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História Flamma Amoris - Flamma Amoris


Escrita por: KarlaVieira

Notas do Autor


Boa noite, galera! Tudo bem com vocês? Então... Este é o último capítulo. Além dele, há o epílogo, e adeus Flamma Amoris.

Capítulo 29 - Flamma Amoris


Niall Horan POV – Madrugada de 11 de Maio.

O peão iria se sacrificar para que o Rei sobrevivesse.

Parei de frente à Marie Jean e olhei-a em seus olhos quando o fiz. Finquei a adaga em meu peito, exatamente onde meu coração estava. Era uma dor excruciante, mas de alguma maneira eu ainda tinha minha linha de raciocínio ativa.

– Amare. – Eu disse em alto e bom som, mesmo com a voz meio falhada, e beijei Marie. Seus lábios estavam com gosto de sangue quando os meus tocaram os dela, e pouco a pouco, a energia de meu corpo foi desaparecendo. Era estranho saber que eu estava morrendo. Porém, eu não sentia medo.

Um brilho levemente avermelhado circundava a nós dois, e o colar dela brilhava cada vez mais forte. O feitiço estava dando certo. Flamma Amoris. Afastei-me dela e repeti, com voz fraca, e dando um sorriso mais fraco ainda, a palavra que havia dito, traduzida para o inglês. – Amo você.

E então, tudo escureceu.

 

Marie Jean POV – Madrugada de 11 de Maio.

 

Senti os lábios de Niall sobre os meus e ouvi-o dizer que me ama. Comecei a me sentir cada vez mais forte, e minha visão voltou ao normal. Eu me senti... Diferente. Sentia uma onda de poder a mais em meu sangue. Eu sabia que aquilo não era meu.

O que antes era silêncio, agora era caos. Harry e Zayn lutavam contra dois caçadores e Tomlinson, e um caçador jazia morto no chão. O homem, o Mestre de Niall, levantava-se e vinha caminhando até mim. E nos meus pés, morto, estava Niall.

Seus olhos azuis estavam abertos, mas não havia vida neles. Não havia luz. Estavam apenas vidrados no céu estrelado acima de si. Eternamente vidrados. A adaga estava fincada em seu peito, machado do vermelho de seu sangue; seus braços estavam esticados ao lado de seu corpo. E seus lábios estavam levemente manchados de vermelho, o que eu julgava ser meu sangue de quando ele me beijou.

Senti vontade de chorar. Entretanto, o que eu mais senti foi ódio. Gritei forte e senti as amarras que me prendiam ao altar de mármore rasgarem. Gritei tão alto e tão forte que assustei pássaros que jaziam adormecidos nas árvores, que levantaram voo para longe dali; tão forte que o fogo que circundava a fonte apagou com uma rajada de vento forte que se abateu, fazendo com que Tomlinson perdesse o equilíbrio por um momento e que os meus cabelos esvoaçassem para trás.

Tirei a adaga do peito de Niall, sem pensar, e joguei no homem que havia tentado me matar, querendo que aquele homem morresse. Um segundo depois, alcançava o medalhão mágico de meu avô que de alguma maneira ainda se encontrava em meu bolso, e segurei-o firme em minha mão esquerda, sentindo seu poder, que era relativamente menor ao que eu sentira surgir em mim antes.

A adaga atingiu o alvo. No lado direito de seu peito. Imaginei o homem sentindo tudo o que eu estava sentindo. Ele começou a ter pequenas convulsões, e a cicatriz em seu rosto abriu. O sangue começou a escorrer por sua face, e a fluir por cada um de seus poros; e sua pele ficava cada vez mais branca com as veias saltadas.

Um vento forte abatia-se sobre todos nós, levantando as folhas secas do chão. Eu sentia meu coração bater forte dentro do meu peito, tomado de ódio. Tudo o que eu pensava era em matar aquele homem desprezível, fazê-lo pagar por tudo o que me fez passar.

Eu estava completamente fora de mim.

Os olhos violeta do homem estavam fixos em mim, em uma mistura de pânico e raiva. Aos poucos, seus olhos começaram a revirar nas órbitas, mudando de violeta para avermelhados. Ele tentava dizer alguma coisa, mas tudo o que saía de sua boca era um som engasgado – engasgado com seu próprio sangue e saliva que desciam por sua garganta e inflavam seus pulmões.

Pensei que o fogo na fonte poderia reacender, e foi o que aconteceu. Ergui a mão direita em direção a ele, o homem, fechei em punho e puxei para mim. O coração dele saiu de dentro de seu peito, levitando em direção a mim. O homem arregalou seus olhos e um último som engasgado saiu de seus lábios, junto com uma quantidade de sangue e saliva. Estiquei o braço em direção à fonte, onde o coração caiu, queimando no fogo. Em nenhum momento meu olhar saiu do olhar do homem. Ele caiu de joelhos, e em seguida caiu com a cara na terra.

Morto.

A calma pareceu retornar ao meu corpo, comigo já livre do ódio que eu sentia pelo o homem. Agora, tudo o que me restava era uma infinita tristeza.

Corri até Niall, ajoelhando-me no chão e puxando-o para o meu colo. Comecei a chorar, passando a mão pelos seus cabelos loiros e macios. Ele havia se sacrificado por mim. Ele havia morrido para que eu pudesse viver. Percebi, então, que era a vida dele, junto com o poder dele, que corriam em minhas veias. Era o poder dele que tinha me impulsionado a fazer o que eu havia feito.

– Me perdoe amor, por ter fugido de você. Perdoe-me, por não ter te provado antes que eu te amo... Você não devia ter feito isso por mim, você devia ter ficado vivo! – Eu dizia entre lágrimas, com os olhos fechados, e o coração mais apertado e dolorido do que nunca. – Eu te amo, Niall Horan! Eu. Te. Amo!

Beijei seus lábios levemente.

– É muito bom saber disso. – Disse uma voz fraca. Abri meus olhos e encontrei os olhos azuis de Niall abertos e piscando levemente. – Foi xeque-mate, então?

– O quê...? – Perguntei confusa. Niall estava morto! Como ele estava falando comigo? Eu devia estar tendo alucinações.

– Deixe para lá... Pelo menos funcionou. – Disse ele. Ouvi um estrondo, e quando ergui minha cabeça, vi minha mãe enfeitiçando Tomlinson, que estava jogado no chão abaixo de uma árvore, olhando-o agonizar aos seus pés. Ele se torcia em agonia, grunhindo de dor.

Cheguei a me assustar com a visão.

Os cabelos castanhos e longos dela esvoaçavam para trás e seu semblante estava psicótico, cheio de ódio. Diante dos meus olhos, vi Tomlinson virar pó. Literalmente. Ele primeiramente ficou acinzentado, com sua pele rachando até que se partissem lentamente em milhares de fragmentos e suas cinzas voaram ao vento. Tomlinson se desfez diante dos meus olhos.

Olhei para os meninos no exato momento em que faziam com que o último caçador caísse morto no chão, com uma adaga fincada em seu peito. Somente nós quatro, mais um Fred inconsciente, estávamos vivos.

– O quê... O que funcionou? – Encontrei voz para perguntar, voltando a olhar para Niall e afagando sua face. Ele abriu a boca para dizer, mas outra voz interrompeu.

– Flamma Amoris. As almas destinadas. – Disse minha mãe, calmamente e com o olhar doce. Não parecia que havia acabado de matar alguém. Se bem que eu havia acabado de matar um homem e não estava nem um pouco com remorso.

– Quê? – Eu perguntei pela milésima vez naquela noite. – Quer dizer que...

– Você e Niall possuem almas destinadas. – Disse ela, como se estivesse me explicando como somar dois mais dois. – E Niall sabia disso.

– Na verdade, senhora, eu não sabia. – Disse ele, fraco. – Mas era minha única chance. E tudo o que eu sabia sobre isso era que com o sacrifício, um dos dois morria.

– Sim, e isso de fato é verdade. Você morreu.

– Mas estou vivo. – Disse ele. – E não sei por quê.

– É uma exceção da magia da Flamma Amoris. Como é raro que um dos dois destinados desista da própria vida para salvar ao outro, a mágica criou, sozinha, uma exceção. Quando um dos dois abre mão da própria vida pela a do outro, quando se sacrifica, a própria magia traz a pessoa de volta, por ver a intensidade do sentimento mágico que os une.

– Gostei desta exceção. – Disse Niall, olhando-me e sorrindo, já um pouco mais forte.

– Acredite, eu também. – Respondi. – Teve uma hora... Que eu vi você apanhando de Tomlinson, mas eu não estava perto daqui. Eu não entendi o que houve.

– Isso é comum acontecer com almas destinadas, quando estão em perigo e afastadas. É como um alerta... – Disse minha mãe. – É como se uma alma fosse chamada para proteger a outra.

– E você veio. – Disse Niall. – Você veio tentar me salvar.

– E no fim, você me salvou. – Eu disse. – Mas... Outra coisa que não entendi até agora. Por que sequestrar você, mãe?

– Era parte do plano, para deixar você fragilizada e mais fácil para que eu me aproximasse. Fora que sua mãe sabe muito sobre magia e tudo o mais. E pelo o que entendi, também sabia que caçadores viriam atrás de você. Precisávamos mantê-la longe. Desculpe-me, Senhora. – Disse Niall, aparentando estar desgostoso consigo mesmo. – E pelo visto mantê-la prisioneira não impediu de contatar sua filha. A senhora deixou-a bastante perturbada.

– E você fez com que ficasse mais difícil que eu a contatasse e a alertasse sobre você. Ah, e eu sabia, sim. Por isso deixei o medalhão no porão, para que Marie encontrasse. Assim teria uma coisa a mais para se proteger. – Afirmou minha mãe. – E no fim, foi útil. Você ficou tão poderosa...

– Mas não foi somente o medalhão, mãe. Acho que não foi ele que deu o acréscimo maior de poder para mim.

– Então o que seria? – Perguntou.

– O poder de Niall correndo nas minhas veias.

 

Niall Horan POV – Amanhecer de 11 de Maio.

 

– Xeque-mate, Mestre. – Eu disse, olhando para o corpo sem vida daquele homem desprezível. Um dia aquilo fora o corpo de um bruxo poderoso, cruel e insano. Alguém temível. Agora, era apenas a casca vazia onde abrigava a alma gananciosa e corrompida de Samuel Lee. – Agora você aprendeu que um peão sacrificado pode virar o jogo.

– Do que você está falando? – Perguntou Marie, sentando-se ao meu lado. Ainda estávamos naquele lugar horrendo. Ela havia passado um bom tempo conversando com a mãe dela, abraçada a ela, matando a saudade, enquanto eu me mantinha afastado para não interromper o momento. Fiquei sentado na beirada da fonte por um bom tempo; já que eu ainda não possuía muitas forças para ficar de pé. Agora ela estava de volta ao meu lado, enquanto a mãe ia conversar com Harry, Zayn e Liam para ver como poderia ajudá-los com os ferimentos deles.

– Nada importante, meu anjo. – Eu disse, e depois fiquei incerto. Eu não sabia se podia chamá-la desta maneira. Eu não fazia ideia se havia conseguido seu perdão. – Marie...

– Sim?

– E o nós... Ainda existe?

– Com toda certeza. Você se sacrificou por mim, Niall. Você tem noção do que você fez?

Assenti.

– Então você deve saber como isso me fez perdoá-lo. – Disse ela. – Embora eu não tenha esquecido que você queria me matar quando nos conhecemos.

– Como eu poderia matar a pessoa que eu mais amo neste mundo? Como eu poderia matar minha alma destinada? Eu não tinha como. Eu não tenho como.

Ela sorriu levemente. Ficamos em silêncio nos olhando por um tempo.

– Você ia mesmo fugir com Styles? – Perguntei. Marie suspirou.

– Ia. Você conjugou o verbo no tempo correto.

– Por quê?

– Eu precisava sair da cidade para tentar esquecer tudo o que aconteceu aqui, e, principalmente, esquecer você. E Harry disse que me afastando, eu teria mais chances de salvar minha família e meus amigos, e me salvar, também. Entenda, eu estava magoada com você. Estava quebrada por dentro. Precisava fugir.

– Entendo... Só me prometa nunca mais fazer isso. Prometa não me abandonar.

– Eu não possuo mais motivos para fazê-lo. – Disse ela.

– Eu posso... Então... Ganhar um beijo seu?

Marie sorriu, afagando meu rosto e puxando-me para junto dela.

– Quantos você quiser.

E seus lábios uniram-se aos meus. Seus lábios já não possuíam gosto de sangue, e somente o gosto adocicado que sempre tiveram. Uma sensação de encaixe, de reencontro, de alívio apoderou-se de mim. Era o poder que Marie tinha sobre mim, sobre meu corpo, sobre minha alma. Eu estava, pela primeira vez na minha vida, realmente feliz. Eu agora podia dizer que conhecia a tal da felicidade, coisa que me fora privada durante meus dezoito anos de medíocre existência de um órfão, bruxo, criado para ser um assassino.

Agora, eu era um ser humano de verdade. E tudo por causa dela.

– Eu prometo que nunca mais alguém machucará você, meu amor.

– E eu sei que desta vez, é verdade.

Ela sorriu. Afaguei sua face.

– Vamos embora daqui. Acho que sua mãe está louca de ansiedade para rever seus irmãos.

A mãe de Marie andava de um lado para o outro apertando as mãos em sinal de ansiedade, parecendo decidir se devia falar algo ou não, pois ocasionalmente seus lábios abriam e voltavam a se fechar.

– E eu estou louca de ansiedade por um banho quente, uma refeição decente e minha cama. – Disse Marie. – E acho que minha mãe também quer isso.

– Vamos lá. Agora ninguém pode machucar mais vocês.

– E a você.

Abracei-a lateralmente e fomos andando de volta para casa.


Notas Finais


E então, o que acharam? Quero saber a opinião de todo mundo!!


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