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História Fireheart (VMIN-TKK) - Warrior


Escrita por: chimmy_tomato

Capítulo 26 - Warrior


Fanfic / Fanfiction Fireheart (VMIN-TKK) - Warrior

──❦──

Chaerin continuou encarando o túmulo do jovem de coração rebelde. 

Lee Felix, outra flor esmagada pelo terror de Adarlan. Outra pequena chama apagada. 

Ela sentiu a dor antiga se espalhar pelo peito e ecoar naquela melodia ancestral. Diante do luto por aquele rosto que ela sequer conheceu, pegou a pequena lâmina que carregava para colher ervas e abriu um corte na palma da mão. Então tocou o solo húmido, deixando que seu sangue fosse absorvido por aquela terra. 

O último sangue derramado de Terrasen.

Estava na hora de mudar aquela realidade. Mesmo que para isso precisasse virar o reino do avesso.

Ela murmurou para a terra as mesmas palavras que viu Taehyung murmurar minutos antes. Sua última promessa, como Bruxa, como ancestral daquele garoto, como membro da corte daquele reino caído:

- Prometo não esquecer, não perdoar. Não fugir mais. Eu vou lutar, por você, por nosso povo. - Então acrescentou com a voz embargada, usando o antigo idioma. - Vou devolver a coroa ao nosso Rei e ver Terrasen liberta.

Então a jovem bruxa pousou a testa no solo, numa última reverência antes de finalmente se dirigir ao Castelo. Não para seu quarto ou a cozinha, mas para os corredores secretos abaixo da biblioteca. Para o mausoléu com as relíquias dos antigos soberanos daquele reino.

O Assassino de Adarlan continuou recostado no canto da sala de treinamento enquanto os preparativos para os duelos finais se seguiam. 

Ele não ousou encarar nenhum dos três competidores restantes, tempouco reservou qualquer atenção para a sala em si. Ele não ousaria encarar aquele espaço onde treinou com Felix. Onde ouviu trechos de sua história e compartilharam risos e preocupações.

Ele odiava aquela sala. Odiava mais ainda a figura que rondava prepotente ao seu redor. Não haviam trocado as ofensas diárias porque Barthes os mantinha sob estreita vigília.

Mais cinco minutos até a etapa semi final.

- Campeões, se aproximem.

Taehyung respondeu ao comando como um robô, ciente de que seu corpo agora não passava de uma casca vazia guiada por aquele objetivo: fazê-los pagar.

Ele só aceitou participar daquela etapa final porque o assassino de Felix ainda estava entre eles. Venceria aquela competição de merda e quando se tornasse livre, iria ao encontro dos rebeldes. 

Não como o Cão de Adarlan, mas como a espada que a causa rebelde empunharia. Ele não ligava para o trono. Cederia ele à Chaerin ou Hoseok com todo o prazer. Mas não fugiria daquela luta. Não mais. 

Foi o que prometeu que faria. Porque seu povo já sofreu o suficiente. Porque Felix não poderia fazer aquilo. Porque aquela não era tarefa de ninguém mais.

Era seu dever e sua punição por ter virado as costas todos aqueles anos. Estava na hora de cumprir a promessa feita a Jin, de levar seu povo para casa, de levar o futuro às terras frias do Norte.

- Como sabem, devido aos últimos eventos, a prova foi adiantada. Esta semi final será um duelo, como na prova anterior. - Barthes prosseguiu. - Entretanto, a arma será selecionada por vocês. - Ele estendeu a mão para a mesa exposta com as espadas de diversos comprimentos e formas, facas de caça, lanças, dentre tantas outras. O olhar do assassino pousou nas lâminas escuras ao fim da primeira fila de armas: adagas.

Os lábios de Taehyung se curvaram num sorriso que não inspirava nada além de crueldade, então ele pegou as lâminas e se posicionou diante de seu oponente. 

O cãozinho fiel de Han que lhe lançara aquela lâmina na etapa anterior. O moreno tinha uma espada curta em mãos.

- Adagas? - O homem perguntou soltando um riso debochado. - O que é isso? Um tributo para o loirinho?

O assassino inspirou quando aquela sensação dolorosamente familiar começou a se espalhar abaixo do seu peito. Precisava manter as chamas sob controle. Quem quer que tivesse feito aquilo com Felix usava os feitiços profanos de Zeref, e mesmo que quisesse reduzir todos naquela sala à cinzas, não devia fazê-lo. A magia seria sugada, servindo apenas de banquete para o espectro vestido de gente.

- Pelo visto serei eu a enfrentar Han no final. Me entretenha até lá, putinha do herdeiro.

Daehyun mal terminou de cuspir as palavras e avançou, desferindo uma sequência de golpes em arcos. Ambos esquivavam das investidas um do outro a passos fluidos, concentrados em cada mínimo movimento do adversário. Os danos foram equivalentes. 

Taehyung não fora o único escondendo suas habilidades ao longo daquelas semanas. No entanto, certamente era o que tinha mais a esconder, então desviou de um golpe vindo da esquerda rumo ao seu peito, bloqueou a lâmina com uma das adagas e enterrou a outra no braço musculoso exposto do ex-soldado.

Daehyun gritou como um animal ferido, afastando-se com choque e dor estampado no rosto. A lâmina coberta de sangue tilintou no piso do salão quando sua própria espada fraquejou em sua mão. Ele mal conseguira abrir um corte no flanco de Taehyung, mas o assassino conseguira lhe rasgar o braço com aquela adaga minúscula.

A etapa já estava decidida. Ele não conseguiria se defender nem atacar naquelas condições, não com o braço inútil daquele jeito. Então o moreno observou o ex-soldado com uma atenção predatória, esperando o mínimo movimento para finalizar aquilo. 

Não sentira aquela aura repulsiva emanar de nenhum naquela sala, então não saberia dizer qual deles estava envolvido com magia negra. Mas indiferente as práticas profanas, os três naquela sala cometiam outro crime igualmente imperdoável: respiraravam, mesmo enquanto Felix estava a sete palmos do chão.

Daehyun virou o rosto coberto de suor na direção da pequena plateia, pareceu engolir em seco ao encarar alguém, então soltou a própria espada. 

Taehyung pensou que havia sido para aceitar a derrota, mas então viu o moreno ofegar, e levar a mão ao peito. Ele abriu a boca como se tentasse gritar, mas nenhum som foi emitido quando despencou no chão. 

O ex-soldado se contorcia e arranhava o peito com ambas as mãos. Qual fosse o terror que enfrentava lhe fazia conseguir usar mesmo o braço grotescamente rasgado. O assassino continou olhando em silêncio enquanto Daehyun agonizava diante da morte.

Não houve nenhum socorro. Não teve tempo para isso. 

Os olhos leitosos de Daehyun encontraram os seus, e Taehyung moveu os lábios sem emitir som: "Te vejo no inferno." 

Então deixou que aquele fio de magia serpenteasse por sua mente, finalmente tragando aquela vida miserável. Em questão de segundos, o corpo do ex-soldado parou de se mover. E ninguém saberia o motivo daquela morte, tampouco do quão excruciante havia sido a sensação de ser queimado vivo, de dentro pra fora.

Taehyung ignorou o olhar desconfiado do Capitão da Guarda, desceu do ringue e descartou as lâminas esaguentadas aos pés daquele que tentara assassinar Daehyun durante a competição: o assasino de Lee Felix: Han.

O homem abriu aquele sorriso repulsivo, deixando que outra onda de poder sombrio se lançasse sobre Taehyung. E o assassino trincou o maxilar, sentindo suas chamas se debaterem buscando libertação. Ele não daria a bênção de uma morte rápida aquele demônio.

No instante que Daehyun havia desviado olhar, Taehyung sentiu um pulsar suave daquela magia estranha. Sentiu seu corpo todo arrepiar-se e instintivamente lançou sua magia em seu oponente. Mas graças aos preparativos de Chaerin e Hoseok, ela não se manifestou em chamas visíveis. 

Ele libertou apenas o calor, como um ácido corrosivo que se chocou contra aquela coisa repulsiva e se retraiu. Daehyun não era a fonte. Era a vítima. Ao menos ali. O cãozinho estava sendo devorado vivo. Definhando diante de qual fosse a forma que Han conseguira ligar os dois.

A magia de Taehyung tentou lutar contra aquilo, até perceber aqueles vestígios sombrios no próprio Daehyun. Fracos demais para ser um praticante como Han, mas intensos demais para serem só por contaminação daquele instante. 

Foi essa percepção, de que o homem estivera sim envolvido com aquilo que o fez recuar a magia apenas para observar seus últimos suspiros enquanto definhava. Então seus olhos se encontraram e ele viu o pedido desesperado escorrendo por aquele corpo que perdia toda a vitalidade. E mesmo que isso pudesse, erroneamente, parecer como um ato de pena, ele lançou um fluxo de seu poder a fim de destruir tudo que pudesse servir de alimento para aquele monstro.

Taehyung queimou as entranhas de Daehyun apenas para garantir que nenhuma gota a mais de poder servisse à Han. O fez porque quis. Porque aquele homem merecera. 

Talvez não tivesse participado diretamente da morte de Felix, mas em algum momento esteve envolvido com aquele mundo profano. E por isso, merecia queimar duas vezes. 

Que aquela alma queimasse no inferno até que ele mesmo fosse para lá. E ele iria. Mas só depois de destroçar Han Jisung.

- Cansou do teatrinho, boneca? - Han cantarolou pisando nas lâminas cobertas com o sangue de Daehyun, aproximando-se de Taehyung para sussurrar em sua orelha. - Uma pena que tua putinha não esteja aqui para ver isso.

As chamas irromperam, e foram sufocadas por aquelas marcas idiotas de restrição. Apenas calor serpenteou pelo ar e se chocou contra aquela massa repulsiva ao redor de Han. Ele não conseguia guiar seu poder para dentro do corpo do homem, como fizera com Daehyun.

Antes que pudesse avançar nele com as mãos nuas, foi agarrado por Jungkook e arrastado para fora do salão. 

Ele não conseguia ouvir o que o Capitão murmurava, ocupado demais gritando e se debatendo contra aquela parede de músculos que o prendia. Ele sentiu o choque contra as costas quando Jungkook o lançou na parede, prendendo-o com o próprio corpo colado.

- Por favor… Por favor, Taehyung… - Jungkook apertou ainda mais os braços do assassino, então voltou a abraçá-lo, dessa vez enterrando a cabeça na curvatura do pescoço do assassino. - Falta pouco, só mais um pouco.

Só mais duas horas até a competição final diante do rei e todos o patrocinadores. Duas horas até estar duelando por aquele título sujo e conquistar aquela falsa liberdade que antes lhe parecera tão doce. 

Agora esse sabor era amargo, tão amargo que revirava seu estômago. 

Ele inspirou, tentando recuperar a calmaria no fluxo da magia. Um rio, Chaerin dissera. A magia deve fluir como um rio, constante, mas calma. Deve circular pelo corpo como uma segunda corrente sanguínea, escondida, protegida. Seu corpo relaxou sob o toque de Jungkook.

O Capitão repetiu seu nome num sussurro, e ele tentou entender como haviam chegado nessa situação. Tentando entender como era possível aquele homem que tanto lhe odiava e repreendia viera a ser a única calmaria no meio de todo aquele caos. 

Na noite anterior encontrara Jungkook o esperando em seus aposentos, achou que receberia outro sermão por sair sem permissão ou teria que escutar as mesmas ordens sobre como se comportar na etapa final. Contrariando todas as suas expectativas, o moreno lhe abriu um sorriso tímido e apontou para um bolo sobre a mesa. Ele pediu para Chaerin preparar o bolo de chocolate que Taehyung gostava e uma infusão com ervas para acalmar os nervos.

Diante daquele ato inesperadamente gentil, Taehyung não pode evitar o impulso de buscar conforto. Mesmo que fosse uma resposta de seu corpo, ele caminhou até o Capitão e pousou a cabeça em seu peito, expirando com dificuldade para controlar outra onda de choro. 

Quantas vezes haviam sido? Ele desabara em lágrimas diante de Jungkook vezes demais. A exceção de Jin, e agora Hoseok, ninguém mais o vira chorar. 

Ninguém poderia ver as lágrimas do Assassino de Adarlan. Porque essa existência era a morte encarnada, violência e trevas. Não havia brechas para sentimentalismos enquanto suas lâminas dilaceravam carne e suas flechas embebidas em veneno encontravam seus destinos. 

Ele já havia dormido com Jimin várias vezes e jamais demonstrara um por cento daquela fraqueza. Também não sentia aquele impulso de querer ser confortado. O que tornava Jungkook diferente?

- Taehyung? - Jungkook chamou tocando-o no ombro. - Precisamos cuidar dessa ferida. Conseguiu se acalmar?

Taehyung apenas gesticulou fracamente, então sentiu a mão de Jungkook deixar seu ombro para tocar seu pulso, hesitante. O Capitão analisou o rosto do assassino, então finalmente envolveu seu pulso e começou a caminhar, puxando-o consigo.

Jeon Jungkook quase sentiu o coração escapar pela boca quando aquele campeão desferiu o último golpe e abriu um corte na lateral do corpo do jovem assassino. 

Jungkook estava fodido. Soube naquele dia no banheiro. Ou talvez antes, mesmo quando ainda não conseguia nomear o que sentia. Quando se recusava a aceitar que SENTIA alguma coisa por aquele homem. 

Um homem. Um escravo. Um assassino.

Chaerin continuava desaparecida desde a noite anterior, então Jungkook assumiu a missão de fazer o curativo em Taehyung, embora tenha percebido que havia sido desnecessário. O corte já havia se fechado, deixando apenas uma linha avermelhada como prova de que existiu.

- Eu disse que era exagero. - O assassino murmurou revirando os olhos. Um pouco daquela irreverência havia voltado à sua fala. O olhar havia recuperado um pouco de brilho, mostrando que ele estava mais consciente. Jungkook não sabia dizer por quanto tempo duraria.

Quando Taehyung soube da morte de Felix, seus olhos se desmancharam em um tom acinzentado, completamente desfocados. E mantiveram aquele tom tempestuoso até serem preenchidos por aquele tom intenso de púrpura, durante a luta. 

Ele não precisava perguntar para saber que mesmo não devendo, Taehyung usou magia. E aquele campeão estava morto. Ele não queria analisar o que isso deveria fazê-lo sentir além do desconforto que lhe embrulhava o estômago.

- Você parece prestes a vomitar, de novo. - Taehyung disse ao inclinar o corpo para trás, com as mãos espalmadas sobre a cama. - Essa está sendo uma situação recorrente… Eu sou repulsivo, Capitão?

O tom era despreocupado, quase divertido. Mas Jungkook aprendera a ler as pequenas mudanças na postura de Taehyung. Notou os olhos levemente estreitos e o movimento ansioso da língua humedecendo os lábios. 

Ele estava inquieto, até ousaria dizer que inseguro. Então o Capitão suspirou, passando a mão na nuca antes de sentar na poltrona que ocupara ao longo das vigílias ao lado do assassino adormecido. 

Ele comprimiu os lábios, incerto do que responder. Não era repulsa nem nojo. Muito menos por ele. Mas não podia negar que ficava mortalmente nervoso com aquelas situações.

Quando pensava no que teriam de enfrentar, magia, guerra, rei… Ele sentia como se tivesse cercado por armadilhas, e na tentativa de escapar de qualquer uma, outra fosse imediatamente ativada. Não conseguia ver escapatória e isso o assustava. 

Assustava demais a hipótese de ter de escolher entre seu amigo e rei e aquele jovem que bem... Também seria um rei. A pressão de estar entre dois reis possuidores de magia enquanto estavam naquele castelo sob os olhos de um soberano que odiava magia…

- Vou entender como um sim. - Taehyung quebrou o silêncio e deu de ombros, prestes a se levantar da cama. Mas Jungkook o impediu, puxando-o pela mão.

- Não é isso. - Disse enquanto pensava em como colocar aquilo tudo em palavras mais simples.

- Capitão? Agora você parece prestes a cagar. - O assassino soltou um riso frouxo ao receber um olhar afiado. - Quero dizer, defecar.

- Taehyung - O Capitão recomeçou com seriedade, soltando a mão do assassino para segurar seu queixo. - Eu não tenho nojo de você. Nunca tive.

- Okay.

- Okay.

- Vamos ter essa conversa depois da competição? - Taehyung murmurou desviando o olhar assim que Jungkook igualmente tenso se afastou.

- Depois que você ganhar.

Jungkook sorriu com toda a confiança que conseguiu encontrar. Ele sabia do potencial de Taehyung, não tinha dúvidas sobre o resultado. O problema era justamente o potencial em excesso e aquele temperamento. 

Han estava envolvido com os assassinatos, se as suspeitas não eram o suficientes antes, foram confirmadas com aquela cena mais cedo. O assassino não dissera nada, nem Jungkook perguntou porque não era necessário. Ele precisava ver Chaerin…

- Por que meu Campeão parece tão tenso? - Jimin murmurou com seu sorriso galanteador ao se aproximar dos dois.

- Não estou tenso. - O moreno devolveu. 

- Vocês dois estão. - O príncipe murmurou deslizando o olhar desconfiado para Jungkook imóvel ao lado.

É claro que Jimin não deixaria aquilo passar. Não depois que tiveram AQUELA conversa e ele foi praticamente obrigado a confessar sua possível queda pelo jovem Kim Taehyung.

Por causa daquela conversa, ele não conseguia evitar a onda de desconforto massivo que se formava quando os três estavam juntos. Jungkook ficava incomodado com o quão bem aqueles dois se davam, irritado com o lembrete de que dividiam a cama, e ainda mais irritado e chateado com isso tudo. 

O lado bom foi que agora havia parado de sentir aquele terror massivo pelo envolvimento deles aos olhos do rei. A essa altura o Rei de Adarlan os condenaria apenas por terem magia, dormir com um assassino-escravo era irrelevante.

- Viu Chaerin? - Jungkook apressou-se em mudar o rumo da conversa.

- Estou vendo. - Jimin respondeu com um sorriso pequeno, acenando discretamente para o extremo do pátio por onde a jovem vinha carregando um embrulho nas mãos.

A rodada final seria feita no pátio da arena externa do castelo. Originalmente construído para espetáculos de teatro e dança ao ar livre, agora acomodava os membros da corte que patrocinavam os campeões. 

A rainha Georgina já se acomodara na luxuosa varanda próxima. Os membros da família real acompanhariam o entretenimento do posto mais alto e seguro daquele espaço.

A jovem bruxa parou próxima do trio e estendeu o embrulho nos braços para Taehyung que a encarou com um olhar confuso. Jimin se aproximou movido pela curiosidade, repuxando o tecido que cobria o que estivesse ali, mas desistiu de desembrulhar de vez quando Chaerin lhe lançou um olhar afiado.

Taehyung se adiantou e desfez o embrulho, revelando a espada antiga que estava ali. Não era muito longa, mas bastou um olhar mais atento para os entalhes e a gema incrustada no cabo para reconhecer seu valor de batalha. Aquela era uma das lâminas que enfrentaram as antigas guerras.

- Goldryn. - O Assassino sussurrou, deslizando os dedos pela lâmina dourada.

- Aquela Goldryn?! - Jungkook arfou, arregalando os olhos. - Das lendas?!

- Que seja uma lâmina do Norte contra o aço de Adarlan. - Chaerin disse observando o assassino sopesar a espada nas mãos. - Que o campeão do rei seja alguém capaz de entender o peso e o sofrimento das vidas inocentes. - Ela abriu um sorriso pequeno quando Taehyung deslizou os dedos pela gema rubra no cabo da espada. - Ela vai te ajudar a manter aquilo sob controle, então dê o seu melhor, Hansung-sshi.

Jungkook observou a troca de olhares, percebendo a intensidade daquele diálogo silencioso. Ele havia percebido na noite anterior, diante do túmulo de Felix, o modo como aquela corte tão pequena ganhava forma. Viu aquele brilho tão intenso nos olhos de Hoseok e soube que o amigo trilharia um caminho grande pela frente. 

E pensar que tudo havia começado em uma sala fria nas Minas de Sal de Endovier.

Jimin pigarreou, então deu um aceno indicando que estava na hora. Sorriu para Taehyung, murmurando um "Fighting" antes de se dirigir ao seu lugar, ao lado do Rei. 

Jungkook devia assumir seu posto ao lado dos demais guardas, mas hesitou ao tentar procurar as palavras certas. Então mordeu o lábio percebendo que, como das outras vezes, não conseguia encontrá-las. Frustração o preencheu não pela primeira vez, mas Taehyung se adiantou, tocando na própria nuca antes de murmurar.

- Seja qual for o resultado, quero te agradecer, Capitão.

Jungkook lhe lançou um olhar confuso, inclinando a cabeça levemente.

- Pelo quê?

- Por dar significado as coisas pequenas. - O assassino estendeu a mão, revelando o pequeno pedaço de papel deixado por Felix. - Você é um bom homem, Jungkook. Queria que soubesse disso.

O Capitão abaixou o olhar e estendeu a mão, deslizando os dedos pelo pulso de Taehyung, sobre a marca pintada por Chaerin durante os preparativos para a competição. 

Um coração envolto em chamas, escondendo os símbolos do antigo idioma que serviriam de restrição de sua magia.

- Acabe com ele. - Disse com um sorriso. - E volte pra mim, Coração de Fogo.

Han Jisung havia entrado no ringue, então Taehyung apenas se afastou em silêncio, fazendo o possível para manter as pernas firmes a cada passo.

"Volte para mim"

Pela primeira vez naquela competição ele sentiu que sua vida miserável tinha um significado. Ele sentiu que havia algo no futuro pelo qual valia a pena lutar.

Após aqueles dois anos apenas sobrevivendo, ele sentiu que precisava lutar.

O último ritual daquela competição de merda era a oferenda à deusa. Dois cálices consagrados pela sacerdotiza esperavam os campeões sobre a bandeja segurada pela bela jovem de cabelos platinados.

Kim Taehyung, o maior Assassino de Adarlan deu os últimos passos até o centro do ringue. Estendeu a mão para o cálice de vinho destinado a ele e fez a reverência aquele tirano que o observava com seus olhos profanos.

Então bebeu o vinho e posicionou-se com sua espada, sentindo o pulsar reconfortante daquele objeto antigo e todos os sentimentos das pessoas que acreditaram nele.

Taehyung venceria aquela luta, então colocaria um fim no império demoníaco. Ele seria a lança que venceria aquelas sombras, mesmo que para isso precisasse se tornar, uma vez mais, um monstro.


────❦────


Notas Finais


Um mês reescrevendo esse capítulo e ele continua confuso e enrolado. Perdón.

Vamos lá:
Primeiramente, sim, a Chaerin sabe de muitos segredinhos do castelo e não dá ponto sem nó.

Sobre a luta:

O Daehyun esteve envolvido com magia negra e o Han aproveitou a luta para colher os benefícios e provocar Taehyung. Ele sabia que o assassino reconheceria aquele poder então bancou o vampirinho mágico para deixar ele puto.

Quando o Tae percebeu o que tava rolando tentou derrotar a magia do Han usando a própria. Mas como estava restrita, só pode provocar "calor", só serpenteou algo invisível. Foi quando percebeu que Daehyun havia se envolvido diretamente com a magia negra e pensou "Se fode aí trouxa". Ele deixaria o soldado morrer de qualquer jeito, mas acabou matando ele para evitar que servisse de alimento para Han.

A magia do Han (e do culto do zeref) é parasitária, como já mencionei. Ela se alimenta da vida alheia como um sanguessuga. Então o Taehyung acabou com o Daehyun antes que o Han ficasse ainda mais "fortinho".

Sobre o ritual na competição:

É tal como foi, a sacerdotiza bonitona entregou os cálices de vinho, fez um discursinho e os dois campeões beberam o vinho e fizeram a reverência para o rei. Não descrevi a cena por menores porque não é relevante e o capítulo já ficou longo demais.

A sacerdotiza é importante? Vai ser. Vou falar dela mais para frente. E sim, o próximo capítulo vai ser única e exclusivamente o pau comendo solto entre o Han e o Tae.

Uffa. Acho que agora foi.
Vejo vocês em breve ~ (não prometo nada, mas tentarei voltar mais cedo).

Quem tiver interesse, tenho att uma Jikook e uma Chansung (skz) ambas sadfics rs

Obrigada pelo apoio, borahae 💜


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