História Fire and Ice - Emboscada.

Hanzo olhava para sua namorada um pouco inconformado, óbvio que a ideia o deixou animado e principalmente surpreso com a espontaneidade de Luna, mas eles estavam prestes a ir para uma missão. 

- Qual o problema, Hanzo? Vai dizer que você não gostou da ideia? – Luna o puxou novamente para um beijo que foi retribuído no mesmo fervor. 

- Luna...- Hanzo suspirou se separando do beijo e praticamente entregue – Você tem...

Antes de continuar ela colou seus lábios com os dele que foi retribuído, naquele instante ele se esqueceu de onde estava ou se alguém poderia pega-los. Sentiu as mãos de sua namorada descerem para sua calça e a abaixar; retribuiu o gesto tirando a dela e jogando para um canto qualquer juntamente com sua calcinha. Hanzo a pegou no colo e a encostou na parede quase violentamente, Luna sorriu no beijo enquanto se agarrava em suas costas. 

Luna mordeu seus lábios ao sentir a invasão de seu corpo, respirou fundo e o beijou tentando abafar seus gemidos que estavam querendo sair cada vez mais alto. Scorpion por sua vez começou com movimentos lentos que só faziam seu corpo esquentar cada vez mais, ela por sua vez sentia que sua pele estava em chamas. A cadência não era delicada, pelo contrário. Ela o beijava cada vez mais intensamente enquanto sentia seu clímax se aproximando. 

Hanzo a agarrou ainda mais forte em sua perna enquanto a sentia puxando seus cabelos quase violentamente. Ela deixou um gemido mais alto escapar quando sentia espasmos e um frio insuportável tomando conta de seu corpo, ele acelerou os movimentos até finalmente os dois chegarem ao seu orgasmo. Os dois suspiraram, cansados e ofegantes demais daquele momento. Luna sentia que se não fosse por seu namorado a segurar havia caído. Ele por sua vez sorriu enquanto sentia seus músculos relaxando. 

- Luna...foi incrível. – Disse abafando suas palavras no pescoço dela. 

- Eu sei...faremos isso mais vezes. – Ela sorriu e o fez rir.

- Nós precisamos voltar para aonde os outros estão...posso te pôr no chão? – Hanzo a olhou e sorriu. 

- Mal sinto minhas pernas, mas pode. – Luna sorriu e sentiu seu namorado coloca-la no chão delicadamente e segurou nos braços dele. 

- Está tudo bem? – Hanzo respondeu a segurando pela cintura.

- Sim...está. – Ela sorriu, se abaixou, pegou suas roupas e começou a coloca-las. – Nós com certeza iremos repetir isso. – Sentiu Hanzo a abraçando por trás e depositando um beijo longo em seu rosto.

- Sim, iremos. – Scorpion a abraçou mais forte. – Vamos? Você já se arrumou? 

- Sim...mas deixa eu sair primeiro. – Olhou pela última vez no espelho, e foi para o lado de fora. Checou o lugar que por sorte estava vazio e avisou seu namorado que saiu logo em seguida.

Os dois foram caminhando para onde seus amigos estavam, Luna se separou de Hanzo e foi na direção de um banco aonde Sonya e Akemi estavam conversando e sentou-se ao lado delas em silêncio. Automaticamente as duas a olharam um pouco desconfiadas.

- O que? – Luna sorriu.

- Aonde vocês estavam? – Akemi levantou a sobrancelhas.

- Você realmente não vai gostar de saber, Kemi. – Respondeu rindo. – Estava por aí com seu irmão colocando em prática o que você me ensinou, Mestra Hasashi. 

Akemi caiu em uma risada alta enquanto Sonya via as duas rindo sem entender nada.

- Vocês podem me explicar o que acabou de acontecer? 

- No dia que fui com o Kuai para meu apartamento eu descobri que poderia ter ótimos efeitos se eu o provocasse...e não me arrependi dos resultados...

-...resumindo, ela me mandou fazer a mesma coisa com o irmão dela. – Luna começou a rir do semblante incrédulo da general.

- Sério que você mandou ela provocar o teu próprio irmão? – Sonya levantou suas sobrancelhas segurando um sorriso que insistia em sair. 

- Qual problema? O Hanzo merece, imagina o tempo que ele ficou de luto?! Fora o tempo que ele ficou como espectro...quase vinte anos, Sonya! Não é à toa que ele andava tão irritado.  – Foi a vez de Akemi olhar incrédula enquanto tratava isso da maneira mais natural possível. A general caiu na risada juntamente com Luna. – Eu só não quero saber dos que eles fazem dentro do quarto, aí já é demais, afinal ele é meu irmão. – Ela virou cutucou o braço de sua cunhada e olhou para Sonya – E você, general? Não tem nada para nos contar?

Sonya abaixou a cabeça e ficou séria ou pelo menos tentou segurar suas risadas. 

- Johnny e eu não voltamos....eu acho. – Ela sorriu. – Nós temos saído, ele tem dormido no meu apartamento e eu às vezes na casa dele...mas é complicado. – Respirou fundo – Está melhor assim, não sei se estou pronta para voltar um casamento com ele, apesar de...

- De ama-lo? – Akemi olhou para a general que apenas assentiu com a cabeça. – Sabe Sonya, faça tudo no seu tempo. Se está bom assim, fiquem assim. Se resolverem reatar o casamento, façam. Mas é inegável que vocês dois se amam; está estampado no rosto de ambos. 

- Quem sabe, Akemi...- Ela abaixou a cabeça e sorriu. – Não estou interessada em casar novamente, está tão bom assim...às vezes é melhor não mexer.

- De fato. – Luna sorriu. – Não é por nada não, Akemi...mas você estava no Lin Kuei ontem à noite, né?

- Sim...porquê? – Ela olhou confusa para a cunhada. 

- Imaginei. Aliás, imaginei não...ouvi.

Foi a vez de Sonya emendar em uma gargalhada alta junto com Luna enquanto Akemi abaixou a cabeça um pouco sem graça. 

- Eu não tenho culpa se o Kuai é bom no que faz, muito bom...alias. – Suspirou e olhou fixamente para onde ele estava. – Esse é um dos motivos de não julgar a Frost ser tão louca por ele, olha para tudo aquilo. 

- Falando em Frost, ela te disse algo quando foi te atacar? – Luna a olhou um pouco preocupada.

- Disse que eu não era digna de estar na mesma cama que o Sub Zero...então eu respondi que as ótimas noites que nós tínhamos naquele quarto discordavam dela. – Mordeu os lábios e segurou uma risada. 

- Você também não deixa passar nada. -  A general sorriu para Akemi. – Nós vamos pega-la, você vai ver. 

- Com certeza iremos. – Luna olhou para as duas.

- Por incrível que pareça...não quero matá-la. – Akemi disse e causou um olhar surpreso das duas mulheres a seu lado. – Sou incapaz de matar alguém, apesar de já ter ferido a Frost gravemente, acho que a morte não basta para ela. Uma parte de mim tem pena, ela está de coração partido...não é fácil ver o homem que ama com outra mulher. O problema é ser tão louca a ponto de achar que matar a namorada dele vai conquistar alguém. Espero que ela encontre a paz, mas quero vê-la dentro de uma cadeia confinada e sem nunca mais sair. 

- Você tem um coração bom, Akemi. – Sua cunhada encostou a cabeça em seus ombros. – Eu sinto o mesmo que você, ela era minha amiga. Fico pensando em qual momento ela se corrompeu dessa maneira. Sub Zero nunca deu esperanças ou se quer cogitou isso. 

Antes de Akemi responder, sentiu as mãos de seu namorado em seus ombros e fechou os olhos ao se arrepiar com aquele frio tão familiar e agradável. Levantou a cabeça e olhou para cima.

- Oi. – Ele sorriu.

- Oi. – Ela retribuiu o sorriso. 

- Posso falar com você um pouco? – Sub Zero começou a passar as mãos nos cabelos dela. 

- Sim. – Ela se levantou, pediu licença para as duas mulheres e o acompanhou até um lugar mais afastado.  – O que você...

Kuai Liang não a deixou responder, se aproximou e a beijou intensamente; passou seus braços pela cintura dela a apertando contra seu corpo, ela lançou seus braços sobre os ombros dele enquanto segurava em seus cabelos. Era romântico, lento e intenso; Akemi suspirou quando eles se separaram, parecia ter ido ao céu e voltado.

- O que foi isso? – Ela sorriu de olhos fechados enquanto encostava seu rosto no dele. 

- Só me bateu uma súbita vontade de te beijar. – Kuai separou seu rosto do dela, a olhou nos olhos enquanto passava as mãos em seus cabelos. 

- Pode fazer isso mais vezes. – Akemi respondeu enquanto depositava pequenos beijos nos lábios dele. – Bem que nós poderíamos voltar para o meu apartamento quando tudo isso acabar, não é?

- Eu aceito. – Ele sorriu e a beijou rapidamente. – Vou voltar para aonde os demais estão, tudo bem?

A ninja apenas sorriu e caminhou com Kuai para onde estava anteriormente, se despediu dele e sentou-se com sua cunhada e a general. Assim que ia começar a falar, viu duas meninas um pouco mais distante conversando animadamente e olhou com semblante de dúvida para a general.

- A loira é Cassie, minha filha. A do lado dela é a Jacqui, filha do Jax. Ele você ainda não conhece porque aquele cabeça dura se aposentou do serviço militar...preferiu ficar longe dessa vida que levamos. – Respirou fundo. - Eu não o julgo por isso, acho que se eu tivesse sido um dos capangas do Quan Chi teria me matado a muito tempo. Jax tem sido forte.

- Nem eu, às vezes fico me questionando se isso vai ter fim. – Akemi suspirou. – Os dois dias que passei com Kuai no meu apartamento, fiquei pensando se nós dois morássemos juntos e tivéssemos uma vida normal em Tokyo...por um momento quis aquilo, mas...acho que sentiria falta de tudo isso. 

- O que você fazia antes de abandonar tudo, Akemi? – Luna a olhou e sorriu.

- Eu era editora chefe da Vogue do Japão. – Sorriu ao notar o semblante surpreso das duas mulheres ao seu lado.

- E você largou tudo isso para procurar o Hanzo? – A general a olhou surpresa. 

- Sim. Eu tinha fama, conhecia pessoas famosas, ia nos melhores eventos de moda, podia comprar intermináveis roupas...mas...faltava algo. Meus pais morreram logo que Hanzo foi para o Shirai Ryu, primeiro minha mãe e três anos depois meu pai. Tive que trabalhar desde muito cedo para conseguir me virar sozinha. Quando me formei na faculdade Hanzo se casou, foi um dos dias mais felizes da minha vida por conseguir vê-lo. E alguns anos depois, recebi a notícia que ele estava morto e foi quando eu ganhei meus poderes.... – Suspirou e claramente aquela cena veio em sua mente...

Naquela noite Akemi teve febre, imaginou que estava alucinando apesar de tudo ser tão claro e real. Hanzo via sua vida em câmera lenta diante de seus olhos, se forçou a lembrar dos momentos mais marcantes de sua vida enquanto a mesma ia deixando o seu corpo. Lembrou-se de sua esposa e filho e teve vontade de chorar, mas se manteve forte naquele momento, precisava ser. Voltou ainda mais no passado e se lembrou de sua infância, seus pais, sua antiga casa e a irmã gêmea que não via a tanto tempo.

Teve esse único vislumbre de sua vida antes de se tornar um ninja, antes de morrer. Foi assim que passou seus últimos minutos, enquanto sentia a vida deixando seu corpo e sua alma se esvaindo seguida de um último suspiro. 

Quando acordou já não era mais o mesmo que que ela conhecia, o Submundo era sua casa agora e o fogo fazia parte dele tanto quanto a raiva que corrompia sua alma. De início ela não entendia o motivo de tanta revolta, mas suas lembranças revelaram um passado doloroso que a fez compreender o desejo de vingança.

Sub zero pagaria caro por isso, ele sabia que tinha que vingar a morte de sua família e do seu clã, mesmo que tivesse que renascer no inferno para isso. Por isso ele entrou no torneio, mas sua vida havia sido restaurada apenas para que pudesse ser um escravo.

Ela pode ver e compreender tudo o que ele sentia. A dor em seu subconsciente era clara para ela mas para o resto do mundo ele era apenas um espectro. No fundo sabia que tudo não estava perdido, não se pode transformar alguém em espectro por meio da morte sem converter totalmente a sua alma, isso estava óbvio. Mas não seria possível que toda a humanidade pudesse ser roubada dele. Então Scorpion finalmente olhou para ela, um pedido de socorro silencioso fez seus olhos se encherem de lágrimas. 

O desespero de ver seu irmão sendo controlado daquela maneira a fez acordar com o coração acelerado, levou as mãos ao rosto e percebeu que estava chorando. A falta que ele fazia era grande, principalmente por ter uma parte dele sempre com ela, seja através do fogo ou de suas lembranças. Olhou seu o relógio, faltavam apenas alguns minutos para o despertador tocar, se levantou e tomou um banho, passou a acordar uma hora mais cedo desde que os pesadelos começaram, sempre ficava deprimida quando se lembrava dele.

Queria confortá-lo e abraçá-lo pelo menos mais uma vez, mas sabia que não era possível então se obrigou a parar de pensar nele e saiu do banho. Se lembrou que teria uma importante reunião aquela manhã, suas amigas viviam dizendo que se manter focada no trabalho o tempo todo não fazia bem para ela, mas a distraía de seus problemas e também não tinha do que reclamar.

- É só outra reunião. - Ela falou abrindo o guarda-roupa para escolher um vestido. - Nada do que você já não tenha feito antes Akemi. - Tentou convencer a si mesma disso.

Por fim vestiu um vestido estampado com fundo preto, sapatos de salto alto e finalizou com uma jaqueta e batom vermelho. Passou um perfume e pegou sua bolsa, entrou no elevador e sonho surgiu de novo em sua mente. Akemi suspirou, ela tinha tudo o que sempre sonhou, era editora chefe da Vogue, tinha um apartamento em uma cobertura, um namorado....Suspirou ao se lembrar dele, estavam em um momento conturbado.

Pegou um taxi até o prédio onde trabalhava e assim que chegou foi direto para sua sala, ainda tinha alguns minutos até a reunião. Sua mente estava ocupada pensando que o vazio que sentia era por causa de sua família, e temia que ele nunca fosse preenchido.

- Senhorita Akemi... - abriu a porta, estava tão distraída que nem a ouviu chamar. - Então, sobre aquele erro no artigo da outra jornalista...

- Maya, por favor eu estou com dor de cabeça. - Tentou ser a mais delicada com a assistente.

- Você quer um analgésico? - Ela perguntou indo em direção a porta. 

- Não precisa, obrigada. Eu acho melhor eu ir para a reunião. - Se levantou e saiu.

- No final das contas, quando vi Kenshi e ele me contou sobre meu irmão...não pensei duas vezes em ir vê-lo, abraça-lo. Minha família sempre valeu mais que qualquer dinheiro ou fama que eu pudesse ter. Não adiantava absolutamente nada se eu estivesse sozinha. – Sentiu uma lágrima escorrendo ao se lembrar de tudo, olhou para seu irmão sorrindo mais à frente. Se levantou, pediu licença e foi em sua direção.  

Assim que Hanzo a viu olhando para ele, foi até seu encontro. Ela correu e o abraçou mais forte que podia. Scorpion apenas sorriu e retribuiu o abraço, assim que se separaram a viu chorando e ficou preocupado. 

- O que foi, Akemi? Está tudo bem? 

- Eu nunca te contei isso, mas...quando você era um espectro, eu via você. Não o Scorpion...você. Eu sentia tudo que você passava, seus medos, sua dor, sua vingança...os poderes foram consequências, mas...eu vi tudo. Eu senti tudo e...por anos eu tinha vontade de te tirar de tudo aquilo mas não sabia como. A melhor coisa que aconteceu comigo foi tê-lo de volta. 

- Eu...eu não sabia que você...- Hanzo a puxou para outro abraço apertado. – Me perdoa Akemi, não queria que você sofresse por minha causa.

- Se alguém deveria te pedir perdão, sou eu. Eu deveria ter procurado ajuda, Hanzo. Eu deveria ter ajudado você a sair de tudo aquilo.  

- Está tudo bem. – Ele suspirou e se separou do abraço. – Nós estamos juntos novamente e ficaremos assim até o final de nossas vidas. Eu juro que jamais vou te deixar novamente, Kemi. 

- Obrigada, se você fizer isso eu te encontro de novo e te dou outro tapa na cara. – Ela começou a rir e o fez sorrir. 

Kuai Liang via a cena de longe e ficou preocupado, se aproximou dos dois e colocou sua mão nos ombros de Akemi.

- Está tudo bem com vocês? – Seu semblante era de preocupação.

- Sim, está amor. – Akemi olhou para Hanzo e sorriu. – Só estava contando umas coisas para o Hanzo. 

- Vou ir procurar a Luna. – Hanzo se aproximou de sua irmã e depositou um beijo em sua testa. – Você está bem? 

- Sim, graças a você estou bem a muito tempo. – Akemi sorriu e ele retribuiu. O viu se afastar e ir até Luna. 

- Você está bem mesmo? – Kuai colocou suas mãos no rosto dela e a fez fechar os olhos com o toque. 

- Sim...eu não podia estar melhor. – Se aproximou e o abraçou. – Apesar de todas essas lutas, ter vocês dois me faz mais feliz que qualquer coisa que eu pudesse ter. 

Sub Zero não disse nada, apenas sorriu e a abraçou mais forte. Aquele momento foi interrompido quando Sonya se aproximou com Johnny; olhou rapidamente e viu Takeda juntamente com outro garoto e logo atrás as duas garotas que havia visto a alguns minutos atrás. 

- Akemi? – Sonya chamou e a ninja olhou instantaneamente. – Essa é a Cassie, minha filha e a Jacqui minha sobrinha de consideração. – Sorriu -  Meninas, essa é a Akemi, irmã gêmea do Hanzo

- Prazer é meu, meninas. – A ninja sorriu para as duas que foi retribuído. 

- Aquele ali é o Kung Jin, ele é meio chato...mas você acostuma. – Cassie apontou para o garoto com um elmo e um arco nas mãos. 

- Bom, podemos começar nossa pequena reunião. – Johnny se aproximou e começou a falar. – Essa será nossa última missão, assim espero, para caçar esses malditos. Todos já sabem o que tem que fazer, certo? 

Eles apenas assentiram. 

- Podemos começar a festa. – O ator completou e foi caminhando até os helicópteros que os aguardavam. 

Akemi foi andando ao lado de Hanzo e Kuai Liang, não pode deixar de notar Takeda olhando fixamente para um lugar específico, virou-se para onde o olhar dele estava e notou que era para Jacqui. Pediu licença para seu irmão e seu namorado e correu em direção ao garoto e o abraçou. 

- Tak, Tak...eu vi, viu?! 

- Viu o que, Akemi? – Ele a olhou surpreso.

- Você olhando pra Jacqui. – Abriu um sorriso largo o deixando sem graça. 

- Akemi...pode parar. Eu não estava...

- Você estava sim, já falou com ela? 

- Lógico, nós somos da mesma equipe...óbvio que já conversei com ela.

- Já falou que gosta dela? 

- Como você...- O garoto pareceu surpreso e olhou para a ninja sem graça.

- Não precisa de muito para saber que gosta dela. Agora vai lá falar com ela, anda. – Falou empurrando o menino na direção de Jacqui, que olhou para trás rapidamente enquanto passou a caminhar ao lado da especialista. 

- Você não perdoa ninguém. – Luna abraçou Akemi e começou a rir. 

- Nunca cunhadinha, nunca. – Ela retribuiu o abraço rindo. 

Eles caminharam para dentro dos helicópteros, Akemi sentou-se ao lado de seu namorado e deu as mãos para ele. Seu coração estava disparado e uma súbita preocupação surgiu, sabia que tudo seria resolvido naquela noite; mas uma parte dela desejava que tudo chegasse ao fim. Acomodou sua cabeça nos ombros de seu namorado e fechou os olhos. 

*

Foram parar logo em uma enorme selva, escura e fria. Para piorar estava chovendo forte. Akemi suspirou enquanto prendia os cabelos e esperava o restante dos soldados sair do portal, em comparação as outras missões o número de soldados era consideravelmente maior dessa vez. Haviam pelo menos duzentos ou até mais.

- Vamos nos reunir ali na frente e atacar com tudo. - Sonya foi caminhando na frente juntamente com a nova equipe que Johnny havia reunido, o restante a seguiu. 

Caminhou de mãos dadas com Kuai Liang enquanto ficava cada vez mais nervosa, já haviam lutado demais contra o exército interminável de Mileena e saber que agora ela recebia ajuda não a deixou mais tranquila. Ela viu seu namorado se aproximar e depositar um longo beijo em seu rosto. 

- O que está pensando? - Sub zero perguntou, com certeza havia notado o desconforto dela, principalmente por estar tão calada.

- Em como ficar viva. - Akemi sussurrou em resposta.

- Do que está falando? - Ele franziu as sobrancelhas.

- É que...Já lutamos tanto e dessa vez parece que estamos caminhando direto para uma armadilha, olhe em volta Kuai. Estamos em uma guerra! - Ela respondeu parecendo ainda mais preocupada.

- Nada vai acontecer Akemi. - Sub zero respondeu, sua voz era firme. - Está cercada de pessoas que a amam e irão protegê-la, eu não permitirei que ninguém a machuque. Eu te amo Akemi, vamos vencer essa guerra que está prestes a acabar. 

Ela não respondeu de imediato, enxugou as lágrimas que estavam ameaçando escorrer por seu rosto e o beijou lentamente, mordeu de leve os lábios dele antes de separarem o beijo.

- Vamos vencer e ir para casa. – A ninja falou com um sorriso e beijando seu pescoço.

- Achei que havia dado um tempo com as provocações. - O Grão-mestre disse sorrindo.

O sorriso da ninja aumentou.

- Já está sentindo falta delas Kuai?

- Não. - Respondeu rápido demais. 

Akemi voltou a segurar a mão dele e caminharam juntos até as árvores a sua volta começarem a diminuir e dar lugar a um bosque, mais à frente havia um pequeno campo aberto com algumas árvores menores espalhadas nele, do outro lado a floresta continuava se estendendo até algumas montanhas a vários quilômetros de onde estavam.

- Esperem aqui. - Sonya falou erguendo a mão. - Sargento Cage, você e sua equipe vem comigo. Isso deve ser o suficiente.

Akemi observou o grupo indo até o campo, pararam um pouco distante de onde estavam esperando. Viu algo sendo jogado para o alto em segundos o maior portal que já havia visto foi aberto no ar diante da equipe. A ninja observava boquiaberta os três helicópteros que saíram de dentro dele.  Continuaram esperando até Sonya mandá-los avançar, assim que chegaram ao campo Akemi pode avistar uma fortaleza se erguendo por cima das árvores do outro lado da floresta. A general disse para esperarem de novo e ela suspirou, não estava aguentando mais tanto suspense.

Ainda estavam no começo do campo quando ouviram os primeiros tiros vindos do outro lado da floresta. Algumas balas acertaram a árvore que estava ao seu lado, o susto a fez recuar alguns passos e até esbarrar em seu namorado. Ele segurou a mão dela. Akemi respirou fundo, eles tinham boas chances, podiam vencer essa. Mesmo que o inimigo estivesse atirando contra eles.

Sonya fez um sinal para os helicópteros que voavam acima do campo e começaram a atirar contra a fortaleza forçando os que estavam lá dentro a sair, deu certo por alguns minutos até começarem a atirar contra eles. Akemi não pode fazer nada a não ser ficar abaixada e assistir os helicópteros caírem, por sorte alguns homens conseguiram pular para fora antes que chegassem ao chão.

A chuva atrapalhava sua visão, teria pedido um colete a prova de balas a general se soubesse que ficariam no meio de um tiroteio. De repente os tiros cessaram, os inimigos avançaram saindo de trás das árvores e Akemi saiu de onde estava.  

- Vamos agora! - Sonya falou parando de atirar e saiu correndo pelo campo que separava a floresta.

Em alguns segundos já estavam do outro lado, a floresta era densa e escura demais para ver mais do que alguns metros à sua frente. A chuva parecia interminável, mesmo que só estivessem ali a apenas quinze minutos. Continuaram andando até que pode ver os inimigos um pouco mais à frente.

- Acho que os despistamos, Kano.

- Ótimo, vamos continuar o plano...

- Não! - Uma familiar voz feminina ecoou pela floresta. - Eu vou voltar e reunir mais tartakans, eles vão pagar por isso. - Mileena sacou suas armas

Assim que terminou de falar Sonya caminhou na direção dela, que se assustou ao saber que estavam sendo observados. 

- Eu não ficaria assim tão confiante. 

Soldados saíram de trás das árvores com as armas apontadas na direção deles, logo todos estavam em posição de luta para enfrentar os inimigos. Frost não estava entre eles. Mileena pareceu recuar um pouco, o dragão negro ainda estava um pouco longe de seu esconderijo. A imperatriz recuperou a postura e deu um passo à frente.

- Nossa Scorpion, você ficou bem bonito vivo. 

Assim que ela terminou de falar a ninja franziu a testa e olhou para Hanzo.

- E você continua uma aberração como sempre, Mileena. - Ele respondeu e sua irmã sorriu. 

Luna deu um passo à frente ficando ao lado de Scorpion apoiando seu braço nos ombros dele.

- Sério que isso aí deu em cima de você? - Ela perguntou olhando a ex imperatriz de cima a baixo.

Akemi deu risada antes de se juntar a sua cunhada. 

-Toma cuidado que esses belos dentes vão fazer meu irmão desistir de você, viu? 

- Fico com medo e pena só de pensar o que esses dentes podem fazer com o meu Hanzo. - A ninja respondeu sem desviar os olhos de Mileena.

Um pouco mais atrás Johnny tinha uma crise de risos e alguns soldados o acompanharam. Ao seu lado, viu Kuai Liang dar uma risada curta.

- Como ousam me insultar? - Mileena gritou.

Akemi não perdeu a chance de responder.

- Olha Milena, mesmo se nós quiséssemos, a sua cara já fez isso por nós. 

- Aí, essa doeu. - Johnny falou ainda rindo.

Então a Ex-Imperatriz atacou brandindo as armas na direção de Luna.

O dragão negro demorou alguns segundos para que começassem a lutar contra os soldados, pela cara de Kano ele deveria estar pensando seriamente em abandonar Mileena, mas antes que pudesse se quer fazer isso Sonya acertou um chute em seu rosto.

Akemi estava distraída assistindo a luta quando sentiu alguém a puxando para trás, Kuai a havia salvado de uma faca que provavelmente acertaria seu rosto. A ninja olhou para a arma que havia ficado presa na árvore ao lado dela e a pegou. 

- Isso é meu. - Tanya apareceu em sua frente e Sub zero materializou uma espada de gelo em sua mão. 

- Onde está Frost? 

- Isso também não é da sua conta. - Ela atacou primeiro Akemi com um chute que foi bloqueado na mesma hora e depois se virou para atacá-lo, mas a ninja lançou sua kunai nela e a puxou para começar a desferir socos nela enquanto Tanya tentava cobrir o rosto com as mãos. Quando ela caiu no chão Akemi parou e um soldado veio algemá-la.

- Mileena, vamos sair daqui! - Rain gritou para ela e só então Akemi olhou na direção dela.

A ex imperatriz estava caída no chão, Luna estava em pé diante dela. Mileena estava tentando se levantar quando Kano apareceu ao seu lado para ajudá-la, mas Luna foi até ele e tentou um chute alto, mas ele aparou o golpe e segurou sua perna para fazê-la perder o equilíbrio e cair, mas com um movimento rápido a ninja se soltou e o jogou no chão.

Akemi correu na direção dela, mas foi impedida por um membro do dragão negro que entrou em sua frente e começou a atacá-la, enquanto se defendia viu de relance Kano e Mileena se levantando. Acertou uma série de socos no oponente e ele recuou, ouviu um barulho vindo do outro lado da floresta e parou por um instante. De repente vários homens armados saíram de trás das árvores e os cercaram.

- Desistam, vocês perderam Sonya. - Kano falou para ela com um sorriso debochado no rosto, mas a general continuou o encarando com raiva.

- Raiden, agora! - Ela falou, mas nada aconteceu.

- É isso? Aquele deus do trovão não apareceu para...

Raios caíram ao redor deles e mataram uma dúzia dos recém-chegados. Sonya sorriu vitoriosa do semblante de Kano enquanto o deus do trovão caminhava até eles. Sub zero segurou a mão da namorada. Akemi olhava fixamente para a cena, os soldados apontavam as armas na direção de Mileena e Kano, Tanya estava algemada e três soldados a seguravam. 

- Renda-se Mileena, vocês estão cercados. - Raiden falou.

Continua...