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História Flerte Excessivo - A reconquista


Escrita por: Caahs

Notas do Autor


Olá! Como vocês estão?

Bom...vocês estão com sorte. O capítulo era pra sair só no sábado, mas como eu passei 24h sem energia elétrica em casa (quase morri por sinal :O) eu resolvi escrever pra passar o tempo. E o resultado foi esse mega capítulo pra alegrar o coração de vocês <3

Tem uma música no final (quem conhecer ganha vários beijos, porque ela é linda) e quem quiser ouvir junto com a fic, pode começar na parte em que o Tony se levanta e faz o convite! Vou deixar uns links aqui:

youtube.com/watch?v=dCOu1CSgeCg
letras.mus.br/enrique-iglesias/18825/traducao.html

Adoro ler a reação de vocês, sério! Faz meu coração ficar beeeem feliz!
Beijos ~

Capítulo 5 - A reconquista


A noite ainda não havia passado e Natasha enviou uma mensagem para Clint e Bucky na esperança de evitar um desastre ainda maior. Ela já imaginava o que tinha acontecido na festa, só não sabia com quem. Tony tem esse terrível apego pela bebida, levando-o a cometer atos idiotas consequentemente. Mas talvez ainda não estivesse tudo perdido entre os dois. Natasha esperava que o caminho tomado tivesse volta, afinal, sabia que no fundo, ambos foram feitos um para o outro.

Sem conseguir pegar no sono, Natasha tentou ligar para Clint sem sucesso, mas Bucky a atendeu imediatamente.

"Nat! Você não sabe quem eu encontrei perdido lá em cima." Bucky tinha uma habilidade incrível de não se embriagar facilmente e Natasha nunca foi tão grata por isso.

"Como ele está?" Ela perguntou aliviada.

Era possível ouvir Tony resmungando no fundo do ambiente, que agora possuía um barulho não tão alto já que várias pessoas já tinham ido embora.

"Bem que não está. Ele não para de choramingar e chamar pelo Steve." Bucky disse e gritou de fundo para que Tony calasse a boca.

"E as roupas estão...?" Ela não gostava nem de pensar no que poderia ter acontecido depois que Steve fechou a porta do quarto na casa de Sam.

"Por incrível que pareça estão intactas. Eu subi não muito tempo depois que o Steve desceu." Ele explicou pelo telefone.

"E o outro?"

"Ah, esta parte é ótima! Ele disse que ficou puto quando soube que foi trocado pelo Steve e quis dar o troco. Ofereceu umas 5 bebidas diferentes para o Tony e o levou rumo ao quarto." Disse Bucky rindo.

"Uau..." Natasha expressou sua surpresa. "Nem tudo está perdido então."

"Não sei Nat.…Steve não costuma perdoar coisas desse tipo." Bucky disse incerto sobre a situação.

"Não, não costuma. Mas se é pelo Tony ele esqueceria facilmente." Ela estava confiante nisso.

"Se por facilmente você quis dizer se ajoelhar com um buquê de flores gigantesco e implorar para tê-lo de volta, talvez." Bucky comentou. "Tá vendo o que você fez? Se eu não soubesse o quão bem vocês fazem um ao outro você estaria perdido Stark." Ele se voltou para Tony, que estava encostado na parede mais próxima dizendo coisas sem sentido.

"E o Steve?" Perguntou o amigo.

"Está no quarto. Duvido que esteja dormindo, mas não quero incomoda-lo ainda mais." Natasha fitou a porta do quarto de Steve e suspirou.

"Às vezes ele precisa ser incomodado para não fazer nada de que se arrependa depois."

O silêncio dominou a conversa por um breve tempo, até que se ouviu uma voz mais madura presente do lado de Bucky.

"O motorista está aqui. Te ligo depois Nat." Se despediu Bucky para ajudar o motorista robusto e levar o jovem embriagado para dentro do carro.

Tony acordou com uma forte dor de cabeça, ela palpitava mais com a mínima claridade que invadia seu quarto e atingia seu rosto, fazendo-o resmungar com uma voz baixa e sem força. Seus pensamentos estavam totalmente embaçados, como se tivesse desmaiado e ganhado um belo lapso de memória quando acordado novamente. Tentou se focar e lembrar da noite anterior, mas o máximo que conseguia era visualizar Steve em sua mente e o quão delicioso e bonito ele estava com aquela polo azul marinho. Steve...ele estava dançando com Tony, não era? E depois disso...depois disso Tony não foi capaz de ver cena alguma, era como uma página em branco de um livro. Se quer podia dizer o horário em que ligou para Happy e chegou em casa.

Levantando a cabeça lentamente para que a dor não se propagasse mais ainda, Tony arriscou abrir os olhos, mesmo já sabendo do incômodo que lhe estava por vir. Os manteve com uma ligeira abertura e observou o quarto. Percebeu o cheiro de álcool impregnado em suas roupas, misturado com um odor nada agradável de vômito. Por mais que inúmeros sinais mostrassem para ele o contrário, Tony ainda acreditava fielmente que a noite havia terminado bem.

"Jarvis...?" Requisitou a presença de seu mordomo, ainda levemente perdido.

"Sr. Tony, são 13:03, o senhor deseja comer ou beber alguma coisa? Sugiro uma água para ajudar em sua reidratação e um remédio para lidar com sua aparente ressaca." Respondeu prontamente.

"Pode ser.…" Tony aceitou e sem mais demoras lhe foi entregue o pedido enquanto se ajeitava em sua cama.

"Jarvis...que horas eu...cheguei?" Perguntou o gênio.

"Creio que Happy o retornou por volta das 4 da manhã sr. Tony."

4 da manhã? Tony ficava ainda mais perdido com cada pedaço de informação que vinha a receber. Resolveu procurar pelo seu celular para buscar algum indício do que havia acontecido.

Com 3 mensagens não lidas e uma ligação não atendida coisa boa não podia ter ocorrido.

Tony ignorou as notificações e ligou para Natasha, ela deveria saber de alguma coisa, sendo sempre a mais sóbria de todas as festas que já teve o prazer de frequentar. Ela não o atendeu e ele também não demonstrou interesse em deixar uma mensagem de voz, perda de tempo. Tentou então ligar para Steve; com sorte ele saberia das coisas, mas recebeu o mesmo tratamento, se não pior, pois o celular de seu namorado acusava estar simplesmente desligado. Isso não podia ser um bom sinal, não para Tony.

Havia então uma ligação e mensagem de Pepper na manhã do dia atual. Uma mensagem de Bucky e outra de um número desconhecido, que lhe dizia o seguinte:

"Espero que tenha gostado da nossa noite Tony." -Justin.

Justin? Quem era esse cara? Tony não fazia ideia de quem poderia ser, mesmo não conhecendo muitos Justins. Era cedo e ele estava cansado demais para tentar descobrir de onde essa pessoa surgiu, seguindo para a próxima mensagem, de Bucky.

"Stark, é bom você dar um jeito na bagunça que você fez ou então as coisas não vão ficar muito boas pro seu lado." - Bucky.

Se ele já não imaginava antes, agora Tony tinha certeza de que tinha feito algo na noite anterior, uma coisa que não aparentava ser boa. Isso o deixou com uma sensação terrível de pavor, pois começou a pensar em Steve lhe dando as costas e indo embora, para sempre. De todas as coisas essa seria a pior para Tony, afinal, passou praticamente sua vida inteira de colégio atrás de Steve, mesmo antes dele ir para o acampamento militar e voltar extremamente mais atraente e definido. Mal pôde tê-lo e já fizera a maior estupidez de sua vida, perdendo-o.

Mas ainda poderia ter salvação e Tony sabia a pessoa exata para ajudá-lo a recuperar seu namorado.

"Boa tarde Tony." Respondeu uma voz feminina no telefone.

"Pepper! Salvadora da pátria Pepper Potts! Como você está?"

Tony sabia que ela era a melhor escolha. Em tempos difíceis com decisões complicadas, a única pessoa que fazia com que Tony conseguisse enxergar além do comum era ela. Não é à toa que os dois eram melhores amigos. Pepper era especialista em salvar e ajudar Tony em enrascadas que a vida lhe presenteava.

"Eu bem, mas você nem tanto. Andou bebendo de novo Tony?" Só pela voz diferenciada de Tony ela podia dizer que havia algo fora do comum.

"Quase isso..." Tony disse envergonhado por deixar ser descoberto com tanta facilidade.

"É algo com o Steve, não é? Vocês discutiram de novo?" Ela questionou com quase certeza absoluta de que estaria certa.

"Não exatamente..." Tony disse. "Sabe querida, eu sei que deveria ter te contado isso antes, mas, sabe...eu estou, ou melhor, estava namorando com o Steve até a noite passada e você precisa me ajudar pelo amor de Deus Pepper." Ele se desesperou.

"Tony, respira." Ela esperou ouvi-lo tomar o ar para dentro de seus pulmões para continuar. "Primeiro, como assim você estava namorando Steve Rogers e não me contou!? Segundo, o que aconteceu noite passada Anthony? Ela precisava, assim como Tony, respirar fundo para lidar com esse tipo de situação.

Pepper estava cansada de ouvir Tony falar de Steve todos os dias. Desde a primeira vez em que o gênio olhou para sua direção e trocou meia dúzia de palavras com ele é tudo sobre o que consegue conversar. Steve aquilo, Steve isso. Mas ao mesmo tempo ele insistia que não estava apaixonado por ele, era só uma paixão estúpida que iria em breve desaparecer. Certo, ainda bem que Pepper é mais esperta e nunca acreditou nessas palavras de Tony.

"Você lembra do Sam? Amigo do Steve? Moreno e alto? Então, foi o aniversário dele ontem e estava indo tudo bem até um certo ponto, porque depois de uma hora eu não me lembro de mais nada, mas sei que devo ter feito algo de errado, eu sempre faço isso. Por que eu tenho que ser assim Pepps? Por que eu tenho que estragar tudo sempre?" Tony choramingou com raiva de si mesmo.

"Tony, dá para você se acalmar? Eu farei o que puder para te ajudar, prometo. Mas me prometa, prometa que não vai ficar pensando em coisas desse tipo Tony. Não gosto de ver você se depreciar desse jeito, é doloroso demais para mim."

"Então você nem sabe ao certo o que aconteceu e já está ficando louco ao pensar que traiu seu namorado?" Ela continuou.

"Eu sei que fiz algo de errado Pepper, eu consigo sentir." Tony explicou, consciente do aperto que sentia em seu coração e da leve tristeza que o invadia sem pressa.

"Ok. Você precisa falar com ele Tony." Pepper sugeriu.

"Ma- mas meu doce, eu não vou aguentar olhar nem cinco segundos para aquele rosto sem querer virar as costas e correr para bem longe. Aqueles olhos azuis, me olhando com ódio, repúdio e uma infelicidade tremenda vão me quebrar e eu não vou conseguir pronunciar nada que não sejam desculpas esfarrapadas pelo o que fiz." Tony não conseguia mais alinhar seus pensamentos em algo coerente.

"E como você espera ter seu namorado de volta se nem quer se dar o trabalho de falar com ele?" Pepper disse irritada com a maneira com que Tony pensa. Ele pode até ser um gênio, mas em questão de relacionamentos ele se parece mais uma criança aprendendo a usar o vaso sanitário.

"Eu...eu não sei." Disse Tony com sinceridade,

"Nós temos que batalhar por aquilo que ama-"

Tony a interrompeu. "Não ouse usar esta palavra. Eu só tenho uma relação afetiva extremamente avançada com ele." Ele tentou se defender.

"Certo, chame como quiser. Mesmo assim, você precisa ir à luta, se é que você realmente o quer de volta."

"Quero, eu o quero muito." Tony admitiu.

"Ótimo! Agora vai! Levanta desta cama, vai lavar este rosto e pensa no maior pedido de desculpas da sua vida." Pepper disse se despedindo em seguida.

"Tudo bem. Pepper...obrigado." Tony falou antes de desligar em eterna gratidão a amiga.

Tony sabia que ela não tinha obrigação alguma de ajudá-lo, não havia nenhum tipo de contrato dizendo que ela é a responsável por tomar conta dele em situações desesperadoras. Mas mesmo assim ela fazia essa difícil tarefa de tentar deixar Tony Stark são e consciente quando nem ele mesmo podia mais. E Tony, apesar de não revelar, sempre será eternamente grato a ela, por tudo que já fez ela passar em pró de sua própria felicidade.

A algumas quadras de distância Steve se sentava em sua cozinha para tomar seu café da manhã, depois de uma noite pessimamente dormida. Era nítido o cansaço estampado em seu rosto, suas olheiras se destacavam e demonstravam o resultado de uma noite para ser totalmente esquecida. Steve percebeu o olhar de Natasha, sua expressão exalava a mais pura curiosidade. Por dentro ela morria de vontade de perguntar de uma vez por todas o que havia deixado Steve tão abalado, mas por fora residia o medo de se intrometer em assuntos aos quais ela não tem permissão para opinar. Mesmo Steve sendo seu amigo, um dos melhores, sabia que ele preferia guardar algumas informações só para si mesmo e só compartilhá-las em casos de extrema necessidade.

"Espero que pelo menos alguém aqui tenha dormido bem esta noite." Steve comentou sem olhar diretamente para Natasha.

"Só se você estiver falando de algum animal de estimação novo." Ela disse ironicamente em voz baixa.

Steve deu um riso forçado e retornou a atenção para sua comida, mas sem muito apetite para apreciá-la devidamente.

"Eu queria acreditar que tudo não se passou de um sonho, um pesadelo. Sabe?" Ele voltou a falar. "Vejo a cena se repetindo das piores maneiras possíveis na minha cabeça e por mais que tente não consigo me fazer esquecer o que vi."

"O que aconteceu Steve?" Natasha se atreveu a perguntar e pousou uma mão no ombro amigo, convidando-o a dividir seus pensamentos.

Steve suspirou em alto e bom som, tomando coragem para reviver aquilo mais uma vez, mesmo sendo doloroso ele sentia que deveria dizer a ela. "Eu vi o Tony com outro cara." Resumindo os fatos. "Eles estavam claramente bêbados e é óbvio que ele nem me reconheceu. Eu fico lembrando do olhar sem graça que estava em seu rosto depois de perceber que a porta tinha sido aberta e eu estava ali." Terminou de dizer encarando a mesa de maneira focada, incapaz de olhar para a amiga ao seu lado.

"Steve...se serve de algum consolo Bucky o tirou de lá quase que imediatamente depois que você desceu. E disse também que o garoto o embebedou propositalmente." Ela comentou.

"Isso não diminui a gravidade do que ele fez."

Natasha sabia que seria difícil convencer o amigo de que ele não deveria desistir do seu romance tão esperado, dando uma chance final para Tony poder se explicar. No fundo ela sabia que ele iria tentar ao máximo entender o lado do outro, conhecendo Steve como ela. Ele é uma pessoa extremamente compreensiva, e assim como acreditaram que ele poderia participar de um acampamento militar quando ninguém mais conseguia ver o seu valor, ele tem essa tendência de procurar o melhor em cada um. De qualquer forma ela iria se esforçar para fazê-lo enxergar o que estava conturbado e confuso em sua mente.

"Não, com certeza não. Mas eu acho que você deve escutar o que ele pode querer te dizer no futuro."

"Eu irei ouvi-lo. Porém, não garanto se o perdoarei."

"Você está com medo, não é? Medo de que ele venha a repetir os atos." Natasha o lia como a palma de sua mão.

"É claro que sim Nat! Eu...eu mal dei uma chance, mal me deixei ser levado por essa onda de paixão que me envolveu e olha o meu estado agora! Eu sempre faço isso, me entrego e no fim da história fico machucado e acabo sozinho. Será que vai ser sempre assim?"

Natasha o abraçou e deitou sua cabeça no ombro de Steve, consolando-o como achava melhor.

"Claro que não. Você merece muito mais do que tudo isso Steve, você é uma pessoa incrível."

"E quanto mais eu terei que errar até que finalmente acerte?" Steve pensou alto.

Se sentindo extremamente desgastado e frustrado com o rumo que a conversa tomou, Steve respirou fundo e fechou os olhos, tentando se concentrar nas coisas boas que ainda tinha a felicidade de ter. Por sorte ele e Tony não ficaram tempo suficiente juntos para Steve se entregar completamente a ele, mas isso não vinha a significar que seu coração não estava sentindo a dor que fingia, com todas as suas forças, ignorar.

Depois de um longo momento de silêncio Natasha recolheu o rosto de Steve em suas mãos e o obrigou a olhar no fundo dos olhos dela.

"Escuta, não gosto de te ver assim e o Bucky vai sentir um ódio tremendo por ter estado tão perto do Tony e não o ter agredido por ter te deixado assim. Mas eu sinto que não é o fim de tudo ainda. Quero que você confie em mim." Natasha lhe pediu carinhosamente.

"Se você tem tanta certeza disso…tudo bem." Steve devolveu um sorriso breve, mas sem alegria.

Os dias se passaram e nenhum sinal de Tony. Na segunda-feira Steve chegou esperançoso e ao mesmo tempo nervoso em ter de encarar seu "ex" namorado de novo. Mas para seu alívio pessoal, ou não, não havia nenhuma indicação de que ele viria para as aulas. Soltou um suspiro entristecido ao olhar para a carteira em que ele costumava sentar-se. Não havia mais ninguém para Steve observar e analisar minuciosamente cada movimento. Ele sentia falta de ter alguém ao seu lado, alguém para se encontrar e conversar durante os intervalos e almoço. Não que seus amigos não o ajudassem, mas Tony era mais do que isso, ele lhe dava um motivo a mais para estar ali.

Ele tentou ligar para Steve, mas esse recusou e exigia que se houvesse algum tipo de conversa que ela fosse feita de pessoa para pessoa. Queria ter certeza de que veria o arrependimento nos olhos de Tony. Simplesmente aceitá-lo de volta sem estar certo de que não iria se machucar de novo era loucura, até mesmo para Steve.

Dentre seus amigos, Sam parecia o mais sentido com a história, justamente por ter dado o espaço adequado para tudo acontecer. Mesmo com Steve insistindo que a culpa não tinha sido dele, o homem não deixava de pensar que poderia ter feito algo para evitar. Talvez se ele tivesse cortado o álcool das bebidas teria sido melhor, mas uma festa não seria a mesma sem a sua clássica fonte de diversão.

Todos tentaram ajudar o amigo, mas mesmo o arrastando para os lugares mais divertidos que a cidade tinha a oferecer podiam perceber em seus olhos que não estava completamente feliz. Esse era o grande problema de conviver com Tony Stark. Uma vez que se acostuma com ele, é inadmissível que ele não esteja mais presente.

Finalmente, depois de duas semanas após o incidente infeliz Tony pensou no plano perfeito para conquistar Steve de volta. Ele havia planejado tudo minuciosamente para que nada desse errado. Contratou os melhores chefs e o lugar mais bonito que conseguiu encontrar com a ajuda de Jarvis, Pepper e Natasha, é claro. Ela ajudou Tony durante esse tempo todo, agindo como uma espécie de espiã, relatando os estados de Steve para Tony, pois ela queria muito que os dois se reconciliassem, pelo bem deles mesmo. E foi graças a ela e seu sábio poder de convencimento que Tony esperava Steve em um estabelecimento pequeno, mas extremamente elegante, sentado em uma pequena mesa decorada com duas pequenas velas e algumas flores cor de lilás.

Tony fitava seu relógio de pulso o tempo inteiro e sua perna acompanhava seu nervosismo, não sossegando um segundo se quer. Ele não sabia ao certo o que Natasha disse para Steve, só que ela confirmou sua presença e mencionou que ele estaria chegando em breve. Apesar de ter treinado em frente ao seu espelho, com Jarvis e até através de uma videoconferência com Pepper, as exatas palavras que iria dizer para Steve quando ele chegasse Tony não sabia se seria capaz de dizê-las. E do fundo de seu coração ele esperava que sim.

Steve se dirigia ao lugar que Natasha e Bucky tinham combinado de se encontrar com uma certa desconfiança. A cada lugar que iam ele temia ser uma peça para que fosse forçado a se encontrar com Tony e conversar. E no momento em que um simples garçom abriu as portas do singelo restaurante e Steve notou a falta de pessoas no seu interior sabia quem estaria lhe esperando.

E lá estava Tony, bem vestido como sempre. Ao avistar Steve ele se levantou rapidamente e limpou as gotas de suor que se acumulavam em suas mãos na sua calça. Não se importando nem um pouco com o preço que havia pago nelas, poder ver o rosto da pessoa que tanto...gostava de novo valia mais do que qualquer outra coisa.

Steve agradeceu curtamente o garçom a se aproximou de Tony, indeciso sobre como deveria cumprimentá-lo. Resolveu dar somente um aceno com a cabeça, reconhecendo sua presença e sentando-se na cadeira destinada a ele.

Desapontado pela frieza de Steve. Tony logo tornou a sentar-se novamente, fitando suas mãos.

Percebendo a tensão situada no local o garçom se aproximou.

"Boa noite senhores, meu nome é Tom e serei seu garçom nesta linda noite de outono. Gostariam de pedir alguma bebida?" Ele se apresentou cordialmente.

"Só água para mim, por favor." Disse Tony ainda não levantando a cabeça.

"Duas, por favor." Respondeu Steve, sorrindo educadamente.

Não demorou para que o clima se estabilizasse do mesmo jeito de antes, mas dessa vez Tony engoliu seco, fechou os olhos brevemente, se encorajando e fixou seus olhos aos de Steve.

"Steve, eu..." Ele estava se perdendo, não podia deixar isso acontecer, não era o que tinha planejado. Precisava se concentrar. "Sei que não adianta pedir desculpas depois do que eu fiz, mas eu vou tentar mesmo assim. Me desculpe." Tony abria e fechava a boca, com medo de dizer o que não deveria, ou de não dizer nada. Esperando por uma reação de Steve, qualquer movimento bastava.

Fitando as mãos que repousavam sobre a mesa entrelaçadas, Steve suspirou e olhou para o rosto de Tony. Podia ver nitidamente o desespero ali presente, as gotas de suor que faziam com que sua pele brilhasse mais do que o normal, o tremor que tomava conta de seu corpo e o medo espalhado em seus olhos. Por baixo de camadas compostas por muitas roupas elegantes e de marca Steve sabia que residia uma pessoa totalmente diferente do que se deixava mostrar aos outros. Aquilo não era mera atuação, era realmente como ele se sentia.

"Tony...eu não vou mentir para você, se tivesse vindo falar comigo há duas semanas atrás eu provavelmente não iria te perdoar e nem prestar atenção no que você teria para me dizer. Mas...confesso que senti sua falta e-"

"Eu senti muito a sua falta Steve." Interrompeu Tony e disse em seguida que percebeu seu erro. "Desculpe, pode continuar." Abaixando a cabeça novamente.

Tony ouviu uma pequena risada escapar de seu acompanhante e olhou curioso. Steve balançava a cabeça em negação e mostrava, mesmo que timidamente, seus dentes perfeitos.

"Acho que nunca ouvi você dizer a palavra 'desculpa' tantas vezes em um único dia." Steve comentou.

Tony não sabia se ficava feliz com o sorriso, com as palavras ou com o fato de que Steve acabara de fazer uma brincadeira com ele.

"De qualquer jeito, eu andei pensando muito sabe. Bucky me contou que o Justin te embebedou de propósito." Ele pausou.

"Justin? Aquele garoto era o Justin? Justin Hammer?" Tony perguntou incrédulo com a informação.

Justin sempre foi uma pessoa que procurava, em todas as oportunidades, prejudicar Tony e fazer de sua vida um verdadeiro inferno. Mas nunca imaginou que ele poderia chegar a esse ponto. Quando Tony chegou a dar uma mínima chance a ele o garoto se mostrou ser um completo pé no saco, fazendo com que Tony desistisse completamente da ideia dele.

"Sim..." Steve disse incomodado. Ainda não havia superado o fato de ter alguém como Justin se intrometendo em sua vida pessoal dessa forma. "Continuando, eu estou considerando ouvir o que você tem para me dizer sobre o assunto e tirar minhas conclusões a partir disso."

Tony recuperou o ar que havia lhe escapado durante a fala de Steve e começou a dizer o que realmente estava sentindo naquele momento. "E-Eu fico feliz por você ter decidido me escutar de forma tão...madura. Não que você não seja maduro nem nada, pelo contrário, você é-" Tony gesticulava demasiadamente com as mãos, mostrando que não estava completamente calmo.

"Tony, foco." Steve disse mais sério dessa vez.

"Eu só queria dizer que você é incrível e eu percebi que se perder alguém como você vou me achar um completo idiota pelo resto da minha vida. Só pelo fato de ter deixado partir uma das pessoas mais...mais completas que já pude conhecer e ficar ao lado, nem que tenha sido por uma mera e curta semana." Tony terminou o discurso se concentrando nos olhos de Steve, que pareciam nunca terem apresentado um tom de azul tão límpido.

O sorriso de Steve disse a Tony que ele havia entendido perfeitamente o que ele quis dizer com as palavras que saíram de sua boca. O deixando contente e aliviado em certa parte.

"Sabe o que é mais engraçado Tony?" Steve perguntou retoricamente. "Por mais que eu queira, que eu pense que estou bem sem você, não consigo deixar que a felicidade venha até mim. Parece que ela tem uma alta afinidade por você." Admitiu.

Houve um período em que nada foi dito entre eles, nenhum dos dois sabendo como continuar a conversa. Tony não imaginava que fosse ser desta maneira, esperava uma barreira maior a ser enfrentada. Por outro lado, Steve não pensava, nem em seus sonhos mais utópicos que fosse ouvir algumas palavras as quais acabara de processar. Ambos esbanjaram um grande sorriso com seus próprios pensamentos, não sabendo do alívio que acabaram de sentir e da alegria que lhes invadia sem se quer pedir licença.

O garçom escolheu a hora perfeita para retornar com as bebidas, entregando-lhes o cardápio contendo os pratos principais, para que decidissem.

"Então...por onde você andou todo esse tempo?" Steve perguntou enquanto lia as opções de comida, debatendo mentalmente se o filet mignon com batatas seria melhor ou pior do que um pato com laranja.

"Planejando isso, o discurso, tudo." Tony disse com sinceridade, abaixando o cardápio e chamando o gentil garçom.

"Você demorou duas semanas só para isso? Não precisava de tanto esforço Tony..." Steve sentiu o calor se espalhar por suas maçãs do rosto. Sentia-se lisonjeado pelas ações de Tony,

"Você não é só isso Steve, você é tudo isso e muito mais. Quem me dera ter mais tempo para pensar em algo ainda mais grandioso." Tony pensou alto.

"O-Obrigado..." Steve respondeu sem jeito e envergonhado repentinamente.

Ambos pediram seus pratos e Tony cochichou algo no ouvido do garçom, tornando seu olhar para Steve rapidamente, piscando com um dos olhos em sua direção.

Pouco tempo depois Steve pôde observar uma certa movimentação pessoas com instrumentos e um microfone, conectando fios e testando amplificadores. Como se já não bastasse ter alugado o lugar, contratado pessoas, ele também reservou uma banda? Tony parecia mesmo ter se empenhado ao máximo para que tudo fosse de grande agrado a Steve, que ficava a cada minuto mais feliz com os gestos de afeto de seu companheiro. Steve sabia que esse era o jeito que Tony tinha de demonstrar seu carinho pelas pessoas, ele gastava dinheiro com elas, comprava a elas presentes caros e extravagantes, com a simples função de lhes trazer alegria, o deixando extremamente satisfeito com os resultados que normalmente obtinha.

Os pratos chegaram, mas a conversa continuou. Steve até chegou a se questionar se não estaria o desculpando muito rapidamente, mas esquecia completamente essa linha de pensamento quando presenciava a risada de Tony. Se fosse por isso ele decidiu que valia a pena se arriscar um pouco mais.

O jantar estava maravilhoso aos olhos e paladar de Steve, depois de tomar um exótico sorvete de rosas de sobremesa se sentia plenamente satisfeito com todos os caminhos que resolveu seguir, não se arrependendo deles nem um pouco. E sempre se lembrando de agradecer a Natasha e Bucky, principalmente, por terem o apoiado tanto em um momento de difícil raciocínio como esse.

Tony sabia que a noite não havia acabado ainda, a chave de ouro ainda estava por vir. E então se levantou, parou ao lado de Steve e lhe estendeu uma das mãos, mantendo a outra atrás, nas costas, em um gesto formal.

"Me concede esta dança sr. Rogers?" Tony engrossou a voz e perguntou sedutoramente.

Steve foi pego de surpresa pelo gênio, não sabendo como proceder. Afinal, não sabia dançar.

"Vamos, eu posso te ensinar." Insistiu Tony, lhe mostrando um sorriso de tirar o fôlego.

Tony sentiu o calor da mão de Steve sobre a sua assim que o cantor começou a cantar uma balada romântica. Ajudando-o a se levantar ele logo repousou suas mãos no pescoço de Steve.

Would you dance, if I asked you to dance?

"Coloque suas mãos na minha cintura." Tony aguardou até que as sentiu. "Agora é só andar comigo, um passo de cada vez, bem devagar." Eles se desencontraram, indo cada um para um lado.

Would you run and never look back?

Ambos riram e Steve levou suas mãos para seu rosto, se afastando.

Would you cry if you saw me crying?

"Não desista!" Tony disse carinhosamente pegando as mãos de Steve, liberando seu rosto e colocando-as de volta em sua cintura.

Would you save my soul tonight?

"Para a direita ok?" Tony sugeriu.

Would you tremble if I touched your lips?

"Um, dois. Um, dois. Você está indo bem." Tony comentou, encostando a cabeça lentamente no ombro de Steve, com medo de estar avançando as coisas rápido demais.

Would you laugh? Oh please tell me this.

"Agora só falta parar de encarar os seus próprios pés." Tony riu. "É só se deixar levar pela melodia."

Now would you die for the one you love?

"É fácil para você falar..." Steve tentou fechar os olhos, repousar a cabeça na de Tony e se mover de acordo com a música.

Hold me in your arms tonight.

Steve apertou um pouco mais seus braços, trazendo Tony para mais perto. A melodia era intoxicante, tal como o cheiro de Tony misturado com sua colônia. A voz aveludada do cantor era reconfortante, e Steve corava com cada frase cantada por ele. Será que Tony escolheu essa música justamente para ele? Sua letra era tão...profunda. Podia sentir as emoções por trás dela sem esforço algum. Era uma sensação maravilhosa e não havia outro lugar ou pessoa com quem Steve preferia estar do que agora.

I can be your hero baby.

I can kiss away the pain.

I will stand by you forever.

You can take my breath away.

Perdidos em passos simples nenhum dos dois percebeu que a música havia terminado. Se separaram poucos centímetros, o suficiente para conseguirem olhar um ao outro.

"Steve, preciso que você me responda uma última pergunta." Tony disse mantendo uma mão atrás do pescoço de Steve e a outra na região de seu peito.

Por um breve momento Tony até se esqueceu do que tinha que perguntar de tão proveitoso que estava sendo esta ocasião. Mas é claro que se lembraria, não poderia dormir em paz sem ouvir de Steve uma resposta para isso.

"Você ainda quer ser meu namorado?" Disse Tony amedrontado.

Seu companheiro não respondeu imediatamente, mas tomou lhe alguns segundos para agir. Trazendo o rosto de Tony para perto do seu com ambas as mãos ele o beijou. Não era um beijo caloroso e nem muito rápido, mas foi o ato mais sincero que conseguiu encontrar para expressar sua resposta para Tony. Como ele podia rejeitá-lo depois de tantas coisas que lhe fez em uma só noite? Bastou uma noite como essa para Steve perceber que talvez sentisse mais do que uma simples atração e que muito provavelmente este era só o começo de um sentimento que tinha tudo para crescer ainda mais.

Tony o puxou para mais um beijo e o levou para casa. E chegando em sua mansão pode finalmente, depois de duas estressantes e longas semanas, respirar com calma, livre de toda aquela tensão que fez questão de participar de uma parte de sua vida. Ele estava feliz por ter seu namorado de volta e deixar para trás um episódio que talvez, só talvez, tenha valido a pena viver. Assim Tony dormiu, ansioso para poder contar a Pepper que tudo deu certo e, infelizmente, continuar mais uma semana de aula.


Notas Finais


Eles são tão perfeitos <3


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