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História Fire N Gold - Fogueira


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo para vocês. Ele é um pouco calminho e esperem que gostem bastante!!!
Me perdoem por erros que passaram despercebidos.
Enjoy It!

Capítulo 27 - Fogueira


Demoramos quatro horas para chegar à praia. No meio do caminho nós paramos em um posto de gasolina para abastecer o carro e ir ao banheiro. Todos estavam cansados da semana que tiveram e só queriam chegar na casa de uma vez.
Steve era o único que não ia no carro, pois sua moto o seguia. Todos conversávamos, menos Caleb, ele escutou música em seu fone de ouvido por um tempo e logo acabou adormecendo. Relaxou sua cabeça em meu ombro e mexi em seu cabelo enquanto dormia. Dinah e Joe tiveram uma pequena discussão por causa de ciúmes com uma das líderes de torcida que, segundo Dinah, vivia cantando Joe.
Eu havia me resolvido com Joe essa semana. Depois de acusa-lo como o desconhecido e descobrir que o tal era James, me senti péssimo por dizer aquelas coisas para ele. Pedi desculpas ao conversar sozinho com ele e ele me entendeu completamente. Disse que realmente não deve ser algo fácil e que esperava que tudo se resolvesse do melhor jeito. É bom saber que podemos ficar tranquilos com o que houve.

- Só precisamos dar uma passada no mercado para que eu compre o que iremos comer nesse fim de semana. – Diz Dory, mas de Dinah, enquanto leva o carro ao estacionamento do lugar.

- Podemos comprar pizzas para comermos hoje? – Dinah pergunta.

- Que tal se fizermos pizzas? – Esse assunto faz meu estômago roncar. Não como há horas. – Assim fazemos do jeito que gostamos. Até doces.

- Isso seria ótimo... – Joe diz e parece com tanta fome quanto eu.

Acordo Caleb devagar, cutucando seu ombro. Ele tira a cabeça devagar de meu ombro e me encara perdido.

- O que acha de esticar as pernas um pouco? – Cochicho para ele e recebo um sorriso cansado.

- Seria legal...

Em poucos minutos caminhamos todos dentro do mercado. Dory comprava coisas em outro setor e nós, garotos, andávamos atrás de Dinah em um corredor de besteiras. Pego um pequeno saco de balas de cereja, minhas favoritas, e coloco dentro da cesta que Dinah segurava. Digo que eu pagaria, mas ela diz que não era preciso.
Caleb estava acostumado com a falta de luz do carro e agora tinha seus olhos um pouco fechados enquanto as luzes do lugar nos atingiam.
Joe conversava com algum colega do time de futebol no celular, dizendo que ele precisava se virar com o que acontecia com o time, porque ele estava ocupado neste fim de semana.
Steve tinha uma cara entediada e suspirava com suas mãos no bolso da calça.

- O que houve? – Pergunto.

- Preciso fumar.

- Você disse que fuma quando está nervoso. Estamos viajando, relaxe.

Ele balança seus ombros e concorda com a cabeça. Quando chegamos ao fim do corredor a cesta de Dinah está cheia de doces para a maratona de filmes que faríamos nessa madrugada. Eu estou sentindo o sono se aproximar e sinto bastante frio, não sei se conseguirei assistir filme algum. Chocolates para as pizzas doces também estão na cesta. Penso em ligar para Adam, mas não tenho sinal. Apenas passo mais alguns minutos andando pelo mercado com todos eles.

(...)

- Diga logo o nome dela!

Dinah era a mais impaciente enquanto estávamos todos na cozinha. Steve havia sido questionado por Dory sobre algum interesse romântico na escola.

- Não! – Esteve responde e todos rimos. – Ela não é alguém que vocês achariam meu tipo.

- Então não é a garota de cabelo verde e cheia de piercings. – Digo e mordo uma fatia da primeira pizza que havia sido feita.

Logo enchem Steve de perguntas e esquecem de que as pizzas precisam ser feitas. Caleb me ajuda enquanto uma música calma que Dinah tinha colocado na sala chega até a cozinha. O lugar era enorme. Tinha dois quartos grandes, Dinah ficaria em um com sua mãe e os garotos ficariam em um. Uma sala enorme tinha um sofá confortável. Uma sala de jantar, uma varanda cheia de flores e outros cômodos maravilhosos faziam parte da casa. Ela fica de frente para a praia, mas não consigo ver o mar pela janela da cozinha pois está muito escuro, mas espero vê-lo amanhã.
Todas as casas por perto tem suas luzes acesas. Dory disse que isso foi uma surpresa, pois não esperava encontrar os vizinhos por aqui em tempo frio.

- Se lembra do dia em que você conseguiu seu emprego na livraria e comemos pizza em uma festa de aniversário? – Caleb pergunta cortando morangos para a pizza doce que faríamos.

- Claro. Eu ainda era amigo de Nate, péssima lembrança.

- Péssima? – Ele não me olha. Seu cabelo está preso e ele fica muito fofo desse jeito.

- Bom... não por você, por Nate. Você lá era algo ótimo, principalmente porque estava apaixonado por você.

Uma risada rápida e baixa é emitida por ele.

- O que é tão engraçado?

- Eu não... Ai!

Caleb levanta sua mão esquerda e posso ver seu dedo indicador sujo de sangue. Um pouco também estava sobra a bancada da cozinha. Cortar morangos não foi uma boa ideia. Os outros não percebem o que acabou de acontecer.

- Venha comigo. – Digo. – Vou te ajudar.

Saio da cozinha e ele me acompanha. Subo a escadaria de madeira na sala e vamos para o segundo andar. Entramos no quarto que ficaríamos com os outros dois garotos e peço para que ele se sente na única cama de casal do quarto.

- Eu sempre carrego algumas coisas para momentos como esse quando viajo. – Falo enquanto reviro minha mochila. – Nunca se sabe o que pode acontecer.

Quando acho o que quero vou até a cama e me sento ao lado de Caleb. Limpo seu ferimento e ele faz uma careta, dizendo que o remédio faz seu dedo arder, mas sei que é apenas drama. Então um band-aid azul claro está em seu dedo.

- Não tinha dos normais? – Pergunta analisando o band-aid.

- Eu gosto desse, é fofo. Agora vamos descer.

Ao dizer isso meu celular toca no bolso de minha calça. Uma ligação de Adam.

- Poderia me esperar lá? – Pergunto.

- Claro. Sei que vai demorar mesmo.

Ele sai do quarto e fecha a porta. O celular continua tocando em um volume baixo enquanto ando até uma porta do lado direito do quarto que leva a um pequeno espaço cercado por uma grade. Me sento em uma cadeira de madeira e atendo a ligação.

- Já chegou? – Sua voz é calma. Escuto telefones tocando e pessoas conversando do outro lado.

- Há algum tempo. Não liguei antes porque não tinha sinal. – Confiro como o sinal está agora em meu celular. – Mas acho que achei um bom lugar para isso.

- Estou com saudades.

- Eu tam... – Adam diz fala o nome de alguns países para alguém que o chama de Sr. Carter e então mais telefones tocam. – Onde você está?

- Ajudando James com a empresa. Janine também está aqui. As coisas estão meio agitadas. Mas me fale o que já fez de bom por aí.

- Estamos fazendo pizzas e querem assistir filmes depois, mas acho que não consigo por causa do sono. E Steve está muito feliz por não ter que trabalhar nesse fim de semana.

- Achei bom darmos uma pausa para que todos pudessem descansar. Eu tinha planejado algo para nosso fim de semana, mas você precisou viajar...

Ele diz isso com a voz que sempre usa quando quer fazer seu jogo, e como estou longe dele, deixaria ele achar que está ganhando.

- Jura? Eu teria ficado se soubesse disso.

- Teria mesmo? – Ele soa esperançoso.

- Não, eu teria vindo mesmo assim.

Damos risadas e então escuto a voz de James atrás dele. Achei que não a ouviria nesse fim de semana, mas aparentemente estava enganado. Adam diz que está falando comigo e James manda um oi, mas não digo o mesmo.

- Queria conversar mais, mas preciso ir, amor. Nos falamos novamente amanhã?

Digo que sim e recebo três “te amo” antes que a ligação fosse encerrada. Não conversamos muito, mas é bom ouvir sua voz mesmo assim. Dinah grita meu nome no primeiro andar e sei que preciso voltar para lá.

(...)

Steve e eu decidimos ficar sobre o tapete da sala e não no sofá. Dinah colocou um filme que eu já havia assistido, mas disse que não apenas para que não brigassem por um. Certa hora acabei adormecendo sobre uma almofada que Steve tinha em suas pernas e acabei acordando apenas com um chute de Dinah em minhas costas pedindo para que eu acordasse para ver o final do filme antes que ela colocasse outro. Resolvi ir para o quarto, pois o sono era maior do que a vontade de rever aquele filme e amanhã seria um novo dia.
Me despeço de todos e subo as escadas para o quarto. Uma mensagem de Adam em meu celular me dava boa noite e sorrio enquanto deito na cama de casal. Mais alguém dormiria ali comigo, mas acho que ainda não decidiram quem. Dois sacos de dormir ficavam no chão do quarto para que todos tivessem seus cantos. Escolho a cama por chegar ali primeiro e por poder deixar meus óculos sobre o criado mudo ao meu lado.
A luz da lua entrava pela janela e deixava o quarto com uma claridade que eu adoro. Passo minutos pensando em coisas aleatórias antes de dormir como sempre. Minutos atrás estava cochilando na sala e agora torço para que o sono não demore, é sempre assim quando se quer dormir.
Acho que uns cinco minutos depois a porta do quarto se abre. Não sei quem entra pois estou de costas para ela, mas escuto uma mochila sento aberta e algo caindo no chão. Segundos de silêncio passam e então uma tosse fraca é dada. Caleb está ali. Sei que ele digita algo em seu celular, pois escuto o barulho engraçado que o meu também faz, uma risada boba é dada por ele. Então sinto o celular ser jogado sobre a cama e sua mochila ser revirada novamente.
Estou morrendo de vontade de conversar com ele agora. Ficar sozinho com ele me deixa bem, então quero me sentir assim antes de dormir. Viro minha cabeça na direção de Caleb e vejo suas costas e sua bunda. Seu corpo era todo iluminado pela luz da lua e seguro minha respiração ao vê-lo. Nem mesmo percebi que ele havia tirado sua roupa e agora vejo seu corpo nu pela segunda vez.
Seus braços se levantam para que ele vista a camiseta de seu pijama. Ele começa a se virar enquanto seu rosto está coberto pela camiseta e posso ver rapidamente o contorno de seu membro. Viro minha cabeça e volto a ficar do jeito como estava. Ainda tenho minha respiração presa e a solto devagar enquanto Caleb anda pelo cômodo. Meus olhos estão fechados e tento esquecer o que acabou de acontecer. Eu não esperava ver aquilo agora e ele nem mesmo percebeu, pois não me viu. Abro meus olhos devagar e ele não está do lado do quarto para o qual estou virado. Então sinto ele se deitar sobre a cama ao meu lado.
Claro que agora eu não conversaria com ele, ou saberia que eu estava acordado segundos atrás e poderia ter visto ele se trocando. Não que isso fosse um grande problema porque já ficamos pelados juntos... bem juntos.
Fico parado e apenas respiro normalmente. Ele respira fundo ao meu lado e sinto seu pé tocar o meu rapidamente. Não sei se ele está de costas ou de frente para mim e isso me incomoda. Então ele se levanta. Não se passaram cinco minutos antes que ele fizesse isso. Ele caminha pelo quarto e então escuto o som do zíper de um dos sacos de dormir. Ele não ficaria na cama comigo. Eu não sei o que aconteceu.

(...)

Eu havia acordado sozinho no quarto. Escutava gaivotas do lado de fora e a luz do Sol entrava pela janela. O quarto estava frio e o céu estava cinza claro. O frio não iria embora, eu sei disso.
Coloco uma bermuda, uma camiseta e a blusa de moletom cinza que Adam me deu. Desço a escadaria descalço e não vejo ninguém na sala. Som de talheres vem da cozinha. Dory está guardando a louça e sorri quando me vê.

- Você foi o último a acordar. Eles quiseram comer seus pedaços de pizza, mas os salvei para você.

Ela indica um prato com duas fatias e meia de pizza em um prato de vidro decorado por detalhes dourados. Agradeço e mordo a ponta de uma fatia. Pizza fica ainda melhor no dia seguinte. Só percebo que estou com fome quando metade da fatia se foi em duas mordidas.

- Que horas são e onde estão os outros?

- Já são 14:20. – Ela confere em seu relógio prata no pulso e arruma seu cabelo castanho escuro. Lembro que não peguei meu celular sob meu travesseiro antes de descer. – Todos acordamos mais tarde, não se preocupe. Eles acabaram de ir para a praia.

- Eles vão nadar? Nesse tempo?

Vejo o mar pela janela da cozinha. Faz tanto tempo que não tinha essa visão. Mesmo não gostando de entrar na água ou ficar na areia, eu gosto do som das ondas se quebrando e das gaivotas de um lado para o outro.

- Steve e Joe disseram que sim. Dinah não está afim de água salgada hoje, então quis ficar na areia. Vá lá. Pode levar a pizza com você. O almoço sai em pouco tempo.

Lhe dou um sorriso e seguro o prato em minha mão. Saio pela porta da cozinha, desço uma pequena escada de madeira não muito confiável e logo sinto a areia sob meus pés. Ela está fria e a sensação é engraçada. Um vento frio passa por mim e não consigo imaginar como a água do mar estaria.
Ao contrário do que pensei, o lugar não estava tão vazio. Claro que não estava como no verão, quando pais precisam ficar de olho em seus filhos para que não sumam no meio das pessoas, mas acho que pelo menos sete grupos de mais ou menos cinco pessoas se espalham pelo meu campo de visão. O meu grupo está em linha reta à casa que acabei de sair. Ando um pouco e olho para trás, vendo a casa se afastar. Em poucos segundos chego à quatro cadeiras de praia, mas somente uma está ocupada. Dinah olha para o mar e sorri quando me vê. Vejo três pessoinhas idiotas pulando no mar e faço uma careta ao me sentar na cadeira ao seu lado.

- Conseguiram convencer Caleb? – Pergunto dando um tapa em sua mão para que não pegasse minha pizza.

- Disseram que dariam dinheiro para ele, então aceitou rapidinho. Eu não entro ali de jeito nenhum.

Acabo dividindo minha pizza com ela e quando terminamos de comer ficamos olhando os três ao longe. Então logo coloco o capuz de meu moletom quando o vento gelado fica mais forte. Fechos meus olhos, relaxo na cadeira com minhas mãos no bolso e mexo os dedos dos pés na areia. No dia seguinte eu voltaria para a cidade e meus quadros seriam expostos na galeria de Michelle. Estou ansioso para que todos os vejam, até mesmo o último que adicionei, a máscara que James usou quando invadiu minha casa. Michelle adorou e eu esperava que as pessoas também gostassem.

- Joe me contou que você desconfiou dele. – Dinah diz. – Imagino como deve ter ficado confuso.

- Sim, ele já me desculpou por aquilo. – Continuo de olhos fechados. – Eu desconfiei de todo mundo, Die.

- Então agora não desconfia de mais ninguém?

Eu não havia reparado no que falei. Agora eu posso mentir para ela ou realmente contar para minha amiga que sei a verdade. Olho sério para ela.

- James. Ele é o desconhecido.

Demoram alguns segundos para que alguma expressão surja em seu rosto. Como não falamos sobre James, ele não é alguém tão presente para ela como é para mim. Então sua expressão muda para choque e seu queixo cai.

- O que? Ele não é irmão de Adam ou algo assim?

- Irmão de consideração...

- Não importa! – Ela se levanta da cadeira. – Como você sabe disso e está calmo desse jeito?

- Die, calma...

- Qual é o problema? – Caleb havia se aproximado e nem mesmo reparamos.

Imediatamente sorrio para ele, vendo seu cabelo molhado e ele se encolhendo de frio com o vento que o atingia.

- Brinquei com Dinah que precisava ir embora agora e ela acreditou. – Olho para ela que continua séria. Inventei uma desculpa de modo tão rápido como James faz. Não sei se isso é algo bom. – Eu não vou embora, pode ficar calma.

Ela então concorda com a cabeça e sorri. Sabe que depois conversaremos e ela saberá tudo.

- Ainda bem que ficará. – Caleb diz e um sorriso aparece em seu rosto depois que se enrola com uma enorme toalha azul clara. – Ainda temos o resto do dia para aproveitar.

(...)

O resto do dia realmente foi aproveitado. Não foi aproveitado no mar como Joe e Steve queriam que eu aproveitasse, mas depois que almoçamos coisas maravilhosas que Dory cozinhou, demos uma volta pela cidade.
Ela não é muito grande, mas nas poucas vezes que vim aqui com meu tio Jack anos atrás, nós ficamos do outro lado dela, então lembro apenas daquela parte.
Dinah disse que existia uma quadra de basquete no parque do centro e tivemos que ir até lá para que Joe parasse de encher nosso saco. O observamos jogar com algumas pessoas da cidade e turistas. O frio agora não era algo que incomodava tanto.
Ficamos horas sentados em uma mesa de pedra ao lado de uma árvore enorme enquanto jogavam. Eu enfeitava o cabelo de Dinah e de Caleb com pequenas flores que existiam ali enquanto Steve escrevia uma nova letra de música em um pequenino caderno de anotações. Tirei fotos com as duas pessoas enfeitadas de flores com meu celular, eles estavam adoráveis. Steve cantou um trecho da música para nós e a gravou em seu celular, era ótima. Prometeu canta-la e tocar o violão de Joe quando chegássemos em casa.
Também ganhei um picolé de uva de Caleb. Na verdade, eu queria o de chocolate, mas era o último e Dinah fez um drama para que eu desse para ela. Acabei ficando com a língua roxa e manchando minha bermuda quando Caleb me fez rir e derrubei o palito do picolé com o resto do sorvete sobre ela.
Foi uma boa tarde, e quando voltamos para casa recebemos uma notícia legal. Dory havia combinado com os vizinhos de ascender uma fogueira na praia e cada casa poderia levar algo para comer e beber, uma reunião com bastante pessoas para que a noite não se resumisse apenas à um sábado gelado.
Nós adoramos a ideia e ajudamos Dory com uma torta enquanto Steve foi ao mercado para comprar alguns refrigerantes. Não demorou muito para que as coisas estivessem em ordem e a fogueira pudesse ser vista da janela da cozinha. Poucas pessoas estavam por ali e uma mesa ficava não muito longe de algumas cadeiras envolta do fogo.
Tomo um banho rápido e logo Dinah é quem ocupa o banheiro. Steve se troca no quarto e não tem nenhuma vergonha de se despir na minha frente. É a segunda bunda que vejo em poucas horas e nenhuma delas foi a de Adam.

- Você me chutou muito essa noite. – Ele diz sorrindo enquanto fecha o zíper de sua calça.

Demoro para entender o que ele queria dizer.

- Então você dormiu ao meu lado? Me desculpe, Adam também diz que faço isso.

Rimos e então começo a me vestir. Aparentemente todos ali na casa trouxeram apenas calças e blusas de moletom para se protegerem do frio, pois era o que tínhamos em comum quando nos encontramos na sala. Apenas Dory usava tênis, eu e todos os outros usamos chinelos.
Joe carrega seu violão, Dory e Dinah as coisas comestíveis, Steve segura uma caixa de cerveja e o olho torto quando vejo que Caleb já abre uma lata, eu odeio aquilo. Os dois também levavam cadeiras de praia. A única coisa que carrego está no bolso de minha blusa, é o pequeno saco de balas de cereja que Dinah havia comprado para mim na noite anterior.
Saímos da casa e caminhamos até a fogueira. Agora sim havia pessoas ali e elas já conversam animados em grupos. Eu não conhecia nenhuma, mas Dory parecia feliz demais em vê-las ali.
Acho que quase quarenta pessoas estavam por lá. A lua iluminava bastante e o brilho alaranjado do fogo também. Juntamos nossas cadeiras uma perto das outras e me sento.
Não demora para que Steve pegue o violão de Joe e comece a cantar. Ele ficou ao lado de um garoto bonitinho que também cantava bem.

- Você namora. – Dinah diz estalando os dedos na frente do meu rosto. Ela me entrega um prato com comida e sorri.

- Eu sei, estou apenas olhando. E você também deve concordar que o sorrido dele é bonito.

- Muito!

Nós rimos muito e Joe nos olha confuso perto da mesa. Caleb achou um garoto que também tinha cabelo longo como o seu e começou a conversar enquanto olhava o fogo e bebia cerveja. Eu queria que ele não estivesse fazendo aquilo. Pelo menos ele não está fumando.
Vejo crianças correndo e suas mães gritando para que não corram perto da fogueira. Dinah cochila na cadeira enquanto comia um sanduíche e tiro uma foto sua com meu celular, mas ela acorda bem na hora e apaga a foto. Eu não havia recebido nenhuma mensagem de Adam e isso me preocupava. Achei que acharia um bom dia em meu celular ou beijos e abraços essa hora, mas nada chegou.
Enquanto eu ouvia Steve e o garoto bonito cantarem ao longe, contei tudo sobre James para Dinah. Ela ficou chocada no começo, quando contei como descobri, mas depois sua expressão foi mudando para compreensão quando eu disse que James estava apenas apaixonado por mim e que nada daquilo aconteceria novamente.

- Como você tem certeza disso?

- Eu não tenho, esse é o problema. Eu não quero arruinar a vida que Mary tem e nem a amizade dele com Adam. Ele ama Adam.

- Ele trai Mary com garotos para acabar temporariamente com a vontade de transar com você! – Ela olha ao redor para ter certeza de quem ninguém ouviu isso. – E se ele ama tanto o Adam... deveria ir embora.

- Embora? – Olho para ela e ala sabe que falou algo sem sentido. – Sério isso? Ele tem um emprego aqui e sua futura esposa trabalha em um hospital daqui. Ele não pode ir embora apenas porque gosta de mim.

- Ele não gosta de você. Ele é apaixonado por você.

- Eu já entendi isso, Die. – Reviro meus olhos.

Ela se encolhe em sua cadeira e acena para Joe que não para de comer ao lado da mesa. Caleb sorri para mim, mais dois garotos de cabelo grande conversam com ele. Eram como uma banda de irmãos, era engraçado de se ver. Todos bebiam cerveja e sorriam.

- Você terá que ir no casamento dele... E ele vai dizer sim para Mary enquanto pensa em você... – Dinah não tinha noção de quando parar. Ficar dizendo essas coisas não me deixa confortável. – Quando será mesmo o casamento?

- Próximo sábado. E chega desse assunto. Você já sabe a verdade e nada mais acontecerá. Ele terá que entender que eu não o amo e nunca amarei.

Consigo que ela fique quieta e minutos depois Caleb anda até nós.

- Quer dar uma volta? – Pergunta para mim.

Peço ajuda para que ele me levante da cadeira e me espreguiço de uma forma exagerada. Então começamos a andar. Ele fica do meu lado esquerdo, do lado onde as casas ficam, e meu lado direito tem apenas mais areia e depois o mar fazendo seu som que tanto gosto. Caminhamos devagar e observamos as janelas acesas das casas. Era bom andar com a iluminação da lua, ela deixava Caleb mais bonito. Ele está um pouco bêbado, percebo isso pelo sorriso bobo que ele tem no rosto. Tio Jack fica com um igualzinho quando bebe muito vinho.
Pego uma das duas últimas balas de cereja que existiam em meu bolso e a coloco em minha boca. Ofereço para Caleb, mas ele recusa.

- Então, achou mais três Calebs para conversar lá atrás?

Ele ri e então coloca suas mãos no bolso de sua blusa. Olho rapidamente para trás e vejo que temos passos largos, pois mesmo caminhando devagar, estávamos um pouco distantes da fogueira. Continuo andando.

- Eles são da cidade, são legais.

- Conversaram sobre o que?

- Música, praia, garotas.

- Garotas? Sei como é. – Digo com uma voz grossa que o faz me olhar com uma careta antes de rir. – É, é óbvio que não sei.

- Eu também não, então estamos na mesma.

Recebo um sorriso fraco depois disso. Não esperava essa resposta. Nós nunca conversamos sobre garotas e aparentemente ele queria continuar assim. Para quebrar o clima eu deveria falar que vi sua bunda e parte de seu pênis na noite anterior?

- Por acaso se deitou na cama comigo ontem? – Começo. – Acho que ouvi você tossindo no quarto, não sei... estava sonolento.

- Sim, era eu. – É o que consigo como resposta.

- Mas Steve foi quem dormiu ao meu lado e até mesmo reclamou que o chutei mui...

- Eu não fiquei com você na cama. Saí de lá e fui para o saco de dormir.

Ele havia me interrompido para falar isso. Não falou de um jeito agressivo, continuou com seus mesmo tom de voz de um Caleb um pouco bêbado.

- E por que não ficou? – Paro de andar e me viro para ele que faz o mesmo.

Ele continua me olhando com o sorrisinho bobo. Olho para a esquerda e vejo o caminho que percorremos, estávamos bem afastados da fogueira. Quando o olho novamente, vejo que ele admira a lua com sua boca um pouco aberta.

- Não achei que seria legal ficar ali contigo. Não sei se gostaria de me ter ali para receber seus chutes enquanto dormia.

- E porque eu não gostaria?

Então ele me olha. Sem nenhum sorrisinho bobo.

- Porque eu sou “O Outro”. O garoto que você gostava. – Diz a última palavra fazendo sinal de aspas com as mãos na altura da cabeça. – Agora você é comprometido com um cara que me odeia e se soubesse que dormi ao seu lado... não seria muito legal.

Suas palavras são quase sussurradas e ele parece distante enquanto fala, mas seus olhos não se desprendem dos meus.
Então foi por isso que ele saiu de lá. Para que eu ou ele não ficássemos intimidados por nossa história.

- Acho que tem um pouco de sentido. – É o que consigo dizer.

- E além do mais... – Sua mão direita sai de seu bolço e segura minha mão esquerda. – Eu teria que ficar apenas deitado ao seu lado.

Levanto minha uma sobrancelha para ele e então seus olhos se fecham enquanto sua cabeça se inclina para a frente. Coloco minha mão devagar sobre seu peito, achando que isso o faria parar, mas não funcionou. Apenas virei minha cabeça para o lado esquerdo, vi a fogueira ao longe e senti seus lábios em minha bochecha, deixando um beijo calmo e que me fez respirar fundo.
Suas mãos param em minha cintura e ele se afasta alguns centímetros para falar comigo.

- Não vire seu rosto... – Cochicha me olhando.

- Não tente me beijar quando estiver bêbado.

- Eu...

- Não, Caleb. Você sabe o porquê. Você conhece o porquê. Então não peça para que eu não vire meu rosto.

Cochicho essas palavras para ele enquanto suas mãos estão em minha cintura e ele me olha perdido. Minha cabeça tenta processar o que acabou de acontecer, mas falha, me deixando perdido.
Coloco uma das mãos em meu bolso e retiro minha última bala de lá. Caleb me observa fazer isso e abre um pouco sua boca para que eu a colocasse ali. Sinto o gosto doce da que ainda está em minha boca e mais uma vez respiro fundo, contente por não ter deixado que Caleb me beijasse.
Me viro em direção a fogueira e seguro sua mão esquerda.

- Vamos, é melhor voltarmos.

Não recebo nenhuma resposta, ele apenas caminha ao meu lado. Silencioso pelo resto do caminho. Sua mão estava fria como o vento que atingia meu rosto.

(...)

Sentado novamente na cadeira de madeira no espaço que existe fora do quarto onde nós dormimos. Já liguei três vezes para Adam e ele não me atende. Estou começando a ficar preocupado.
Já são 00:35 e coloquei meu pijama. Algumas pessoas ainda ficaram na fogueira, mas não tantas quanto antes. Da casa, os únicos que voltaram foram Caleb e eu.
Na verdade, só eu voltaria, pois ele teria ficado bebendo ainda mais com seus novos amigos de cabelo grande. Mas o arrastei para a casa e ele se jogou na cama, demorou segundos para dormir enquanto resmungava algo. O cobri com um grosso cobertor, fiz um novo curativo em seu dedo e passei a mão por seu cabelo antes de me trocar e começar a ligar para Adam.
Na quinta tentativa eu consigo escutar a voz que queria.

- O que foi? Aconteceu algo? – Adam pergunta preocupado.

- Não, não aconteceu nada! – Digo bravo por ele me responder somente agora. Bom, na verdade aconteceu algo, mas como o beijo acabou na bochecha, ele não precisa saber. – Mas e com você? Aconteceu? Porque eu não recebi nenhuma mensagem hoje e você atendeu somente na quinta chamada.

- Me desculpe, amor. Hoje também estou ajudando James e não tive tempo para nada, nem mesmo para você, me perdoe.

Sua voz era a de realmente arrependido por algo. Com o passar do tempo, eu comecei a identificar e separar os tons de voz de Adam, então sei quando algo é verdade ou não.

- Certo... Está tudo bem. Só queria ganhar um boa noite.

- Boa noite, meu amor. Eu prometo que amanhã será diferente. Temos a exposição dos seus quadros e depois sairemos juntos para...

- Eu te amo, Adam. Eu te amo muito.

Dois segundos de silêncio do outro lado e então a resposta que eu esperava.

- Eu também te amo, Caleb. Te amo tanto que até dói. Você é uma das minhas coisas favoritas no mundo, se lembra?

Sorrio e desejo que ele pudesse ver. Imagino um sorriso em seu rosto também.
Consigo Adam por mais alguns minutos antes que ele fosse para casa. Ganhei mais alguns “Eu te amo” e sorri ainda mais. Olhei Caleb sobre a cama e me lembrei do que aconteceu. Ele não poderia me beijar toda vez que ficasse bêbado e me fazendo lembrar da primeira vez em que fez isso e saiu correndo daquele bar naquele lugar estranho.
Me deito em um dos sacos de dormir. Não ficaria com Caleb depois do que aconteceu. Consigo ficar sonolento mais rápido do que imaginei. Um novo dia traria novas coisas e eu veria Adam novamente, sem precisar dizer que o amava pelo telefone. 


Notas Finais


E então??? Gostaram? Me digam o que acharam dos acontecimentos, do quase beijo, das bundas vistas, da saudade do Adam e tudo mais uahsuasuh
Espero que tenham gostado, mesmo ♡♡♡ Me desculpem por erros que passaram despercebidos.
Um beijão pra vocês e até o próximo capítulo.
XOXO


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