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História Flechazo - Capítulo I


Escrita por: Hiyouka

Notas do Autor


Oiee, voltei
Aproveitem o capítulo, vou deixar algumas notas no final, blz

Capítulo 2 - Capítulo I


 

Um mês antes da "Captura"

 

O sol amanhecerá como de costume e, por voltas das 06:00 da manhã, Sakura acordará com a luz dele atravessando a janela e indo de encontro ao seu rosto.

Ela manteve os olhos fechados enquanto pensava sobre o porquê de ter que acordar tão cedo. Em parte, isso era culpa de sua mãe. Tsunade gostava de tudo o mais natural possível e isso incluía, até mesmo, não usar cortinas em seu templo, para que pudesse acordar junto com o sol.

Essa ideia era uma das poucas coisas que fora ensinada a Sakura e que ela realmente repudiava, odiava acordar cedo com todas suas forças. Ela ainda sabia que o sol estava mais forte exatamente naquele local próximo ao templo de sua mãe, já que a mesma, provavelmente, havia obrigado o Deus do Sol, Neji, a clarear ainda mais seus campos e, consequentemente, seu templo.

Sakura suspirou enquanto imaginava como seria ter seu próprio tempo, teria as coisas exatamente como queria, sem ter que dar satisfação quando ficasse fora após o anoitecer cuidando de suas flores e jogando conversa fora com as ninfas, que eram suas amigas. A alegrava saber que isso não demoraria a acontecer, sua coroação estava próxima, apesar de não saber exatamente quando seria, e ela finalmente teria alguma liberdade, apesar de realmente não saber se sua mãe deixaria de ser tão protetora em algum momento de sua eterna vida. Suspirou mais uma vez e cobriu seu rosto com o edredom que estava ao seu lado, iria tentar dormir mais um pouco.

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Sakura acordou numa cama macia, confortável e quente, ao abrir os olhos, percebeu que estava tudo escuro, não era possível ver nada. Demorou alguns segundos para que seus olhos se acostumassem com a iluminação do local.

Era um quarto, ele parecia ter o mesmo formato que o seu, mas, definitivamente, não era. Os móveis eram todos escuros, mas estranhamente modernos, era notável a diversidade de técnicas que se destacavam neles, como se fossem feitos por diversas pessoas de diversos povos diferentes. Ouvia das ninfas que os seres humanos se dividiam em povos e algo que, pelo que ela se lembrava, se chamava países, mas ela nunca foi para a Terra ou teve contato com algum...

Os móveis, apesar de diferentes entre si, combinavam perfeitamente com o ambiente, eram grandiosos, escuros e refinados. Claramente não eram como os rústicos e de madeira que haviam em seu quarto.

Sakura olhou em volta buscando alguém ou algo conhecido, imaginava que um de seus irmãos apareceria para lhe dar um susto, mas não havia sinal de ninguém no quarto. Apesar disso, ela não sentiu medo, o quarto, de alguma forma, lhe trazia um conforto muito grande, talvez pela arquitetura lembrar a do seu quarto, mas ela não podia afirmar exatamente o porquê.

A deusa, então, se inclinou na beirada da cama, olhando direto para o chão. Ele sim era rústico, de uma madeira negra e polída. Sakura estava confusa sobre o que deveria fazer, aquele quarto a confundia, ao mesmo tempo que era totalmente desconhecido, ele também lhe trazia um indescritível conforto.

Mas não podia ficar na cama para sempre, por isso, se levantou, tocando o chão com os pés descalços. Ele não era frio como aparentava. Dando mais um rápida olhada pelo quarto, avistou duas portas, uma logo a sua esquerda e outra mais adiante em sua frente. Foi direto para a mais próxima, tentou abrí-la com calma, pois não imaginava que esta estaria trancada. Tentou abrí-la de novo, desta vez com mais força, mas sem sucesso. Foi correndo em direção à outra porta, mas ela se encontrava da mesma maneira que a outra, trancada.

"Droga", pensou Sakura, agora ela estava realmente preocupada. Ela procurou pelo quarto alguma outra saída, mas não havia nada, nem uma mínima fresta de luz, ela estava trancada em um quarto desconhecido sem algum contato com o exterior, exterior este que ela nem sabia qual era.

Ela não podia impedir as dezenas de perguntas que se formavam em sua cabeça. Como ela foi parar naquele quarto? Ela foi raptada durante seu sono?! Isso não teria acontecido se ela não tivesse sido preguiçosa e dormido mais um pouco... Sakura estava beirando o desespero, se lembrou de, inúmeras vezes, ouvir histórias das ninfas, não se lembrava do final delas, mas sabia o conteúdo cruel que continham. Não se lembrava dos finais porque nunca havia os ouvido, sua mãe sempre aparecia e a tirava do local ou fazia as ninfas se calarem, Tsunade não gostava que Sakura ouvisse estas histórias, dizia que ela, como filha de uma Olimpiana, não precisaria se preocupar com aquelas situações. Bem, parece que estava errada.

No meio da confusão que sua cabeça estava, seus olhos avistaram longas cortinas na parede mais ao fundo, elas eram tão longas que se arrastavam no chão. "Devem estar cobrindo uma janela" pensou a deusa enquanto quase corria na direção delas. Quando chegou próxima o suficiente, tentou puxar para o lado, mas as cortinas eram mais pesadas do que imaginava. Procurando uma abertura, percebeu que as cortinas eram macias e extremamente grossas, mas aproveitar da textura teria que ficar para depois. Logo que achou uma abertura, colocou rapidamente suas mãos por ela, não achou nada de primeira, mas um tanto ao fundo encostou numa superfície gelada, provavelmente uma janela.

Suspirou aliviada enquanto se entrometia pela fresta da cortina, ficando atrás da mesma, entre ela e a janela, que estava a uns poucos centímetros de distância.

- Pelos deuses...

Sakura esperava uma vista olimpiana, com algumas nuvens no céu e um gramado verde sobre a terra logo abaixo. No mais longe dos seus pensamentos, talvez uma vista mundana, na capital da Grécia, um templo em homenagem a algum deus que conhecia, qualquer coisa menos aquilo...

O que estava diante dela era a paisagem mais fúnebre que virá em toda sua existência. Ela estava num lugar muito alto, tudo abaixo dela era escuro. Havia um campo mais ao fundo totalmente coberto por terra negra, logo abaixo do que supostamente era a torre em que se encontrava, haviam ladrilhos, eles tinham um tom de cinza que lembrava o metal fosco. Olhou para o céu e ele estava muito escuro, como se estivesse de noite, mas, estranhamente, aquilo não parecia um céu, não haviam estrelas e Sakura conseguia perceber que ele parecia palpável, era como se estivesse presa dentro de um cubo e o suposto céu fosse apenas um dos lados dele.

Deu três passos rápidos para trás, as cortinas bateram pesadamente entre si, ecoando pelo quarto silencioso. Sakura não sabia o que fazer, estava trancada e não poderia sair pela janela. Um: pela altura realmente grande que ela estava do chão, e outra porque, comparando com lá fora, o quarto que se encontrava parecia muito mais seguro.

O ruído da porta foi a última coisa que ela ouviu, se virou rapidamente na direção dele, mas só conseguiu enxergar uma luz muito forte, tão forte que fazia seus olhos arderem, obrigando-a a cobrí-los com a mão. Uma figura escura, bem ao meio da luz, foi a última coisa que viu antes de tudo escurecer completamente.

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Sakura se levantou num pulo da cama. Estava suando e com o coração acelerado, olhou em volta rapidamente pra ter certeza de onde estava e, felizmente, era em seu quarto.

- Calma, respire. - Sakura se jogou em seus travesseiros enquanto repetia as palavras como um mantra, aquele sonho parecia ter sido tão real.

Após alguns minutos deitada, resolveu se levantar, afinal, não poderia ficar o dia todo na cama. Foi direto para seu armário pegar algum vestido, não podendo deixar de notar o quanto o quarto de seu sonho realmente se parecia com o seu, mas, de alguma forma, era melhor. Aquele quarto que ela se encontrava não era realmente "dela", ela apenas dormia ali, mas os móveis e objetos foram escolhidos a dedo pela sua mãe e, apesar de Temari ter ajudado Sakura com um pouco do design, ela não sentia que ele pertencia a ela.

Suspirou tentando mandar esse pensamento para longe enquanto fazia sua rotina matinal, foi ao banheiro, trocou de roupa, voltou ao quarto e parou diante de um espelho. Ela era bonita, todos sempre lhe diziam isso, e, apesar de ser modesta, não podia deixar de se sentir bem e ainda mais confiante quando escutava. Sakura tinha uma estrutura que lhe agradava, seu corpo era magro, não tinha seios fartos, mas ela gostava deles, sua cintura era fina e ela tinha um belo par de coxas. Sua pele era bronzeada pelo sol, afinal, ela passava muito tempo abaixo dele, seus olhos eram de um verde tão limpo que combinavam perfeitamente com seu cabelo róseo, que agora estava curto, já que a deusa tinha cansado de passar calor com ele quando o mesmo era muito grande. Já havia sido elogiada inúmeras vezes, até mesmo paquerada por alguns deuses, mas ela nunca havia tido uma relação de verdade.

Suspirou pela quinta vez no dia pensando em como conseguiu o "privilégio" de ter uma vida sem nenhum tipo de movimentação. Ela a amava, mas não podia fazer nada quando sua mãe estava por perto, e ela sempre estava.

Abriu a porta de seu quarto e saiu do templo já indo em direção aos campos, cuidar das flores a ajudaria a espairecer um pouco.

O Olimpo estava calmo naquele dia, não havia nenhuma pegadinha aparente de Lee, os deuses olimpianos estavam cada um cuidando de seu trabalho, os deuses menores também, apesar de grande parte estar na Terra. Sakura não demorou muito para chegar nas plantações, as ninfas já haviam começado seu trabalho, regando e plantando novas mudas. Sakura pensava que aqueles campos só poderiam ser enfeitiçados mesmo, desde que nasceu via as ninfas plantando novas sementes, mas eles nunca lotaram, muito pelo contrário, sempre pareciam precisar de mais mudas. Era comentado que tudo que era plantado ali iria para a Terra, então, era um trabalho infinito.

- Sakura, você chegou tarde hoje. - Aquela era uma voz familiar, Sakura se vira na direção dela e reconhece o rosto da ninfa braço direito de sua mãe, Shizune.

- Ah, eu acabei perdendo a hora... - Sakura estava levemente corada ao dizer isso, eram raras as vezes em que se permitiu descansar mais um pouco. Shizune só levantou levemente os ombros e abriu um sorriso, um sorriso que parecia esconder alguma coisa. - Aconteceu alguma coisa nesse meio tempo?

A ninfa não respondeu, apenas segurou o braço de Sakura e a puxou por entre os campos. Ela andava apressadamente, Sakura pensou ter ouvido um "sua mãe tem algo para lhe contar", então, se deixou levar sem reclamar. Tentava, ao máximo, cumprimentar todas as ninfas que encontrava no caminho, elas abriam largos sorrisos quando lhe viam, sempre foram muito carinhosas e cuidadosas com Sakura, ela gostava muito de passar seu tempo com elas, apesar de nunca ter conseguido fazer uma amizade com alguma delas.

Shizune parou quando chegou numa plantação de lavandas, Sakura conseguiu avistar sua mãe logo à frente, conversando animadamente com Temari, que, ao contrário de sua mãe, não parecia tão animada. Isso acontecia muito, Tsunade se animava muito quando começava a falar sobre as coisas que gostava, Sakura se identificava um pouco com isso, mas só um pouco, pois ela ainda conseguia perceber quando a pessoa estava entediada e parava automaticamente quando isso acontecia.

Resolveu intervir logo, Temari não era uma deusa conhecida pela paciência e isso poderia chegar num ponto onde ela teria que ser grossa e, bem, isso não deixaria o clima bom entre as duas durante uns bons anos. Sakura chegou sorrateiramente por trás de sua mãe, Temari a percebeu primeiro e a cumprimentou com um sorriso.

- Bom dia, mãe, Temari. - Tsunade percebeu sua presença e logo parou de falar, ela se virou já com um sorriso gigantesco no rosto. Sakura estava ficando muito curiosa com a notícia que tinha para receber.

- Minha filha! Onde você estava?! Demorou muito para vir, Temari até já havia chego para lhe perguntar sobre a arquitetura que você vai querer para... - Ela parou abruptamente, percebendo que estava falando demais. - Ah! Eu nem te contei ainda. Pelos Deuses, Sakura, finalmente Katsuro atendeu meus pedidos, nada poderia me deixar mais feliz!

Sakura estava começando a entender as coisas, havia poucas coisas pelas quais sua mãe se animava tanto, mas a maioria a envolvia, então, ainda tinha algumas-várias opções.

- Hum... Qual pedido, exatamente, mãe? - Tsunade estava em êxtase, dava pequenos pulinhos e juntava suas mãos murmurando várias coisas desconexas que envolviam "vestidos, festa, discurso, poder" que Sakura não conseguia entender.

Temari percebeu que teria que intervir, como sendo a Deusa da Sabedoria, não era nem um pouco difícil para ela perceber o que fazer nessas situações, problemas familiares ela já havia visto de sobra, sua família era feita à base deles.

- Sua coroação, Sakura. Katsuro marcou ela, eu estou aqui, inclusive, para que você possa me passar os detalhes de como gostaria que estivesse o ambiente no dia.

Sakura não conseguia falar, aquele momento finalmente havia chegado, ela esperava há tantos anos. Ela não era uma deusa velha, mas, para a idade de um deus, ela era muito nova, tinha apenas 20 anos de existência, seus pais deveriam ter milhares. Mas, desde os seus 14, ela sonhava com o dia de sua coroação, o dia em que ela se tornaria uma verdadeira deusa, seriam lhe atribuído atributos e algo seria só dela, os mortais ofereceriam oferendas à ela, se fosse amada (ou poderosa, como Mamoru) claro, além disso, ela teria poderes! Pelos Deuses, nada poderia deixar ela mais feliz naquele momento, ela teria seu próprio templo e seus próprios afazeres, muito provavelmente eles continuariam envolvendo os Campos de Tsunade, mas ela não se importava, amava aquele lugar.

- Eu estou tão orgulhosa de você, cresceu tão rápido... - Tsunade balbuciava enquanto a abraçava, em um estado de alegria absoluto.

"Não dá pra saber qual das duas está mais animada", pensou Temari, as deixando aproveitar aquele momento. A deusa da sabedoria  não teve uma mãe ou um pai presente e realmente paterno, mas já havia visto como os deuses ficam felizes quando seus filhos se tornam deuses menores e, também, como ficam terrivelmente tristes quando isso não acontece. Esse último nunca aconteceria com Sakura, apesar do desespero de Tsunade para que a coroação acontecesse, ela iria acontecer de toda forma, Temari sabia. Sakura é filha de dois olimpianos, é poderosa demais pra ser ignorada, aliás, Mamoru teria a jogado na Terra ainda bebê se ela não se tornasse uma deusa algum dia.

Temari divagava sobre essas relações familiares enquanto saia dos campos, talvez escrevesse algum livro sobre, ou fizesse um semideus para que ele pudesse escrever sobre, era um assunto interessante. Era tão interessante quanto complicado, então, resolveu não pensar demais nessa ideia por enquanto, teria a eternidade para isso.

Tinha outra coisa para elaborar no momento, segundo Tsunade havia lhe falado, Sakura pretendia trilhar o mesmo caminho que ela, se tornando uma deusa pura e virgem. Ela teria que preparar mais uma cerimônia e, apesar de ter a ajuda de Tenten, seria mais uma coisa com o que se preocupar. "Preguiça parece ser contagiante" pensou Temari enquanto dava seu último passo para fora dos grandes Campos, ela tinha uma festa para arquitetar.


Notas Finais


Primeiro, espero que tenham gostado aaaaaah, esse capítulo foi bem mais parado, eu queria mostrar mais como é a relação da Sakura com o Olimpo e com a Tsu, além da apresentação de alguns dos personagens
Dois: gente, tá complicado pra saber se o personagem x é x deus?? Eu tô tentando deixar o mais claro possível, acredito que pra quem sabe de mitologia seja mais fácil de associar, mas se vcs tiverem com dificuldade pode falar que eu faço um relação e deixo nas notas do próximo cap
Três: acho que encontrei o intervalo de tempo entre os caps, eles serão postados de duas em duas semanas, no mais tardar três. Antes que isso não vai dar :( mas eu tbm não vou deixar vcs sem atualização por mais de um mês

E por último, MUITO OBRIGADA pelos coments, favoritos, acompanhamentos e etc, eu fico realmente agradecida e, nem nos meus maiores sonhos, imaginava ter 30 favs num capítulo só. Muito obrigada mesmo <3


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