Lucy Pov.
Hoje nós vamos visitar os meninos mais uma vez, Vero passou a semana toda ansiosa porque hoje nós vamos falar pra Megan a nossa decisão e aí vai começar o processo da adoção, ela disse pra gente que pode ser rápido mas também pode demorar cerca de até três meses, eu só espero que não demore muito.
-Eu to tremendo môh, olha isso -Vero falou mostrando as mãos trêmulas pra mim.
-Porque amor ?.
-E se não der certo ?.
-Amor fica calma, vai dar tudo certo -falei pegando na mão dela enquanto nós íamos até o orfanato.
Segurei sua mão o caminho todo e ela veio perguntando "será que eles vão gostar dos presentes ?", ela perguntou isso umas trinta vezes, ela tá tão nervosa que é engraçado de ver, se eu não estivesse tão nervosa quanto ela eu com certeza daria risada.
-Chegamos, será que tá muito cedo ? -ela perguntou olhando no relógio.
Combinamos com os meninos de vir na parte da tarde mas não aguentamos e viemos depois do café da manhã.
-Eu acho que não, vem -nós saímos do carro e entramos de mãos dadas como da última vez, Megan estava sentada na recepção do local e assim que ela nos viu veio nos abraçar.
-Oi Megan -Vero falou a abraçando, ela é uma boa pessoa, eu não tenho mais ciúmes dela- chegamos muito cedo ?.
-Na verdade sim -ela falou rindo- o Gustavo ainda esta dormido mas o Murilo tá tomando café com as outras crianças, vocês querem ir lá ?.
-Vamos -nós respondemos e ela foi guiando a gente até a cozinha.
-Ele tá ali gente, pode ir até lá.
Ele estava sentado conversando com dois meninos enquanto comia, seu caderninho preto estava ao seu lado como sempre.
-Bom dia -Vero disse feliz e ele olhou pra gente sorrindo o que fez Vero sorrir mais ainda.
-Bom dia tias -eles responderam juntos e logo os outros dois meninos se levantaram- Murilo a gente vai brincar você vem ?.
-Daqui a pouco gente -ele disse educado.
-Tudo bem, tchau tias.
-Tchau meninos -eu respondi e nós nos sentamos com ele a mesa.
-Vocês vieram mesmo -ele falou sorrindo- querem comer ? eu posso falar pra tia Meg fazer leite pra vocês.
-A gente falou que ia vir, e nós já comemos em casa, brigado -eu falei.
Vero estava tão admirada com a educação dele que só sabia sorrir.
-Tia Vero eu fiz seu desenho -ele disse e Vero olhou pra mim sorrindo e depois olhou pra ele.
-Sério ? quero ver.
Ele abriu seu caderninho e mostrou duas rosa azuis pra ela, não é a mesma que ele mostrou pra gente semana passada, são duas, e bem mais bonitas.
-Nossa, são lindas -ela falou pegando o caderno dele pra ver melhor- olha amor.
-Caramba Murilo, você leva jeito mesmo pra isso, porque duas ?.
-Porque vocês duas são namoradas né ? -ele perguntou confirmando.
-Nós somos casadas, é melhor ainda que namorada -Vero falou.
-Então são vocês duas tias -ele disse e terminou de tomar seu leite.
-Eu vou tatuar isso -Vero falou e eu olhei pra ela com cara de espanto, ela não tem tatuagens e morre de medo de agulha- você deixa ?.
-Deixo tia -ele disse feliz- onde vai ser ?.
-Aqui ficaria legal ? -ela perguntou passando a mão no ombro- o que você acha ?.
-Vai ficar lindo tia, eu quero ver quando tiver aí já.
-Você pode ir comigo ver fazendo.
Eles começaram a conversar e eu fiquei de fora só observando a minha esposa completamente feliz conversando com o Murilo, mas alguma coisa pequena se chocou contra o Murilo e eu sorri ao ver o Gustavo com cara de quem acabou de acordar.
-Bom dia mano -Murilo falou e Gustavo sentou no colo dele como um bebê.
-Bom dia mano -ele respondeu e beijou a bochecha do irmão.
-Oi Gustavo -eu falei e só então ele reparou a gente na mesa.
-Oi tia Lu, oi tia Vero, vocês vieram -ele falou feliz.
-A gente falou que vinha, estamos aqui e ainda trouxemos presentes -Vero falou e os dois deram um sorriso tão bonito que eu fiquei com vontade de levá-los para casa agora mesmo.
-Sério tia ? eu quero ver -ele falou animado.
-Tem que tomar café primeiro -eu falei.
-A tia Meg disse que já vem fazer meu mama -ele disse e comeu a metade do pão do irmão dele.
Continuamos conversando até Megan vir e entregar uma mamadeira para Gustavo que deitou melhor no colo do irmão e tomou como se fosse um bebê, a cena mais fofa do mundo, depois de tomar quase toda a mamadeira ele levantou e se sentou sozinho na cadeira da mesa, Murilo abriu o bico da mamadeira e tomou o resto do leite e Megan veio pegar as coisas do café para lavar.
-Vocês dois agora vão subir, tomar um banho e ficar bem arrumadinhas porque as tias vão levar vocês pra sair -ela falou e eles saíram da cozinha correndo- sem correr.
Eles pararam de correr e assim que ela virou as costas voltaram a correr.
-Onde vocês vão levar eles ? -ela perguntou sentando na mesa com a gente.
-Ao cinema -respondemos juntas.
-Tudo bem então, tomem cuidado porque eles nunca saíram.
-O que aconteceu com os pais deles ? -Vero perguntou, ela estava roxa pra perguntar isso a um tempão.
-Quando o Gustavo nasceu a mãe dele infelizmente faleceu durante o parto, o pai não aguentou e acabou se matando -ela disse triste e Vero me olhou querendo chorar, aconteceu o mesmo com ela.
-E ninguém nunca mostrou interesse por eles ?.
-Não, o Murilo no começou recebeu algumas visitas e o Gustavo também, mas quando pensavam em adotar era sempre os dois separados e o Murilo não quer isso, ele lutava até o último segundo e as pessoas acabavam desistindo.
-E você sabe porque ele gosta de flores ?.
-A mãe dele era floricultura, ele começou a desenhar fores pra ela e agora ele não para.
-Ele já tinha desenhado alguma flor pra alguém ? -Vero perguntou curiosa.
-Não que eu saiba, ele não recebe muitas visitas -ela disse curiosa- porque ?.
-Olha o que ele fez pra mim -Vero disse toda boba e mostrou as rosas pra ela que sorriu ao ver como o desenho é lindo.
-Ele evoluiu tanto, no começo eram apenas palitinhos.
-Estamos prontos -eles falaram juntos ao nosso lado na mesa.
-Uau, vocês estão dois lindos -Vero falou se levantando- olha amor que meninos lindos.
-É mesmo, dois lindos.
-Eu sei que sou lindo -Gustavo disse e nós demos risada- onde vamos tia ?.
-Vamos no cinema grande.
-Obaaa -os dois comemoraram feliz.
-Tragam eles antes das seis por favor, e o Gustavo é alérgico a carne de porco então caso comam alguma coisa tomem cuidado com isso -Megan disse enquanto nós saíamos com os meninos- e meninos se comportem como mocinhos.
-A gente vai ser bonitinho tia, prometo -Gustavo disse e pegou na minha mão para irmos até o carro.
Veronica Pov.
Eu não tenho mais dúvidas, eu quero esses meninos correndo pela nossa casa, o jeito deles me encanta tanto, quero poder acordar e ver os dois tomando café bonitinhos como hoje, quero ensinar tudo que a internet me ensinou pro Murilo, quero passar horas brincando de boneca com o Gustavo e quem sabe um dia eles até me chamem de mãe, nossa isso seria perfeito.
Chegamos no shopping e eles ficaram encantados, assim que entramos eles seguraram nossas mãos provavelmente com medo de ver tanta gente junta, eles são dois fofos e eu ainda fico me perguntando o porque ninguém nunca os percebeu.
-É grandão aqui me tia Vero ? -Gustavo falou enquanto eu segurava a mãozinha dele, Lucy estava ao meu lado com Murilo ao lado dela.
-É mesmo, tem que prometer que não vai sair de perto da gente tudo bem ?.
-Tudo bem tia, a Meg falou que quando a gente sai de perto dela o bicho pega a gente e leva pra longe.
-É verdade meu amor, então fiquem perto da gente.
Levamos eles até o parquinho e ficamos sentadas do lado de fora observando os dois brincando super felizes na piscina de bolinha.
-Eles são a nossa família -Lucy falou pegando minha mão.
-É uma família linda -eu respondi animada e dei um selinho nela.
Camila Pov.
4 meses depois
Esses últimos meses de gravidez estão sendo os mais gostosos do mundo, Lauren é a melhor namorada que eu poderia ter, eu cheguei a pensar que quando viesse morar aqui nos brigaríamos ou algo do tipo mas eu me enganei completamente, ela é perfeita, cansei de acordar ela essas madrugadas para me fazer massagem, a minha barriga cresceu de um dia pro outro, antes eu quase não tinha barriga e de repente um barrigão, Lauren até cogitou serem dois porque realmente está muito grande.
Ela nesse momento está jogando vídeo game na sala, é quase sempre assim, ela vem deitar comigo e quando eu durmo ela desce pra jogar, sábado passado eu acordei e ela estava dormindo toda sem jeito no chão da sala com o vídeo game ligado, achei a cena fofa mas a acordei para ela não ficar com dor nas costas, teve um dia também que eu acordei de madrugada sentindo falta do corpo dela e ela estava jogando, me deitei em seu colo e dormi mesmo com ela jogando seu jogo.
-Amor ? -chamei por ela, olhei pro lado e não a vi, estou sentindo dores e são duas da manhã.
-Lo ? -chamei por ela descendo as escadas ainda com bastante dor.
-Oi Camz -ela disse vindo em minha direção- não consegue dormir meu bem ?.
-Eu estou com dor -falei e ela fez uma cara de preocupada.
-Tá doendo muito Camz ? quer ir pro médico ?.
-Só vem deitar comigo ? -pedi a abraçando.
Lauren Pov.
Como resistir a uma Camila manhosa dessa ? impossível.
-Claro meu amor, eu só vou desligar as coisas por aqui e já subo -disse beijando sua testa.
-To te esperando -ela falou e me deu um selinho pra logo em seguida subir as escadas.
Voltei pra sala e salvei meu jogo, desliguei tudo e fui até a cozinha pegar um remédio pra dor da Camz, quando eu abri a geladeira pra pegar água ela gritou.
-LAUREEEN -assim que escutei isso eu subi correndo as escadas, entrei no meu quarto e Camila tinha a mão na barriga com cara de dor e sua calça estava molhada indicando que a bolsa estourou.
CALMA, AÍ A BOLSA ESTOUROU ?.
-Camz ? -eu perguntei completamente apavorada- vai nascer ?.
-Sim -ela disse ofegante- anda Lauren faz alguma coisa.
-Certo -eu respondi finalmente saindo da porta do quarto.
Peguei sua bolsa e a ajudei a ir até o carro, voltei até o quarto da Iris e peguei a bolsa dela que Camila já deixou separada para esse momento.
Peguei meu celular enquanto dirigia, sei que isso é errado mas meu filho vai nascer e eu não posso ligar para leis agora, disquei o número da doutora Flávia e coloquei na orelha escutando o telefone chamar enquanto prestava atenção na rua e na Camila reclamando de dor.
Ligação ON.
•Alô -a voz do meu irmão completamente sonolenta soou do outro lado da linha.
•Cris ?.
•Eu, quem é ?.
•Cris, sou eu, Lauren.
•Aí que é ? São duas da manhã, não pode esperar.
•Meu filho vai nascer.
•O QUE ?.
•Acorda a Flávia por favor, Camila quer ela no parto.
•Estamos indo pro hospital agora mesmo -ele disse e desligou o telefone na minha cara.
Ligação off.
Conhecendo bem o Cris ele vai acordar a casa toda e logos todos os Jauregui estarão no hospital, espero que eles avisem meus sogros.
-Da pra aguentar a Flávia chegar amor ? -perguntei a ela enquanto já estávamos chegando no hospital.
-Acho que sim... aaah.
-Calma amor, já estamos chegando, se não for ela eu tenho certeza de que será um ótimo profissional -eu falei tentando parecer calma mas por dentro eu estou completamente desesperada.
Chegamos ao hospital e dois enfermeiros trouxeram uma cadeira de rodas para pegar a Camila, assim que ela passou por uma sala eu ia à seguindo mas um dos enfermeiros me impediu.
-Você é o que dá paciente ? -ele perguntou parado na minha frente.
-Eu sou mulher da paciente -eu disse e ele me olhou bravo.
-Desculpa mas só o pai da criança pode entrar com a mãe.
-Escuta aqui seu...
-Cheguei -Flávia disse se envolvendo no nosso meio já que eu estava quase indo pra cima dele- ela é esposa da paciente, é a outra mãe dessa criança e eu que vou fazer o parto, por favor a prepare para acompanhar o procedimento.
O sorriso de deboche do homem a minha frente se desfez na hora e eu sorri com ódio pra ele.
-Venham comigo por favor -ele disse e me levou até o local onde eu higienizei às minhas mãos e coloquei uma roupa de hospital por cima da minha.
Quando eu entrei na sala de parto Camila já estava pronta, apenas esperando a médica voltar.
-Eu estou aqui -falei pegando sua mão para lhe passar segurança.
Ela me olhou emocionada e a médica chegou.
-Vamos lá Camila, eu preciso que você faça força agora -Flávia disse e Camila a obedeceu- respira e faz mais uma vez por favor.
Cada vez que Camila fazia força ela apertava a minha mão, e cada vez ela ficava mais exausta, ela está nitidamente cansada e sem força alguma.
-Só mais um pouco Camila, eu consigo vê-la -Flávia disse e Camila respirou fundo umas três vezes para em seguida fazer força.
-Vamos lá amor -eu falei a incentivando- ela tá chegando vida, só mais um pouco.
Camila fez força mais uma vez e foi então que Iris nasceu, ela respirou aliviada e eu comecei a chorar ao escutar o choro da minha filha ecoar pela sala, Flávia enrolou nossa pequena e colocou no colo da Camila que estava chorando de felicidade também.
-Oi filha -Camila falou emocionada passando a mão sobre os cabelos quase inexistente de Iris- você é perfeita.
Eu olhava a cena feito uma idiota, estava encantada em ver ela ali no colo da minha namorada, é a cena mais linda que eu já vi na minha vida, Camila olhou pra mim chorando e eu só sabia sorrir e chorar feito idiota.
-Ela é perfeita -eu disse toda boba.
-Preciso levar ela pra fazer uns exames agora meninas -Flávia disse pegando Iris do colo de Camila que não queria largar a pequena- você precisa descansar agora Mila, e Lauren você vem comigo.
-Eu te amo -eu disse para Camila que sorriu ao escutar- volto logo.
-Eu te amo, cuida dela.
-Sempre vou cuidar -disse isso, dei um selinho nela e segui Flávia que estava com a minha filha.
Ela deu banho na pequena, fez os exames que tinha que fazer e eu quase chorei mais quando vi ela toda lindinha e arrumadinha com a roupa que a Dinah comprou, segui Flávia até o berçário e assim que entrei vi todo mundo do outro lado do vidro, parece que minha mãe foi ligando pra todo mundo mesmo.
-Vai mostrar pra eles -Flávia disse colocando Iris no meu colo- Lauren pelo amor de Deus não deixa sua filha cair.
-Calma -eu disse sem jeito- tá certo ?.
-Não, mas é melhor do que muito pai de primeira viagem -ela disse rindo.
Fui andando até o vidro e mostrei Iris pra todo mundo, tio Ale e tia Sinu que estavam abraçados segurando Sofi no colo começaram a chorar, meu pai e minha mãe tinham sorrisos orgulhosos e Taylor e Cris estavam tirando foto.
-Ela é linda -eu disse e eles concordaram freneticamente do outro lado do vidro.
Olhei mais uma vez pra vida que tinha nos meus braços e sorri ao notar que ela é a Camila todinha, graças aos céus ela não se parece nem uma vírgula com ele.
-Chega, me devolve -Flávia disse pegando ela do meu colo- ela vai ficar aqui um pouco e você pode ir ver a Camila agora.
-Ela vai ficar muito tempo aqui ?.
-Não, daqui a pouco eu levo ela pro quarto, vamos lá agora, quero ver Camila.
-Vamos.
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