foco James, nada de garotinhas choronas vagando na sua mente.

Me levantei da cama e fui em direção ao seu quarto no outro corredor.
Ia bater na porta se não estivesse em casa, mas já que estava, eu apenas abri e me deparei com ela sentada na ponta da cama olhando para o teto.

– Aí meu Deus! – falou ao olhar o relógio na parede – Desculpa Senhor James, isso não irá acontecer novamente. – ela estava em pé e um tanto desesperada, uma cena engraçada.

— Espero que não se repita mesmo. – disse rude fechando a porta de seu quarto. Eu estava cansado demais para voltar ao meu. Ela arregalou os olhos ao sentir minha aproximação e estava pálida.

— E..eu vou no banheiro. – disse trêmula quando meu rosto já estava perto do seu.
Ela deu alguns passos e eu a puxei pela cintura.

— Não vai não. – falei perto do seu ouvido e senti sua pela arrepiar.

Essa garota não será tão difícil quanto imaginei.