História Fios do Destino - Medo

pov Marie Bauer

Encontro Sarah na aula, todos os professores estão focados nas provas finais, estamos em janeiro e apesar de junho parecer distante, sabemos como o tempo pode voar. Assim que a aula termina saímos e vamos em direção ao salão comunal, nos sentamos na mesa da Lufa-Lufa e Martin ainda se mantém distante de nós o que é triste, mas se tornou comum.

Monto meu prato e sinto os olhos de Snape nas minhas costas, quando percebo dois alunos se aproximarem, um deles eu reconheço muito bem, é Gale com seu sorriso que aprece nunca sair de seu rosto.

“Olá meninas.” – Gale diz e Sarah abre o maior sorriso possível, e eu rio dessa situação.

“Olá.” – Respondemos em conjunto.

“Esse daqui é o Peter.” – Ele diz e Peter estende a mão para mim e Sarah, e quando estendemos as nossas ele beija as costas das nossas mãos. Eu sorrio. – “Ele foi transferido da Ilvermorny e estou apresentando ele para o pessoal.” – Diz.

“Olá Peter. Por que foi transferido no meio do ano?” – Pergunto erguendo as sobrancelhas, acho que estou adquirindo as manias de Snape.

“Meu pai, foi transferido para a cede daqui e eu e minha mãe tivemos que vir junto.” – Diz, Sarah e eu balançamos a cabeça positivamente.

“É da Grifinória?” – pergunta Sarah, e sua pergunta é lógica, pois Peter está com Gale, que é da Grifinória.

“Não, sou da Sonserina.” – Diz orgulhoso, os olhos de Sarah se arregalam assim como os meus, mas então me lembro de Davi e Severo. Davi, amigo meu e da mesma casa que eu, sucumbiu as trevas, e Severo tenta se redimir por todos os seus atos colocando-se em perigo. – “Não pensem que...” – Não o deixo terminar.

“Não se preocupe Peter, podem existir pessoas boas e más em qualquer lugar, sua casa não defini isso. Como ficou amigo de Gale?” – Pergunto, e após Sarah ouvir o que eu disse, seu corpo relaxa.

“Sentem.” – Sarah diz, e Gale e Peter ficam retraídos.

“Não, é melhor não, vocês sabem como os alunos são com essas coisas.” – Diz gale, o sinal toca, e uma pergunta não é respondida.

“Bom, vamos para a aula.” – Sarah diz.

“Sim. E depois, talvez no jantar você possa responder a pergunta que faltou Peter.” – Digo sorrindo e me levanto com Sarah indo para a próxima aula.

Após algumas salas e Sarah e eu falarmos sobre os alunos novos minha cabeça doía fortemente, pensei em ir até a enfermaria pedir alguma poção para a dor, mas lembrei que poderia passar nas masmorras mais tarde e pedir alguma a Severo. No jantar conversamos um pouco mais com Peter, e assim que acabei me dirigi as masmorras.

“Oi.” – Digo assim que Severo abre a porta, ele apenas se limita a sorrir, e assim que eu entro e subo as escadas ele fecha a porta e vem atrás de mim, me sento no sofá. – “Pode me dar uma poção para dor de cabeça?” – Pergunto e Severo abre um armário e retira um potinho me entregando, bebo tudo e fecho os olhos me encostando no sofá.

“Está a quanto tempo com essa dor?” – O sinto sentar ao meu lado no sofá, mantenho meus olhos fechados.

“Não muito Severo, não se preocupe. É por causa do acumulo de estudo para as provas finais.” – Digo e abro os olhos, ele balança a cabeça positivamente.

“Quem era aquele garoto hoje no almoço e no jantar, para qual você estava toda sorrisos?” – Dou risada ao ouvir o tom irônico de Severo.

“Severo Snape, com ciúmes?” – Pergunto rindo o olhando.

“Não seja tola Marie, é apenas uma pergunta simples.” – Diz e balanço a cabeça positivamente.

“O nome dele é Peter, foi transferido e é da Sonserina.” – Digo o olhando.

“Ainda não dei aula para ele.” – Diz e pega minha mão fazendo um carinho leve e volto a me encostar no sofá.

“Você está bem?” – Pergunto, querendo saber se está melhor que ontem, e ele visivelmente entende.

“Marie, acho melhor quando eu for para reuniões assim, nos falarmos apenas alguns dias depois.” – Diz me olhando.

“Não seja bobo Severo.” – Digo e beijo sua bochecha. – “No final, vamos sempre ficar bem.” – Digo o olhando e volto a me encostar no sofá, minha cabeça ainda dói. – “Acho que vou para o dormitório, minha cabeça ainda está doendo, vou tentar dormir.” – Digo e me levanto, Severo me leva até a porta.

“Boa noite Marie.” – Diz e me beija, retribuo o beijo sorrindo e volto ao meu dormitório, quando estou para subir as escadas reparo que minha coruja está na janela, quando me aproximo vejo uma carta, a pego e ela voa em direção ao corujal, abro a carta e meu coração gela, me sento no chão em frente a lareira.

“Olá querida, esse é apenas um aviso que escrevo com muito carinho, que educação eu teria se não avisasse, não é mesmo?

Eu sei sobre seu caso com o Snape, e sinto lhe informar que não irá durar por muito tempo, a final das contas, mesmo sem minha interferência quanto tempo achou que ia durar?

Lucio acha que ele está te usando, o que sabemos que não é verdade porque Snape anda bem domado, e não aceitou nenhuma das garotas dada a ele pra estupro, quem recusa esses presentes?

Sabe querida Marie, eu sempre gostei de você, e você nunca me notou, sempre fui o amigo bobo, ou o amigo que vocês pensavam ser bobo. Então, ai vai o aviso: se afaste de Snape, para mim é algo pessoal agora, e não é ele que quero machucar.

Davi.”

Lágrimas escorrem por meu rosto, meu corpo está gelado e tudo que posso fazer é chorar, mas dentro de Hogwarts sei que estou protegida, não é possível que ele faça algo comigo, não é! Lágrimas e mais lágrimas, o medo toma conta de mim, decido não contar para ninguém, Snape ficaria preocupado, Dumbledore também, e Sarah piraria assim como eu estou fazendo agora. Subo correndo as escadas e coloco a carta dobrada debaixo do meu travesseiro e me deito na cama com meu uniforme, tudo que eu tenho vontade de fazer agora é dormir.