História Final Mission. - Terceira temporada de Dangerous Love. - Seus truques.

Com rapidez inesperada, o tempo foi passando.

Os dias pareciam correr.

As horas se transformaram em segundos passados.

A semana parecia passar como um estalar de dedos.

E junto a ela, tudo o que Meredith sentia, se passava para mim.

Preocupação.

Angústia.

Hesitação.

Fiz Kendall me prometer que a manteria por perto.

Não importa o tempo, não importa o que aconteça. Ele cuidaria dela é como Ariel estava na sala quando fiz o pedido, também se comprometeu em ajudar.

Se fosse necessário, ela ficaria no apartamento com ela.

Mas é claro que Meredith riu de minha preocupação e disse que era um exagero. Porém - para o meu alívio - não se opôs. Só disse que não podia protegê-la de tudo, não para sempre.

E essa frase se gravou em minha mente.

(...)

É hoje.

O dia de ir para NY.

O tal baile será e três dias. Preciso ir.

Até tentei conversar sobre irmos amanhã, mas se fôssemos tudo seria mais corrido e a possibilidade de fracasso seria muito maior.

E a de confusão seria dobrada de tamanho.

Para completar tudo, tive que passar os últimos dias todos no apartamento de John não só para ajudá-lo, mas para manter a cabeça na missão.

Fica meio difícil pensar com coerência perto de Meredith e de seu lindo sorriso.

E é claro que isso deu a chance para Elisa me provocar ainda mais.

Me cutucando quando - raramente - conseguia dormir e me perseguido para todos os lados que ia.

Sinceramente, espero que a infantilidade dela tenha algum limite.

Solto a mala no chão e encaro os olhos esverdeados de Meredith.

Suspiro e ela sorri de leve.

- Está na hora? - Ela pergunta e eu assinto. - Sabe o que fazer espião. - Ela diz e eu nego com a cabeça.

- Não, eu não sei. - Ela ri e se aproxima. Abraça meu pescoço e começa a brincar com meu cabelo. Abraço sua cintura e a puxo para perto. - Eu te prometi que não iria mais para longe. - Ela inclina a cabeça para o lado.

- Bom, eu tinha te prometido que ia parar de usar as suas camisas para dormir. - Rio e balanço a cabeça. - Kendall disse que é a última vez Logan.

- Kendall tem alguns parafusos a menos na cabeça. - Digo sorrindo e ela ri. - Além disso, a namorada dele vive na sala dele, ele não sabe o que é sentir saudade. - Ela mexe mais uma vez em meu cabelo.

- Pense como se essa fosse a última vez que nos separamos então. - Sorri de leve e olha em meus olhos. - A última vez em que não estaremos juntos. - Se aproxima e me dá um selinho demorado.

- Não parece menos pior. - Murmuro ainda com os lábios juntos aos dela.

- É só uma forma de dizer que não será como uma eternidade. - Me olha. - Então nem pense em me esquecer Henderson. - Rio.

- Eu te prometo Meredith. - Beijo seus lábios. - Não vou te esquecer. Nunca. - Sussurro contra seus lábios.

- Nem eu de você. - Segura meu rosto e eu sorrio. Seus olhos parecem ainda carregar o que eu não consigo decifrar. Agora transbordam esse sentimento. - Nunca. - Sussurra.

- Eu não vou se não quiser. - Garanto novamente e ela sorri de leve tirando as mãos de mim.

- Você precisa ir. - Funga baixinho. - Vai se atrasar. - Força um sorriso.

- Meredith... - Pego sua mão.

- Vai Logan. - Assente com a cabeça. - Vou estar aqui te esperando quando voltar. - Sorri triste.

- Eu não demoro. - Me aproximo e beijo novamente seus lábios demoradamente.

Kendall que se dane com os horários.

Novamente ela morde meu lábio inferior e o puxa.

A olho e ela sorri de leve. Seus olhos marejados.

- Salve o mundo meu espião. - Diz e me abraça forte.

- Eu prometo. - A abraço de volta.

Me solta e assente.

Forço um sorriso e sigo até a mala abandonada no chão, a pego e saio antes que me arrependa.

Sigo para o elevador e chegando lá me encosto na parede com os olhos fechados.

Tendo quase certeza de que Meredith está chorando aonde eu acabara de deixá-la.

As vezes eu odeio ser o agente Henderson.

Odeio ter que deixá-la para sua segurança.

(...)

Com os fones quase gritando em meus ouvidos olho para a janela do jato.

Desde que entrei aqui, não disse nada.

Não fiz nada além de ler as fichas que Carlos que me deu.

E acho que acabei cochilando.

John aparece e diz algo que - obviamente - eu não ouço pela música alta.

Mas faço uma rápida leitura labial vendo que ele fala algo sobre Kendall e que ele disse que tem notícias.

Algo sobre o "suspeito" e que sua permanência no baile já está confirmada.

Juntamente, é claro, de uma manada de guarda costas enormes nos quais teremos que dar um jeito.

Ele levanta a sobrancelha - talvez na dúvida se eu o entendi - e eu assinto.

- Diz para ele mandar as fotos dos caras e eu e Elisa fazemos o resto. - Fecho os olhos preguiçosamente.

Um dos fones é solto de minha orelha e eu o olho.

- Você dormiu quantas horas ontem? - Levanta a sobrancelha.

- Eu não cronometrei dessa vez, desculpa. - Reviro os olhos.

- Mal humor é? - Se senta na poltrona na minha frente. - Isso me lembra muitas coisas. - Brinca.

- Nenhuma delas é o motivo para eu estar assim John. - Volto a olhar para a janela. - Alguma coisa vem perturbando Meredith e agora isso passou para mim. - Suspiro.

- Okay, eu nunca digo isso porque bebida não é a resposta certa, mas você precisa beber algo. - Diz e eu nego com a cabeça.

- Não começa John. - Reviro os olhos.

- Café então? - O olho. - Minha última oferta. - Levanta as mãos.

- Espresso Duplo. - Digo e ele sorri assentindo. - E nem pense em colocar alguma coisa com álcool dentro ou eu acabo com você. - Ele ri e assente se levantando.

Tiro o outro fone e pego uma das fichas jogadas na poltrona ao meu lado.

"Agente Henderson -

Nome: Richard Albert Henderson.

Idade: 46 anos.

Estatura mediana.

Caucasiano.

Habilidades especiais:

Lutas: *informação indisponível*

Idiomas: *informação indisponível*

Progênie:

Logan Henderson: *Informações a serem adicionadas*

*Sem mais informações*"

Fecho os olhos e jogo a ficha de volta no assento.

Ridículo.

Ele me colocou na ficha dele e eu nem sabia... Eu tinha só 15 anos, como eu ia saber disso?

Se bem que com 15 anos eu já sabia demais.

Coloco a mão no queixo e encaro o lugar vazio a minha frente.

Tem que ter algo...

"Encaro os detalhes em dourado no distintivo e inclino a cabeça para tentar entender algo.

Mas é, não dá.

São muitos detalhes, todos entalhados.

É muito bonito.

- Um dia pode ser seu se quiser. - Ouço uma voz e dou um pulo do sofá.

Com minha agitação, o objeto cai no chão.

Olho para trás e lá está o meu pai com os braços cruzados e uma sobrancelha erguida sorrindo como quem diz "pego no flagra não é mocinho?"

- Oi pai. - Forço um sorriso. - E-eu não estava fazendo nada. - Pego o distintivo no chão e o deixo na mesa. - Talvez só olhando...

- Tudo bem. - Ele se aproxima. - É bonito não é? - Se senta ao meu lado e pega o objeto.

- É sim. - Sorrio. - Você o usa todo dia? - O olho.

- Sim, é o que me indentifica como um servidor da justiça. - Diz e eu sorrio.

- Quero ser como você um dia. - Ele assente e me entrega o distintivo.

- Quer ver uma coisa legal? - Assinto. - Vê onde está escrito "Henderson"? - Assinto novamente. - Aperte. - Levanto a sobrancelha e o faço.

Por alguns segundos fico me sentindo meio bobo por ter feito um grande nada apertando um nome em um distintivo.

Mas arregalo meus olhos ao ver algo brilhando.

Uma luz vermelha. Forte.

A viro para mim e rio a apontando para os lados como uma lanterna.

- Que incrível! - Digo e a aponto para uma das mãos. Espera? O que é isso no meu braço?

- Andou rabiscando o braço é Logan? - Meu pai ri.

- Isso foi antes de ontem. - Olho mais de perto. - E eu já lavei. - O olho. - Como?! - Ele ri.

- É uma luz ultravioleta. Ela mostra coisas ocultas ao olho nu. É um artefato bem útil se quer saber. - Aperta o "Henderson" e a luz se apaga. - Mas é um segredo nosso okay? - Assinto e ele sorri."

- Ei, o café. - Ouço a voz de John me chamando e uma xícara é posta na mesa de centro. - Logan? Já te chamei três vezes. - Estala os dedos na frente de meu rosto.

- Luz... - Murmuro e procuro em meu bolso o bendito distintivo.

- Okay... Luz... - Ele diz me olhando com estranhamento. - Acho que preciso te levar no médico para ver o motivo para essas palavras sem nexo. - O olho sério. - É preocupante. - Levanta as mãos.

- É uma luz no meu distintivo, idiota. - O pego e aperto o "Henderson".

John fica me encarando como se eu fosse louco e eu aguardo os segundos.

Os mesmos que aguardei naquele dia.

Então a luz vermelha brilha em minha mão.

Olho para John e ele tem os olhos arregalados.

Sua expressão não diz nada além de "Hã?"

Pego novamente a ficha e a abro.

Respiro fundo e aponto a luz para as partes onde dizem não ter mais informações.

Vejo as palavras brilhantes sobressaindo do preto em que os avisos estão escritos.

Ele sumiu.

Mas me ensinou seus truques antes de tudo.