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História Fire N Gold - Punição


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Um capítulo para vocês com muita tensão :D Espero que gostem. Me desculpem por erros que passaram despercebidos. Não se esqueçam de comentar o que acharam depois.
FAVORITEM POR FAVOR!!!

Capítulo 18 - Punição


Sexta-feira finalmente chegou. Estava sentado em uma mesa da cantina com Dinah, Joe, Caleb e Steve. Todos ali tinham sido convidados por Steve para assistir ao show de sua banda, os Ultra Dumbs, no mesmo bar onde Adam me buscou tempos atrás e me levou para sua casa.
Adam não queria de jeito nenhum que eu fosse lá, pois dizia que o lugar era perigoso, então tive que inventar uma desculpa para Steve, dizendo que já havia combinado uma noite no cinema com tio Jack e não poderia desmarcar. Ele ficou um pouco chateado, eu percebi. Mas preferia isso do que a raiva de Adam.
Somente os garotos iriam. Dinah faria uma pequena viagem e voltaria somente no domingo. O que me lembrou da viagem que faria amanhã com Adam para alguma casa de sua família no meio de um bosque. Eu já havia arrumado minhas coisas na noite de quinta, logo depois que finalizei o quadro que daria para Adam de aniversário.
Mordo a maçã em minha mão e me lembro da pintura. Havia feito uma reprodução do nosso piquenique na cobertura de seu prédio. Nós dois sobre uma tolha e uma cesta entre nós. As roseiras, os bancos brancos, o arco de flores e vasos grandes que estavam ali. Tentei detalhar o que consegui e o que me lembrava. Fiz isso em apenas uma semana e entregaria para ele amanhã, mas estava muito satisfeito com meu trabalho.
Joe diz que precisa ir para o treino de futebol e se despede de nós depois de beijar Dinah. Ele havia a pedido em namoro na noite anterior quando tiveram seu segundo encontro. Ela estava tão feliz e agora usava uma aliança prata com a minha, mas sem o pingo brilhante que a minha tinha. Como sempre, nossa escola fez a notícia se espalhar rapidamente e algumas pessoas iam até Dinah para saber se era verdade, se ela realmente estava namorando um dos jogadores de futebol. Mesmo ela tendo mudado um pouco sua aparência, ficando mais bonita, as pessoas ainda a viam como a “estranha”, e Joe se relacionar com ela era algo de outro planeta. Ela não ligava para isso. Era ótimo ver sua confiança.
Olho meu celular sobre a mesa pela milésima vez. Nenhuma mensagem recebida do número desconhecido. Ele me deixou em paz nos últimos dias. Nos falamos somente na segunda feira. Eu estava adorando não receber suas mensagens, mas ainda me incomodava saber que ele me observava e eu não poderia tomar nenhuma medida para que isso acabasse.

- Está tudo bem, Caleb? – Caleb diz ao meu lado. Seu cabelo estava preso em seu coque. Continuava lindo. – Esperando alguma ligação?

- Não, não é nada demais. Viajarei com Adam amanhã e estou vendo se manda alguma mensagem. – Minto.

- Ah sim. E para onde irão?

- Uma casa no meio do nada. – Brinco e vejo um sorriso em seu rosto.

- Tome cuidado então. Psicopatas adoram casas no meio do nada.

Interrompo a mordida que daria em minha maça e olho para ele, surpreso.

- Por que diz isso?

- Porque é verdade... não assiste filmes de terror?

- Sim, mas você não assiste. Então como conheceria eles?

- Eu estou brincando, calma. – Ele ri e coloca a mão em meu ombro, me fazendo relaxar. Psicopata me lembra o desconhecido. Sei que não é Caleb, mas se ele ficar dizendo essas coisas... – Aproveite com ele. Dará tudo certo. Sem psicopatas.

- Psicopatas? Adoro psicopatas! – Steve diz do outro lado da mesa.

- Claro que adora. Você parece um... – Dinah responde sorrindo.

- Não vamos falar sobre psicopatas, ok? – Digo me levantando da mesa. Aquele assunto estava me deixando desconfortável. – Vamos para cada um para sua sala. – Eles me olham confusos. Dinah então percebe o motivo porque sabia das mensagens e se levanta também.

- Isso mesmo, vamos!

Steve e Caleb se levantam rindo. Saímos da cantina e começamos a andar pelo corredor cheio de alunos. Vejo Nate conversando com uma garota oriental de longo cabelo preto e uma loira baixinha. Sua mão enfaixada continuava com ele e seus olhos me fuzilavam enquanto andava com meus amigos. Quando passo ao lado dos três escuto risadas baixas.

- Provavelmente é apenas pela carona. Ele transou com o chefe pela vaga de emprego e continuou fazendo isso até conseguir caronas.

Paro de andar e Dinah imediatamente segura minha mão ao meu lado. A voz de Nate foi de deboche, ele riu depois do que disse e suas amigas fizeram o mesmo. Sinto a raiva percorrer meu corpo. Não posso passar raiva por causa disso, ele está sendo infantil. Caleb e Steve também pararam de andar e me olhavam.

- Esperem só um segundo. – Digo baixo.

- Caleb, não... – Dinah sussurra.

- Está tudo bem. Não farei nada demais. – Sorrio e ela solta minha mão.

Ando até o grupinho. Nate e a loira estavam encostados em armários. Fico de frente para Nate e ele percebe, mas não se vira, apenas olha sorrindo para suas amigas.

- Posso falar com você um pouco? – Digo mostrando calma em minha voz, mesmo estando tão bravo que minha cabeça poderia explodir.

Ele me olha, ainda sorrindo.

- Pode falar sobre o que quiser na frente delas. – Ele indica as garotas com a cabeça. A oriental me olha dos pés à cabeça.

Respiro fundo e continuo sorrindo.

- Você não vai se cansar de falar sobre meu novo relacionamento? Não cansará de espalhar mentiras por aí como se isso me diminuísse ou qualquer outra coisa?

A loira dá uma risada rápida e Nate revira os olhos.

- E como sabe que estou falando de você? – Pergunta ele se desencostando do armário e ficando de frente para mim. – Acha que você é tão importante para virar assunto entre mim e minhas amigas?

- Sim. Acho sim. – Respondo e olho para as duas. – Eu acho que você é tão ridículo e sozinho que precisa espalhar mentiras para essas duas. Quanto tempo demorou para achar alguém que te ouvisse? Elas foram tão fáceis assim?

- Hey! – Diz a garota oriental. – Cala essa boca!

O que sinto no segundo seguinte é uma ardência em minha bochecha direita. A garota havia me dado um tapa. Fico boquiaberto e logo empurro seus ombros com minhas duas mãos, mas não com força o bastante para que ela caísse, apenas para que fosse para trás.

- Sua vaca! – Dinah grita.

Vejo ela passando por mim e pulando em cima da garota que pensava em vir em minha direção. Dinah logo começa a puxar seu cabelo enquanto gritam xingamentos. Minha bochecha arde muito! Vejo a outra garota ainda encostada no armário e assustada. Caleb corre para tentar separar Dinah da outra.

- Olhe só o que você fez! – Nate grita para mim e levanta sua mão não quebrada para me dar um soco.

Ele faz isso muito rápido. Apenas levanto as mãos para me proteger e fecho os olhos aguardando por algum impacto.
O barulho que escuto a seguir não é de um soco contra meu rosto, mas sim de algo contra um armário. Abro meus olhos e vejo o que não esperava. Steve segurava Nate pelo pescoço contra o armário. Seus rostos estavam próximos e Nate o olhava com muito medo.

- Você não vai querer fazer isso. – Steve diz muito sério. – Você já tem dedos quebrados em uma mão. – Ainda segurando Nate pelo pescoço, ele pega a mão direita de Nate que estava tentando afastá-lo e a aperta com muita força, fazendo-o gritar de um jeito fraco. Seu rosto já estava avermelhado enquanto ele fazia isso. – Não gostará que eu quebre essa outra todinha.

Ao meu outro lado Caleb ainda tentava separar as duas que brigavam. O coque dele estava desfeito e seu cabelo caía sobre seu rosto assim como o das garotas que pulavam ao redor dele com suas mãos esticadas. A garota tinha um arranhão na cara e gritava muito.
Coloco a mão sobre o ombro de Steve e ele me olha. Nate me olha também, ele estava muito vermelho. Aceno positivamente para Steve e ele solta Nate que respira profundamente. Ando até as duas que brigavam e ajudo a segurar Dinah. Algum garoto também aparece para segurar a garota louca que me olhava furiosa. Minha bochecha ainda ardia.

- Vocês todos para minha sala! – Uma voz grita atrás de mim.

Quando olho, vejo que é o diretor. Ótimo. Exatamente o que eu queria. Uma briga que me atrapalhasse.

- Agora! – Ele grita mais alto.

Só então percebo quantas pessoas nos olhavam. Passo a mão pela cintura de Dinah e começo a andar com ela e Caleb ao seu lado. Quando passo ao lado de Steve ele sorri de um jeito bonito e apenas anda atrás de mim. Os outros três participantes da briga e o outro garoto que ajudou a separar andam atrás de nós.

- Não se preocupe, amigo. Estou com você. – Steve cochicha atrás de mim.

Era bom ter meus amigos comigo. Eles realmente me protegeriam em situações assim. E eu sei que faria o mesmo por eles.

(...)

- Eu já disse que não quero saber quem começou o que! – Gritava o diretor em sua sala. – Claro que já esperava o acontecido de alguns de vocês... – Ele olha para a garota oriental, que se chamava Julia, e para Steve que não conseguia esconder seu sorriso. – Acha isso engraçado, Sr. Turner? Devo lembra-lo que quase foi expulso meses atrás?

- Não senhor. – Steve luta para esconder seu sorriso, mas consegue. – Desculpe, senhor.

Seis pessoas estavam na sala: O diretor Norman, Nate, Julia, Dinah, Steve e eu. Todos parados um do lado do outro defronte a sua enorme mesa de madeira. Caleb, a loira que estava com Nate e o outro garoto que ajudou a separar a briga das garotas não estavam na sala por não participarem do ocorrido.
O diretor passava os olhos por nós, nos avaliando.

- Eu não esperava isso de você, Srta. Jenkins. – Ele diz para Dinah e balança a cabeça negativamente. – E vocês dois. Não eram amigos? – Ele pergunta para mim e para Nate que está entre mim e Steve. – Sei que algum motivo deve ter causado isso, não sou idiota, mas isso não quer dizer que poderiam ter resolvido isso com violência.

Quero revirar os olhos, mas sei que ele notaria e não me deixaria em paz. Não estou incomodado com ele implicando conosco, mas por ele saber que sou um bom aluno e ficar nos prendendo aqui como faz há 10 minutos.

- Não acontecem muitas brigas aqui, mas quando acontecem punimos todos de um jeito que ajude a escola a ficar... mais apresentável. Então todos vocês terão que limpar a quadra de basquete depois das aulas.

- Mas eu trabalho! – Steve diz dando um passo para frente.

- Sinto muito em ouvir isso, Sr. Turner. Mas enforcar um colega de escola não poderia lhe render algo bom.

- Ele não é meu colega.

- Não mesmo. – Nate sussurra com uma careta.

- Quietos! – O rosto do diretor estava vermelho. – Todos fora daqui. Após as aulas vão diretamente para a quadra. Eu saberei se não forem. Agora saiam.

Então saímos rápidos de sua sala antes que ele tivesse um ataque do coração. Nate e Julia andam rápido pelo corredor cochichando algo. Caleb nos esperava do lado de fora da sala com uma cara preocupada. O corredor já estava vazio, pois o intervalo havia acabado.

- E então? O que houve?

- Limpeza na quadra de basquete. – Dinah diz desanimada. – Muuuito divertido.

- Eu colo chicletes debaixo dos bancos e agora terei que limpar. – Steve confessa com uma careta. – E ainda me atrasarei para o trabalho...

- Eu te ajudo com isso. – Digo. – Afinal de contas, eu fiz isso com você.

- Sério? Você consegue dar um jeito?

- Claro. Ligo para Adam agora mesmo. Podem ir andando para suas salas.

Steve me abraça forte e sorri animado. Dinah acena triste, ela nunca havia sido punida por brigar na escola. Eu havia a agradecido por bater em Julia após o tapa que recebi, que por sinal deixou minha bochecha dormente. Caleb dá um pequeno sorrisinho e começo a andar pelo corredor com os outros dois.
Fico feliz em saber que Nate e sua amiga haviam sido punidos também. O lado ruim seria passar algum tempo com eles após as aulas.
Pego meu celular em meu bolso e me encosto nos armários perto da porta da sala do diretor. Daria um jeito de livrar Steve da confusão que ele se meteria se chegasse atrasado em seu trabalho com a desculpa de ter ficado de castigo por causa de uma briga na escola. Ligo para Adam, também ansioso para ouvir sua voz, coisa que ainda não havia feito hoje.

- Já está com saudade? Porque eu estou morrendo. – Ele diz feliz do outro lado. Um sorriso aparece em meu rosto. – Não deveria estar na sala de aula?

- Sim, estou com saudade e sim, deveria. Aconteceu algo e gostaria de conversar sobre com você...

- Está tudo bem? O que aconteceu? – E lá estava a preocupação de sempre.

- Eu meio que me envolvi em uma briga... O que me rendeu um tapa bem forte em meu rosto.

- O que? Quem fez isso? Vou aí agora mesmo!

- Não! – Reparo que falo alto e controlo minha voz. – Não faça isso! As coisas já se resolveram, depois explico o que aconteceu. O problema é que Steve me ajudou na briga e fomos punidos juntos.

- Steve te ajudou na briga? – Agora ele estava confuso. – Que tipo de briga foi essa?

- Eu disse que depois explico, mas agora quero saber se poderia perdoar o atraso de Steve para o trabalho. Nós ficaremos um tempo após as aulas para limparmos a quadra de basquete.

- Bom, eu acho que...

- Por favor, amor. Ele me ajudou hoje. Não está de castigo porque quer. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor.

- Ok!!! Diga a ele que tudo bem. Não acontecerá nada por causa de seu atraso.

- Muito obrigado! Ele ficará tão feliz!

Tenho um grande sorriso em meu rosto. Isso compensaria minha ausência no show de Steve na noite de hoje.

- Está tudo bem mesmo? Você não se machucou, não é? Se alguém te machucou, eu juro que...

- Não estou machucado, juro. Prometo passar aí depois que sair daqui e verá com seus próprios olhos que estou bem. Muito obrigado, amor.

- Certo, te espero em minha sala. Te amo Caleb.

- Também te amo, Adam.

Encerro a ligação e guardo o celular em meu bolso. Escuto a porta do diretor se abrindo ao meu lado e me lembro de que ainda não havia partido para minha sala.

- O que está fazendo aqui, Sr. Jones? – Pergunta ele com sua voz brava.

- Indo para minha sala, Diretor Norman! – Começo a correr pelo corredor, fugindo da bronca que levaria.

- Não corra pelos corredores! – Ele grita quando já estou longe e rindo da situação.

(...)

Steve não era o único que colava chicletes embaixo dos assentos na arquibancada da quadra. Muitos chicletes existiam lá e Nate os tirava com uma espátula pequena e colocava-os em uma sacola. As pessoas que iam aos jogos precisavam ser menos nojentas. Eu limpava os bancos com um pano e uma água que já estava ficando escura.
Fazia 20 minutos que estávamos ali. Nate e eu fazíamos isso, Julia e Steve passavam pano no chão de madeira e Dinah conferia quantas bolas existiam dentro de uma gigantesca caixa em sua frente. Mais quatro pessoas também estavam ali e faziam outras coisas. Não sei porque haviam recebido o castigo, mas também não pareciam nada contentes. O zelador nos observava sentado em uma cadeira em frente a porta da quadra enquanto lia uma revista de fofocas. Caleb tentou nos ajudar com a limpeza, mas o zelador não permitiu que ele entrasse lá.

- Está vendo o que você fez? – Nate cochicha para mim. O encaro com má vontade. – Se não tivesse causado a briga, não estaríamos aqui agora.

- Como é? – Eu não acredito que ele está me culpando como o causador da briga. – Sua amiga me deu um tapa na cara. Eu só tinha ido falar com você para pedir que parasse de espalhar mentiras.

- Se acha que é mentira, por que precisa ficar se defendendo?

- Eu não acho que é mentira. Eu sei que é mentira. Você não sabe de nada sobre meu relacionamento. Apenas tenta ficar chamando minha atenção.

- Eu sei que você fez Caleb de idiota, o que custou minha amizade com ele. Não sei como ele ainda continua falando com você. – Nate me encara com raiva. Seu tom de voz me incomoda.

- Ele continua falando comigo porque resolvemos nossos problemas. Acabamos descobrindo que não gostávamos um do outro, era apenas... nada demais. Enfim, ele “gostava” de mim, não de você. – Digo essa última parte devagar para que ele compreendesse cada parte.

Ele larga a espátula no chão e me olha como se eu tivesse lhe dado um tapa também.

- Ele não gostava de você. Ele só não sabia o que sentia.

- Ah, ele sabia muito bem o que sentia quando nós...

Eu faria um jogo com Nate. Ele precisava pensar que Caleb e eu havíamos transado para ficar ainda pior. Dou um pequeno sorrisinho, como se espantasse alguma lembrança de minha cabeça. Claro que eu não havia transado com Caleb, mas recordava que isso quase aconteceu.

- Vocês não... Todos saberão disso! – Uma risada sai dele enquanto ele me olha como se tivesse vencido aquilo. O olho do mesmo jeito e sorrio. Uma sensação boa invade meu corpo.

- Não, Nate. Ninguém vai saber disso. Ninguém acreditará em outra foto ridícula que você espalhar pela escola ou outra mentira que poderia criar. Caleb acabaria te odiando ainda mais. – Minha voz é calma. Digo cada palavra com a intenção de atingi-lo. Seu sorriso desaparece. – Na verdade ele esqueceria de você. Porque eu tenho ele, Nate. Eu tenho Caleb. Você nunca o terá. – Lágrimas agora aparecem em seu rosto. – Ele quebrou sua mão por mim, se lembra? E quem sabe o que meu outro amigo, Steve, pode quebrar de você se fizer algo para me atingir?

Ele não dizia nada. Ameaças não eram coisas boas, mas eu senti que precisava fazer isso com ele. Suas bochechas já estavam molhadas pelas lágrimas que caíam. Dou um sorriso enorme para ele.

- Então é melhor ficar calado, Nate. Você perdeu, aceite. – Coloco a mão em seu ombro e dou um fraco aperto. – E eu não sei se você é gay ou não, mas tente achar outro garoto. Não desista somente por isso. Talvez você encontre alguém como eu achei. E não se preocupe, não espalharei boatos pela escola como você fez.

Dou mais um último sorriso e então ele retira minha mão de seu ombro com a sua mão não machucada. Se levanta, limpa seu rosto, respira fundo e começa a se afastar, descendo de onde estou e partindo até a porta, dizendo algo para o zelador.

- Ele deu uma pausa? – Steve pergunta se aproximando de mim segurando um esfregão. Balanço os ombros como se não soubesse de nada. – Bom, eu preciso ir ao banheiro. Se ele pode sair, eu também posso. Volto já. Quer que eu troque essa água para você?

Eu digo que sim e lhe entrego o balde que usava. Me sento em um dos bancos e o vejo sair pela porta após falar com o zelador. Eu não me sentia nem um pouco mal pelo o que havia feito com Nate. Na verdade, me sentia bem. Sinto um alívio em meu peito.
Observo Dinah correr atrás de algumas bolas de basquete que se espalharam pela quadra. Hoje ela usava seus óculos e estava muito fofa.
Passo em minha cabeça a lista de filmes que eu veria em meu quarto essa noite. Havia dito para Steve que iria com Jack ao cinema, mas Jack já tinha planos com Isobel. Na verdade, eu queria passar a noite com Adam, fazendo-o gemer como quando fui em sua casa na quarta-feira, mas sei que isso não acontecerá. Amanhã é seu aniversário e viajaremos, não vejo a hora de lhe dar o quadro de presente.
Meu celular vibra em meu bolso. Deve ser Adam perguntando quando tempo mais demorarei. Mas a mensagem não era de Adam, era de alguém que eu pensava ter me esquecido.

“Sentiu saudades, meu pequeno? Não conversamos nos últimos dias, me desculpe. Achei que precisava de um pouco de espaço.”

Lá estava ele novamente me chamando de “meu pequeno” e me deixando enjoado. Ele poderia ter continuado para sempre sem se comunicar comigo novamente. O respondo.

“Não saber quem você é me incomoda muito, mas esse tempo que passou afastado me ajudou a esquecer o quão nojento o seu apelido soa. Você deve mesmo ser muito covarde para não dizer quem é.”

Dinah me observa curiosa e anda até mim.

- É ele! – Cochicho. – Voltou com as mensagens.

- Oh, Deus! – Mostro a mensagem que ele enviou e minha resposta. – Continue conversando, ele precisa dar algum deslize.

Ela tinha razão. Uma hora ele deixaria algo transparecer por suas mensagens. Uma resposta chega.

“Mas eu já disse que você é meu pequeno e só não sabe disso ainda. Fico triste em saber que não sentiu saudades, mas agora não pretendo ficar sem conversar com você. E não sou covarde, meu pequeno, algumas coisas complicam nosso relacionamento. Não me chame de covarde. Nunca.”

- Isso foi um aviso? – Pergunto confuso.

- É o que parece... – Dinah diz coça o alto da cabeça. – Caleb, isso está ficando assustador. Por favor faça algo.

- Não posso, Die. – Adoro esse apelido engraçado que dei para ela. – E se não for nada demais? Se for apenas algum idiota?

- E se não for apenas algum idiota? E se for um assassino ou sei lá o que?

Abro a boca para responde-la, mas vejo Nate e Steve entrando pela porta. Nate bebia um refrigerante de uva com um canudo em uma latinha e Steve andava em nossa direção com um balde, sorrindo. Lembro imediatamente de quando ele passou em minha casa na quarta-feira, dizendo que Dinah havia lhe dado meu endereço.

- Hey. Você disse para Steve onde eu moro? Ele passou em minha casa e nunca havia ido lá. – Eu precisava confirmar logo com ela.

- Sim, ele me ligou para saber seu endereço e eu passei. Não devia ter feito isso?

- Claro que podia. – Disfarço com um sorriso, tirando a tensão da situação. – Só fiquei curioso.

- E então, sobre o que estão conversando? – Steve agora está ao nosso lado. Ainda sorrindo. Pensar em Steve como o desconhecido me fazia ficar enjoado.

- Nada demais. – Sorrio também. – Vamos terminar logo com isso. Você precisa trabalhar e quero logo sair daqui.

Todos voltamos para nossas funções. Nate não chorava mais e não trocamos nenhuma palavra. Foquei apenas em minha tarefa e sem tirar as mensagens do desconhecido de minha cabeça. Ele não era covarde, ele disse.

(...)

Estou parado na porta da escola com Caleb em minha frente. Ele não havia ido embora enquanto fazíamos o que fomos designados a fazer. Ficou esperando do lado de fora da escola, sentado dentro de seu carro escutando o rádio até que saíssemos. A rua da escola estava cheia de carros e muitos alunos ainda entravam e saíam dela, provavelmente pela biblioteca ou pelos treinos de futebol. Joe estava treinando, tanto que Dinah não foi embora, apenas para vê-lo jogar.

- Você poderia ter ido embora. – Digo.

- Claro que não, não poderia deixá-lo aqui para ir embora sozinho.

- Obrigado, eu... agradeço muito.

Caleb estava sendo muito gentil ultimamente. Tê-lo como amigo era uma das melhores coisas que eu estava fazendo.

- Ainda bem que Steve estava ao seu lado para protege-lo do soco de Nate. Eu vi e pensei em correr para impedi-lo, mas precisava separar as duas e...

- Está tudo bem, Caleb.

Ele tinha o mesmo olhar de raiva de quando Caleb jogou a bola e mim na quadra no começo da semana.

- Eu quebraria sua outra mão se tivesse feito algo contigo. – Sussurra. Caleb estava perto de mim na calçada. Eu estava encostado em seu carro e ele me olhava profundamente. Conseguia sentir seu perfume e lembro de como gosto dele.

- Steve disse a mesma coisa... – Digo distante, observando o pescoço de Caleb e recordando quando Steve e Nate saíram da quadra e recebi a mensagem do desconhecido.

- Não achei que ele era esse tipo de amigo... – Caleb dá um passo para frente, ficando ainda mais perto.

- Eu também não...

Um arrepio passa por meu corpo. O vento gelado do dia nublado havia passado por mim, mas Caleb também havia colocado sua mão gelada na lateral de meu rosto, me fazendo focar novamente em seus olhos.

- Está tudo bem? – Pergunta sussurrando. Confirmo com a cabeça e lhe dou um sorriso pequeno. – Posso te dar um abraço?

Repasso a pergunta por alguns segundos em minha cabeça ainda olhando para ele.

- Claro que pode. Quando quiser.

E é o que ele faz. Me envolve e faço o mesmo com ele. O vento gelado passa por nós novamente. Era um abraço tão bom e sincero que não consigo evitar de respirar fundo e sentir meu coração se acalmar após afastar ideias estranhas de minha cabeça.

(...)

- Na hora certa eu encontrarei algo que goste de verdade. – Caleb conclui sua história sobre não trabalhar mais na cafeteria.

Estamos dentro do carro de Caleb e parados em frente à uma loja de roupas que fica exatamente ao lado da cafeteria. Do outro lado da rua fica a livraria e vejo o carro de Adam parado ali.

- Tenho certeza que sim. – Digo sorrindo. – Muito obrigado pela carona. E pelo abraço também.

- O abraço sempre que precisar, é só pedir.

Damos risada e me despeço. Saio do carro e atravesso a rua. Logo o carro de Caleb foi embora e entro na livraria. Estava movimentada como sempre. Eve, a senhora do caixa sorri para mim sabendo que estou ali para visitar Adam. Não vejo Steve por ali, mas sei que ele já havia chegado ao trabalho, pois saiu correndo da escola assim que terminamos de limpar a quadra de basquete.
Subo para o segundo andar, ando até a porta eu seu fim, subo a curta escada caracol e abro a porta da sala de Adam. Não bato mais em sua porta, apenas entro. Lá encontro Adam sentado em sua cadeira atrás se sua mesa de vidro e James atrás dele, olhando a rua pela janela circular na parede. Adam para de olhar para seu notebook e me olha. James levanta suas sobrancelhas quando me vê. Não receber um sorriso de Adam quando entro em sua sala é estranho. Adam volta sua atenção para o notebook.
Começo a andar até o fim do cômodo, incomodado com o silêncio que morava ali dentro. James aperta o ombro de Adam em uma despedida e começa em andar em minha direção. Quando chega perto de mim, sussurra algo que eu não esperava.

- Ele está um pouco bravo. E não parece ser coisa boba...

O olho confuso e ele balança os ombros. O cheiro de cigarro nele me incomoda. Ele começa a andar pela sala, indo em direção a porta, a escuto se fechar atrás de mim. Adam continuava olhando para seu notebook. Parecia não dar a mínima por me ver ali. Com o que ele estaria bravo?
Sorrio ao chegar perto de sua mesa, mas ele continua olhando para o notebook.

- Hey... estou aqui. – Digo e dou risada.

- Eu sei. – Ele responde sério. Não me olha de modo algum.

Ando até a parte de trás de sua cadeira e apoio meu queixo em sua cabeça e deixo minhas mãos sobre seu peito. Ele lia algum e-mail de seu trabalho.

- Olhe só o que recebi, Caleb.

Então ele sai do e-mail que lia e vai até sua caixa de entrada, onde abre o último recebido e duas fotos aparecem. Na primeira dava para ver Caleb com a mão em meu rosto enquanto eu estava apoiado em seu carro e na segunda dava para ver nosso abraço na porta da escola. A qualidade das fotos era boa e não pareciam ter sido tiradas de longe. Meu rosto não aparecia, somente um pouco do meu perfil. A parte de trás de minha cabeça e boa parte das minhas costas aparecia. O rosto de Caleb estava lá, exposto e detalhado, sem nada que pudesse negar que era ele. Não sei se sinto raiva ou medo ao vê-las.

- Eu não faço ideia de quem me mandou. – Adam se levanta da cadeira. Ainda não olha para mim e anda até a janela em minhas costas, onde observa a rua passando a mão por sua barba. – E também não faço ideia do que você estava fazendo nelas. Nem mesmo minutos atrás quando saiu do carro dele aqui em frente.

Então era isso. Esse era o motivo de sua raiva. Alguém lhe enviou fotos de meu abraço em Caleb e ele me viu saindo de seu carro agora. Fecho meus olhos e respiro fundo, preciso de calma para o que está acontecendo. Olho novamente para o computador tentando identificar quem havia mandado o e-mail, mas eram apenas letras e números aleatórios. Foi o desconhecido, eu tenho certeza disso.

- Adam, sei que as fotos e eu sair do carro dele mostram outra coisa, mas...

- Mas o que? A foto do beijo de vocês não foi enviada para que eu não sofresse tanto?

- Não teve beijo nenhum...

- Ah não? – Adam abre os braços e me olha bravo. – Olhe ali! Ele com a mão em seu rosto! Não venha dizer que não teve beijo.

- Não teve beijo!

Parece que o plano de tentar ficar calmo não funcionaria para mim. Minha voz já era alta e a de Adam também. Fecho o notebook e ando em sua direção. Seguro seu braço direito, mas ele se solta e começa a andar pelo cômodo. O acompanho e paramos no meio do lugar, ao lado do sofá da pequena sala de estar.

- Por que me enviariam isso, Caleb? – Diz de costas para mim.

- Olhe para mim.

- Por que me enviariam essas fotos? O que querem que eu saiba?

- Olhe para mim! – Digo isso com raiva para que ele me encare como sempre. Eu preciso que ele me olhe.

Sinto um calor em meu peito e meu coração acelerado. Fecho minhas mãos com força ao lado de meu corpo.
Ele se vira para mim. Estamos perto um do outro e ele respira pelo nariz enquanto me olha furioso. É muito fácil decifrar o que Adam sente, pois ele nunca consegue disfarçar. Tento manter minha expressão neutra, mas minha voz não esconde como estou.
Seus olhos analisam meu rosto e vejo que ele demora mais em minha bochecha, talvez procurando alguma marca do tapa que levei mais cedo. Mesmo bravo, sei que ele se preocupa.

- O que estava fazendo no carro dele?

- Peguei carona para te ver.

Ele concorda com a cabeça, ainda com raiva.

- Era isso o que você estava fazendo na escola? Passando um tempo com o outro? Usando a desculpa de uma briga para me enganar?

- Não foi desculpa nenhuma! Eu fiquei de castigo com Steve e mais alguns amigos na escola! Caleb apenas me esperou e nós nos abraçamos.

- Ele tinha a mão em seu rosto!

- Esqueça as fotos! Eu não sei quem as mandou e não sei o porquê, mas sei que não significam nada! Não tenho nada com Caleb!

- Aquele é o garoto que você gostava!

- Meu Deus! Acredite em mim! – Agora gritávamos enquanto nos olhávamos profundamente. – Eu já expliquei que ele não é nada além de meu amigo agora! Eu disse que não deixaria nossa amizade de lado só por isso.

- Isso não é amizade! Isso é...

Adam sai de minha frente e se senta no sofá.

- Então é assim? – Começa ele após passar a mão por seu cabelo e levantar as mangas de sua camisa social. – Você não conseguiu escolher um dos dois e achou melhor continuar enganando os dois? Ou talvez ele saiba disso e eu seja o único idiota aqui.

Ouvir isso faz uma raiva imensa surgir em mim. Não era possível que ele não acreditasse nem um pouco em mim. Dizia tudo aquilo como se não se importasse em como as palavras me afetariam. Passo o indicador da mão esquerda sobre o pequeno ponto brilhante em minha aliança da outra mão. Minha vontade era de tirá-la e jogá-la em Adam. Ele me observa fazer isso e depois olha para a mesa de centro em sua frente. Digo minhas próximas palavras com uma voz calma, mas sentindo a raiva circular por mim.

- Eu não vou ficar repetindo para você que não há nada entre mim e Caleb. Cabe a você acreditar em mim. – Ele bate sua mão fechada sobre mesa de centro, fazendo um som alto se espalhar pela sala que agora não tinha mais os gritos. Sei que ele está muito bravo quando faz isso. Ele passa a mão por sua barba e me olha. Seus olhos verdes se prendem nos meus. – Eu disse a verdade Adam. Eu disse a você que não me afastaria de Caleb, mas isso não quer dizer que estou com vocês dois. Eu amo você. Você, Adam. – As palavras são sinceras, mas repletas de raiva por ele no momento. – Boa sorte tentando aceitar isso.

Realmente não tiro a aliança de minha mão. A deixo onde ela está e apenas ando em direção à porta, deixando Adam para trás. Bato a porta quando saio.
Como ele podia criar tudo isso em sua cabeça? Seria tão mais fácil acreditar em mim e seguir em frente. Tenho certeza de que o Desconhecido causou isso. Ou Nate. Ou talvez Nate seja o desconhecido. Não estava com cabeça para pensar nisso agora, sentia apenas raiva por Adam gritar aquelas palavras para mim.
Ele sentia raiva agora? Então sentiria muito mais quando soubesse o que eu faria mais tarde. Eu iria no mesmo bar onde Steve se apresentou da última vez. Eu veria o show de meu amigo no lugar que ele considera perigoso e me tiraria de lá no mesmo instante que soubesse onde eu estava. Isso sim era motivo para ele sentir raiva e era isso o que eu faria.


Notas Finais


E então? Gostaram? Me desculpem pelo o que aconteceu com Adam e Caleb, prometo que darei um jeito nisso. Me digam o que acharam!!! ♡♡♡
Não sei se o próximo capítulo sairá tão rápido como esse, mas darei meu melhor para isso.
Fiquem também com esse gif maravilhoso do Tyler Hoechlin, amo mto esse homem, tanto que ele é meu Adam ♡ ausauhsuas -----> http://68.media.tumblr.com/1693882a0d6903c9dd7f1cdb834229b2/tumblr_oezp9mRux51r77l3ho2_500.gif
Até o próximo capítulo.
XOXO


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