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História Finalmente meu - "Ódio é um fardo muito grande para suportar."


Escrita por: Miia-sama

Capítulo 29 - "Ódio é um fardo muito grande para suportar."


Fanfic / Fanfiction Finalmente meu - "Ódio é um fardo muito grande para suportar."

Corríamos pelos galhos das árvores de modo que se o vento pudesse cortar, estaríamos cheio de cortes em nosso corpo. Eu sempre admirei a precisão com a qual os ninjas pisavam nos galhos. De forma certeira e precisa. Se qualquer passo em falso fosse dado, cairiamos.

Depois de anos correndo desse jeito, me habituei a fazer isso de modo natural. Eu conseguia correr, me atentar ao próximo galho e olhar ao redor do lugar para onde os meus pés me levavam. Já tinha um bom tempo que eu e Sasuke estávamos correndo.

Já passamos pelo nosso antigo esconderijo e estávamos perto de chegar até o limite sul da aldeia. Durante todo o nosso trajeto, não nos deparamos com Gohan, apenas com pequenos detalhes que sinalizavam que alguém tinha passado por aquele caminho.

Não era para menos não estarmos conseguindo encontrá-lo. Ele fugiu pela manhã e agora já era tarde. Provavelmente, ele já entrou na aldeia. Conforme nos aproximávamos da pequena vila, diminuímos o nosso ritmo, para que os guardas perto da fronteira não nos notassem. 

Sasuke aterrissou no chão da floresta. Eu fiz como ele e parei ao seu lado. Já estávamos muito perto da aldeia e não tínhamos achado Gohan. A possibilidade dele ter chegado até Akemi não existe mais. Agora, isso é uma certeza. 

Nós tínhamos vasculhado todo o caminho de lá até aqui e não o achamos. Nós não poderíamos ir mais adiante sem sermos notados. Por isso Sasuke parou aqui, pois sentiu o chakra de guardas mais a frente. 

— Ele está com ela. — constatou.

Suspirei pesado em desânimo. 

Olhei para a direção do povoado e uma pequena raiva começou a se apoderar de mim. Ela estava bem ali, pode não estar tão perto, mas desde que tudo sobre ela foi exposto, talvez esse seja o mais perto que eu já estive de detê-la sem me preocupar com obstáculos.

Subitamente uma ideia me veio à mente, me fazendo estreitar os olhos e levar a mão até os lábios, formando uma pose pensativa. Dei alguns passos para a frente e me fixei nas luzes que brilhavam ao longe, sinalizando que havia moradores ali.

Poderia dar certo. Poderia mesmo funcionar.

— Devíamos ir até lá. — propus.

— Até ela? — Sasuke perguntou como se estivesse começando a compreender os meus pensamentos.

— Sim. — afirmei me voltando para ele. — Podemos passar pelos guardas dela e pegá-la na mansão. Ela não tem nada que possa nos impedir. Estamos livres para fazer o que quisermos. — falei de forma óbvia.

A minha ansiedade para finalmente pôr um fim em tudo isso era tanta que eu não me preocupava com mais nada além da oportunidade que estamos tendo agora. Com Akemi sem a proteção de nenhum refém, comigo e com Sasuke com a nossa força máxima e a aldeia logo à nossa frente, parecia a chance perfeita. 

Eu tenho que aproveitar!

— Precisamos aproveitar essa chance! — disse convicta e com um pouco de agressividade na voz, o que fez Sasuke me olhar com mais atenção. — Vamos acabar com isso de uma vez. — pronunciei com expectativa.

Sasuke me olhava atentamente. Parecia observar todos os meus movimentos e expressões de forma analítica.

— Sakura, eu entendo o seu desejo de para-la. Eu também almejo isso, mas o que iremos fazer não deve ter a ver com vingança. Essa é uma questão de salvar os aldeões do tormento que estão vivendo com o governo dela e também sobre julgá-la por seus crimes. — ele falou calmo.

Se eu não estivesse sentido o fluxo do chakra dele perfeitamente, eu duvidaria de que aquele é mesmo o Sasuke falando.

— Eu sei. Por que está me dizendo essas coisas? — perguntei receosa.

— Você deve conter os seus impulsos e agir de forma sóbria.

— Eu já disse que sei disso! — gritei.

— Sakura... — Chamou-me se aproximando.

Dei passos para trás e balancei a cabeça com força, ouvi uma gota cair na grama verde.

— Sasuke. — falei de forma contida. — Já disse que eu sei. Está tudo bem. — falei mais para mim mesmo do que para ele. — Vamos dar um basta nessa história.

Ouvi mais uma gota colidir com a grama.

Sasuke deu passos para se aproximar de mim. E eu dei passos para trás. Andei assim até minhas costas se chocarem com o tronco sólido de uma árvore. Mais gotas caíram. Sasuke se aproximou mais de mim, até ficar perto o bastante.

Fixei o meu olhar no dele de forma intensa. 

— Se está mesmo bem... — ele segurou o meu pulso direito e o ergueu. — Então, por que está se machucando? — perguntou segurando em meus dedos para que eu abrisse a mão, que estava fechada em punho, e revelasse minha palma.

Ele abriu a minha mão e eu observei o que ele queria dizer. Sem perceber, tinha descontado minha raiva e ansiedade em mim mesma. Eu tinha fechado o punho e pressionado as minhas unhas contra a palma da minha mão, que agora se encontrava marcada com meio círculos evidenciados que expeliam sangue.

O vermelho vivo corria de forma abundante, marcava a minha mão e fazia caminho pelo meu pulso até o meu cotovelo, onde por fim caia no chão, causando o som de gotas que eu escutava tão nitidamente.

Eu olhava para o sangue no chão e na minha mão como se não enxergasse o que eu própria tinha feito. Eu estava embriagada pelo rancor que sentia por Akemi, que é sempre nutrido com o passar do tempo pelas atitudes dela.

— O seu corpo é mais honesto do que as suas palavras. — Sasuke observou olhando de forma atenta para as feridas na minha mão.

O que eu poderia responder? 

Para ser sincera, eu tenho guardado muita raiva desde que descobri que Akemi não era quem eu pensei que fosse. Eu tenho guardado, tenho suportado, tenho sofrido...

Fechei os olhos com força.

— Você tira a minha razão? — perguntei para ele com a voz mais calma. E após não obter resposta, abri meus olhos e encarei sua orbe negra. — Ela matou Osamu, matou Akira, me traiu, me prendeu, machucou você, usou Mihan como refém e ainda teve a audácia de mandar Gohan nos matar! — brandei com os olhos ardendo em raiva. 

Puxei o meu pulso do aperto dele.

— Isso não é motivo suficiente para odiá-la? — perguntei sustentando o nosso olhar.

— Sim, é. — ele respondeu paciente e pegou a minha mão novamente. — Mas o ódio é um fardo muito grande para suportar. — ele concentrou seu chakra na mão que usava para segurar a minha, e de uma em uma, as feridas foram se fechando, regadas pelo chakra dele. — Ele vai sufocar você até que nada mais, além dele, vai importar. Ele sufoca todos os outros sentimentos.  — falou de forma firme.

Essas palavras que ele disse para mim soaram tão intensas saindo da boca dele que me fez lembrar que ninguém além dele conhecia tão bem esse sentimento. 

Desviei os olhos por um instante e soltei o meu pulso de sua mão. Fitei a minha palma, agora curada, pelo chakra dele. Ainda tinha sangue, mas não mais as feridas. 

Eu estava tão cega com a minha raiva por ela ao ponto de me machucar?

— Você não precisa acabar cheia de sangue no final. — ele afirmou observando o sangue que secava na minha pele.

Levantei meus olhos para ele com curiosidade. Como não? Akemi jamais se renderia, o único caminho é lutar com ela. E isso deixará marcas. 

— É uma escolha. — acrescentou. — E é certo que você fará uma boa escolha. Afinal, o seu coração sempre esteve cheio de amor. Ódio nenhum pode sobreviver aí dentro por muito tempo. — comentou com uma expressão suave.

Essas palavras provocaram uma sensação de calor e aconchego no meu peito. Fizeram-me sentir melhor, tirando um pouco da ansiedade que eu estava sentindo. 

Quando Sasuke tinha se tornado tão bom em falar coisas assim?

— O que você pensa sobre ela? — perguntei.

Ele me olhou de modo pensativo, parecia pensar na escolha de palavras, mas não no que iria dizer, ele já tinha uma opinião, dava para ver.

Ele suspirou e disse:

— Ela é uma garota. Uma garota que estava muito machucada e não soube lidar com isso. 

Dei um leve sorriso de descrença com a resposta dele e da nossa atual situação com Akemi. 

— Vejo, que pessoas machucadas machucam pessoas inocentes e incríveis. — respondi sem muita animação.

— Por isso elas precisam de ajuda. Fazem isso, porque não sabem lidar com a dor que estão sentindo, então, acabam machucando outras pessoas.

Meus olhos se ergueram para ele e se abriram mais à medida que fui recebendo suas palavras. Eu estava finalmente entendendo o que Sasuke queria dizer. Mas isso... implicaria em um grande esforço. Um enorme esforço. Não seria fácil e mesmo que eu fizesse não há garantia.

Permaneci olhando para ele enquanto vagava em meus pensamentos. O fato dele estar aqui comigo... é tudo graças a uma pessoa que teve fé nele e o ajudou. É graças ao Naruto. Aquele cabeça oca foi irredutível e sempre lutou pelo Sasuke. Sempre. Sem nunca desistir, nem por um segundo.

Era isso que eu deveria fazer por Akemi? Eu deveria ajudá-la, como o Naruto fez com o Sasuke? Mas como eu poderia perdoar tudo o que ela tinha feito contra nós? 

Não sei se vou ser capaz de fazer isso. 

— Confio na sua decisão. — Sasuke disse de modo sereno chamando a minha atenção. — Vamos atrás dela. — ele afirmou desviando o olhar em direção a aldeia e se afastando de mim. — Nós faremos isso. — falou voltando o olhar para mim.

Meu coração acelerou com as palavras dele. Sasuke mudou tanto. E amadureceu lindamente nesse tempo que passou fora da Vila.

Desgrudei as minhas costas do tronco da árvore e dei pequenos passos para frente. Não sei se vou ser capaz de perdoá-la, mas eu vou fazer o meu melhor para honrar a confiança que Sasuke depositou em mim. 

Ele me olhava à espera de alguma reação. 

— Vamos lá. — afirmei começando a caminhar.


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O barulho de sapatos pesados era ouvido colidindo contra o chão, fazendo ecoar o som de passos. A jovem garota se posicionou na frente de seu espelho e sentou-se confortável em frente a ele. Ela teria um árduo trabalho pela frente. Afinal, tinha uma recepção para fazer e teria que estar em sua melhor forma para tal.

Por isso, ela pegou sua caixa de sombras e escolheu cuidadosamente, dentre todas, a que mais combinaria com a ocasião. Após fazer sua escolha, pegou um pincel fino e o melou com o pigmento avermelhado, depois o direcionou até a sua pálpebra.

Passou o pigmento com suavidade pelas pálpebras de ambos os olhos. Quando terminou, verificou o resultado e ficou satisfeita. Com certeza seus olhos agora estavam bem marcados. Desse modo, passariam a exata impressão que ela desejava que eles passassem. 

"Perfeito", ela pensou.

Os olhos mórbidos refletiam a sua apatia. Por mais que um evento decisivo estivesse próximo, ela não encontrava motivos para festejar, pois sabia que, mesmo com a vitória, ela não teria de volta aquilo que perdeu. Tudo o que fez e poderia fazer não iria satisfazê-la por completo

— Além das minhas memórias, eu não tenho nada para me lembrar de você. — disse com a voz baixa e melancólica, desejando lembrar de alguma coisa que a deixe menos apática.

Ela depositou a caixa de sombra na penteadeira e tornou a olhar para o espelho. Ergueu a mão com a qual segurava o pincel e a dirigiu até o espelho, onde pintou um rabisco. Depois outro e mais outro. Juntos, formavam um nome. De alguém o qual ela necessitava.

A garota de longos cabelos piscou em cima de uma lágrima que se formou em seu olho direito. Descansou o pincel na bancada e levou a mão até o rosto, onde limpou a lágrima solitária com sutileza.

— O ruim das memórias... — disse com a voz baixa, mirando com atenção o prorpio reflexo no espelho. — É que elas costumam desaparecer. — falou adquirindo um olhar mais ferino, que combinava perfeitamente com sua sombra flamejante. — Apenas as miseráveis permanecem.

A apatia dela foi tomada pela raiva, que foi despertada com suas dolorosas lembraças do passado. As memorias descontentes eram tantas, que chegavam a sufocar as poucas felizes que existiam. Sua vida, de forma rápida, se transformou em uma das mais terríveis calamidades.

O som de batidas na porta foi ouvido. 

— Entre. — autorizou enquanto passava a mão direita com força pelo espelho, borrando o que tinha escrito ali.

— Senhora, já está tudo pronto. — Ona anunciou entrando no quarto e fazendo uma reverencia.

— Exelente.

Akemi fitou o seu reflexo no espelho. Seus longos cabelos escuros faziam um lindo contraste com a sua pele clara. Aparentaria ser um anjo, senão tivesse uma personalidade tão forte e atitudes tão violentas.

— Nossos convidados chegarão em breve, Ona. Os receba de forma apropriada. — ordenou.

— Sim, senhora. — a serva confirmou.




Notas Finais


Obrigada por lerem!
Um poke na testa!
ヾ(❀╹◡╹)ノ゙

❀✿*✧・゚:❀✿*✧・゚:❀✿*✧・゚:❀✿✧

■ Vocês perdoariam Akemi ou se vingariam?


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