Eu não sei ao certo quando o vi pela primeira vez. Foi quando eu mal passava de um pirralho babão, brincando no parquinho da escola? Foi num dos trabalhos da sexta-série, quando brigávamos com a professora por querermos ficar em grupos com nossos amigos ao invés daquele garoto estranho com quem nunca tínhamos falado? Ou foi em outro lugar? Foi por meio de amigos em comum?
Eu gostaria de lembrar com exatidão. Minha memória, entretanto, falha. Essas lembranças escapam-me por entre os dedos, como se eu tentasse agarrar água. É algo que não posso impedir, embora certamente queira. Então, deixe-me contar. Permita-me dizer, antes que eu esqueça, sobre essa infinidade de momentos que eu poderia mencionar. Cada um deles, à sua maneira, foi um marco importante em minha vida.
Agora, posso apenas falar que houve cinco. Exatos cinco momentos em que eu pude ficar com o verão.
E o primeiro deles, foi quando eu vi seus olhos.
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Bem… O que eu posso dizer sobre o verão? Ele tem os olhos mais lindos que eu já vi. Verdes, como a grama coberta de orvalho ao amanhecer. Profundos, como os tons do mar quando a Lua toca o horizonte. Olhos vítreos misteriosos, que invadiram minha alma e vasculharam todos os meus segredos como se eu fosse um livro aberto.
Dizem que verde é a cor da esperança. A cor da liberdade, da saúde, da vitalidade. E, acredite-me, essas são palavras que em muito se aplicam a ele. O verão era… A pessoa mais feliz que já tive a sorte de conhecer. Era a pessoa mais cheia de vida, esperança, e todas essas coisas boas que, em uma pessoa, fazem com que você tenha vontade de sorrir o tempo todo, e amá-la para sempre.
Eu gostaria de encarar aqueles olhos mais uma vez. Uma única vez. Gostaria de ver o brilho, a vida, a felicidade que emanavam daqueles intensos tons de verde...
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