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História Fire N Gold - Duas Semanas


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Como vão, meus amores? ♡ Espero que tenham aproveitado o fim de ano e desejo tudo de bom para vocês em 2017. Agradeço novamente por acompanharem minha história. Pretendo continuar escrevendo esse ano e conto com vocês para me acompanharem como leitores ♡
Aqui está mais um capítulo para vocês. Ele ia demorar um pouco mais para sair, mas achei melhor jogar algumas intrigas para vocês remoerem até o próximo cap auhsuahush
Enjoy It!

Capítulo 13 - Duas Semanas


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - Duas Semanas

Dinah havia me levado para sua casa. Joe perguntou a ela se queria que ele fosse junto para cuidar de mim, mas ele estava tão bêbado que não cuidaria nem dele mesmo.
Depois de tanto chorar com os dois, consegui me acalmar e liguei para tio Jack, dizendo que Dinah havia me chamando para ficar em sua casa, pois sua mãe havia viajado e ela não gostaria de ficar sozinha em casa. Como sempre, Jack disse sim. Dinah foi tão boa em me levar com ela. Nós não erámos tão amigos, erámos simples colegas de classe que se falavam de vez em quando. Desde que começamos as aulas de pintura, ficamos mais próximos e isso era ótimo. Desejava ter começado essa amizade mais cedo.
O quarto de Dinah era iluminado por um abajur que deixava o quarto amarelado. Muitos pôsteres, quadros, folhas de papel com anotações e desenhos ficavam colados nas quatro paredes. Eu adorava seu estilo, era tão diferente e tão único. Eu estava deitado em um coxão ao lado de sua cama enquanto ela havia descido até sua cozinha para buscar algo para mim. Não havia demorado e logo voltou com biscoitos e um copo de suco.

- A última vez que vi alguém chorar tanto foi quando meu pai deixou minha mãe anos atrás.

Ela não diz isso de um jeito engraçado, fala sério e me olha de cima da cama enquanto pega um biscoito. Ela usava uma longa camiseta de um time de basquete e tinha seu cabelo solto, não usava seus óculos de lente grossa e forçava sua vista para me enxergar. Ela ficava muito bonita assim... seus óculos e o cabelo trançado escondiam isso.

- Se não quiser me contar, tudo bem. Mas juro que gostaria de saber o motivo do choro.

Mesmo tendo desabafado com Steve no estoque da livraria, estava afim de fazer isso de novo com Dinah. Ela me ajudou ao me acolher, acho que ela merecia uma explicação.
Conto tudo para ela, não ocultando o momento íntimo que tive Adam (essa parte eu não contei para Steve). Conto sobre o que Nate fez comigo e sobre a raiva que sentia dele no momento. Sobre como eu queria fazer com que Janine entendesse que eu não era mais um garoto que se aproveitaria de Adam. Contei tudo.
Dinah era muito expressiva e reagia a tudo que eu dizia, fazendo caretas que me faziam pensar se ela forçava a vista ou estava apenas chocada com algumas coisas.

- Eu não sabia que Caleb é gay.

- Ele não é gay, é... não sei.

- Ele só gosta de você. Isso é estranho. E Adam já tinha 14 ou 15 anos quando você nasceu... não sabia que você gostava de homens mais velhos.

- Não sabemos muita coisa um do outro, Dinah.

Ela concorda com a cabeça. Parecia triste com isso.

- Eu sempre quis fazer amizade com você, mas não sabia como. Acho que agora somos amigos... não é?

Ela fica feliz ao dizer isso. No meio da tristeza que existia em mim, um pequeno sorriso consegue aparecer para ela.

- Sim, somos amigos.

Ela sorri ainda mais e bagunça meu cabelo. Depois de comer comigo, desliga o abajur e se deita em sua cama. O quarto continuava claro com a luz que entrava pela janela, mas ela acaba tropeçando em mim no caminho e reclamando por ter batido seu pé na beira da cama.

- Sua visão é péssima... já pensou em usar lentes de contato?

- Minha mãe vive dizendo isso, mas não sei...

Elas fariam uma boa mudança em Dinah. Mesmo sendo única, ela ficaria ainda mais bonita sem os óculos.

- O que acha de irmos ao shopping amanhã? – Pergunta segurando minha mão de cima de sua cama.

Eu preciso de algo que me distraia e sei que isso seria ótimo. Melhoraria minha amizade com Dinah e me faria repensar algumas coisas e tomar decisões. O sono chega rápido e antes que meus olhos se fechassem, desejo que tudo estivesse bem quando eu acordasse. Que eu não precisasse ficar no meio de tudo que estivesse acontecendo.

 

O Sol entrava pela janela do quarto quando abro meus olhos. O quarto estava quente, mas eu sabia que lá fora estava muito frio. Dinah estava sentada em sua cama e lia um romance de época.

- Bom dia. – Diz quando me vê.

Dou um fraco sorriso e ela aponta para o relógio de parede que ficava perto da porta.

- Dormimos muito, veja. Já é hora do almoço.

Mesmo sabendo disso agora, meu corpo parecia não reconhecer todo esse tempo que passei dormindo. Sentia dores nas costas e ainda queria chorar, mesmo não sabendo por qual de tantos motivos.
Dinah sugere que passemos em minha casa para que eu tomasse um banho e trocasse de roupa antes de irmos ao shopping, onde iríamos almoçar, e é o que fazemos.
Em poucos minutos chegamos em minha casa e apresento ela a tio Jack. Não sei direito sobre o que conversam quando os deixo sozinhos na sala e subo para meu quarto.
Enquanto tomo banho tento colocar tudo em ordem em minha cabeça. Caleb gostava de mim, mas havia descoberto sobre mim e Adam. Provavelmente usou a festa de ontem como uma vingança ou algo do tipo. Mesmo não sabendo que eu apareceria por lá. Acho...
Nate gostava de Caleb. O meu amigo que confessou me ajudar a descobrir se Caleb sentia algo por mim também gostava do mesmo garoto que eu. Isso não é nada certo. Por que ele me ajudaria para atrapalhar agora? Talvez ele planejasse isso há um tempo...
Adam também gosta de mim. E eu gosto tanto dele... Mas alguém está atrapalhando isso. Não quero ficar no meio dele e sua irmã. Eu sou apenas alguém que ele conheceu depois. Eu poderia fazer com que ela entendesse que não sou como ela pensa que sou, mas se isso não funcionar, não quero atrapalhar a relação dos dois.
Eu precisava dar um jeito em tudo isso.

 

Foi tomada uma decisão de que eu ajudaria Dinah a aproveitar melhor sua beleza. Nós havíamos passado em uma ótica e ela escolheu novos óculos e lentes de contato. Estava incerta sobre as lentes, então precisou de novos óculos com o mesmo grau para se sentir mais confortável. Depois de almoçarmos, ela disse que gostaria de roupas novas e um novo corte de cabelo. Eu a ajudei com tudo. Isso foi ótimo para espairecer. Horas haviam se passado e ela estava linda. Com as lentes de contato seus olhos verdes, que me lembraram os de Adam, ficaram radiantes. Seu cabelo loiro agora chegava em seus ombros e ela carregava muitas sacolas de lojas. Ela dava risadinhas com sua voz fina e isso me fazia rir.

- Obrigado por isso, Caleb.

- Não foi nada.

Nós aproveitamos o final da tarde em uma sorveteria do shopping. Muitas pessoas da escola estavam lá e nos sentamos em uma mesa no canto do lugar.

- As provas estão chegando, gostaria de estudar comigo? – Dinah pergunta.

- Claro, seria ótimo.

- Estou ansiosa para o jogo de futebol que virá depois. Joe jogará.

- Aconteceu algo entre vocês dois ontem? – Pergunto me lembrando de que Joe também me ajudou.

- Não, ele estava muito bêbado para isso. Mas ele mesmo me convidou para a festa, acho que isso é bom... certo?

- Claro que sim, isso é ótimo. Pelo menos a festa deu um pouco certo para alguém.

- Não fique assim...

Dinah segura minha mão e sorri para mim. Jack havia me dado um cupom de desconto daquela sorveteria, então aproveitamos o máximo que conseguimos com sorvete.
Certa hora, o celular de Dinah faz um barulho agudo e ela o observa por um tempo. Logo, muitos celulares começam a receber notificações também. Todos se olham, achando a situação engraçada antes de verificarem seus celulares. Olho para Dinah e ela me encara séria. Meu celular também recebe uma notificação e vejo que é uma mensagem de número desconhecido. Dinah retira o celular de minha mão muito rápido, antes mesmo que eu conseguisse ler a mensagem.

- Hey, o que houve? – Pergunto confuso.

Olho ao redor e algumas pessoas me encaram enquanto outras cochicham baixo. Vejo uma garota ruiva não disfarçar um olhar de surpresa para mim.

- O que... – Dinah balança sua cabeça para mim e então diz que é melhor irmos embora.

Saímos da loja e algumas pessoas ainda me olhavam. Começo a anda pelo shopping enquanto ela segura minha mão.

- Você pode me dizer o que está acontecendo?

Ela devolve meu celular e abro a mensagem que havia recebido.

- Isso aconteceu...

Vejo uma foto minha com corações rosas no lugar dos meus olhos e uma foto de Adam ao meu lado. Provavelmente de algum momento importante, pois ele usava terno e gravata. Também tinha escrito na parte debaixo da foto “Namorando com meu chefe”.
Minhas bochechas ficam imediatamente vermelhas. Todos pareciam ter recebido aquilo. Eu precisava sair do shopping.

 

 

Dinah havia dirigido até minha casa e estávamos sentados em meu sofá. A noite começava a chegar e nos olhávamos enquanto tio Jack fazia algo na cozinha.

- Você tem certeza de que Nate fez isso? – Ela pergunta fazendo carinho na cabeça de Kali.

Balança a cabeça positivamente. Eu não tinha dúvidas de que Nate havia feito aquilo. Ele queria me prejudicar de algum jeito. Saber que Caleb realmente gosta de mim deve ter feito isso com ele. É uma atitude ridícula. Todos da escola devem ter recebido essa mensagem e acham que dormi com Adam para conseguir minha vaga na livraria, Dinah havia lido isso em uma mensagem de um grupo que participava.
Eu ligava para Adam, mas ele não atendia. Tentei ligar para Nate e também não consegui nada. Eu não sentia raiva. Na verdade, eu não sentia nada, só uma vontade de resolver isso.

- Dinah... acho que sei o que preciso fazer.

- Vai conversar com algum dos dois, não é?

Ela também parecia saber que era o certo.

- Conversarei com Adam.

 

 

Dinah me levou de carro até o prédio de Adam. Ela havia perguntado se eu gostaria de uma carona de volta para a casa, mas neguei e disse que pegaria um taxi. Ela agradece mais uma vez pelo dia que tivemos e me diz que tudo ficará bem. Não sei se ela tem certeza disso, mas preciso acreditar em algo, então...
Entro no prédio e ando até a recepção. Adam ainda não atendia minhas ligações, então teria que pedir para que a recepcionista fizesse isso por mim. Digo meu nome e peço para que avise a Adam de que não quero subir, mas de nada adianta, pois ela me diz que ele estava ocupado para descer e que eu poderia subir. Eu não queria conversar com Adam em sua casa, seria tão mais fácil aqui no saguão...
Concordo com a cabeça e agradeço. Ando até o elevador segurando a blusa de moletom que adam havia me dado. Aperto o botão de número 26 e espero com minhas costas na parede espelhada. Sinto um pouco de tontura enquanto ele se move, mas respiro fundo e logo passa. Saio do elevador e caminho até a porta de Adam. Toco a campainha e escuto sua voz dizendo “Entre”. É o que eu faço.
Observo novamente o lindo apartamento e sinto o calor existente lá dentro. Escuto barulhos de panelas vindo da cozinha e resolvo ir até lá depois de deixar o moletom sobre o sofá da sala. Quando chego na cozinha, vejo Adam em frente ao fogão mexendo algo em uma panela com uma colher de pau. Ele não vestia suas roupas de sempre e isso era engraçado de se ver. Usava uma bermuda azul escura e uma camiseta preta simples. Diferente de mim que usava um moletom preto para bloquear o frio da rua.

- Hey!

Ele sai da frente do fogão e anda em minha direção com os braços abertos. Me abraça, me fazendo sentir o cheiro de seu perfume. Seu cabelo estava molhado. Deve ter acabado de tomar banho. Seus lábios tocam os meus por poucos segundos e então ele se afasta sorrindo. Voltando a ficar na frente do fogão, me deixando com um sorriso no rosto, triste, mas ainda assim um sorriso. Grace está sentada em uma cadeirinha de bebê e morde as orelhas de um elefante rosa de plástico. Ando até ela e dou um pequeno beijo em sua cabeça, o que faz uma risada gostosa ecoar pela cozinha.

- Por que queria que eu descesse? – Pergunta provando um molho que fazia.

- Eu quero conversar e... achei que seria melhor lá embaixo.

- Mas aqui é mais confortável e estou fazendo jantar.

Ele não fazia ideia do que estava acontecendo. Continuava falando como se problemas não existissem para nos atrapalhar.

- Por que não atendia seu celular? – Pergunto me encostando na pia e admirando seu perfil.

- Durante o jantar de ontem, Janine acabou derrubando-o no chão sem querer e tive que mandá-lo para uma assistência técnica. Amanhã o pego de volta. Me desculpe por não o avisar de algum jeito.

Então essa foi a solução que sua irmã arrumou impedir nossa comunicação. Ela e Nate estavam conseguindo o que queriam.

- Pensei em passar em sua casa, mas seu tio deveria estar lá e...

- Adam, eu quero sair da livraria.

Eu seria direto, não ficaria criando caminhos para chegar até a decisão que eu havia tomado.

- Como?

Ele ainda tem um sorriso no rosto. E me olha como se eu tivesse contado uma piada. Concordo com a cabeça e seu rosto fica sério como o meu. Mas somente por alguns segundos, logo ele sorri. Ele não queria acreditar.

- Não brinque com isso! Não é engraçado.

Ele se vira novamente em direção ao fogão, mas seguro seu braço, olhando-o sério.

- Não estou brincando, Adam... Aconteceu algo.

Retiro meu celular do bolso e mostro a montagem que haviam espalhado por aí. Não consigo decifrar sua expressão, ele apenas olha para a foto.

- Quem fez isso?

- Eu não sei... – Minto.

A culpa dessa imagem existir era de Caleb que contou para Nate sobre mim e Adam. Mas eu não contaria para Adam, pois tenho certeza de que ele faria algo.
Ele passa a mão por sua testa e me olha.

- É por isso que vai sair? Você realmente vai fazer isso?

- Você sabe o que isso pode causar a você...

- Eu já disse que não me importo!

- Mas eu me importo, Adam! Veja só isso! – Mostro a imagem em meu celular. – Eu sei que não temos que esconder que somos gays, mas se pudermos evitar o desastre que sua irmã verá nisso ou... Eu não sei.

Ele desliga o fogo e puxa uma cadeira para se sentar, me olhando com seus cotovelos apoiados nos joelhos. Grace ainda dava risadas enquanto brincava com o elefante.

- E o que quer fazer agora? – Pergunta com uma voz baixa.

Na verdade, eu não quero fazer isso, mas acho que é preciso.

- Acho melhor eu sair da livraria... e nos afastarmos por um tempo.

Suas sobrancelhas se levantam em surpresa. Dizer isso doeu em mim. Se quando ele viajou eu senti saudade, esse tempo não ajudaria muito. Mas é o que eu preciso para acalmar o que aconteceu e colocar as coisas em ordem. Ele levanta da cadeira e fica em minha frente. Como era mais alto, preciso olhar um pouco para cima. Ele está triste, definitivamente triste.

- Não... Não, Caleb...

Coloco a mão na lateral de seu rosto e ele coloca sua mão sobre a minha.

- Por favor...

- Será melhor, Adam. Me ajudará a ter certeza sobre isso, e tenho certeza de que te ajudará também.

- Mas eu tenho certeza sobre isso! Você não entende?

Então ele se afasta e começa a andar pela cozinha, tentando dizer algo e não consegue. Estava como no dia em que o fiz admitir que sentia ciúmes de Caleb. Ele bate seu punho sem muita força sobre a mesa, me assustando um pouco. Grace nem ao menos reparou. Temi que ela chorasse com isso, mas continuo brincando.

- Eu tenho certeza disso desde o dia em que te tirei daquele bar e te trouxe para minha casa!

Eu queria chorar de novo. Não poderia fazer isso agora, não quando eu quero resolver as coisas.

- Você é quem não tem certeza, Caleb...

- Eu...

Eu não sabia o que dizer sobre isso. Eu realmente não tinha certeza. Ainda não havia conversado com Caleb sobre tudo, então não poderia tomar uma decisão.

- Eu acho que esse tempo ajudará. Confie em mim.

- Certo, eu faço o que você achar melhor.

Ele então volta a ficar em minha frente e me abraça.

- Mas pense bem nas decisões que tomar... Por favor.

Nos olhamos e ele me beija rapidamente. Era uma despedida.

Ando até Grace e beijo sua cabeça novamente.

- Até mais, pequena.

Ando na frente de Adam no caminho até a porta. Ele vê sua blusa que deixei no sofá e a pega.

- Fique com ela pelo menos.

- Adam...

- Pelo menos isso...

Concordo com a cabeça e pego a blusa de sua mão. Ele dá um sorriso triste e abre a porta para mim. Eu não sei quando voltaria para aquele apartamento ou quando veria Adam de novo. Eu pedi um tempo, mas não imaginei quanto em minha cabeça. Seguro a blusa em minha mão e então digo o que menos queria.

- Até mais, Adam.

E escuto o que não queria.

- Até mais, Caleb.

 

 

Andar pelos corredores da escola na segunda feira foi bem diferente. As pessoas ainda me olhavam muito e me sentia um E.T. Noite passada acabei tomando alguns comprimidos para dormir e isso me ajudou a não chorar pelo o que eu tinha feito com Adam. Eu havia recebido uma mensagem dele, pedindo que eu passasse na livraria na tarde de hoje parece resolver algumas coisas de minha demissão com Peter, pois ele não estaria lá.
Eu havia desistido de ligar para Caleb. Eu preciso conversar com ele, mas não faço ideia de como, já que na hora em que cheguei na escola o vi beijando Megan ao lado de seu carro no estacionamento. Não chorei. Respirei fundo e continuei andando.
Steve, que eu quase nunca via na escola, acabou aparecendo para falar comigo sobre a imagem e ficou triste ao saber que eu saí do trabalho. Eu vivia esquecendo que ele também estudava na escola. Como ele era mais velho e nunca nos encontrávamos nos corredores, achava que ele já havia terminado o ensino médio.
O dia na escola foi totalmente algo inesperado. É incrível como as coisas mudam em questão de dias. Passei a maior parte do tempo com Dinah, Steve (nas trocas de aula, já que não tínhamos nenhuma juntos), e Joe. Joe confessou estar muito bêbado quando me achou encostado e chorando em uma árvore, mas que se lembrou no dia seguinte e ficou preocupado. Eu realmente o havia perdoado pelas coisas chatas que ele fazia comigo antes. Não era por que queria, e sim para impressionar idiotas de algum jeito. Os três conversaram comigo no intervalo e não se incomodaram de também serem observados por sentarem com o garoto que segundo um boato “dormiu com o chefe para conseguir o emprego”. O lado positivo foi que no fim do dia esse boato já estava sendo totalmente desmentido, pois quando perguntavam aos meus novos amigos sobre isso, eles diziam “Claro que não. Algum idiota inventou isso.” E quando perguntavam se eu continuaria por lá, respondia “Não, na verdade, sábado foi meu último dia. Não estava procurando um emprego sério.” Então logo começaram a espalhar essa notícia, dizendo que a foto foi uma grande idiotice. Eu agradeci por isso se acalmar de forma rápida. Geralmente os boatos pela escola demoravam dias para irem embora.
Eu acabei encontrando Nate pelos corredores algumas vezes. Ele não dava sinal algum de que havia feito aquela foto, mas não mantinha contato visual comigo por mais de três segundos. Eu não queria conversar com ele. Na verdade, queria que ele percebesse o que tinha feito, ou que pensasse no que poderia ter evitado se houvesse me contado aquilo há muito tempo atrás.
Hoje não vim para a escola com a bicicleta que ganhei de Adam. Ela seria outro lembrete. Então na hora da saída eu caminho até minha casa, pensando em contar para tio Jack e minha mãe sobre o que tinha acontecido. Mas dessa vez eu contaria toda a verdade. Tudo sobre os dois caras que me deixavam confuso e sobre como isso era difícil para mim.

 

 

 

Duas semanas se passaram desde que tentei colocar as coisas em ordem do jeito que pude. Era outubro e eu adorava esse mês. Havia passado muito tempo com Dinah, Joe e Steve estudando para as provas que já passaram. Nós criamos um laço em tão pouco tempo juntos. Saíamos da escola e íamos para a casa de algum estudar (Menos Steve. Ele ainda continuava na livraria e estudava conosco somente no intervalo da escola). Joe havia amado o novo visual de Dinah e ela parecia mais feliz agora. Não por ter agradado um garoto, mas por simplesmente se sentir feliz. Algo já estava rolando entre os dois e Steve e eu percebemos isso. Eles três me ajudavam a ficar focado somente no que importava.
Eu havia conversado com minha mãe e meu tio sobre tudo o que aconteceu. Tio Jack ficou curioso e me deu alguns conselhos, mas minha mão já quis parar seu trabalho e me visitar, achando que eu tomaria alguma medida drástica. Tive que garantir que tudo ficaria ok. Deus, eu não me mataria por causa disso.
Ver Caleb todas as vezes que entrei na sala de aula durante as duas semanas foi complicado. Confesso que tentei conversar com ele quando não ficava se agarrando com Megan pelos corredores. Percebi que essa garota um péssimo perfume doce, outro motivo para que eu não chegasse perto dos dois. Então, não tive nenhuma oportunidade de falar com ele sobre tudo. Ele parecia feliz. Ou estava fingindo muito bem. Ele conversava com Nate pelos corredores, e imediatamente o amigo traíra dava um sorriso para mim, como se demonstrasse vitória. Mas não ouve vitória. Não quando nenhum dos dois chegou a lutar por algo.
Não pensar em Adam e sentir sua falta também foram coisas muito difíceis. Ainda mais quando ele mandava presentes para a porta de minha casa. Buquês de rosas tão vermelhas quanto sangue eram achados por mim quando abria a porta para ir até a escola de manhã. Uma caixa de chocolates e até mesmo uma garrafa do vinho que havíamos tomado em sua casa na noite em que... Eram presentes que me faziam sorrir. Ele estava tentando me conquistar, era óbvio. Eu sempre agradecia por eles com um simples “Obrigado” e um coração enviados por mensagem. E ele sempre respondia com um emoji sorridente.
Tio Jack ficava muito feliz com os presentes e dizia para que eu desse ainda mais tempo para Adam, somente para que mais presentes chegassem.

- Você poderia chama-lo para jantar aqui, não é mesmo? – Dizia animado.

- Eu já disse que estamos dando um tempo. E nem mesmo temos algo sério para que ele jante aqui em casa.

- Todas essas rosas aqui em casa provam o contrário...

E assim ele ficava torcendo para que eu desse logo uma chance para Adam. Steve também fazia isso, dizendo que seria o máximo eu namorar o chefe dele, assim eu poderia dizer algo para Adam e isso faria ele aumentar o salário de Steve. Eu apenas ria dessa ideia.
Então era isso. Duas semanas haviam se passado e já era sexta feira. Estou deitado em minha cama e escutando o cortador de grama do vizinho ligado. Essa última semana foi a de provas e realmente complicada. Foram as preparatórias para as de dezembro. Juro que vi algumas pessoas chorarem pelos corredores enquanto iam para a próxima sala onde fariam outra prova. Eu consegui me virar muito bem, chutei algumas respostas em matemática, mas tinha certeza da maioria das respostas em outras matérias.
Hoje teria um jogo de futebol para comemorar o fim de semana de provas. Seria de noite na escola e todo mundo estava animado. Muitas pessoas haviam se dirigido ao estádio para assistir ao treino, mas preferi vir para minha casa e descansar durante o dia. Ontem tio Jack comprou telas e muitas tintas para mim, dizendo que eu poderia continuar praticando pintura no sótão. Fiquei tão agradecido com aquilo. Tio Jack não admitia, mas estava sendo o espião de minha mãe por aqui. Sempre conferia se eu estava feliz o bastante para não me matar. Ela finalmente havia desistido da ideia de me tirar do país com ela e disse que eu deveria realmente focar no fim de meu ensino médio e não em um emprego no momento, perdoando a minha demissão.
Me sento em minha cama com Kali ao meu lado. Era um dia quente e a janela de meu quarto estava aberta, deixando um fraco vento invadir o lugar. Mais cedo achei algo perdido na parte de trás da minha mochila... o CD que eu havia ganhado de Caleb com algumas músicas que ele gostava. Fazia muito tempo que havia o escutado e isso me deixou um pouco perdido. Quando a música se espalha pelo quarto, saindo de meu notebook, me lembro de quando ele veio até minha casa e o entregou. O que também me lembrou de quando ele veio até minha casa para me ver e acabou me vendo com Adam. Ele veio atrás de mim. Ele tentou. Agora eu que preciso tentar. Preciso ir até sua casa.

 

Andando pela calçada, vejo que o carro de Caleb está estacionado fora da garagem. Eu nunca havia ido até sua casa. Na verdade, não tinha nem mesmo certeza de onde era e perguntei a Dinah se ela poderia me ajudar com isso, já que trabalhava voluntariamente algumas vezes por semana como ajudante na secretaria da escola e tinha acesso aos endereços. Ela me perguntou se eu tinha mesmo certeza do que havia resolvido fazer e eu disse que sim, mesmo não tendo tanta. Eu não sabia se seu pai estava em casa, então apenas rezava para Caleb estivesse sozinho. Eu sabia que ele não trabalharia hoje, apenas porque escutei ele falando com seu melhor amigo na escola. Então tinha que aproveitar isso.

Bato na porta de sua casa. Ela não era tão grande. A tinta branca começava a sair da madeira do piso de sua varanda. Folhas secas estavam caídas em seu jardim que tinha uma grande árvore do lado esquerdo. Era estranho estar ali. Ouço passos se aproximando da porta e então ela se abre. Eu ainda rezava para que não fosse o pai de Caleb. Então fico feliz quando vejo o rosto que queria do outro lado.
Seu cabelo está preso no coque que amo e ele usa uma regata preta. Faz uma cara de tédio quando me vê e isso não me ajuda muito.

- Vim conversar com você.

- Imaginei isso.

Ele respira fundo e então me chama para entrar. A casa está um pouco escura, mas é bonita por dentro. Sinto cheiro de limão e do mesmo perfume de Caleb, fazendo um sorriso aparecer em meu rosto.

- Não consegui conversar com você esses dias...

- Eu estava lá. Era só falar comigo.

- Não quando você estava com ela...

Não consigo conter minha careta ao dizer isso.

- Soube o que aconteceu... aquela foto.

Ele não para de me encarar. Conversamos em pé perto de seu sofá.

- Não foi nada, a mentira foi embora em pouco tempo.

- Não era mentira...

Claro que não era mentira, mas fiquei tanto com essa ideia na cabeça que acabei a pegando para mim. Ele sabia que era verdade. Que eu tinha um relacionamento com meu chefe. Ele sabia e é por isso que estamos assim agora.

- Eu gosto dele, Caleb...

Dou um passo em sua direção e seguro sua mão direita, ela estava gelada e ele me observa fazer isso. Então olha para mim. Nossos rostos estão pertos e o silêncio toma conta da sala.

- Mas eu também gosto de você. – Digo me completando.

- Eu também gosto e você. Continuo gostando. Saber aquilo me deixou mal... eu me aproveitei de Megan somente por estar sozinho. Na verdade, não parava de pensar em você.

Ele passa as mãos por meus braços, sinto um arrepio em minhas costas e ponho as mãos em sua cintura. Logo estamos abraçados e tenho meu rosto perto de seu pescoço.

- Eu senti sua falta. – Ele diz.

Eu também havia sentido sua falta. Ele ficou tão avulso a tudo o que acontecia e acabou quase tão perdido quanto eu.

- Eu também senti sua falta.

- Agora você tem que escolher, não é? – Ele pergunta em minhas costas. Não quero soltá-lo, gosto de seu abraço. – Eu sei que escolherá ele... ele não precisa esconder o que é...

- Eu não sei...

- Sabe sim, Caleb. – Ele sussurrava. Me abraça mais forte. – Sabe que eu só gosto de você e que não dará certo.

- Eu não quero perder isso.

- Eu também não, mas...

Então era isso. Eu não poderia escolher agora. Não agora. Eu precisava de mais tempo e de algum jeito para descobrir o que eu realmente queria. Duas semanas não foram o bastante.
Nosso abraço termina e ele se inclina para um beijo calmo e demorado. Minhas mãos estão em sua nuca e as suas em minha cintura. Eu também precisava de Caleb. Não seria hoje que eu faria minha escolha.

- Meu pai daqui a pouco chega e...

- É melhor eu ir embora.

- Desculpa.

- Tudo bem. Você vai até o jogo de futebol hoje?

Queria vê-lo mais tarde, continuar abraçado com ele. Mesmo que escondido dos outros.

- Dylan não deixará que eu fique em casa, então sim, irei. Te procuro por lá.

Concordo com a cabeça e saio de sua casa. Ele me dá um leve sorriso e faço o mesmo antes de caminhar até a calçada e escutar a porta se fechar atrás de mim. Ele ainda gosta de mim. Eu pensarei em algum modo de facilitar minha escolha.
Agora eu sentia saudades de Adam. Pelos presentes que me mandava, sabia que ele também sentia saudades e estava apenas esperando que voltasse a falar com ele. Talvez eu deva passar em sua casa antes do jogo...
Meu celular vibra em meu bolso. Paro sob uma árvore que balançava suas folhas com o vento quente. Isso pareceu meio sinistro com o céu que já estava escuro e a luz de um poste que piscava de dois em dois segundos. Isso não foi tão sinistro quando a mensagem que eu recebi.

“Que bonitinho. Ficar duas semanas sem os dois não pareceu lhe ajudar... Você é confuso. Gosto disso.”

O número era desconhecido e senti algo em meu coração quando li aquilo. Olho ao redor e vejo alguns carros estacionados pela rua. Todos com o vidro escuro o bastante para que eu não visse se tinha alguém dentro. Eu estava sendo observado? Tento ligar para o número, mas recebo uma chamada na hora. Era de Adam. Atendo e escuto a sua voz.

- Olha, eu sei que você quer um tempo, mas está sendo muito difícil para mim. Eu preciso de você. Preciso que me diga que está tudo bem. Não quero apenas mandar presentes, quero estar com você. Mesmo que eu não seja quem você quer... eu quero estar com você. Isso parece ser o bastante para mim agora.

Ele joga as palavras de uma vez enquanto as escuto. Sua voz é um pouco baixa e escuto risadas ao fundo. Ele deveria estar em casa com família e amigos. Escuto o barulho das folhas sobre mim novamente e olho ao redor. Eu estava um pouco assustado com o que havia acabado de acontecer.

- Adam... eu também quero você e preciso de você. Não vou negar isso. Esse tempo não me ajudou muito, mas foi bom para aliviar um pouco o que eu sentia. Estou disposto a estar com você quando quiser, se isso te fizer feliz.

- Mas isso fará você feliz?

- Claro que fará. Eu gosto de você, Adam. Não se esqueça disso, por favor.

Escuto sua respiração do outro lado e então alguém o chamando para fazer algo. “Já vou” diz ele fingindo animação.

- Eu queria te receber em casa agora, mas algumas pessoas estão aqui e... eu falo com você depois. É bom te ter de volta, Caleb.

Nos despedimos. Quando guardo meu celular no bolso, escuto uma porta de carro bater distante na rua, mas era apenas um morador que chegava em sua casa. Começo a andar de maneira rápida. Não me sentia seguro ali. Precisava chegar em casa e partir para o jogo de futebol da escola. Tirando o medo que chegou há pouco tempo, sentia que algo bom aconteceria hoje e espero estar certo.


Notas Finais


E então?? O que acharam? Um tempo se passou, mas nem assim Caleb conseguiu se resolver. Alumas coisas vão se resolver próximo, então fiquem no aguarde. Uma mensagem suspeita para Caleb... não me perguntem de quem é uahsuahsuh
Espero que tenham gostado e continuem acompanhando. Não se esqueçam de comentar e me contarem o que acharam. Também favoritem para ajudar o amigo ♡ É só isso. Feliz ano novo de novo!!!
XOXO


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