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História Fire and the flood - Mal posso esperar


Escrita por: Red_Tomato

Notas do Autor


EU CHEGUEI, TOMATINHOS LINDOS DA MINHA VIDA.

Me desculpem, mas agr começou a faculdade e já viu.... Estou escrevendo os caps aos poucos, organizando as ideias pra nada ficar tumultuado ou muitas informações de uma vez só.


Aproveitem esse momento de tranquilidade dessa família maravilhosa.

Capítulo 24 - Mal posso esperar


Fanfic / Fanfiction Fire and the flood - Mal posso esperar

Já fazia algumas semanas desde que Bianca chegara à casa dos Di Ângelo e Nico ainda não se sentia confortável em conversar normalmente com a irmã mais velha por dois motivos: o primeiro porque ainda estava magoado e o segundo, porque, no fundo, tinha vergonha de falar com ela depois de tudo que disse e pela forma que agiu.

Bianca preenchia os jantares com suas histórias de como funcionavam as coisas na Alemanha. Seus olhos brilhavam ao falar sobre a faculdade, as aulas, amigos que fez por lá. O interior de Nico se aqueceu eu perceber que sua irmã fez muitos amigos, principalmente com suas colegas de quarto. Zoey e Ártemis. As duas já eram veteranas e ajudaram Bianca a se adaptar ao lugar e tudo mais, inclusive quando tinha dúvidas da língua local e acabava se perdendo um pouco nas conversas e aulas.

Criou-se um hábito de, todas as noites antes de ir para seu quarto, Bianca batia à porta de Nico para tentar uma conversa e desejar-te “boa noite”. Para Nico, a voz de Violet vinha à cabeça automaticamente “você deveria ser mais gentil com sua irmã, pare ser tão orgulhoso.” Ele suspirava e fechava os olhos murmurando, “estou bem e boa noite”. Sabia que, uma hora ou outra deveria começar a se comportar melhor, só não conseguia. Quando um sentimento se enraizava com a ajuda de outros, era ainda mais difícil de deixa-los de lado, mesmo sabendo que a outra pessoa não tem tanta culpa no cartório assim.

O aniversário de Nico se aproximava cada dia mais, 28 de Janeiro, cairia num domingo e ele imaginou que Bianca gostaria de fazer alguma coisa. Particularmente, ele só queria ficar assistindo filmes o dia inteiro e fazer alguns lanches. Aniversários não eram tão excitantes assim para ele. Guardava lembranças de seus aniversários quando sua mãe o acordava com seu café da manhã preferido e alguma música bonita. Nico não ligava muito para qual música seria, já ficava contente em apenas ouvir a bela voz de sua mãe cantar. Quando tinha a sorte de ter seu aniversário no final de semana, passava o dia inteiro com sua mãe e Bianca. Depois de seu pai ter ido embora. Quando sua mãe faleceu, Bianca tentou manter a tradição por Nico, mas não era a mesma coisa.

Na sexta-feira à noite, Nico teve a visita de Bianca assim como sempre, entretanto desta vez, sua irmã mais velha entrou no quarto e sentou-se na cama do garoto que a observava em cada passo. Primeiro ficaram em silêncio. Nico tentou evitar se encolher ao olhar de sua irmã que o fitava numa mistura de hesitação e ansiedade.

Antes de começar a falar, Bianca pigarreia. – Nico, olha, eu sei que você não está muito afim de conversar comigo ainda, mas por favor... fale alguma coisa.

Silêncio. As palavras simplesmente sumiram da mente de Nico. Nem italiano, nem inglês sobraram. Bianca suspira e passa as mãos no rosto.

- Me desculpe, ta bom? Mas Nico... entenda meu lado, eu não podia deixar passar uma oportunidade daquelas. Veja, nem foi tão ruim assim, você tem amigos, papai está fazendo o máximo que pode para te deixar à vontade e até a Perséfone está mais gentil. Nós só não estamos mais juntos o tempo todo. – Bianca faz uma pausa para ver se Nico teria alguma reação diferente além de abraçar os joelhos. – Vamos fazer com que esse tempo que estou aqui valha a pena. Eu irei embora em duas semanas...

Nico a encara de olhos arregalados. – Já?

A garota assente. Seu irmão mais novo respira fundo antes de começar a falar. – Me desculpe por ter agido daquele jeito com você...

Bianca sabe que Nico não tomará partido, então o puxa pelo braço e dá um abraço no corpo pequeno e magro do garoto.

- Você é um cabeça dura, Nico.

Depois de manterem um abraço longo, Bianca pede para que Nico a conte sobre tudo que havia guardado durante os meses, entretanto, o garoto não tinha muito que falar a não ser sobre a escola e sobre como havia conhecido seus amigos. E Bianca, sabendo que seria um ponto delicado para se tocar e sabendo que Nico negaria até a morte, omitiu o comentário de ver os olhos de seu irmão brilhar quando ele falava de Will, mesmo acrescentando os piores adjetivos possíveis, aqueles que nem ao menos eram reais, Nico não conseguia esquivar do fato que, realmente, gostava de Will. De um jeito a mais.

(...)

No domingo pela manhã, Bianca dirigia seu carro pela estrada, rumo ao parque de diversões para comemorar o aniversário de 12 anos de seu irmão mais novo. Levou custo até ele aceitar a ideia de passar o dia andando em brinquedos e se divertindo com seus amigos – a preguiça em sair da cama era maior do que qualquer coisa -, depois de algumas horinhas implorando no sábado, Nico concordou e logo tratou de avisar Violet e Will. Em surpresa, Austin, irmão mais velho de Will também os acompanhava, ele costumava participar de algumas “festinhas” dos amigos, então não seria tão estranho assim.

Enquanto o trio de amigos conversava no banco de trás – o que era surpreendente já que não via Nico tão animado assim já havia tempo -, Austin mexia em seu celular no banco da frente.

De vez em quando, Austin levantava o olhar para observar Violet pelo espelho retrovisor. A cada dia diferente que ele a encontrava, a garota estava de um jeito diferente. Havia dias que ele a percebia escondendo algum sentimento que estivesse incomodando, e com sorte, por sempre estar junto de Nico e Will, aquilo parecia sumir e foi se tornando cada vez mais raro. Austin gostava de conversar com Violet, mesmo ele gostando um pouco mais de músicas clássicas a indie rock, buscou ouvir algumas bandas que Violet havia recomendado e as achou particularmente boas. Já fazia um tempo que treinava uma música de certa banda no violino e, quando estivesse pronta, mostraria para Violet. Talvez assim arrancasse algum sorriso da ruiva que, na visão dele, era a cena mais bonita que alguém poderia ver. É... Austin estava mesmo apaixonado pela garota e isso o assustava por inteiro. Era confuso, afinal, em sua visão amadora do amor, passaria a vida inteira com a primeira pessoa que fosse conhecer, mas no fundo, no fundo, sabia que esses eram casos raros e talvez fosse por isso que sempre adiava o momento de se aproximar ainda mais de Violet. Certa vez confidenciou isso à Will e seu irmão mais novo caiu na gargalhada dizendo que aquilo era a coisa mais “brega” que já havia ouvido na vida, depois disse que não importava a idade... ele só tinha que viver tudo o que deveria e não impedir isso por questão de idade. (Drama adolescente é um porre, e pensar que ainda faltam uns bons anos para sair dessa fase).

Hoje, Violet vestia uma roupa confortável, calça legging e camiseta com casaco. Todo em cores claras e nada chamativa, se é que Violet consiga passar despercebida pelos lugares, infelizmente seus fios ruivos estavam presos para trás, mas nada que tirasse sua beleza.  

- Você está encarando há um bom tempo – Bianca sussurra para Austin. Os amigos no banco de trás falavam tão alto que provavelmente não ouviram nem um chiado. O garoto se assusta e Bianca ri. – Não quis lhe assustar.

- Tudo bem – ele respira fundo e coloca as mãos no rosto.

- Não se envergonhe, Violet é muito bonita...

Austin queria dizer algo que negasse, mas não conseguia. Não tinha como negar.

- Relaxe e curta o dia. – ela pisca para ele.

(...)

Todas as vezes que o grupo ia direto para um brinquedo que teriam de ir em duplas, Violet já se apressava para perto de Nico ou Will. Na maioria das vezes, Bianca dizia que não ligava de ir sozinha em algum vagão e nem que se importava em ir com alguém que não conhecesse, sendo assim, tudo parecia certo e todos estavam se divertindo. Num determinado momento, enquanto estavam na fila para mais uma atração, Nico puxou sua amiga para uma conversa e em sussurros, disse:

- Você poderia aproveitar algumas oportunidades e se aproximar de Austin!

- Nico, cale a boca! – Violet exclama de olhos arregalados.

- Calma, ninguém está ouvindo. – ela olha para os lados e suspira.

- Eu não vou me oferecer para sentar com ele em algum vagão... – Nico sorri malicioso. – Nem pense.

- Tarde demais, já pensei e... pare de graça, fica aí olhando para ele sempre que tem oportunidade .

- Não é assim.

- É sim, fora quando fica falando “Olhe como ele é um ótimo violinista”, ou quando fala do penteado.

Violet fica vermelha. – Vai me falar que também não acha isso.

- Acho, mas não suspiro quando falo.

A ruiva bufa e cruza os braços.

- Sem mais, sem reclamar – Nico diz. – Me agradeça depois.

Sem que Violet perceba, Nico troca olhares com Bianca que, ao entrarem no barquinho, se apressou para sentar num vagão que tinha apenas uma pessoa e rapidamente Nico pegou Will pela mão, os guiando para sentarem juntos. Restaram Austin e Violet andando lentamente para os assentos e mudos.

Violet percebeu que o moreno tamborilava os dedos na trava. Ela tinha de falar alguma coisa, não poderiam ficar em completo silêncio. “Que clichê acontecer isso bem quando iam no ‘túnel do terror’”.

- Então, Austin! – ela diz nervosa. Nunca haviam ficado sozinhos por mais de um minuto e aquela porcaria de brinquedo não andava logo. – Como vão os treinos de violino?

Ele sorri parecendo aliviado por ela puxar assunto e Violet percebe que ele cora um pouco antes de desviar o olhar.

- Estão ótimas... Tenho ensaiado uma das músicas que me mostrou dia desses.

- Sério!? – ela exclama animada e surpresa.

- É... – ele ri.

- Qual?

Em seu interior, Austin queria manter segredo para fazer uma surpresa depois, mas não conseguiu ao encarar os olhos verdes de Violet.

- Shed a Tear do...

- Kodaline – dizem juntos e Violet abre um sorriso enorme. – Eu amo essa música.

- Agora estou com medo de te decepcionar quando estiver pronta...

- Tenho certeza que não vai, você é ótimo – ela sente as bochechas avermelharem e então o brinquedo começa a se mexer.

- Obrigado – agradece envergonhado.

- Nada mais que a verdade. – Até que estou me saindo bem, Violet pensou.

...

- Hum, Violet – Austin chama em meio aos gritos das pessoas ao redor. Ele e Violet mal se assustavam, então não tinha muita graça. Quando ela o olha, continua. – A gente poderia ir para o mini-golf qualquer dia...

- Oh – ela solta surpresa e depois sorri timidamente. – Eu adoraria.

Quando vira-se para frente, Violet percebe Austin suspirando aliviado.

(...)

 

- Bela sua carinha, dá pra ver que meu plano deu certo – Nico diz com um sorriso malicioso e Violet desvia o rosto discretamente para Austin e Will que conversavam animados.

- É...

- Me conta! – ela ri. Era raro Nico se comportar de uma forma mais animada.

- Nós vamos ao mini-golf qualquer dia desses...

- Mini-golf? – Nico arregala os olhos e assobia.

- O que tem?

- Ah qual é.... Vai me dizer que não sabe do lance. Até eu que nem era daqui sei.

- Como assim?

Nico ri e suspira. – “A menina fica com dificuldade em acertar o buraco e então o menino vem por trás para ajudar.”

Violet faz cara de nojo. – Credo, Nico! Não é bem assim e eu sou ótima no mini-golf. 

- Só avisando. – Nico dá de ombros.

 

 (...)

 

Quando chegou a sua casa, Violet correu para o quarto deixar sua bolsa e tomar um banho. Mal ouviu seu pai e Annabeth chamando por ela, apenas gritou um “já volto e trancou a porta”.

Respirou fundo ao se arrastar pela porta. Aos poucos tinha melhorado de sua timidez extrema e depois de tudo que aconteceu no mês passado, algumas atitudes voltaram à tona... Tinha sorte de ter Nico e Will como seus melhores amigos e eles a ajudavam muito quando sentia que as crises começariam. O problema é que agora qualquer coisa a abalava e, mesmo não parecendo algo tão complicado, pensar que iria para um encontro, sozinha, com Austin a deixava mais nervosa do que poderia imaginar. Poderia conversar sobre isso com Annabeth, já que sua madrasta fora sua psicóloga e a conhece bem até demais, só que imaginou que, por ela e seu pai serem um casal, ela iria comentar algo com Percy por se preocupar... Violet não sabia nem o que pensar. Ela precisava entender tudo isso primeiro, segundo Nico, ela é apaixonada pelo irmão mais velho de Will...

Seu amigo tinha falado sobre a “técnica do mini-golf” e seu coração ficou disparado ao imaginar as coisas que poderiam acontecer enquanto ela e Austin estivessem sozinhos. E se ele me beijar? Eu nunca beijei, pensava enquanto a água do chuveiro caia em seu rosto. Quais assuntos falaria com ele? Seria ruim se chamasse Nico e Will para irem juntos?

Será seu primeiro encontro com alguém na vida...

Depois de tomar um banho, e controlar seus nervos, Violet apareceu na cozinha para o jantar. Seus pais ainda arrumavam a mesa.

- Oi, querida – Percy sorriu indo em direção à sua filha para abraça-la. – Como foi o passeio? Se divertiu?

- Oi, pai... sim... ãmmm... Nós fomos a vários brinquedos e comemos bolo depois para comemorar o aniversário do Nico. – disse tentando não gaguejar e manter a calma. Ela vai ter que pedir a permissão de seu pai para sair e, mesmo que ele seja tranquilo quanto ir ao cinema e tudo mais, desta vez será diferente, sem ser com Nico ou Will.

- Que ótimo! – ele sorriu, mas olhou de esguelha para Annabeth que sorria minimamente. – Porque chegou tão nervosa? Saiu correndo para o quarto.

Violet detestava com todas as forças ser muito branca e corar drasticamente. – N-nada...

- Violet, nos conte o que aconteceu... – Annabeth diz agora preocupada. Ultimamente eles têm ficado cada vez mais preocupados com ela, perguntando tudo e querendo saber os mínimos detalhes de como ela se sentia quanto a tudo.  – Você sabe que pode contar tudo para nós, não sabe?

Ela então começou a estalar os dedos, sinal de que estava nervosa. O quão vergonhoso seria se seu pai soubesse que está apaixonadinha pelo irmão mais velho do melhor amigo? Espera, pensou, eu não estou apaixonadinha pelo Austin... “Está sim!”, grita seu subconsciente.

- Querida? – Annabeth se aproxima ficando ao lado de Percy. – O que te incomoda?

A boca de Violet ficou seca de repente. E passava seus olhos por todos os lugares da cozinha, menos olhando para seus pais, se olhasse, falaria tudo. Ela não conseguia esconder muita coisa de Annabeth e, sua visita com a psicóloga seria só daqui duas semanas. Suas mãos suavam, e sua respiração começou a ficar complicada. Focou seu olhar em seus pés e depois sentiu duas mãos macias tocando-lhe o rosto e a fazendo olhar para um par de olhos cinza. Ela tinha que falar, não podia esconder isso... Não era nada demais parando para pensar...

- Se você não quiser falar sobre isso, tudo bem, mas sabe como ajuda poder desabafar um pouco... – Percy, percebendo que talvez ele fosse o problema, suspirou entristecido e deu espaço para as meninas conversarem. Annabeth puxou Violet pela mão para irem até o quarto da garota. – Eu não quero ser chata, mas seu pai fica triste em ver que você ainda não confia nele para contar sobre como se sente, Violet... – a ruiva suspira triste.

- É que eu não consigo, Annie...

- Por que não me conta primeiro? Assim parte desse peso já vai sair e depois, caso se sinta melhor em falar com o seu pai, saiba que ele vai agir da melhor forma possível.

Depois de se acalmar, Violet tentou explicar da melhor forma o que vinha acontecendo. Estava tão nervosa, que já gaguejava enquanto dizia que não era nada demais isso tudo, que ia passar. Então, explicou como Nico conseguiu fazer com que ela se sentasse com Austin em um dos brinquedos e contou sobre o “encontro”, sobre a “técnica do mini-golf” e que estava com medo de falar com seu pai sobre isso, afinal, não seria a mesma coisa do que quando saía com Nico e Will.

- E você não gosta do Austin? – Annabeth indaga curiosa. Violet conseguia ver um pequeno sorriso brotando nos lábios de Annabeth.

A garota coçou a cabeça e fechou os olhos. – Não sei... eu gosto do Will e do Nico, mas o Austin... – ela não conseguia se explicar.

- Deixe-me adivinhar... seu estomago fica formigando, seu coração bate mais rápido seu rosto fica vermelho, o que não é difícil, e você, inconscientemente, fica se arrumando...

Violet afirma com a cabeça, olhando para baixo e ouve Annabeth rir.

- Meu amor... – ela estica a mão para acariciar o rosto de sua enteada. – Você gosta dele e não há problema algum nisso.

- É que...

- Violet, olhe pra mim – Annabeth a encara. – Saia com ele semana que vem e veja o que acontece, não é errado e pode ter certeza que seu pai não irá ficar bravo e nem nada, se é disso que tem medo. Não é porque vão sair que vocês têm de se beijar e...

- Annie! – Violet exclama.

- O que foi? Tenho que falar a verdade, oras! – a ruiva fica ainda mais nervosa. – Violet, faça o que se sente confortável em fazer. Não é porque você está afim dele que vão namorar pro resto da vida, se casar, ter filhos...

- Annie! – ela exclama novamente com os olhos arregalados. – Rápido demais nessa conversa...

- Desculpa – Annabeth ri. – Isso é novo para mim também... conselhos eu sempre dei, mas agora é diferente, se é me que entende... Só quero que viva, okay? Quando sentir-se mal, pode parar e respirar um pouco. Converse comigo e com seu pai. Não deixe que nada influencie nas suas escolhas... sei que o que passou mês passado não será fácil de esquecer, mas faça um esforço. Um passo de cada vez e agarre a oportunidade quando ela aparecer. Não deixe de viver algo que pode ser muito importante... – ela sorri amigavelmente e Violet a puxa para um abraço.

- Obrigada, Annie, te amo.

- Também te amo, querida. Agora vamos lá para a cozinha, senão seu pai vai se sentir excluído... coitado.

Quando saíam do quarto, Violet puxou Annabeth novamente.

- Annie, você vai contar pra ele sobre o Austin...?

- Só se você estiver tranquila quanto a isso, Violet.

Violet afirma lentamente. – Eu vou falar em algum momento...

(...)

Percy tratou de continuar arrumando a mesa do jantar enquanto Annabeth conversava com Violet. Muitas vezes, ele desejava que pudesse ser próximo de sua filha, e em outras, agradecia por esta poder desabafar com alguém. É claro que, em comparação com quando chegou à Nova Iorque sua relação com Violet, estava muito melhor agora. Eles conversavam, ela o abraçava sinceramente. Assistiam filmes, comiam juntos...

Estava feliz em poder relaxar todos os dias e sentir que tudo ia bem, que nada prejudicaria sua família naquele momento. Dentro disso tudo, a única coisa que ainda faltava era conhecer a família de Annabeth e isso, realmente, o apavorava. O fato de já ter mais de trinta anos não o acalmava em nada. Iriam para Minessota na semana da primavera... as crises de ansiedade já tinham começado e Annabeth ria de seu nervosismo, afinal, ela sabia que não era tão necessário esse nervoso todo.

Com o passar dos dias, o relacionamento dos dois só melhorava. Ficaram mais íntimos e isso acrescentou muitos bônus. Conheciam um ao outro. Suas fraquezas, medos, o que mais gostavam, aquilo os faziam rir. De vez em quando, Percy se pegava pensando em como tudo foi tão rápido e conturbado. Tudo que precisaram passar para chegar onde estavam, todo aquele problema no final do ano, lidar com um cara tão louco a ponto de sequestrar uma criança para ter sua ex de volta. O que lhe confortava era saber que agora ele estava atrás das grades e lá, sofreu um pouco nas mãos de outros detentos. Segundo detetive Hades, George começou a gritar ameaças à Amser – um dos detetives -, dizendo que ele esteve envolvido em tudo e que havia mais um comparsa, entretanto, considerando o medo e a necessidade de sair daquela fria, isso tudo foi descartado por falta de provas e problemas mentais do preso. Além disso, nos testemunhos de Violet, a garota não comentara nada sobre ter visto o rosto dos demais envolvidos. Percy tentava ao máximo evitar pensar nos momentos péssimos, e se esforçava para lembrar-se dos dias que o fizeram sorrir, como quando foram andar no gelo, quando ele e Annabeth deram o primeiro beijo, o reencontro com sua filha e todos os dias que passava com elas. Quanto o mais normal possível, melhor.

Era impossível de não perceber que Violet passara a agir diferente depois de algumas vezes que ia visitar Nico e Will. Todas as vezes que voltava, ficava aérea, de vez em quando com um sorriso mínimo no rosto – o que alegrava Percy – Isso o fez acreditar que a convivência com os amigos a ajudou muito nas recuperações. Entretanto, algo a mais devia estar acontecendo e esta noite ela voltou mais nervosa do que o normal. Annabeth já estava a um bom tempo conversando com a enteada no quarto e ele morria de curiosidade para saber o que tanto falavam. Seu eu interior o obrigava a deixar de lado, até porque, Violet contaria quando estivesse pronta.

Brincava com a taça de vinho quando Annabeth e Violet chegaram à cozinha novamente. Ambas sorridentes, porém sua filha sorria com timidez.

Percy pigarreou. – Então... como você está?

- Bem – sua filha respondeu simplesmente. Percebendo sua decepção com a pouca resposta, Annabeth segura a mão de seu namorado por cima da mesa e a aperta com carinho, sussurrando “conversaremos mais tarde”, ele afirma com a cabeça e suspira servindo-se do jantar.

(...)

Annabeth estava abraçada em Percy enquanto ele acariciava-lhe as costas. Mantinham-se em silêncio, apenas ouvindo as respirações e olhando para a televisão desligada. Ela queria começar a fazê-lo se acostumar com a ideia de ver sua filha tendo a primeira paixão e fazer o máximo para que ele não surte. Não que achasse que ele fosse ficar bravo ou algo assim, mas seria uma coisa diferente acontecendo e que ele não poderia ficar controlando cada passo que Violet vá dar. Deixar apenas que as coisas fluam com tranquilidade.

- Percy? – ela o chama e ele murmura para que continue. – Sobre minha conversa com a Violet...

O moreno virou-se com cuidado para ficar de frente com Annabeth. Seus olhos estavam preocupados. Annabeth sorriu para acalma-lo.

- Não é algo que deva se preocupar tanto, fique tranquilo, okay?

- Okay. – ele confirma com a cabeça.

- Ela queria te contar, mas estava um pouco tímida e com um pouco de medo... semana que vem, no sábado, Violet vai sair com um garoto...

- Que garoto? – Percy pergunta hesitante.

- Austin, o irmão mais velho de Will.  

- Ahhhhmm... – assente. – Ele me ser um bom menino. Por que ela teve medo? Ela sempre sai por aí com Nico e Will, provavelmente eles estarão juntos... – Percy para apenas paara ver Annabethh negar lentamente com a cabeça. – Serão apenas os dois? – ela confirma.

- Hmm – Percy resmungou depois de um tempo. – Ela gosta dele?

- Acredito que sim... mas ela ainda não entende muiti como é se sentir assim, então não a encha de perguntas, okay?

- Tá... – ele reclama.

- E não toque no assunto até que ela queira falar sobre...

- Sim, senhorita.

Silêncio novamente. Annabeth esquecera que Percy era extremamente ansioso com algumas situações e que provavelmente ficaria pilhado durante a semana e que tentaria, de alguma forma, fazer com que Violet falasse alguma coisa. Quando a loira se preparava para murmurar um: “boa noite” e se virar para dormir, Percy começa suas especulações.

- E se eles se beijarem? Annie, pelo que eu sei, Violet nunca beijou alguém... E se ele a enganar?... – ele fazia várias perguntas ao mesmo tempo e Annabeth teve de segurar seu rosto, rindo.

- Percy, querido... Não pense nisso, okay? Deixe ela. Até parece que você foi beijar uma menina só depois dos 18. – ele ficou mudo e fez cara de nojo. Annabeth riu. – Se fez essa cara... nem te conto como foi o meu...

A boa noite de sono que planejaram ter foi transformada numa contação de histórias sobre a adolescência. Beijos, corações partidos e como foram curados tão facilmente que nem precisariam se preocupar. Percy só não conseguia segurar o aperto no coração em ver que sua filha estava crescendo então.


Notas Finais


O QUE ACHARAM, HEIN, HEIN???????????????

Espero que tenham gostado! Comentem e favoritem! (senti a falta de vocês no cap passado!)
Entrem no meu perfil e leiam as outras histórias que já postei enquanto não sei o próximo cap!!!

AMO VCS

BEIJINHOS AZUIS E AMARELOS <3 <3 <3


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