1. Spirit Fanfics >
  2. Fire meet gasoline (Camren) >
  3. Little Drunk Girlfriend

História Fire meet gasoline (Camren) - Little Drunk Girlfriend


Escrita por: chicamz

Notas do Autor


~chegando de bicicleta com a minha amiga carmen~

Primeiramente, fora temer. Vai à PEC que te pariu, golpista nada a ver.

E agora... Olar serumanies desconstruídes, tudo bem com vocês? Espero que sim. Um mês depois e cá estou eu, pois é, é a vida. Se alguma alma caridosa souber e puder fazer uma capa marota pra um projeto novo, por favor, me manda uma mensagenzinha. Sem mais delongas, é isso.

Boa leitura!

Capítulo 25 - Little Drunk Girlfriend


Fanfic / Fanfiction Fire meet gasoline (Camren) - Little Drunk Girlfriend

Lauren POV

Foi extremamente difícil saltar da cama da minha namorada naquela manhã de domingo. Fazia um tempo nublado e a temperatura estava alguns graus abaixo do habitual lá fora. Camila estampava um sorriso ainda maior que o de costume e eu não podia evitar espelhar seu gesto. Eu tentava agir naturalmente, mas Camila fazia questão de frisar a cada dez minutos que agora nós éramos namoradas. Uma bobona quando quer!

Apesar de ser domingo e a nuvem da preguiça pairar sobre nossas cabeças, Camila e eu éramos as diferentonas. Ela recebeu uma ligação de um colega integrante de uma companhia de teatro, que a convidou para ler um texto para um papel em um peça. A pequena latina ficou mais feliz que pinto no lixo e eu aproveitei que teríamos de nos separar para fazer alguns reparos na X-tina e revisar a matéria da prova de terça-feira, controle de sistemas dinâmicos.

Liguei pro Tontom, quero dizer, Thomas Augusto, meu parceiro, e perguntei se havia alguém na oficina ou se ele poderia me emprestar a chave da lojinha para que eu pudesse dar um upgrade na moto velha de guerra. Thomas não só me arrumou a chave como também se ofereceu para me ajudar. Se eu me interessasse por caras e pudesse escolher por quem me apaixonar, Thom seria um forte candidato. Ele era quase uma versão masculina minha, com a vantagem de ser leve e não carregar as minhas cicatrizes psicológicas. Estar em sua companhia era fácil e bom. Eu confiava em Thomas, ele me conhecia antes de adquirir minhas inseguranças. Nos conhecíamos desde sempre.

- Parabéns, Lolo! - Thomas me abraçava apertado após ouvir a notícia de que Camila e eu estávamos namorando.

- O que eu devo dizer? Obrigada?

- Claro, né? Isso é uma grande evolução. Quando você veio pra cá e bolou aquele esquema com o Justin, eu pensei que você tinha se fechado totalmente. - Ele se escorou numa pilastra de sustentação do galpão e me observou atento. - Depois do que aconteceu com Sh.. - Soltou o ar pesadamente. - Com ela, e o baile... Tudo aquilo. Eu sinto muito, Lo.

- Não sinta, Thom. Eu sofri mais do que pensei que minha mente adolescente pudesse suportar, mas eu tô aqui. - Retirei o filme do envelopamento do tanque da XRE e constatei que a ranhura não havia afetado a pintura original. - É preciso tempo pra curar, Thom. Não vou dizer que estou pronta pra outra, porque Deus me livre, eu não quero ter de passar por algo daquele tipo nunca mais. - Me acomodei no banco da moto e testei a aceleração enquanto ele fazia o reparo na manete contrária. - Mas com Camila é diferente... eu sou diferente agora. Sei que não será perfeito, mas eu estou disposta a fazer dar certo.

- Toda sorte do mundo pra vocês, Lo. Você merece muito ser feliz.

Continuei meu trabalho na X-tina até deixá-la nova em folha e diferente, visto que agora ela reluzia em sua cor original, vermelho sangue. Regulada e brilhante, a olhei atentamente e sorri satisfeita. Trocar o carro que meus pais haviam me dado de presente pela moto foi uma opção por economia, mas também foi uma mudança de atitude. Naquela noite fria e escura, no estacionamento daquela escola, eu jurei para o rapaz, com quem eu havia trocado algumas dezenas de palavras antes daquele dia, que eu seria alguém diferente num futuro próximo. Agora, no presente, vejo que sou uma boa pagadora de promessas.

Passei em casa apenas para tomar uma chuveirada e trocar de roupa. Troquei mensagens com Camila, que ainda estava na leitura do tal texto francês, e marquei de encontrá-la no Wills. Saudades Wills. Parti rumo ao pub que por muito tempo foi o "meu quintal" e rapidamente encostei X-tina, agora rubra, junto ao meio fio e caminhei até a entrada. Fui prontamente recepcionada por Halsey, quem eu não via há muito, com um beijo demorado na bochecha e uma long neck aberta e estupidamente gelada. Como era domingo e o movimento estava fraco a garçonete sentou por algum tempo comigo, mas me abandonou logo para atender alguns rapazes que chegaram para uma comemoração qualquer.

- Vou colocar uma música pra ti. - Disse antes de levantar e me deixar sozinha em uma das mesas da área externa.

Meu celular vibrou com uma notificação de mensagem.

AllyB.: Diz cobiçada! Tá com tempo livre?

Laur.: Opa! Tô no Wills, conhece? Quer vir aqui?

AllyB.: Me passa a localização que eu chego. Liguei pra Dinah, mas ela está com Normani resolvendo a mudança.

Laur.: Ah bandida! Nem me avisou :(

AllyB.: Contratou uma equipe de em embaladores, transportadora e carregadores. Você conhece a peça! Daqui a pouco chego aí. Beijo!

Laur.: Ok. Te espero aqui xx

Tomei mais um gole da cerveja que Halsey havia me trazido e abri um sorriso ao reconhecer o riff de entrada da canção. " Diamonds on the inside" com Ben Harper soou pelo ambiente me relaxando e me fazendo sorrir mais amplamente ao ouvir a voz melodiosa da cantora-garçonete acompanhando a letra.

" I knew a girl her name was truth she was a horrible liar."

Apontou sorridente em minha direção.

" She couldnt spend one day alone but she couldnt be satisfied."

- Você tá mesmo namorando a menina diva?

- O quê? Como você sabe?

- Eu sinto. Eu apenas sei, Laur. Era questão de tempo ela te domar.

- Ei, eu não tô domada!

- Desculpe falar, mas você tá sim, Laur. RIP Michelle, sdds Justin me contando os babados atrás do balcão.

- Muito engraçado! Quer dizer que aquele safado te contava os bastidores, é? Por falar nisso, ele nem se despediu de mim.

- Oportunidades assim não nos dão tempo pra pensar. Eu mesma se catar uma boa dessas a qualquer hora me mando também, mas fica tranquila que eu vou fazer questão de me despedir de você, Laur. Vou cobrar o beijo que você nunca me deu.

- Você não tem jeito. - Ri negando com a cabeça.

- Eu não tenho é chance, jeito eu tenho até demais. - Piscou e sorriu antes de sair em direção ao balcão.

Direcionei meus olhos para a rua e vi quando um carro preto encostou e desceu dele aquela loirinha que mais parecia um raio de sol. Ally vestia um short curto e uma baby look branca, tênis baixinho e não levava bolsa. A enfermeira logo tomou assento junto a mim na mesa, logo Halsey brotou lhe oferecendo uma cerveja e me lançando um olhar reprovador. Fiz questão de promover uma breve apresentação entre as duas.

- Allyson Brooke, enfermeira no HU e pesquisadora em saúde coletiva no programa de pós-graduação da Universidade. - Falei mantendo meu olhar sobre a baixinha. Sorri e direcionei meu olhar para a outra mulher. - Halsey, não estou autorizada a dizer seu nome de batismo, mas estou a dizer da grande cantora que ela é. Recepcionista e atendente aqui, cantora e guitarrista nos melhores circuitos undergrounds da cidade e arredores.

Halsey mordeu o lábio inferior e fez uma reverência com a cabeça. Ally sorriu e a cumprimentou cordialmente.

- Olha, quanto ao circuito, preciso conhecer. - Virou-se para mim e cobrou. - Precisamos marcar um dia. Quanto ao atendimento, eu tô de cara. Nunca fui tão bem recebida assim. Isso é que é um bar de respeito. Mal cheguei e já fui recebida por uma beldade, que ainda é artista, e com uma cerveja gelada na mão. Amei? - Declarou toda sorridente.

- Fico feliz que tenha gostado. Espero te ver mais vezes, aqui ou no circuito. Conheço alguém que vai adorar te conhecer também. - Halsey soltou a bomba antes de partir rumo ao balcão.

- O Will tá aí? - Perguntei mais alto para que ela pudesse me ouvir.

- Tá chegando. - Sorriu e sumiu de vista.

Ally e eu engatamos uma conversa na qual ela me dizia o quanto tinha gostado do Wills e que não sabia como ainda não havia conhecido o lugar. Dinah mandou mensagem avisando que SE viesse, chegaria tarde. Ally preenchia todo o ambiente com seu astral e bom humor. A pequena mulher bebia que não era brincadeira. Halsey já tinha trocado o nosso balde mais que dois pares de vezes quando Camila me ligou dizendo que estava a caminho.

Não demorou muito e enquanto Ally e eu comentávamos o último jogo do Real, mais pra lá que para cá, avistei o Fusion branco, pelo qual tenho estabelecida uma relação de amor e ódio, encostar do outro lado da rua. Camila desceu e eu tomei mais um gole da cerveja na tentativa de manter meu queixo grudado ao rosto. Me perguntei se algum dia eu iria deixar de me sentir assim ao ver Camila chegar. A latina acionou o alarme e encaixou a bolsa em seu antebraço enquanto atravessava a rua e eu senti um calor gostoso em meu peito e um desconforto no estômago.

- Olá! É aqui a cerveja tour? - Camila beija o rosto de Ally e sorri simpática sentando na cadeira ao meu lado. Aperta meu queixo e planta um beijo demorado em meus lábios. Suspiro de olhos fechados aproveitando para decodificar as sensações que aquele beijo me causa.

Camila e Ally iniciam uma conversa sobre a saúde da latina e eu viajo em meus pensamentos. Camila Cabello, minha namorada. Deus! Eu estou mesmo namorando Camila. Tanto relutei e agora não posso evitar me sentir mais idiota por não ter tomado uma atitude mais cedo. Eu deveria ter brigado por Camila desde o início, mas como não adianta chorar pelo leite derramado vou cuidar para aproveitar cada momento ao lado dessa mulher. Uma mulher dessas bicho. Camila é um evento!

Ela optou por não tomar cerveja e logo Halsey trouxe uma jarra com água de coco. Camila a cumprimentou e agradeceu sorridente mesmo que eu soubesse que a latina sentia uma pontinha de ciúmes da mulher.

- Ih! Olha lá quem chegou. - Ally fala um pouco mais animada. Olho em direção a rua e vejo Dinah e Normani caminhando de mãos dadas em nossa direção.

- Fala pigmeu, fala anã bunduda, Jauregay! Tudo em paz? - Dinah nos saúda bem ao seu estilo. Normani nos abraçou e logo nos atualizou sobre a mudança. Camila fez uma cara emburrada para Dinah que apenas revirou os olhos. Levantou o braço na direção interior do bar e logo Halsey encostou para ouvir seu pedido.

- Será que tens o necessário para matar a minha sede, Mc Halsinha? - Todas irromperam em uma gargalhada sonora. Aquela girafa da minha melhor amiga sabia mesmo como divertir um ambiente.

Halsey trouxe outro balde prateado com mais cervejas e nós seguimos com o papo. Eu continuava bebendo junto com Ally e Dinah. Normani e Camila estavam tomando água de coco, devia ser algum ritual de hidratação. Artistas! Will, o proprietário do pub, chegou e nos cumprimentou. Puxou uma cadeira e dividia sua atenção entre Dinah que lhe contava alguma situação engraçada e Ally em quem mantinha seus olhos vidrados. Maldita Halsey! Parece mesmo que meu bolinho vai voltar acompanhada essa noite.

Sinto uma mão pousar em minha coxa e em seguida sinto um apertão. Viro para Camila e levanto a sobrancelha indicando que gostaria de entender.

- Mais devagar! Não beba tanto, hoje é domingo. Você me fez prometer que não te deixaria exagerar e você já passou da cota pra quem tá dirigindo.

Beijo sua bochecha e sussurro em seu ouvido.

- Obrigada por cuidar de mim, namorada. - Ela revira os olhos e me abre aquele sorriso lindo que me bambeia as pernas. - Eu sempre quis dizer isso. Perdoa meus clichês e não desiste de mim.

- Para de ser fofa, assim você me desperta sentimentos contraditórios. - Me inclino para o lado ficando bem próxima e mantenho meu olhar no seu. - Esses seus olhos ébrios pequenos e essa boca tão gostosa me faz querer te arrastar para o banheiro e te dar uma chave de perna, mas essa tua fofura clichê me faz querer ir pra casa, deitar no teu peito e assistir a um filme qualquer.

- Eu prefiro a primeira opção. - Arrasto meus dedos em sua coxa por baixo do vestido. Levo um tapa na mão e a recolho em seguida.

O papo segue entre os ocupantes da mesa e eu tento prestar atenção ao que dizem, mas as imagens criadas em minha cabeça decorrentes da sugestão de Camila dificultam o meu trabalho.

- Preciso ir ao banheiro. - Camila pede licença e vai em direção ao banheiro.

Sacudo a cabeça rapidamente tentando clarear meus pensamentos. Levanto e vou em direção ao banheiro, mas antes de sair do campo de visão da mesa vejo Dinah me encarar e bater com as costas da mão direita na palma da esquerda sinalizando uma obscenidade. Deus queira que ela esteja mesmo certa dessa vez.

 

 

Camila Pov

 

Ter passado o dia inteiro longe de Lauren me causou uma ponta de tristeza. Logo no nosso primeiro dia como namoradas oficiais. Não que isso fizesse, de fato, alguma diferença. O que tínhamos estava muito além de qualquer rótulo social, mas, poxa, eu queria ter ficado grudada a ela o dia inteiro. Não importa se foderíamos  pelo apartamento inteiro ou se eu ficaria apenas sentindo seu cheirinho fresco de colônia pós banho na curva do pescoço, eu queria ter estado com ela mais que tudo.

Seguindo na lida diária da minha vida não-padrãozinha, passei o dia batendo texto com alguns atores, uns, conhecidos, outros não. Por volta do cair do sol, e depois de passar aquele texto de Molière tantas vezes, me deram o papel. Me ofereceram um jantar, que eu gentilmente dispensei, pois, já tinha outros planos em mente.

Passei em casa e tomei um belo banho, retirando qualquer sombra-resquício teatral do meu corpo. Calcinha fio dental, vestido de alcinha preto floral, soltinho, porque hoje eu estou bem minimalista. Dei uma bagunçada no cabelo, borrifei um perfume, catei minha bolsa e fui ao encontro dela.

Atravessei a rua e acionei o alarme do carro. Lá estava ela, linda como sempre e, a julgar pelas garrafas de cerveja na mesa, levemente alterada. Ally estava com ela e eu logo tratei de cumprimentá-la. No meio da conversa descobri que Normani e Dinah também se juntariam a nós. Não que eu não gostasse ou não quisesse a companhia de nossas amigas, mas eu tinha imaginado aquele domingo de uma outra maneira.

Depois do momento provocativo na mesa, eu já esperava que Lauren me seguisse até o banheiro. Com um delay de uns dois minutos, mais ou menos, ela chegou. Eu me olhava no espelho do local quando ela cruzou a porta com os olhos pequenos e aquele sorriso travesso de quem vai aprontar, mas ao contrário dos sinais faciais ela apenas entrou em uma das cabines individuais e descarregou a bexiga muito sonoramente. Não segurei o riso e me analisei diante do espelho. Quando ela saiu seu olhar era desconfiado. Ela lavou as mãos e as secou com papel toalha.

- Que? - Ela indagou subitamente com as sobrancelhas arqueadas.

Eu nada respondi. Puxando-a pelas mãos adentrei uma das cabines, bati a porta e girei a tranca. Mesmo com o pouco movimento do domingo eu não poderia arriscar um flagrante. Cobri aquela boca tão gostosa com a minha e matei um pouco da saudade que eu senti ao longo do dia. Lauren me deixou conduzir o beijo, o que de início eu estranhei, pois, ela quase sempre ditava o ritmo, sobretudo quando estava alta e largava mão de muita cerimônia.

Fui diminuindo o ritmo e tomamos ar com as festas coladas. Eu amava ficar naquela posição. Era como se compartilhássemos a mesma respiração, como se estivéssemos sincronizadas. Ela mantinha um braço em volta da minha cintura e uma mão entre os meus cabelos semi apoiada em minha nuca.

- Camila, não faz assim, porque desse jeito eu não vou conseguir parar. - Desencostou sua testa da minha e pincelou seu nariz pela minha bochecha deixando alguns beijos pontuais pelo meu rosto.

- E quem disse que eu quero que consiga? - Disse de olhos fechados enquanto sentia seus carinhos.

- Você pode não gostar do que eu vou fazer. - Arrastou o lábio inferior pelo meu pescoço.

- É claro que eu vou gostar. Você só vai fazer o que eu quiser.

- Ah é?

- Hunrum. - Sussurrei da forma mais lasciva que imaginei poder e rapidamente apoiei meus braços nas laterais da cabine por medo de cair, pois, Lauren, retirando forças e equilíbrio sei lá de onde, me suspendeu pelas pernas e se encaixou em meu regaço. Com as costas na parede, pedi ao universo que mantivesse Lauren equilibrada.

- É isso que você quer? - Sua respiração carregada de álcool e menta de alguma bala muito próxima ao meu rosto me fez arfar.

- Flexiona seus joelhos porque o que eu quero você só vai ter forças para aguentar se estiver na posição correta. - Apliquei um selinho em seus lábios entreabertos.

- Me diz o que você quer, Camila. Diz. - Me encarando com aquelas duas esmeraldas que se denominavam olhos ela me fez queimar. Meu sexo se contraia vazio e a sensação já conhecida se instalava aos poucos em meu baixo ventre.

- Não é como se você não soubesse. - Puxei seu lábio inferior entre os meus delicadamente. Com o olhar sinalizei que já era hora, não tínhamos tempo para jogos e provocações. Toda aquela adrenalina do ambiente e da circunstância me excitava a ponto de dispensar preliminares.

- Eu quero ouvir você di... - Pousei o dedo indicador sobre os lábios dela.

- Shh... - Retirei o dedo e aproximei ainda mais meu rosto. - Apenas faça daquele jeitinho que só você sabe antes que eu volte para aquela mesa e lhe ignore pelo resto da noite.

No segundo seguinte senti suas mãos inquietas, que já estavam por baixo do meu vestido, tatearem por minha calcinha na intenção de rasgá-la. Ah não! Se tem uma coisa que eu odeio em termos sexuais é essa forçação de barra em rasgar peças de roupa. Segurei seu queixo entre meus dedos com um pouco de força e ela imediatamente emitiu um barulho em negação.

- Olha pra mim. - Apertei um pouco mais e vi suas sobrancelhas se unirem. - Se rasgar a minha calcinha eu rasgo a sua cara, me entendeu?

Sua respiração pesada contra o meu colo me deixava ainda mais excitada com toda aquela atmosfera. Lauren colou nossos lábios iniciando um beijo cadenciado e alguns segundos depois senti seus dedos driblando a tela fina da minha calcinha e iniciando uma massagem em meu clitóris. Meus lábios se entreabriram e minha respiração foi ficando cada vez mais irregular. Lauren migrou sua boca para o meu pescoço e me penetrou com o indicador e o do meio. Embora eu estivesse muito excitada e lubrificada senti algum desconforto, talvez por conta da posição, mas como eu adorava coisas novas tentei me adaptar.

Ela descia seus beijos até a minha clavícula e ombro enquanto balanceava as estocadas e a massagem. Me ajeitei em seu quadril e ajustei minhas pernas ao seu redor criando mais atrito e aliviando a pressão em meu centro. Senti seus dedos indo mais fundo e dei algumas quebradinhas com o quadril finalizando com uma contração ao redor de seus dedos.

- Porra de buceta apertada. -Ela murmurou já meio fora de si. Senti suas pernas tremerem e pensei que ela não fosse aguentar, mas ela segurou firme e aumentou a intensidade de suas investidas enquanto tomava meus seios em sua língua, lábios e dentes afoitos. O barulho da fricção entre nossos corpos e os meus gemidos abafados foram dando lugar a um zumbido daqueles que antecede o silêncio quando você vai perder a consciência e tudo foi ficando claro. - Caralho, Camila!

Como se eu tivesse sido picada por um bicho peçonhento senti o veneno se espalhar pela minha corrente sanguínea, fazendo meu coração acelerar, meu corpo esquentar e as pontas dos meus dedos latejarem para enfim se curvarem e eu me lançar naquele abismo de sensações instantâneas chamado orgasmo. Arrebatador e efêmero, ele vem e parte.

Lauren me pôs de pé, mas permaneceu me segurando em seu abraço. Quente e forte, como tudo nela. Ali eu me sentia a salvo e em perigo ao mesmo tempo. Vez ou outra filhote, vez ou outra mulher fatal. A verdade é que não importa onde ou como, ao lado dela eu encontrava beleza e poesia em tudo. Lauren era, sem sombras de dúvida, o meu amor bonito. Não o idealizado, o real.

Ela distribuía beijos pelo meu rosto e corria os dedos pelo meu cabelo tentado o pôr em ordem, imagino. A coisa mais linda com aquelas esmeraldas tão brilhantes. Lhe beijei o mais calma e profundamente quanto consegui e saí da cabine sendo seguida por ela. Nos ajeitamos simultaneamente da melhor maneira possível na pia diante do espelho antes de voltar para a mesa.

- Parabéns! Uma salva de palmas para a Laurenza pela rapidinha mais demorada da história. - E assim fomos recebidas pela rainha da exposição, Dinah Jane. - Rapidinha de tartaruga, viu, mores. - Completou e todos riram.

Lauren estava mais vermelha que um pimentão. Eu apenas revirava os olhos. Normani me pedia desculpas silenciosamente.

- É Will, se eu fosse você mandava alguém dar uma geral no banheiro. Essas duas aí agora que estão namorando não se desgrudam mais.

- O quê? Lauren Mi... Jauregui tá namorando sério? - Will tinha os olhos arregalados.

- Não... de brincadeira. - Lauren debochou e escondeu seu rosto em meu pescoço.

- Isso merece uma comemoração!

Will foi buscar uma rodada de shots de tequila da qual eu cedi a minha para a minha namorada, agora completamente ébria. Dinah continuou com o seu stand up, vez ou outra tentando me alfinetar. Eu relevei por motivo de sobriedade. Não iria me trocar com a girafa bêbada, mas que já estava me dando nos nervos estava.

Olhei no relógio e troquei um breve olhar com Normani. Já estava na hora de rebocar as maiores beberronas dominicais que você conhece e respeita. Chamei Lauren e ela respondeu arrastadamente que queria ficar apenas um pouquinho mais. Voltei meu olhar para Normani e dei de ombros. A negra tomou a garrafa das mãos de Dinah e a devolveu para o balde.

- Vambora! Já chega! Hoje é domingo e eu tô cansada. Boa noite, pessoal. A gente já vai.  Alguém precisa de carona?

Ally a olhou como quem fosse falar, mas Will se antecipou dizendo que levaria a enfermeira em casa. Normani foi até o caixa e eu a segui. Enquanto passávamos os cartões para saldar a conta rimos cúmplices.

- É assim que se faz, Mila. Você logo vai aprender. Lauren é um pouco mais ajuizada que Dinah, mas não é muito diferente. Tome a frente sempre que achar necessário, não tenha medo de se impor.

- Você é tão forte, Mani!

- Nem sempre foi assim.

Pagamos a conta e voltamos para a mesa. Normani pegou Dinah pela mão e se encaminhou para o carro. Acenamos tchau e eu tentei fazer o mesmo com Lauren.

- Não, amor. - Se desvencilhou das minhas mãos. - Eu preciso deixar a Ally em casa. Vai indo que eu te encontro já.

- Você só pode estar maluca se acha que vou te deixar montar essa máquina mortífera nesse estado.

- Eu não posso deixar minha moto na rua. Eu vou seguindo você, prometo que vou devagar.

- Sem chance, Lauren Michelle. Will? Você se importa de guardar a moto de Lauren aqui essa noite?

- Não, sem problemas. - Entreguei a chave a ele e puxei Lauren pela mão. - Amanhã pela manhã eu vou estar aqui esperando uma carga e você passa para buscar.

Nos despedimos dos dois e entramos em meu carro. "The look of love" na interpretação voz e piano de Diana Krall preenchia o ambiente baixinho e eu acompanhava suavemente. Olhei de lado muito rapidamente e sorri ao ver Lauren balançando a cabeça ao som da melodia de uma forma engraçada e lenta.

- Eu deveria ter trazido quistina comigo, amanhã temos aula e eu não quero te atrasar. - Disse de forma embolada.

- Calada! Você não vai me atrasar. Esquece isso, você não está em condições.

- Estou em plenas condições, mija. Você vai ver só quando a gente chegar em casa, eu vou mandar ver! - Eu ri de sua audácia. Bêbada toda e contando vantagem. - Muda essa playlist pra uma mais animada pra gente entrar no clima.

- Mudo... Mudo sim, vou mudar para a "contando carneirinhos", porque do jeito que você está vai nanar rapidinho.

Lauren resmungou e em seguida bocejou. Relaxou no banco e a vi piscar vezes seguidas. Continuei dirigindo e me concentrei na pista. Apenas um instrumental baixo preenchia o ambiente. Acionei o botão da garagem e logo estacionei em minha vaga. Olhei para o lado e constatei que Lauren ressonava baixinho. Sacudi seu corpo delicadamente e ela desceu do carro cambaleante.

Agradeci por ter optado pelo meu apartamento no lugar do dela, pois, se fosse o contrário uma hora dessas estaria pedindo ajuda ao porteiro para carregá-la pelas escadas. Lauren se manteve de olhos fechados e recostada em mim durante a subida do elevador. Abri a porta e ela se jogou no sofá.

- Ah não! Nem tente! - Dei um tapa em sua perna e fui guiando-a em direção ao quarto. - Você não vai dormir esparramada em qualquer canto. - Puxei o edredom e o lençol. Lauren apenas resmungava em resposta ao meu falatório. - Vou aceitar que você durma sem tomar banho, mas não vou aceitar que não durma comigo.

Retirei suas roupas e a cobri. Apaguei a luz ajustei a temperatura do ar. Me despi e fui ao banheiro fazer meu ritual facial e higiene noturna. De banho tomado, esfoliada, hidratada e cheirosa, puxei a coberta e me deitei ao lado dela, que agora ressonava um pouco mais alto em decorrência de seu estado de embriaguez. Virei de costas e pouco tempo depois senti seus braços em volta de mim. Abri um sorriso automaticamente.

Mesmo que o domingo não tenha saído como eu imaginava e que ao final do dia eu não recebesse um beijo de noite eu estava feliz. Estava com ela. Estava bem. Fechei os olhos e me concentrei em minha própria respiração. Antes de dormir pensei "Saldo final do primeiro dia de namoro: Um dia de trabalho no domingo, uma foda no banheiro do bar que foi palco do plot desse relacionamento, uma namorada bêbada adormecida ao meu lado e um sorriso no rosto."

Ah, mas a senhorita me paga, Dona Lauren. Já comecei embolsando um vale night para a minha conta, que bela maneira de se iniciar um relacionamento, não é mesmo?

 


Notas Finais


xxx

E aí? Ressalvas, críticas, me digam. Prometo me esforçar para não demorar tanto com o próximo, ok?
#Martista tá vivíssimo, hein? <3

Até logo!

~partindo de bicicleta eu e a minha amiga carmen~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...