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História Fita Azul - Skype, nádegas, camiseta e grampeador


Escrita por: Helly_Nivoeh

Notas do Autor


Hoje faz sete anos que postei minha primeira fanfiction!
Pra comemorar, trago-lhes um Fita Azul.
Boa leitura!

Capítulo 18 - Skype, nádegas, camiseta e grampeador


— Mamãe, posso falar com a Hazel? — Dimitri pediu fazendo um bico no domingo de manhã, assim que acordou Thalia. 
— Eu não tenho número dela, meu amor. — Thalia murmurou sonolenta, sem coragem de abrir os olhos direito, tampouco de levantar e abrir as cortinas.
— Mas o tio Jay disse que tem que ligar no dia seguinte!  — O menino argumento, fazendo a Grace suspirar e já querer bater no irmão.
— É só pedir o número para o Tio Jay, meu amor. Que tal ir acordar ele?

A Grace sugeriu, percebendo que já passava da hora de levantar e a casa estava silenciosa demais. O que, provavelmente, significava que estavam todos aproveitando a manhã de domingo, Zeus e Hera na igreja — Thalia nunca chegou à conclusão se o faziam por fé ou fama — e Jason no milésimo sono. Talvez o mais preguiçoso dos Graces merecia ser acordado por uma criança cheia de energia e carinho.

Dimitri gritou de alegria e saiu correndo pela casa, enquanto Thalia se questionava se poderia tentar dormir novamente, mas, quando o menino entrou como um raio no quarto, reclamando que o tio o não queria levantar, Thalia decidiu que era hora do café da manhã.

Ela estava terminando as panquecas sorridentes para um Dimi tagarelante quando seus pais chegaram, conversando animados sobre alguma coisa que Thalia realmente não queria saber. Jason desceu as escadas correndo e fazendo barulho, chamando atenção de todos quando pediu a chave do carro para o pai.

— O que você pretende fazer? — Zeus questionou, estreitando os olhos. O carro ficava, basicamente, para Thalia e Jason como o pai sempre estava viajando com a esposa, mas isso não significava que sempre sedia de bom grado.

— Vou visitar Nico.

Ao ouvir o nome do garoto, um sorriso logo surgiu nos lábios de Zeus, bem como a chave na mão de Jason.

— Chame ele para jantar aqui! Aliás, intime.

— Valeu, pai! — Jason já ia correndo para a saída quando ouviu o chamado do sobrinho:

— Tio Jay, o número da Hazzel!

— Thalia, liga do meu Skype. — Jason gritou por sobre o ombro, estranhamente apressado. — A senha do meu notebook é. ..

— Eu sei a senha, Jason. — Thalia revirou os olhos, mas o irmão nem se importou em perguntar como, apenas acenou um tchau e saiu correndo. Thalia estreitou os olhos.

— Vai ligar pa Hazzel, mamãe? — Dimitri interrompeu o fluxo de seus pensamentos, fazendo Thalia assentir sorrindo.

(…)


 

Enquanto Dimitri terminava o café, Thalia subiu para o quarto em busca do notebook de Jason. De fato, o Skype estava logado e Nico era um dos principais contatos ali e, aliás, estava online. Para evitar ler as conversas do irmão com o rapaz, Thalia logo clicou no botão de chamada, deitando na cama e colocando o notebook no colo, apoiado-o em suas pernas flexionadas.

Logo a tela do computador se iluminava, mostrando a imagem de um guarda-roupa um pouco distante da câmera. Thalia já estava franzindo a testa quando Nico passou em frente da cama, abrindo uma das portas do roupeiro. Pelo ângulo da câmera, Thalia não conseguia ver seu rosto, apenas parte da coxa até as costas do rapaz, o que incluía a bunda do Di Angelo, coberta apenas por uma cueca boxe cinza. Aliás, que bunda, Thalia diria.

Ela mordia os lábios sem perceber, apreciando analisando os músculos definidos do garoto, quando ele se virou de uma vez, falando algo que Thalia só entendeu as últimas palavras:

— E agora você aparece, seu bastardo?!

A Grace não pode ver a reação de Nico porque o ângulo não permitia ver seu rosto, mas não era difícil saber que ele estava corado, principalmente quando ele gritou “Thalia?” e avançou em direção ao notebook, abaixando-o de uma vez, deixando apenas na lembrança da garota a visão do Di Angelo só de cueca de frente, algo que havia despertado sua atenção como a muito não acontecia.

Thalia mordeu mais o lábio, tentada a rir da situação, mas apenas respirou fundo, encarando a tela do computador que avisava que a chamada havia sido desligada. Ela ficou batucando o teclado entediada até que o ícone avisando que havia uma nova chamada de Nico aparecesse e ela respirasse fundo várias vezes, tentando conter o riso que ameaçava surgir. Quando julgou que estava aceitável, aceitou a chamada e logo a imagem de Nico aparecia na tela.

Ela estava certa: Nico estava vermelho contra a pele azeitonada, e com um sorriso entre tímido extremamente envergonhado e fofo, os cabelos jogados em várias direções como se ele tivesse tentado arrancá-los em uma crise de ansiedade e depois ajeitá-los sem um pente, os olhos castanhos escuros emoldurados por olheiras de cansaço. Mas ele ainda era bonitinho e fofo.

Infelizmente, o ângulo não estava mais focado nos glúteos dele, e sim no rosto e no torso, ele parecia estava sentado na mesma posição que Thalia, exibindo um fundo negro atrás, provavelmente uma parede, e até o torso não estava mais nu, para desgosto geral da nação.

— Hã… oi. — Ele murmurou, soando mais constrangido ainda e Thalia teve que morder o lábio para não rir.

— Oi. — A Grace respondeu, tentando conter a língua, mas não dando muito certo. — Bela cueca. — “bela bunda”, era o que ela queria dizer, mas conseguiu se controlar um pouco. Nico acabaria desligando a chamada e se mudando para o Himalaia, levando a filha junto. Dimitri ia ficar triste por perder a noiva e Jason nunca a perdoaria por perder o melhor amigo; Ou Nico enfartaria e ela seria presa por assassinato.

— Desculpe por isso. — Nico murmurou em um fio de voz, depois de apertar os lábios e fechar os olhos, ficando mais vermelho ainda. — Achei que fosse Jason.

— Que isso?! Eu quem tenho que pedir desculpas. — Thalia retrucou, sorrindo, fazendo o Di Angelo franzir a testa.

— Por quê? — Ele perguntou inocente e Thalia teve vontade de chamar até Percy para explicar.

“Por ter ficado admirando”, ela poderia responder, “Ou assediando” — se ela estivesse há poucos metros dele, pode ter certeza que aquela bunda definitivamente não ficaria sem um beliscão —, “ou por não ter te avisado que era eu”.

— Eu devia ter pego seu e-mail e ligado do meu. — Ela respondeu por fim, nenhum pouco arrependida de não o ter feito. — Não ligado do Skype do meu irmão.

— Acho que tudo não passou de um mau entendido. — O Di Angelo falou por fim, voltando a cor normal. Será que a bunda dele também teria aquele tom mais dourado típica do italiano? — Então, o que queria falar comigo?

— Bunda… Hã… O que? — Thalia perguntou, um pouco desnorteado pelos pensamentos sobre a bunda do garoto. Não podemos culpá-la por isto, certo?

— Você quem me ligou, não é? — Nico ergueu a sobrancelha, achando aquela história bem estranha. — Isso geralmente significaria que você queria falar comigo, eu acho.

— Ah, sim. — A Grace respondeu, sorrindo um pouco constrangida. — Na verdade era Dimi que queria falar com Hazel, acho que Jason não explicou a regra dos três dias.

— Regra dos três dias? — Nico franziu a testa, antes de entender a referência. — Ah, a regra de três dias. Mas não pra quando pega o número? — Ele perguntou, lembrando que a regra dizia que você só devia ligar para alguém quando pegasse o número depois de exatos três dias e aí marcar o encontro.

— Acho que Dimi nunca pegou o número de Hazel. — Thalia sorriu, um pouco surpresa por ele ter entendido a regra. — Então pulou já pra ligação do dia seguinte. Mas, como não tenho seu número... Digo, ele não tem seu número… O número de Hazel. Ai, desculpa! — Ela murmurou, um pouco nervosa. Por que seu coração estava acelerando quando viu o sorriso de Nico se abrir, mostrando as covinhas?!

— Tudo bem, eu entendi. Vou mandar por texto o número do meu celular e quando Dimi quiser falar com Hazel, é só ligar.

— Obrigada. — Thalia agradeceu, sorrindo. — Vou te mandar o meu também, quando quiser me ligar… — Ela deixou as palavras no ar, fazendo Nico corar novamente. Ele estava parecendo uma daquelas mocinhas virgens e inocentes de livros românticos de banca de revista e Thalia começava a se sentir o cara alto, másculo e sedutor, que fazia comentários cheios de segundas intenções, arrogância e sedução. Não que ela estivesse o querendo seduzir. Não que ela não estivesse também.

Espera, ele era gay, certo?

— Hã… É. — Nico murmurou, limpando a garganta e parecendo querer desligar a chamada o mais rápido possível. Thalia apostaria um milhão de dólares que ele não lhe ligaria dali três dias. — Mais alguma coisa?

— Só as crianças se falarem, não? — Ela perguntou, um pouco desapontada pela forma como ele já queria desligar a chamada. Contudo, talvez estivesse ocupado, não? Ou era o simples constrangimento mesmo. — Hazel está aí?

— Está tomando banho. — Ele respondeu, passando a mão pelos cabelos escuro e os bagunçando mais. — Já deve estar saindo.

— Não me diga que ela é igual a Dimi e só sai na base do choro. — Thalia comentou, lembrando como o filho amava água tanto ou mais que amava azul.

— Normalmente quando o dedo começa a enrugar ela fica com medo de virar um peixe. — Nico confessou, não se sentindo culpado pelo medo irracional da filha.

— Oh, isso é muita maldade! — Thalia exclamou, arregalando os olhos. — Eu vivi a minha vida toda com medo de virar um peixe! Acho que vou começar a fazer o mesmo com Dimi!

Ela falou em um tom pensativo, piscando para ele e Nico acabou rindo, se divertindo com a conversa.

— Espera só um pouco. — Thalia pediu e Nico balançou a cabeça, franzindo a testa quando Thalia colocou o dedo sobre a câmera por alguns segundos para mudar de posição. Quando voltou, estava deitada de bruços em frente ao computador, os cotovelos apoiados na cama enquanto ela sorria. Nico tentou não prestar atenção no decote que a blusa fazia quando ela movia os braços. — Pronto. Acho que podemos conversar enquanto Hazel termina de se arrumar, não? — Nico assentiu com a cabeça, apertando os lábios um pouco nervoso. — Se você não estiver ocupado, claro.

Thalia se apressou em dizer, forçando um sorriso.

— Não, eu acabei de acordar, na verdade. — Nico sorriu constrangido. — Não dormi muito bem anoite.

— Aproveitando a noite de sábado? — Thalia perguntou, apesar de ser obvio que o Di Angelo não era desse tipo.

— Se aproveitar você quer dizer passar a noite revirando na cama com insônia e comendo brigadeiro… é, eu aproveitei.

— Algum motivo para a insônia?

— Essa proposta louca da Silena. — O Di Angelo decidiu de abrir, dando de ombros.

— Do emprego? — Thalia mal terminou de dizer e a lembrança do seu corpo colado ao do Di Angelo enquanto dançavam surgiu em sua mente, bem como a pergunta de como seria a bunda dele rebolando vista de um ângulo externo bem melhor.

— É. — Ele assentiu e Thalia tentou desviar novamente os pensamentos das nádegas de Nico. Novamente. — Will quer que eu faça um teste.

— E você vai fazer?

— Will diz que não custa nada. — Nico suspirou e rolou os olhos. — E que se eu não fizer, vai vir me obrigar. Não tenho certeza do que é pior.

— Acho que ele está certo. Sobre não custar nada, quero dizer.

— Vou marcar com Silena essa semana e obrigar Jason a ir comigo.

— Falando em Jason, ele não está por aí não? — Thalia franziu a testa. — Saiu há quase uma hora dizendo que ia praí.

— Ele já deve estar chegando.

— Você mora tão longe assim?

— Não, ele deve ter passado em um grupo que ele participa antes. — O Di Angelo deu de ombros. — Ele até me chamou pra ir, mas não tive muita paciência.

— Grupo? — Thalia questionou, preocupada com o irmão.

— Ah, não se preocupe. Não é nada de ilegal. São um bando de caras e garotas certinhos, é meio que uma religião, eu não sei.

— Você fala como se não fosse todo certinho. — Thalia implicou, sorrindo irônica.

— Eu não sou certinho! — Nico reclamou, fazendo um bico.

— Ah, não? Me diga, qual a pior coisa que você já fez?

— Eu tenho vinte e dois anos e sou pai solteiro. — O Di Angelo sorriu de canto, mostrando uma das covinhas.

— Touché.— Thalia replicou, mas só sabia pensar que o sorriso de Nico era lindo.

(…)

— Eu mereço o prêmio de filho do ano depois desse enorme feito! — Jason exclamou enquanto entrava nos fundos da casa pelo jardim lateral, segurando as mãozinhas rechonchudas de Hazel. — Olha só quem eu consegui tirar de casa em pleno domingo!

Ele nem precisou dizer o nome de Nico, Hera já foi recepcionar o garoto com um abraço e retirando a travessa de lasanha de suas mãos, quando Zeus ia cumprimentá-lo logo depois de brincar com uma pequena Hazel.

Thalia também se aproximou sorrindo quando todos pareciam interessados mais na lasanha que no cozinheiro. Ela sorriu para ele, apesar do embaraço do rapaz depois do flagra envolvendo sua bunda e se aproximou, desta vez nenhum deles hesitou um abraço e Thalia teve que se segurar para não descer as mãos para a bunda dele. Como ela ainda não tinha reparado como era redondinha antes daquele dia?!

— Podia ter vindo só de cueca. — Thalia não se conteve em dizer no ouvido do garoto, já imaginando que havia matado o sogro do filho, mas Nico apenas riu e respondeu:

— Quem sabe na próxima?! — Ele piscou e se afastou, um pouco vermelho, mas Thalia quem estava surpresa.

Ela viu Jason se aproximou do Di Angelo e falar algo para ele, a qual Nico respondeu com uma cotovelada no amigo olhando para Thalia, deixando claro que ela era a segunda pessoa na fala. Thalia apenas sorriu e desviou o olhar, seguindo para dentro de casa para ajudar a madrasta com o almoço.

— Tia! — ela se surpreendeu quando sentiu um abraço na cintura que quase a fez cair, sorrindo ao ver Hazel lhe abraçando.

— Oi, querida. — Thalia retribuiu o abraço da "nora", afagando os cachos castanhos.

— Tem boneca? — Hazel perguntou piscando os olhinhos escuros parecidos com os do pai e Thalia sorriu.

— Claro, vem.

Thalia pegou a mão da menina e a levou para o segundo andar, guiando-a para o quarto em frente ao de Jason, a muito fechado. Quando ela abriu a porta, Hazel piscou e abriu a boca.


 

O quarto tinha inúmeras bonecas, tudo o que Thalia havia ganhado na infância, mas nunca havia gostado muito. Por diversas vezes ela havia juntado várias e doado, mas havia algumas que ela mantinha, dizendo a si mesma que era só para caso alguma criança aparecesse, mas sabia que havia algumas que lhe invocava memórias de Beryl Grace. Dos raros momentos em que ela foi uma boa mãe e havia sentado no chão, brincando com a filha, mesmo que Thalia geralmente preferisse cortar as roupas e cabelo das bonecas.

Thalia nunca gostou de bonecas, sempre preferiu os carrinhos do irmão, ou os skates da adolescência, patins e bicicletas. Mas, isto não significava que Beryl entendia a filha ou polpava o dinheiro do marido, tudo pra ter uma filha Barbie sem vocação para boneca.

— Uau! — Hazel exclamou, correndo entre as prateleiras e escolhendo alguns brinquedos aleatórios. O quarto era limpo e bem arrumado, Dimitri as vezes ia ali e pegava um brinquedo antigo da mãe ou do tio, ainda que seu quarto fosse o mesmo que Jason havia usado na infância, com brinquedos mais do que suficientes.

— Pode ficar à vontade, querida — Thalia sorriu, deixando a porta aberta e ajudando a menina a descer as coisas para o primeiro andar, onde Dimi se juntou a ela e juntos foram brincar de casinha.

Thalia não se surpreendeu ao encontrar Nico e Jason na cozinha, o primeiro ajudando Hera a cozinhar e o segundo beliscando as panelas.

— Os anos passam e vocês não mudam, né? — Hera reclamava, batendo levemente com uma colher na mão de Jason quando este exclamava de dor ao pegar um pedaço de carne ainda um pouco cru, mas particularmente quente. — Vão, vão ajudar lá fora!

— Mas eu estou ajudando! — Nico exclamou, ao levar uma colheirada também.

— Andem, daqui a pouco estará pronto! Thalia, querida, pode me ajudar a expulsar essa dupla terrível?!

— Vem, Nico. — Jason resmungou, puxando o amigo pela mão. — Já que não nos querem aqui, vamos afogar nossas mágoas jogando Candy Crush e discutindo sobre a teoria da relatividade.

— Espera só um pouco, tenho um presente pra vocês. — A voz de Zeus ecoou, chamando atenção.

— Presente? — Nico exclamou. — Eu adoro presentes!

— Quem não gosta de presentes?! — Zeus retrucou, segurando três embrulhos diferentes. — Hazel, venha aqui, querida!

— Presente pra mim? — Dimitri perguntou para o avô, sentando-se ao lado dele.

— Sempre, Dimi. — Zeus respondeu o mais carinhoso possível, entregando um pacote laminado para o neto, que abriu avidamente, junto a Hazel que ganhou um azul.

As reações das crianças foram discrepante ao dar de cara com os presentes. Dimitri franziu a testa ao ver a camiseta e Hazel sorriu com o seu.

— O papai tem uma igual! — A pequena Di Angelo exclamou, erguendo uma jaqueta de couro marrom no estilo aviador, quase igual a que Nico sempre usava no ensino médio.

— Uau! — Nico exclamou, mais feliz que a filha.

— Eu vi e precisava trazer. — Zeus sorriu. — e esse é seu, espero que goste.

Nico ficou completamente sem palavras ao rasgar o embrulho negro e dar de cara com uma camiseta. Não uma camiseta qualquer, mas uma preta com um emblema que Nico conhecia muito bem, assim como lhe era familiar a fonte das letras que formavam o nome Guns N'Roses. O que era a primeira vez que ele via original era a caligrafia fina com marcador permanente escrita: “Para Nico, o anjo. De Axel Rose”.

Nico exclamou um monte de palavrões em italiano antes de envolver Zeus em um abraço eufórico.

— Gente, que absurdo! — Thalia exclamou para o irmão, com um pouco de inveja e muita vontade de roubar a camiseta para si. — Ele não me dá uma camiseta do Guns nem comprada na Times, imagina uma autografada pelo Axel!

— Tá reclamando do que, querida? — Jason resmungou, um pouco ciumento também. — Pelo menos ele não tentou te trocar!

Thalia não soube o que retrucar, vendo Nico retirar a própria camiseta para vestir a recém ganhada. Thalia tinha que admitiu que ficou bem nele, o tamanho certo para delinear o físico magro e ressaltar a pele azeitonada. Uma pena que ele trocou rápido o suficiente para que ela não conseguisse lhe admirar o corpo.

— Do que vocês estão falando? — Nico perguntou quando se juntou aos irmãos Graces enciumados, com um sorriso caloroso e empolgado.

— Sobre quando papai tentou nos trocar. — Jason respondeu, tomando um gole de refrigerante para esconder o tom de irritação na voz.

— É, lembro disso. — Nico sorriu, mas não teve o sorriso correspondido pelo amigo, fazendo com que ele franzisse a testa. — Aconteceu alguma coisa?

Como Jason se manteve calado, Thalia decidiu interferir.

— Então, seu pai não quis te trocar? — A Grace mais velha sorriu para o moreno, tentando amenizar o clima. Ela era péssima neste papel, geralmente deixava a função de diplomata para o irmão mais novo.

— Ah, ele quis. — O sorriso de Nico se refez em nostalgia. — Acho que até ligou pro advogado dele.

— Espera, vocês estão falando sério? — Thalia ergueu a sobrancelha surpresa.

— Claro! — Nico deu de ombros, pegando o copo do amigo que exclamou um "ei!" e dando um gole sedento. — Foi bem legal chegar em casa e descobrir que havia sido trocado por meu melhor amigo.

— E o que deu errado na troca?

— A gente não quis. Eles esqueceram que nós, teoricamente, tínhamos a opção.

— E por que não quiseram?

— Irmãs. — Nico riu, mas ao se dar conta com quem falava ele limpou a garganta. — Meu pai pode não me preferir, mas eu prefiro ele. E isso acabou fazendo de nós irmãos, não é, Passarinho? — Para ressaltar, Nico deu um meio abraço no amigo, que acabou sorrindo.

— Eles querem nos adotar, mas duvido que descem conta de nós dois! — Jason riu, desfazendo o “emburro”. — Dez minutos na cozinha e Hera já no expulsa!

— Quase acredito que vocês não são garotinhos de ouro. — Thalia retrucou irônica. — O que mais vocês poderiam aprontar? Colar na prova de inglês?

— É difícil ser o revoltado da família quando você tá nela. — Jason retrucou, dando um beijo na bochecha da irmã. — Por isso eu preciso ser uma boa influência pro meu sobrinho.

— Qual é sua desculpa? — Thalia perguntou se dirigindo a Nico.

— Digamos que minha irmã não seja exatamente anjo, também. — O moreno deu de ombros, sorrindo tímido.

— Então, Nico, já intimou Jason? — Thalia perguntou, mudando de assunto antes que beliscasse aquelas covinhas.

— Era segredo! — Nico riu.

— Já estão guardando segredos de mim?! — Jason exclamou. — Poxa! Meu trabalho como cupido é melhor que pensava! Vou deixar vocês se agarrarem em paz e cuidar dos seus filhos!

Jason saiu correndo, desviando por pouco de um copo voador.

— Jason bateu muito a cabeça quando criança? — Nico perguntou, ainda vermelho.

— Provável. Ele já falou da primeira paixão de infância? — Thalia perguntou, tentando quebrar o gelo.

— Primeira paixão?

— Uhum. — Ela sorriu cúmplice, alcançando a garrafa de refrigerante. — Quando era bebê, ele tentou comer um grampeador. Foi o primeiro beijo e a primeira cicatriz, se você desconsiderar o umbigo.

— Aquela cicatriz nos lábios… — Nico ergueu a sobrancelha, oferecendo os copos para ela encher.

— Exatamente. — Thalia riu divertida. — Jason teve o coração e o lábio partidos quando declarou seu amor a um grampeador.

— Eu não acredito que não conhecia essa história!

— Ah, eu posso te contar mais um monte de histórias constrangedoras dele. Está afim? — Thalia ergueu a sobrancelha provocativamente, fazendo Nico sorrir:

— Totalmente.

 


Notas Finais


Link da jaqueta que a Hazel ganhou: https://www.polyvore.com/mayoral_black_synthetic_sheepskin_aviator/thing?context_id=6544078&context_type=user_fav&id=187899131

Pois é: sete anos com leitores incríveis como vocês!
Meu plano era postar e finalizar Simplesmente hoje, mas o capítulo não ficou pronto à tempo. Espero que tenha gostado e eu adoraria saber a opinião de vocês. Devo continuar?
Obrigada pela atenção em todo esse tempo.
Beijinhoskisskis <3


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