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História Fire meet gasoline (Camren) - Best Birthday Ever


Escrita por: chicamz

Notas do Autor


Olartes, venho humildemente oferecer esse capítulo com +9k de palavras paras as leitoras mais maravilhosas que eu poderia ter.

Você quer fanfic de frase?

Bibs, seu aniversário foi ontem, mas o capítulo só foi fechado hoje. Os desejos são os mesmos, viu? Esse é pra você <3

Boa leitura!

Capítulo 52 - Best Birthday Ever


Duas jovens apaixonadas e um cachorro que emanava cuidado viajavam num boeing em direção ao norte, mas precisamente em direção àquele lar aconchegante do outro lado do rio Target.

O vôo foi calmo e tranquilizou a jovem Lauren quanto ao bem-estar do pequeno Bátima. Ao desembarcarem deram de cara com o sorridente Michael à paisana parado no meio do saguão.

- Só você Camila para me trazer essa cabeça dura aqui mais vezes. - Brincou enquanto abraçava muito apertado a filha que era motivo de tanto orgulho

- Cadê meu presente, capita?

- Só amanhã, morceguinha. - Beijou a cabeça da filha e piscou para Camila.

Abraçaram-se ainda no saguão e seguiram para a nova casa de Bátima. Angélica e Simon adoraram o cãozinho e prometeram cuidar muito bem do animal.

- Você sempre traz alegria à minha casa, minha menina. - Angélica disse com carinho abraçando o corpo forte da neta. - Você também, Camila. Seja muito bem-vinda outra vez.

- Muito obrigada, Dona Angélica. Me sinto muito feliz em sua presença.

- Vamos, vamos comer alguns biscoitos. Simon acabava de preparar um chá antes de vocês chegarem.

- Eu ainda nem almocei, vovó. - Protestou Lauren.

- Fazemos os dois!

[...]

- Saudamos a mãe mais bonita da região com o nosso cordialíssimo boa tarde! - Bradou Lauren brincalhona ainda da porta com a mala ao seu lado.

- Para toda essa alegria só deve estar pensando no presente que eu não lhe comprei, sinto muito. - Fingiu Clara enquanto caminhava na direção do abraço de sua filha.

Abraçaram-se apertado curando toda a saudade que havia se acumulado durante aqueles meses.

- Camila, minha querida... - Abraçou a latina com ternura. A mãe de Lauren havia sido cativada pela jovem atriz assim como todo o resto da família.

- Clara, sempre muito bom te ver. - Sorriu feliz. - E o meninos?

- Estão chegando logo mais ao fim da tarde. Disseram que vão direto para a casa dos avós, estão ansiosos por conhecer o tal sobrinho de patas. Ora vejam só, e eu lá tenho cara de avó? - Clara brinca fazendo os demais rirem.

- Acho que vou convencer Dona Angel a me deixar trazê-lo para cá quando eu me aposentar.

- Falta pouco assim? - Lauren quis saber.

- Menos do que eu previa. Quando o meu sucessor na comunicação estiver pronto eles me colocarão na reserva.

- Tá ficando velho mesmo, Capita!

- Você me respeite sua franguinha... E por falar em franguinha, quanto progresso, hein? Está comendo amarrada ou está tomando aquelas porcarias? - Mike referiu-se à mudança corporal da filha.

- Ela agora é rata de academia. - Disse Camila em tom de confissão. - Corre e malha todo os dias.

- Eu tenho treinado com Dinah e mais recentemente com Normani na academia delas. - Deu de ombros.

- Está vendo só, Mike? Ela não malha, ela treina. É 13, p... Fica grande, Lolo! - Camila recebe um leve empurrão da namorada que ri descontrolada sendo acompanhada pelo sogro. Lauren joga Camila por cima do ombro e começa a caminhar em direção as escadas que levam ao seu quarto. - Obrigada por me receberem mais uma vez. - Camila grita enquanto é carregada por Lauren.

- É sempre um prazer te ter aqui, menina. - Michael e Clara respondem em meio as risadas provocadas pela cena.


Camila Pov

Depois de nos acomodarmos no aconchegante quarto subterrâneo de Lauren subimos para conversar com o Michael e Clara. A casa deles tinha uma energia boa, limpa, desses lugares em que você respira melhor sem perceber.

- Camz, vem comigo até a casa dos motores. Quero ver se consigo arrumá-la para dormirmos lá.

- Ih, filha, acho melhor não. Eu andei mexendo lá e tá tudo empoeirado.

- Estou fora, Lo. Não posso nem pensar em me resfriar ou ter crise alérgica, estou no meio de uma temporada. - Logo segui o fluxo e endossei a mentira de Michael.

- Tudo bem, ficaremos aqui mesmo. - Suspirou derrotada.

- Estou indo buscar seus irmãos. Não querem vir? - Ofereceu Mike.

- Você quer, Estrela? - Lauren perguntou acanhada.

- Claro que quero. Vamos!

- Esperem, vou buscar um casaco. Essa mudança de temperatura pode te fazer mal, amor. - Lauren declarou antes de correr até o quarto para pegar um casaco para mim.

- Tudo certo. - Sentenciou Mike. - Chris e Taylor se encarregarão da segunda parte. Blake já está indo para o shopping. Lauren não resistirá ao velho amigo.

- Ótimo!

- O que é ótimo? - Lauren perguntou me estendendo o casaco.

- Que sua mãe tirou o resto do dia de folga. - Contornei.

- Claro, ela tem que preparar o meu bolo de aniversário, não é mesmo Dona Clara? Vou deixá-la à vontade e fingir surpresa amanhã, ok?

- Por que você está tão convencida de que terá um bolo, Laur?

- Porque eu sempre tenho. Lembro de um aniversário em que os meninos não puderam vir para casa por conta de uma competição no internato e cantamos parabéns só nós três lá no meu quarto. Mas ainda assim eu tive um bolo. Eu vou ter um bolo, não é, mãe? Por favor, diga que sim, eu sou estou aqui pelo bolo.

- Dramática! Peça para o seu pai te comprar um naquela confeitaria perto da escola. - Clara rebateu. - E agora saiam. Já que vou tirar o dia de folga preciso organizar minha agenda para a semana que vem.

- Bata continência, capitão! Sua superior deu o comando. - Lauren insultou o pai e depois tomou-lhe a chave do carro.

- Volte aqui sua pentelha! - Mike gritou e depois riu. - Isso é louca por carros, aos 14 já conduzia bem. Lembro do dia em que soube que ela tinha corrido num circuito clandestino do outro lado da cidade. Ela quase morreu de susto ao me encontrar do outro lado da pista em que correu. Sempre tive muito medo que ela se tornasse inconsequente pelo desejo por adrenalina, mas parece que ela soube canalizar direitinho as energias.

- Ela que não pense em se arriscar em corridas. Já briguei com ela uma vez em que a flagrei realizando manobras perigosas naquela moto.

- Ô capita, esse teu carro tá muito sambado, pelo amor de Deus, troca vai. - Lauren ralhou de dentro do veículo vermelho.

- Falou a que nem carro tem.

- Poxa, pai, magoou. - Fingiu tristeza e ganhou um afago do pai e um beijo meu. Espertalhona!

[...]

- Lauren... Por favorzinho, vamos! Nunca te pedi nada. - Taylor tentava persuadir a irmã mais velha a assistir a um filme no cinema.

- Você já me pediu muitas coisas, Tay, não me venha com essa.

- Você quase nunca me atende. - A mais nova fez bico. - Camila, me ajude aqui.

- Bom, eu queria mesmo ver esse filme. - Dei de ombros.

- Chris, me ajude aqui. - Lauren rogou ajuda ao irmão que ia no banco da frente ao lado do pai.

- Tô fora!

- CHRISTOPHER! - Bufou impaciente. - Ao menos me acompanhe com essas duas.

- Tudo bem. - Chris suspirou, mas por dentro estava curtindo seu momento ator. - Eu vou.

Taylor agarrou Lauren pelo pescoço e se lançou no colo dela a enchendo de beijos. Chris me olhou pelo retrovisor e piscou.

Chegamos ao shopping e Mike se despediu anunciando a volta no horário combinado. Lauren insistiu para que retirássemos os ingressos para evitar complicações. Assistimos ao filme sem que ela desconfiasse de nada e quando saímos da sala seus olhos se arregalaram para a figura que caminhava de costas para nós com os olhos vidrados na tela do grande aparelho celular.

Lauren caminhou a passos mais largos e tocou o ombro do rapaz, que diga-se de passagem tinha as costas mais largas que eu já vi em toda a minha vida.

- Blake, seu cretino! - Lauren estava emocionada à sua maneira. Ele logo abriu um grande sorriso e a abraçou apertado. Piscou para mim me assegurando que estava tudo sob controle.

Blake Jenner, um dos melhores amigos de Lauren, quem inclusive a ensinou a surfar e a influenciou a seguir carreira na engenharia estava na cidade a meu pedido. Clara havia intermediado o nosso contato semanas atrás por telefone. Bom rapaz, cursava seu MBA em desenvolvimento de projetos na costa oeste e assim que eu mencionei o plano para o aniversário de sua amiga ele não hesitou em ajudar.

- Lern! Eu não acredito que estamos aqui juntos.

- Nem eu, BJ, nem eu. Onde está a Mel?

- Ficou na costa oeste. Você não sabe o que é namorar uma interna. - Sacudiu a cabeça negativamente. - Estou na cidade para falar com o pai dela, inclusive.

- Não sei mesmo. Namoro uma artista... - Me procurou por sobre o ombro e me estendeu a mão. - Camila, meu amor, esse é Blake Jenner meu amigão, foi ele quem me ensinou a surfar. - Virou para o amigo e completou. - BJ, essa é a minha estrela, Camila Cabello.

- É um prazer conhecê-la. - Me estendeu a mão sorrindo.

- Digo o mesmo. - Sorri de volta.

- Oi Blake! - Taylor com todo o seu poder de persuasão por meio de abraços e beijos direcionou a irmã para a praça de alimentação.

Sentamos juntos em volta de uma grande mesa e comemos alguns lanches. Lauren conversava entusiasmada com o amigo e nós aproveitamos a deixa para anunciar que iriamos dar uma volta no shopping antes que Mike retornasse para nos buscar.

- Eu vou com vocês.

Lauren logo se manifestou.

- Não, Lauren, fiquei aí com Blake, vocês só falam de coisas que não entendemos. - Taylor despejou fingindo impaciência.

- Fique. - Aproximei meu rosto do de Lauren que parecia confusa. Selei nossos lábios. - Passe um tempo com seu amigo, faz tempo que vocês não se encontram. Seu pai logo vem nos buscar.

- Eu posso deixá-la em casa, Lern. Gostaria de te mostrar uns projetos.

- Você vai ficar bem com os pestinhas? - Seu olhar não abandonava o meu em busca de algum vacilo.

- Lo, seus irmãos são ótimos. Eu vou ficar bem, fique aqui com Blake, nos encontramos mais tarde.

- Tudo bem, eu não demoro.

Segunda parte da missão concluída com sucesso. Saí com Taylor e Chris e logo encontramos o sedan vermelho de Mike a nossa espera. Entramos no carro comemorando a não resistência de Lauren, mas já sabendo que ela não demoraria muito a querer voltar para casa.

- Operações logísticas, Capitão?

- Tudo sob controle, Chefe de operações especiais Cabello.

- Vocês são bobos! - Taylor gargalhou.

- E você nos ama. - Mike retrucou.

- Pode apostar que sim.

[...]

Chegar a casa dos pais de Lauren e ver a proporção que aquele simples plano de dar a ela um aniversário memorável tinha tomado me fez sorrir nervosa. Eu tinha a convencido a vir até aqui, armado, com ajuda dos pais dela, uma festa no jardim com a presença de seus melhores amigos e agora não sabia o que fazer.

- Já cheguei e fui posta pra fazer trabalho braçal com o Mike. - Reclamou Dinah Jane. - Deixamos a casinha um verdadeiro ninho de amor. Espero que você trate o meu bebê com muito carinho.

- Obrigada, Dinah. Eu não vou falar dos meus planos com você, mas posso te garantir que a minha namorada terá o melhor tratamento.

- Tudo certo com os comes e bebes! - Normani anunciou e me abraçou.

- Vocês chegaram bem? Deu tudo certo?

- Calma, Mila. Deu tudo certo. Os amigos estão aí dentro e Clara já instalou todos.

- Ok, vou tomar um banho e trocar de roupa antes que ela chegue.

- A ideia não era atrasá-la até a meia-noite para de fato ser seu aniversário? - Dinah perguntou.

- Duvido que aquela lá fique longe da Camila por esse tempo todo. - Chris debochou.

- Blake está fazendo um bom trabalho. Conseguiu convencê-la a ir até a casa de seus pais para mostrar uns projetos que estão em seu computador. Ganhamos algum tempo. - Anuncia Mike.

[...]

A churrasqueira já estava a todo vapor com os hambúrgueres de Mike e a frente da casa parcialmente iluminada pela fileira de lâmpadas incandescentes suspensas numa linha, que eu suspeitava muito que Lauren fosse examinar assim que chegasse. Dinah, Normani, Thomas e Justin estavam em volta de uma mesa conversando animadamente enquanto tomavam cervejas e degustavam os deliciosos hambúrgueres do capitão.

Sorri para a cena. Cada um ali havia feito seu pequeno esforço para se fazer presente. Lauren era especial e merecia todo o amor que pudéssemos dá-la. Meu celular vibrou com a notificação de chamada de Blake.

- Já tentei de tudo, Camila. Sei que ainda faltam 30 minutos para a meia-noite, mas não há mais nada que eu possa fazer para segurá-la aqui. Já pedi até para que ela fosse minha madrinha de casamento e a danada só fala em você. "Tenho que voltar para a Camz. Ela já deve ter ido deitar." - Disse num fôlego só.

- Tudo bem, Blake. Pode vir, já está tudo pronto aqui. - Ri de seu comentário exagerado.

- Estou no banheiro, ela ficou dentro do carro impaciente. Já estamos indo então.

- Blake... Obrigada. Obrigada mesmo.

- Obrigado a você por fazer minha pequena companheira tão feliz, Camila. Lauren é uma preciosidade.

- Eu sei. Todo dia aprendo algo novo sobre ela que ninguém mais consegue ver. Traz ela pra mim, Blake. Me deixe dizer tudo isso a ela de um jeito que eu bem sei.

- Já estou levando seu anjo. - Riu antes de desligar.


Lauren Pov

Nossa! Encontrar Blake foi uma grata surpresa. Amo tanto esse grandão. O que me deixou intrigada foi o fato de Camila voltar pra casa com os meus irmãos. Não queria deixá-la muito tempo sozinha, ela podia ficar entendiada, mas também queria matar um pouco da saudade que tenho do BJ. Fui deixando o tempo correr e ele soube aproveitar, me mostrou alguns projetos e mencionou o fato de que poderíamos trabalhar juntos num futuro próximo.

Futuro.

Ultimamente essa palavra me colocava em estado de alerta. Nunca temi o futuro, na verdade sempre ansiei por ele. Sempre quis avançar no tempo e chegar aonde supostamente eu deveria estar estabilizada financeiramente e psicologicamente. Com uma bela casa, uma carreira sólida e uma esposa por quem eu fosse completamente devota e apaixonada.

Tudo isso era seguro e desejado antes que eu tivesse em mente um rosto e um nome. Minha latina linda, Camila Cabello.

Eu não sabia como se dariam os acontecimentos entre nós. Camila se formaria antes de mim e com toda a certeza desse mundo ela sairia em turnê. Eu ficaria pelo menos mais dois anos enraizada no DC e isso...

Não quero pensar nisso agora. Estamos aqui para comemorar o meu aniversário junto com a minha família. Blake pareceu não lembrar da data, mas tudo bem, ele tinha muito mais o que me contar. Me chamou para ser sua madrinha de casamento. Meu Deus!

Esse sim era um futuro certo. Blake Jenner e Melissa Benoist. Meu casal hetero jovem favorito desde muito cedo. Blake e Mel eram par perfeito daqueles que parecem recém saídos de comercial de margarina. Imagino os filhos, quão lindos serão.

Animada com o casamento e com o convite nem me dei conta de que já estava perto da meia-noite e eu ainda estava na casa de Blake confabulando teorias futurísticas para as nossas vidas.

- Anda logo, Robocop! - Gritei batendo na porta do carro.

- Meu Deus, Lern! Camila não vai te deixar porque você chegou um pouco mais tarde de um reencontro com um velho amigo. Ela me pareceu muito sensata.

- Ela é perfeita, BJ!

- Só em colocar esse sorriso nessa sua carranca ela já me ganhou. - Disse risonho dando partida e colocando o carro pra andar.

- Não vejo a hora de trocar esse anel de compromisso por uma aliança. - Divaguei enquanto imagens de Camila vestida de noiva figuravam em minha mente. - Mas ainda falta tanto pra alcançar.

- Não espere que toda a sua vida se ajeite para começar a viver, Lern. Veja só, não estou te encorajando a pedi-la em casamento agora mesmo e nem fazendo apologia ao casamento jovem, mas Melissa e eu recebemos duras críticas com relação a nossa decisão. Eu começando uma start up, dando tiros no escuro, Mel uma interna da cirurgia que mal tem tempo para comer e dormir. Parece loucura!

- E como você sabe que não é?

- Duvido que alguém no mundo se sinta como eu me sinto diante daquele olhar. Eu simplesmente sei.

Olhei para a janela ao lado me perguntando se isso também aconteceria comigo e parecendo ouvir meus pensamentos Blake finalizou.

- Quando for a hora certa, Lern, você também vai saber.

Viramos na esquina da tão familiar rua e eu estreitei os olhos para um fio de luzes incandescentes apagadas e a churrasqueira tampada no jardim. Quando ia abrir a boca Blake saltou do carro e bateu a porta.

As luzes se acenderam e vários rostos conhecidos saltaram em meu campo de visão gritando um "surpresa" extra sonoro.

Não! Ah sim!

- Não acredito que vocês fizeram isso comigo! Poxa, mãe, eu só queria um bolo. - Fingi desapontamento e arranquei risadas.

Meu coração estava transbordando de felicidade. Minha família, meus amigos e ela. Ah ela... Camila, você é o meu amor.

Corri para abraçá-la.

- Foi você quem armou isso tudo?

- Culpada, embora seus pais e nossos amigos tenham ajudado. - Confessou. - Blake, você se superou. - Bateu a palma da mão contra a do meu grande amigo.

- Seu safado! - O empurrei pelos ombros. - Então era tudo mentira? - Perguntei me referindo ao projeto de trabalharmos juntos e ao seu casamento.

- Tudo verdade, Lern. Eu pretendia ir até o DC acompanhado da Melissa pra fazer o pedido pessoalmente, mas eu já não sabia o que fazer e acabei adiantando.

- Feliz demais por vocês.

- O momento é seu, Lern, vamos festejar.

Senti braços longos rodearem a minha cintura e girei o troco recebendo aqueles abraço quente tão familiar. Dinah.

- Aaaa feliz aniversário, meu amor! - Me espremeu em seu abraço para depois se afastar e me analisar com um grande sorriso.

- Sua bandida, me enganou direitinho. Eu toda chorosa porque não ia conseguir te ver pra tomarmos umas boas cervejas e você escondendo o jogo.

- A bunduda aí me convenceu a manter o segredo. Mani me ameaçou com aquela ameaça. - Minha expressão confusa a fez repetir. - Aquela ameaça... É bom demais pra ficar sem.

- Ah... Sim, claro.

- Inclusive, tá tudo em dias contigo, né? - Falou um pouco mais baixo. - Tô sentindo que a atriz de araque vai tirar tua inocência.

- Essa já se foi há tempos. - Rebati risonha.

- Uma mãe não precisa saber disso, Lauren. - Negou com a cabeça. - Agora vai cumprimentar o resto das pessoas que eu tô doida que teu pai volte a assar essa delícia.

Abracei Mani apertado e ganhei vários beijos pelo rosto. Thomas me agarrou e rodopiou pela grama. Chris e Tay literalmente me derrubaram na grama e logo o pequeno Bátima, que meus avós rebatizaram de Freddie, se juntou a nós no abraço torto dos irmãos.

- Hey Justin, seu safado. - Empurrei o loiro com certa força. Ele sorriu e passou os longos braços agora mais cobertos por tatuagens ao meu redor. - Você sumiu...

- Ô Mich... A oportunidade cantou e eu tive de subir.

- Sei! Ouvi dizer que você era o mais novo papai do pedaço e logo pensei...

- Tá tudo certo. Não fiz nenhuma babaquice. Tô trampando numa gravadora da costa oeste, não dá muito em números mas é melhor que servir mesas e entregar seus cartões.

- Se ainda estivesse já estaria desempregado.

- A latina te laçou firme mesmo. - Avaliou passando as mãos pelo cabelo rente a cabeça.

- Pegou de jeito. - Assumi.

- É pra você, Laur. - Normani me estendeu o celular numa chamada de vídeo.

A figura de Ally em suas roupas de trabalho brilhava na tela. Ela parecia cansada mas ostentava um sorriso tão grande que iluminava meu olhar fixo na tela.

- Feliz aniversário, coisa linda!

- Obrigada, Ally!

- Queria tanto estar aí com você enchendo a cara e atentando a Dinah. Infelizmente não consegui folga e você sabe, se eu falto pessoas morrem. Parabéns, amiga querida, muitas felicidades. Curta muito, viu? - Mandava beijos pela tela.

- Obrigada, Ally. Queria você aqui também. Nem estamos bebendo tanto, só tomei duas cervejas até agora e acho que não tomarei muitas mais. Sem você não é a mesma coisa.

- Vai curtir. Manda um abraço pra todos aí. Beijo.

- Beijo! - Acenei para a tela e encerrei a chamada. Caminhei até a mesa e devolvi o celular para Normani.

Pisquei para ela e dei a volta para abraçar minha mãe que tinha um sorriso nos lábios enquanto conversava com uma Dinah eufórica.

- Pode se abraçar a ela mesmo, porque eu estou muito desapontada com você, Laurina, ou devo dizer Malina? - Dinah falava bicuda. - Poxa, pensei que fôssemos melhores amigas... E todo aquele papo de irmã.

- Eu não fazia ideia. - Me defendi.

- Paz, filha da Clair! - Dinah virou o rosto arrancando uma gargalhada de minha mãe. - Sua mãe é minha crush, bicho. Não me arrasa não.

- Obrigada, mãe. - Encaixei meu rosto na curva de seu pescoço e depositei um beijo estalado em sua bochecha. - Isso foi muito melhor que um bolo.

- Mas eu fiz o seu bolo, meu amor.

Não precisei esperar nada para ver a algazarra que se formava ao redor da mesa armada logo ali na grama. Dinah lutava para acender a imponente vela enquanto Thomas Augusto distribuía chapéus de festa com desenhos do Batman.

- Paaai! - Repreendi de longe pois já sabia de quem havia sido a ideia.

- Feliz aniversário, morceguinha. - Deu de ombros.

Logo Dinah acendeu a vela e Camila lhe empurrou com o quadril para que ela a deixasse segurar o bolo. Dinah me colocou um chapeuzinho e ficou de lado enquanto Camila segurava o bolo em minha frente e cantava tão linda e afinadamente como um anjo.

- Faça um pedido, Laur. Peça com vontade. - Camila me instruiu segurando o bolo bem em frente a mim.

Quero casar com você e ter uma criança com seu olhar.

Soprei e roguei aos céus que atendessem ao meu pedido.

Depois de batermos os parabéns e Dinah enfiar a minha cara no bolo, não esperava menos, Camila me ajudou a limpar a bagunça e quando eu enfim estava quase 100% os céus me banharam.

Uma chuva moderada começou a cair do céu e meu pai logo correu garagem a dentro voltando com uma velha bola de couro na mão. Arremessou-a na rua e no segundo seguinte Justin, Thom, Blake e eu estávamos correndo pela rua.

- É o seu presente de Deus, Lo. Aproveita! - Meu pai gritou antes de recolher algumas coisas na garagem.

Dinah parecia relutante em juntar-se a nós, olhou para Camila como se a interrogasse e depois deu de ombros caminhando até a calçada.

- Sem camisa contra os de camisa. - Gritou.

- Eu não sei se quero ficar sem camisa.

- Seu abdômen tá incrível, amor. Confia! - Camila me encorajou da varanda.

Tirei a camisa ficando de sutiã e short. Logo os palhaços começaram a gritar e fazer barulhos em aprovação pra me envergonhar.

- Jogar que é bom vocês não querem, né? Vem costa larga, tá no meu time! - Puxei Blake que rapidamente retirou a camisa e fez frente a Dinah, Justin e Thomas. - Falta um aqui.

- E o capitão tá podre? - Papai caminhou até a calçada e atirou a camisa no chão juntando-se a mim e Blake.

- Pelo amor de Deus, pai, bota essa camisa agora. - Todos gargalharam e eu tomei uma pedalada na cabeça.

O RCT se formou e eu só me dei por vencida quando o frio apertou e decidimos encerrar a travinha antes que ficássemos todos doentes. O fato é que a ausência de álcool no sangue não nos encorajou a seguir madrugada a dentro. Camila e Normani haviam se recolhido com a minha mãe na sala no meio de nossa brincadeira na chuva e por isso eu entrei no quarto sem fazer barulho para não acordá-la. Acendi a luz do armário para buscar uma roupa seca e saltei de susto ao encontrar Normani e Dinah se comendo a beijos sobre a minha cama.

O grito ficou preso na garganta.

Dinah arregalou os olhos para mim e segurou Normani pela cintura a colocando de lado embaixo do edredom.

- Viu fantasma, foi?

- Onde está Camila? - De repente fiquei tensa.

- Fugiu com um negão. - Dinah disse simples.

- Amooor. - Repreeendeu Normani. - Ele era ruivo!

- Ta bom, vocês duas podem me explicar por quê estão aqui e Camila não?

- Porque ela está te esperando há horas lá no seu santuário.

- Por que ela estaria lá se está tudo empoeirado e... Espera... Vocês.. Não.

- Sim. - Normani retrucou sorrindo.

- Mas tu é lesa, hein, Laurenício!

Apanhei minhas roupas e segui para o banho no andar de cima. Me senti mal por esticar no jogo. Camila já deveria estar dormindo.

Antes de subir as escadas completamente pude ouvir o conselho de Dinah.

- Espero que esteja levando uma de suas calcinhas novas.

Não pude evitar sorrir.

[...]

Girei a maçaneta da casa dos motores que estava parcialmente iluminada por um pisca pisca de led que rodeava a cama. Novidade. O sofá cama estava encostado numa das paredes e o corpo de Camila repousava sereno sobre um colchão em cima de uma armação de palets.

Não quero nem imaginar quantas pessoas estiveram envolvidas nisso, só quero agradecer a todas.

Fechei a porta devagar para não acordar a bela que dormia ou pelo menos eu acreditava que o fazia naquele ninho reluzente. Uma música tocava baixinho nas caixas da dockstation onde o celular de Camila estava conectado deixando o ambiente ainda mais mágico.

Me praguejei por ficar jogando bola feito um moleque na rua enquanto minha namorada me esperava aqui com essa surpresa. Ela de certo não admitiria que eu tinha estragado tudo, mas a verdade é que eu me arrependia.

- Fez quantos gols? - Perguntou com a voz baixa e concentrada ainda de olhos fechados.

- Alguns. - Admiti sem ânimo.

- Quantos deles foram para mim? Abriu os olhos e bateu no lado vazio do colchão me chamando pra deitar.

- Todos, Camila. Você me inspira e sabe disso.

- Que tal se você compartilhasse um pouco mais de suas inspirações comigo hoje? - Se aproximou mais e tocou a borda do meu moletom como se pedisse permissão para o que viria a seguir.

[N.A.: Angels - The xx é a dica]

A iluminação do led no chão criava uma aura futurística no teto branco que ficava azulado por reflexo. A música ajudava a compor o ambiente e aguçar os meus sentidos.

O cheiro de Camila me embevecia e a cada novo toque de suas mãos em meu corpo uma descarga elétrica percorriam-me as veias.

Quando sua boca cobriu o meu mamilo e sua língua o pressionou para que em seguida ela o sugasse por entre os lábios eu percebi por qual caminho iríamos aquela noite.

Camila sugava os meus seios sensíveis de ponta cabeça o que deixava os seus ao alcance de minha boca também. Não demorei para entender o recado e abocanhei a auréola dourada. Ficamos nos explorando mutuamente até Camila decidir virar por cima de mim na cama e me beijar o abdômen, o quadril, as coxas e retirar a minha calcinha.

Procurou o meu olhar como se pedisse permissão e eu assenti. Já não tinha mais como negar aquele toque. Camila era a minha pessoa, ela me conhecia como ninguém e eu não tinha medo algum com ela ao meu lado.

O toque aveludado de sua língua estava me levando a loucura e ela mal havia encostado sua boca em mim. De repente eu sentia Camila me sugando a alma lentamente. O local, a música, o cheiro e os toques delicados em minha pele hipersensível me provocavam uma sinestesia violenta e tudo parecia girar. Minhas costas pareciam repelir o colchão e o meu corpo se lançavam na direção de Camila sem que eu tivesse qualquer controle sobre ele. Nunca havia me sentindo tão exposta e vulnerável diante de alguém, mas eu não poderia estar mais segura quanto agora.

Todas as terminações nervosas do meu corpo vibravam e eu me sentia como uma maratonista ao cruzar a linha de chegada. O coração disparado aos poucos regulava as batidas enquanto Camila me beijava o corpo todo como se quisesse me marcar. Me alcançou a boca e me fez provar do meu próprio gosto.

- Uau. - Foi o que consegui emitir. Respirei fundo e abracei apertado. - Acho que estou mais viciada na sua boca do que antes.

- E eu no seu gosto.

- Se eu soubesse teria encerrado o jogo bem antes. Na verdade, não teria nem jogado.

- Ainda temos tempo suficiente para mais alguns números.

- Quais você sugere?

- Gosto do 4 entre os naturais e do 69 entre os maiores, e você?

- Não sei, mas adoraria descobrir.

Camila girou por cima de mim na cama e trocou a música por uma mais agitada antecipando suas intenções.

[...]

Acordei com um tapa estalado na bunda e me virei atordoada já pronta para puxar Camila pra cama quando dei de cara com Blake vestindo um macacão de neoprene.

- Pensou que era a gata, né? Sou eu que vim te buscar pra surfar.

- Por causa de vocês e a maldita bola eu quase estraguei minha noite ontem. - Bufei.

- Mas não estragou porque pelo tamanho do sorriso da sua namorada a noite foi incrível.

- Tudo com ela é.

- Anda! Vambora que o tempo melhorou eu tô doido pra te ver tomar uns caldos outra vez.

- Tá! - Me levantei sonolenta ajeitando o cabelo. - Só não vai me enrolar mais uma vez.

- Tá se achando é, Jaguar? Acha que vamos fazer duas festas pra ti? Vai buscar tua prancha logo, anda.

Arrumei minhas coisas e me despedi de Camila com muito custo. Ela disse que iria levar Dinah e Normani para passar um tempo com os meus avós e depois iria dar um pulinho no shopping. Dinah e Camila juntas num shopping, essa eu pagava pra ver. Como não via Blake já fazia um tempo e não sabia quando iria vê-lo novamente dei prioridade pro surfe.


Camila Pov

Blake me saiu melhor que encomenda levando Lauren pra surfar. Eu precisava que ela estivesse distraída o bastante para não suspeitar do meu mais arrojado plano. Em nossas conversas vez ou outra sondei sobre seu desejo de ir a um baile. Pensei em esperar o de sua graduação mas a vida é curta demais para planejar algo assim tão lindo a médio prazo.

E aqui estava eu na quadra da antiga escola, lugar onde Lauren teve sua noite de terror anos atrás, sentindo um arrepio frio por lembrar que aqui nesse mesmo lugar ela foi humilhada a ponto de se tornar tão insegura quanto a si mesma e resguardada quanto aos seus sentimentos, mas também com o calor no coração de estar prestes a cumprir mais uma de minhas promessas e dar a ela um baile com tudo o que ela tinha direito.

- Dinah, tudo certo aí?

- Deus que me livre dessa amizade de volta. Quero não! Desde a hora em que pisei meus pés nessa cidade que essa atriz de Taubaté me coloca pra trabalhar, amor. - Reclamou para Normani.

- Ei, eu estou bem aqui, se quiser reclamar fale diretamente comigo. Não quer ajudar a preparar uma surpresa para a mulher a quem você chama de irmã, tudo bem. - Apelei.

- Af, olha aí, amor, como é que a Lauren aguenta, hein? - Fazia cara de sofrida enquanto checava os microfones. - Alô som, oi som oi. Jesus. Jesus. Lauren é o Goku! Camila bunda de nós todos. Esse bumbum que faz tumba.. - Normani puxou o microfone de sua mão e o desligou.

- Tá ótimo, funcionando perfeitamente, todo mundo já entendeu.

Agradeci a minha amiga com um aceno de cabeça. Mike que pendurava uma guitarra em um suporte em cima do palco ria sem parar dos destrambelhos de Dinah. Clara havia conseguido a escola emprestada facilmente mediante uma pequena explicação de como funcionaria o evento e Mike juntou alguns amigos da banda do corpo de bombeiros para compor a banda do baile e também para me ajudar com a parte principal da surpresa.

- Tudo certo. Blake acabou de deixar ela em casa. - Anunciei após ler a mensagem do mesmo na tela do meu celular. - Tudo ok com o carro e a roupa, Chris? - Ele vacilou. - Chris?

- Tudo certo, Camilinha. Calma, está tudo sob controle, Chris está apenas tentando mexer com você. - Me tranquilizou Taylor.

- Obrigada, Tay. Ainda bem que gosto dos Jaureguis certos. - Debochei ao passar pelo garoto.

- Magoou. - Disse fazendo beicinho e indo em busca da mãe.

- Sola mais, Cebolinha! - Gritou Dinah.

- Tá vendo, ainda bem que gosto dos certos. - Provoquei e vi Normani prender o riso enquanto as bochechas de Dinah ganhavam uma leve coloração carmesim. - Tudo pronto, pessoal? Então vamos lá nos aprontar porque a rainha do baile está chegando aí.

[...]

Ver a família e amigos ali todos devidamente vestidos e preparados a espera de Lauren me fez abrir um sorriso nervoso. Logo chegaram os participantes da comunidade e eu os pedi que colaborassem com o silêncio para não estragar a surpresa.

A primeira parte havia corrido super bem. Proporcionar a Lauren uma nova versão de sua primeira vez foi um desafio e tanto. A priori eu relutei com a ideia porque tive medo de estar puxando um gatilho e provocar um verdadeiro trauma tentando acertar, depois me bateu a insegurança de não corresponder às expectativas de tirá-la de sua zona de conforto e conseguir lhe dar algum prazer.

Passado o dilema primeiro, agora estou aqui. E o baile? Seria gatilho também? O lugar, as memórias... Embora ela demonstrasse superação para com a história toda eu tinha medo de pôr tudo a perder.

Concentrei no plano e nas ideias compartilhadas, respirei fundo, passei as mãos pelo vestido preto, curto e colado que não era de baile por um motivo lógico. Não podia arriscar num vestido de baile visto que Lauren não fazia ideia de que viria a um e conhecendo bem a minha namorada era vem capaz de que ela se sentisse desconfortável com o traje. Pedi ajuda de Normani selecionei duas opções de roupa, um vestido de festa e uma roupa mais social, mais a cara dela, e coloquei na mala do carro do pai.

Toquei a tela sobre o contato favorito do meu celular e em dois toques a voz afobada me saudou.

- Poxa, Camz, me desculpa, eu sei que eu demorei e vacilei mais uma vez, mas eu já estou a caminho. Vovó reclamou a minha falta ou Dona Angel já me trocou por você?

- Ela é louca por você, sua boba! - Suspirei. Já era hora. - Amor, você está dirigindo? Ativa a chamada de vídeo que eu quero te ver conduzir, você fica tão linda com as mãos no volante.

- Safada! Tem fetiche em me ver dirigindo, né?

- Lauren! - Repreendi. Ela não sabia mas os pais dela podiam ouvir.

- Que foi? Tem gente aí perto? Queria te dizer aonde mais minhas mãos podem ir. - Maliciou.

- Lauren! Olha pra frente. - Ralhei.

- Quê? - Seus olhos vagaram. Silêncio. - Camila, que brincadeira é essa?

- Eu não estou na casa dos seus avós. Na verdade nem eles estão. Leia a faixa e siga as instruções. Cheque o porta-luvas. - Beijei o aparelho e encerrei a chamada.

Lauren Pov

O que era aquilo? Camila cheia de mistérios, se fazendo de desentendida e a maldita faixa no estacionamento.

Espera.

Uma faixa no estacionamento da minha antiga escola.

Se você for Lauren Jauregui faça o retorno.

Camila comigo no telefone. Disse que não estava na casa dos meus avós. E a maldita faixa no estacionamento. Retornei e encostei o carro numa vaga aleatória.

Recebi uma notificação e qual não foi minha surpresa ao ver que se tratava de uma mensagem de Camila.

Tá fazendo um jogo comigo, garota?

Amor, fique tranquila e siga as instruções. Abra a mala do carro e escolha um dos dois looks, você vai ficar linda com qualquer um que escolher. Depois me encontre na quadra.

Te amo e te espero.

Ela quer me matar, ela.

Fiz o que ela pediu e optei pelo look com o qual eu me sentiria mais a vontade. O vestido vermelho era muito bonito, mas a calça preta de corte fino e a camisa branca de botões e mangas longas em contraste com os brilhantes Oxfords pretos me escolheram de pronto. Arrumei meu cabelo como pude ali mesmo no carro e apanhei a carta e a rosa vermelha no porta-luvas do carro antes de caminhar até o ginásio.

Cada passo que eu dava uma memória se refazia um pouco turva, mas eu ignorei as vozes esmaecidas ao fundo em minha cabeça e marchei ao encontro daquela que fazia questão de não me deixar esquecer de quem eu realmente era.

Eu não era estranha. Eu não era anormal. Eu não era simplesmente uma sapatão, eu era Lauren Jauregui, uma jovem mulher, lésbica, forte e honrada.

Empurrei as portas duplas da grande quadra e os canhões de luzes pousaram sobre mim. O lugar estava cheio e as pessoas estavam todas vestidas para um baile.

Ó meu Deus! Não.

Camila, sua danada.

Vaguei os olhos pelo espaço e reconheci alguns rostos. Minha família, meus amigos que estavam presentes ontem, Camila e os demais me pareciam estudantes secundaristas.

Será que esse era o baile deles? Mas não era a época. Caminhei até Camila e percebi que havia um palco ao fundo. A faixa caprichada e mais bonita do que a lá de fora estampava em uma grande e bonita letra cursiva: Baile anual de conscientização e prevenção ao bulliyng.

- Isso foi ideia sua?

- Completamente culpada. - Deu de ombros. - Olha, se isso foi demais pra você peço que me desculpe, eu só pensei em fazer de memórias ruins uma coisa legal. Eu..

Calei-a com um beijo.

- Não acredito que você inventou a felicidade e deu todinha pra mim.

- Dinah te criou direitinho. - Negou com a cabeça. - Se está tudo bem pra você então me concederia a honra dessa dança?

- Mas a música é agitada. - Tentei escapar.

- Não é mais. - Fez sinal para o Dj em cima do palco e logo o saxofone poderoso em Careless Whispers de George Michael inundou o lugar.

- Você sabe que eu não sou uma boa dançarina. Me desculpe se eu pisar no seu pé.

- Chegue mais perto, agarre em minha cintura e me siga como se quisesse fazer amor comigo bem lentamente. - Falou ao meu ouvido com aquela voz angelical sussurrada. - Você pode fazer isso, baby.

- Tenho lembranças vívidas dessa madrugada que podem me inspirar. - Respondi colando nossos corpos e a seguindo em seu passo pequeno.

- Espero que essa memórias continuem vívidas por muito tempo. - Sussurrou enquanto imprimia um ritmo gostoso durante o refrão.

Eu nunca vou dançar com ninguém do jeito que eu dancei com você.

George era meu porta voz naquele momento.

A música chegou ao fim nos retirando da bolha mágica que nos envolvia no salão. Caminhamos de mãos dadas por entre as pessoas que nos cumprimentavam e parabenizavam a atitude e o empenho de minha namorada e minha mãe. Foi então que eu me perguntei a quanto tempo elas vinham planejando aquilo. Certamente algum tempo pois imagino o trabalho que deu.

- Desde quando você e Dona Clara vêm planejando esse aniversário dos sonhos? - Perguntei enquanto tomávamos um ponche, que eu desconfiava ter sido batizado por Dinah, sentadas nas arquibancadas observando o baile que acontecia a nossa frente.

- Quando viemos para cá nas férias eu comentei com a sua mãe sobre uma vaga ideia. Continuamos nos falando e amadurecemos o plano até chegar aqui. De início seria apenas uma festa em sua casa, depois veio o baile. Sua mãe se empenhou tanto com a ideia de fazer de algo ruim uma coisa boa que eu sugeri que ela cadastrasse como um projeto escolar. Todo o dinheiro arrecadado aqui hoje vai para um fundo de mediação de conflitos. Os estudantes serão protagonistas da ação resolvendo problemas com rodas de conversa e debates culturais evitando que estudantes sofrem qualquer tipo de agressão ou violência física e psicológica apenas por ser diferente. Espero que não se importe por eu ter indicado seu nome para embaixadora do projeto.

- Eu sou tão apaixonada por você e pelo seu modo de estar no mundo. Você transforma dor em alegria, você é luz e me ilumina, Camila. Eu amo você.

- Eu amo você, Lauren, do jeitinho que você é.

- Mas eu sou tão estranha e tão diferente de você, me sinto uma pedra de construção frente a um diamante ao seu lado.

- Não faça isso. Você é perfeita para mim. Nunca se sinta menos que isso, porque você é uma maldita perfeição, Lauren Jauregui.

Ela levantou e passou as mãos pelo vestido preto justo antes de descer os degraus largos e caminhar por entre as pessoas.

- Aonde você vai? Camila, volta aqui, me desculpa, eu não quis...

Ela não me deu bola e continuou caminhando pela quadra até o palco. Eu apenas fiquei de pé para acompanhar seu caminhar. Se foi algo que eu falei daria a ela tempo para me perdoar.

Quando eu já me preparava para dar uma volta atrás de Dinah para tentar enxergar as coisas com mais clareza a música parou. Voltei meus olhos para o palco e vi Blake na bateria, meu pai na guitarra, Justin no baixo e outros caras que eu não conhecia preparando os instrumentos. Mas o que era aquilo?

A luz principal do palco se acendeu e a figura de Camila brilhou no centro, ela encaixou o microfone no pedestal e me procurou com os olhos ágeis. Fez sinal para um dos rapazes da técnica e logo um canhão de luz foi direcionado para mim. Eu não me acostumaria com aquilo nunca.

- Eu posso ser eloquente e articular muito bem minhas ideias às vezes, mas eu nunca serei capaz de me expressar melhor do que quando estou cantando. - Neguei com a cabeça sem conseguir conter o sorriso diante de suas palavras. - Me olhe nos olhos e escute bem. - Olhou para o meu pai na guitarra e assentiu.

Quando o primeiro acorde soou eu caminhei a passos largos para a frente do palco me livrando da luz mas não da atenção.

Made a wrong turn, once or twice

Dug my way out, blood and fire

Bad decisions, that's alright

Welcome to my silly life


As pessoas abriam espaço e eu agradecia por isso. Precisava ver aquilo de perto.


Mistreated, misplaced, misunderstood

Miss 'No way, it's all good', it didn't slow me down

Mistaken, always second guessing, underestimated

Look, I'm still around

A magia acontecia bem ali diante dos meus olhos rasos d'água. Quando em minha breve vida imaginei que alguém pudesse fazer algo parecido a isso por mim? Logo eu, a mais estranha, a que causava confusão às mentes fechadas, binárias e viciadas em rótulos. Perfeita. Pra quem?

Pretty, pretty please, don't you ever, ever feel

Like you are less than, less than fuckin' perfect

Pretty, pretty please, if you ever, ever feel like you're nothing

You're fuckin' perfect to me

Ela cantava com tanta devoção que eu não conseguia tirar meus olhos dela. Seus trejeitos fofos e delicados, o modo como segurava o microfone como se ele fosse uma extensão de seu próprio corpo, a maneira como tremia sua mandíbula para alongar a nota e a força com a qual fechava o punho para dar mais força a palavra me tinham como refém.

Ouvia o burburinho ao fundo das pessoas encantadas com a apresentação.

- Seria meu sonho ser assim quando eu terminar a escola? - Dizia uma das meninas ao redor.

- Essa Lauren é uma sortuda. Olha essa mulher. É linda e canta muito! - Um rapaz falou baixinho, mas eu consegui ouvir.

Ninguém saia ileso quando exposto ao brilho da minha estrela. Camila nasceu para os palcos e eu já tinha certeza desde a primeira vez que a vi.

The whole world's scared so I swallow the fear

The only thing I should be drinking is an ice cold beer

So cool in line, and we try try try

But we try too hard and it's a waste of my time

Done looking for the critics, cause they're everywhere

They don't like my jeans; they don't get my hair

Exchange ourselves, and we do it all the time

Why do we do that? Why do I do that

Suas caretas fofas ao pronunciar as palavras daquela parte mais agitada arrancava sorrisos da plateia e quando vi minha mãos estavam para o ar como a maioria das pessoas do local fazia.

Why do I do that?

Yeah, oh, oh baby, pretty baby

Pretty, pretty please, don't you ever, ever feel

Like you're less than fuckin' perfect

Pretty, pretty please, if you ever, ever feel

Like you're nothing, you're fuckin' perfect to me, yeah

You're perfect, you're perfect

Oh pretty, pretty please, if you ever, ever feel

Like you're nothin' you're fuckin' perfect to me

Ela apontava para mim e repetia a palavra mágica várias vezes até o último acorde da guitarra soar. Agradeceu simplesmente antes de descer e me puxar para si como se me reivindicasse.

- Nunca se sinta menos que perfeita. - Sentenciou antes de juntar seus lábios aos meus num beijo devido e desejado.

Algumas pessoas aplaudiam outras assobiavam e logo depois a música voltou a tocar tirando a atenção das pessoas de nós.

- Você faz a realidade parecer um sonho. - Confessei diante do brilho daqueles olhos castanhos.

- E quem te garante que isso não é um sonho?

- O que eu sinto por você nesse momento não pode ser ilusão, disso eu tenho certeza.

Seus lábios juntaram-se aos meus novamente e dessa vez mais urgentes. O beijo ganhava tons mais quentes quando nos demos conta de onde estávamos e fomos diminuindo o ritmo até colarmos nossas testas e suspirarmos satisfeitas.

- Sem mais surpresas por hoje?

- Talvez. - Mordeu o lábio e revirou os olhos sapeca. - Há uma velha tradição que determina a realização de atividades libidinosas na noite do baile e elas geralmente acontecem dentro de veículos automotores em locais desertos. - Fazia graça como se estivesse explicando algo realmente sério.

- Traduzindo.. eu vou correr com você até o carro do meu pai, dirigir até a margem do rio e nós vamos trepar feito loucas dentro do carro do capitão. Eu falo sua língua?

- Você faz muitas coisas com a minha língua e outras partes do meu corpo, à propósito, minha língua ainda sofre as consequências da performance da madrugada.

- Embora eu fosse adorar uma nova demonstração da sua performance eu acho que posso te substituir.

- Cadê você calada e correndo comigo pro carro do seu pai? - Perguntou com as sobrancelhas arqueadas. Lhe estendi a mão e entrelacei nossos dedos antes de caminhar a passos largos para fora do ginásio.

Antes que alcançássemos a porta do dupla cruzei olhares com Normani e Dinah que dançavam agarradinhas e com Blake que conversava com o meu pai e piscou pra mim em sinal de aprovação.

[...]

O dia amanheceu tão lindo que a coisa que eu mais desejaria ter agora era uma máquina fotográfica instantânea para capturar o momento e segurá-lo em minhas próprias mãos.

Camila adormeceu no meu colo, na grama, embaixo da copa de uma árvore ao lado do rio Target. Eu me sentia no próprio O Diário da Princesa 2 ou seria em Um Príncipe em minha vida? Não lembro bem já que assistia a esses filmes por pura insistência de Taylor que não suportava me ver o fim de semana inteiro fazendo cálculos e montando projetos.

Era clichê, mas parecia certo. Camila piscou algumas vezes antes de desencostar a cabeça do meu peito e sorrir manhosa. Depois de profanarmos o velho logan vermelho de muitas maneiras, resolvemos caminhar pela margem do rio e esperar pra ver o sol nascer embaixo da árvore.

Falhamos miseravelmente na última parte, mas também pudera o dia anterior havia sido muito cheio para que pudéssemos resistir ao sono pós foda. E que fodas! Camila Carros era a combinação mais explosiva que eu conhecia e respeitava. Ambos poderiam facilmente me levar a ruína.

- Bom dia, flor do dia. - Disse com voz de bebê.

- Não acredito que você já quer passar vergonha antes das 7 da manhã. - Ela riu fraquinho arrumando os cabelos e caminhando em direção ao carro.

Abusada.

Adoro.

Dirigi mais devagar do que nunca em toda a minha vida tentando guardar todas as memórias recentes nalgum lugar especial em minha mente. De repente Only love do Ben Howard, uma das minhas maiores influências no violão começou a tocar no rádio.

- Sabia que eu pretendia te pedir em namoro embaixo daquela árvore, tocando essa música e te oferecendo um anel? - Desviei os olhos da pista para Camila que tinha as pernas sobre o banco do carona e as costas apoiadas na porta. Não disse que a combinação Camila Carros é puro fogo.

- Que clichê, Lauren. - Estalou a língua. - Mas seria lindo. É uma linda canção.

- Eu adoro essa música. Ela me lembra do mar, e agora me lembra de você também. Seria uma memória muito melhor do que ter te pedido em namoro depois do sexo e sem anel ou alguma frase de efeito.

- Na verdade eu nem te deixei terminar o pedido. - Ela riu. - Eu tô te namorando desde o dia em que você me mandou uma mensagem me acusando de ser uma jogadora, pouco me importa como você "fez" o pedido.

- Quem me garante que você não aceitou por pena? - Brinquei. - No calor da emoção...

- Acho melhor você acelerar esse carro e ficar de boca fechada antes que eu bata na sua cara. - Rebateu furiosa.

- Ah então é assim? Rainha humanitária salvando o dia e a cidade no baile inaugural e hoje uma cavalinha com a namorada, não é mesmo?

- Para de ser trouxa. - Me acerta um tapa no braço mas logo depois abre aquele sorriso lindo. - Se você demorasse mais uma semana pra me pedir eu tomaria uma atitude.

- Claro que tomaria.

- Cala a boca e dirige.

[...]

Enfrentamos toda sorte de piadas de Dinah durante o café, mas resistimos firmes. Arrumamos as malas e eu aproveitei pra paparicar meus irmãos e meus pais antes de irmos. Agradeci a cada um pelo amor incondicional e pelo empenho no evento de ontem. Antes de seguirmos para o aeroporto pedi ao meu pai que passasse na casa dos meus avós para que eu lhes pedisse uma benção e ganhasse algumas lambidas de Bát.

- Vovó estava chamando o cachorro de Fátima, Lo. Coitado! - Chris ria no banco da frente. - Agora é Fredinho.

- Vou sentir saudades do meu bichinho. - Confessei triste e recebi um afago de Camila.

Nos despedimos no saguão e logo embarcamos com destino ao DC. Dinah ouvia música com os grandes headphones e esquecia do mundo, Normani dormia com a cabeça em seu ombro e Camila desenhava padrões imaginários com a ponta dos dedos no meu antebraço.

- No que você está pensando? - Indaguei.

- Em como será a nossa vida daqui a três anos. - Respondeu simples.

- Não sei. - Vacilei. Aquela pergunta me dava arrepios. Eu não queria pensar num futuro sem Camila, não mais.

- Eu te amo, Lauren. - Disse mais pra ela do que pra mim.

- Eu também amo você, Estrela. Amo muito. - E ficamos em silêncio até o avião pousar.

Após o desembarque Dinah nos convidou para esticar lá na casa dela prometendo ligar para os amigos e amigas que não puderam ir. Ô mulher que gosta de festa!

Negamos e fomos direto para o loft. Abri a porta e o meu queixo foi ao chão. Eu havia estranhado o fato de ninguém ter me dado presentes, mas diante de todas as surpresas deixei pra lá, não queria bancar a chata que cobra presentes de aniversário, até porque nunca fui muito adepta à recepção, mas não imaginava me deparar com aquela montanha de coisas no meio da minha sala.

- Camila! Você disse sem mais surpresas.

- Eu disse talvez, e não são meus. Foi ideia da sua irmã. Taylor é mesmo um pequeno gênio. Ela comprou o presente dela pela internet e colocou o seu endereço na entrega, comentou comigo e sugeriu que eu instruísse as pessoas a fazer o mesmo, assim não teríamos problema para trazê-los no avião para cá. Ela só não contava com essa sua cara de boba.

- Mas tem muita coisa aqui.

- Você é querida, Lauren. Aceita!

Me ajoelhei no tapete e busquei o embrulho de Dinah. Era uma caixa retangular um pouco pesada e o medo de ser uma barra de ouro me assolou. Vi alguns embrulhos com os nomes das meninas da república, do Thomas, do Blake, do Pascal, da Ally e até do Will. Puxa!

- Qual o seu? - Quis saber.

- Eu não...

- Não, tudo bem, amor. Você já me deu os melhores presentes com todas as surpresas lindas que me fez. - A tranquilizei.

- Mas papai e Sofia e te mandaram lembranças. - Me estendeu uma caixa embrulhada com papel de presente com estampa de sorvetes coloridos e eu imaginei ser o de Sofia. A pequena havia se afeiçoado a mim durante nossas conversas via chamada de vídeo. Eu me encantei pela latina menor sem pestanejar.

Rasguei o embrulho e uma câmera instantânea de cor azul clarinha estampava a caixa. Peguei o cartão e li as pequenas linhas. "Para guardar os bons momentos. Espero que use um dos papéis para nos registrar juntas um dia. Feliz aniversário, Lauren." Que linda!

- Meu Deus, amor, eu amei muito. Preciso agradecer. Como ela acertou tão em cheio? Eu desejei ter uma dessas hoje de manhã pra guardar o nosso momento a beira do rio.

- Pode ser que talvez eu tenha ajudado na escolha. - Se fez de desentendida.

- Como você consegue?

- Eu sinto você, Lauren. - Espalmou as mãos em meu peito. - Não preciso estar colada em você para saber o que sente. Estou conectada a você.

- Se eu te beijar agora eu não vou querer mais parar. - Ameacei uma aproximação.

- Adoraria, mas preciso de um banho e algum descanso, caso contrário amanhã não consigo cantar. - Foi tirando a roupa e caminhando para o banheiro. - Se quiser conversar antes de dormir...

- Conversar também é bom. - Sorri.

Incrível como Camila me dobra rapidinho. Voltei minha atenção aos presentes e fiquei impressionada com alguns itens. Alejandro me mandou uma cerveja artesanal que ele mesmo fez e um cartão muito bem humorado. Ally caprichou na escolha de uma camisa do Real. Taylor e Chris montaram um kit proteção, que consistia numa jaqueta, luvas, joelheiras e óculos para motociclista e escreveram um cartão bem debochado. Pestes!

Tomei coragem e abri o de Dinah, era um relógio muito bonito. Nem pensei no preço, não faria uma desfeita dessas com ela, já bastava o meu papelão antes da viagem das férias. Normani me presenteou com uma bonita carteira, acho que pensou nisso pelo fato de Dinah ter me jogado em sua piscina e estragado a minha meses atrás. Como sempre, não decepcionaram. Pulei alguns para ver depois e agarrei o envelope que continha o nome de minha mãe.

Tirei o papel de dentro e neguei com a cabeça ao ler a mensagem.

"Filha, Camila, seu pai e eu decidimos te presentear com lembranças imateriais que você de certo guardará na memória, mas eu os traí. Eu depositei algum dinheiro na sua conta. Não faça essa cara! Dinheiro de presente é maravilhoso, eu sou muito capricorniana sim e você vai ter de me aceitar assim mesmo, porque eu sou sua mãe e te amo mais que tudo nessa vida. Só quero te ver feliz. Faça bom uso desses dinheiro. Eu sei que você vai. Te amo, minha Malina."

Eu só podia aceitar e agradecer. Não criaria caso com nenhuma dessas pessoas tão especiais por mostrarem, de suas maneiras, o quanto me querem bem e se importam com a minha felicidade.

Corri até a porta do banheiro e bati três vezes.

- Karla Camila? - Enfiei a cabeça pela porta entreaberta.

- O que foi, amor? Tô lavando o cabelo. - Gritou de dentro do box.

- Obrigada por me dar o melhor aniversário de todos.

- Foi bom pra você? - Perguntou risonha ao enfiar a cabeça pela abertura do vidro.

- Uma maldita perfeição. - Disse sorrindo.

- Exatamente como você.



Notas Finais


Obrigada por embarcarem nessa comigo. Sou grata por tudo. Nos vemos logo.

Pra bater um papo​ eu tô no (arroba) nosongwriter

Megabeijo xx


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