História Flor Assassina - Abandonado

Sasuke On:

Eu estava com muita preguiça de levantar da cama. Essa está sendo a melhor noite da minha vida! Abri os olhos devagar, e senti um cheiro de cerejas e álcool. Mas ela não estava na cama. Levantei a cabeça lentamente, e ouvi um barulho no banheiro.

Na mesinha de cabeceira havia um relógio digital, que marcava 22h02m. Levantei-me, e estava me sentindo bem melhor. Não havia mais sinais da dor de cabeça, nem do mau humor. As lembranças do que acabamos de fazer me vieram à mente agora. Se eu achava que estava apaixonado, agora tinha certeza absoluta.

Procurei minhas roupas no chão, mas só achei a boxer preta e a calça. Vesti-me com elas. Ao lado da cama, vi os “restos” da camisa. Não tinha mais como usá-la. Eu não conseguia parar de sorrir. Resolvi perguntar a ela se tinha algo do pai, ou de outra pessoa que ela pudesse me emprestar.

Entrei no banheiro, e vi a silhueta dela pelo vidro embaçado do box. Dei um passo em sua direção, mas esbarrei na pia, fazendo com que um objeto caísse. E quando dei por mim, já havia uma arma apontada para minha cabeça! Levei o maior susto!

- O que você tá fazendo?! –perguntei, meu coração estava disparado.

- Ah, é você. –ela disse tranquila, ainda apontando a arma para mim.

- Mas que tipo de pessoa leva uma arma para o banho? –perguntei incrédulo, até levantei as mãos para cima, parecia um assalto!

- Pessoas com muitos inimigos, como eu! –ela deu um sorriso torto.

- Não vai abaixar essa coisa? –perguntei olhando o jeito que ela estava, com a metade do corpo dentro do box, e a outra fora, com o braço esticado segurando a arma na minha direção. Só dava para ver metade de seu rosto. Eu estava a 30 centímetros dela.

- Só quando você sair daqui. Preciso terminar de tomar banho. –ela disse como se fosse muito óbvio.

- Por quê? Não tem nada aí que eu não tenha visto antes. –sorri maliciosamente para ela. Ela riu.

- Me espera lá em baixo, ok! Eu já tô terminando. –ela disse abaixando a arma.

Eu me aproximei e segurei sua nuca. Não houve protestos. Então eu a beijei. Foi doce e quente. Pedi passagem com a língua, e ela deu. Quando já estávamos ofegantes, ela me afastou e fechou o box. Fiquei ali, tentando respirar.

- Isso ainda não acabou. –eu disse indo para a porta, e escutei uma risada dela antes de fechar a mesma.

Desci as escadas, e fui em direção à cozinha. Afastei uma cadeira e sentei-me perto da mesa. Até que avistei certo envelope laranja em cima do balcão. Levantei e ao pegá-lo uma foto caiu no chão. Reconheci o homem nela, era o homem ruivo com piercings que viera falar comigo ontem. Falar e ameaçar.

Peguei a foto, e ouvi passos atrás de mim. Ela era rápida! Já estava com um vestido curto cinza escuro tomara-que-caia. E seu cabelo estava preso em um coque. Ela notou o que eu tinha nas mãos, e se aproximou.

- Quem é ele? –perguntei. Ela pegou o envelope de minhas mãos e colocou-o de volta no lugar, deixando-me só com a foto.

- Ele é o responsável por eu ser o que sou. –ela disse séria. Notei que ela nunca usava o termo “assassina”.

Eu olhei o homem ruivo na foto.

- Pain. –sussurrei inconscientemente, e ela me olhou assustada.

- Como sabe o nome dele? –perguntou com certo desespero na voz.

- Ele estava em frente à minha casa ontem. Foi falar comigo sobre você e eu...

- E você só me diz isso agora! –ela me interrompeu exaltada.

- Por que ficou assim só por causa disso?

Ela riu sem humor nenhum. Pegou as chaves da moto no balcão, e foi em direção à sala. Eu fui atrás dela. Ela já estava colocando a jaqueta e depois as botas. Soltou o cabelo e abriu a porta.

- Aonde você vai? –perguntei seguindo-a.

- Não é seguro aqui. Não acredito que não me contou sobre isso antes! Você não sabe o que poderia ter acontecido! –ela dizia enquanto subia na moto, que estava na rua ao lado. – Sasuke, pega uma camisa no último quarto do corredor lá em cima. Se vista e pegue um táxi. Vá direto para casa. Não fale com ninguém. Entendeu? –ela já estava dando partida.

- Mas Sakura... –eu tentava não me desesperar, mas não estava dando muito certo. -... E o que aconteceu? E nós dois? Você vai me deixar aqui sem mais nem menos?

Ela me lançou um olhar de desculpas.

- O que aconteceu? Foi incrível. Nós dois? Ficaremos bem, eu acho. E eu preciso deixar você por enquanto, é o mais seguro a se fazer agora. Desculpa. A gente se vê na escola amanhã! –ela disse a ultima frase enquanto saia.

Eu fiquei ali, olhando-a sumir no horizonte escuro. Não conseguia acreditar. Se eu soubesse que ela faria tanto caso por causa disso, não teria falado nada. Entrei novamente na casa, e fiz o que ela disse. Depois de vestido, calcei os sapatos e chamei um táxi. Quando cheguei em casa, ninguém tinha notado que eu não apareci na escola hoje. Pelo menos isso!

Minha mãe perguntou se eu queria comer alguma coisa, mas eu recusei. Estava ficando deprimido. Agora eu e Itachi somos dois. Subi a escada, e ao passar em frente ao quarto dele escutei uma música triste vindo de lá. Entrei no meu quarto e caí na cama. Fechei os olhos, e tentei não me sentir abandonado.

Sasuke Off.

Sakura estava numa campina na floresta. Esperando Ino e Tenten. As “amigas” que contavam para ela todos os planos de Pain sempre que podiam. Ela ouviu o som das motos das duas. Ino entrou na campina, com sua moto vermelha, e Tenten com uma prata. As duas desceram ao mesmo tempo.

- Eu não tenho boas notícias. –Ino disse aproximando-se da rosada.

- Eu já imaginava. Ele disse que Pain foi falar com ele ontem. –Sakura estava com os punhos cerrados.

- A gente ouviu uma conversa dele com a VaKonan. –Tenten disse colocando as mãos na cintura. – Acredita que ele esta planejando fazer aquele esquema todo de novo?

- Pois é depois de todos esses anos. Ele quer usar o mesmo golpe que usou na gente naquele tal de Uchiha. –Ino falou cruzando os braços.

Sakura estava bufando de ódio. As meninas á olhavam preocupadas.

- Saky, não fica assim! A gente vai te ajudar a proteger o garoto. –disse Tenten.

- É claro, não te abandonamos quando você fugiu de lá e não é agora que vamos fazê-lo. –Ino disse, sorrindo para a amiga rosada.

- Valeu gente. –Sakura disse tentando sorrir. Mas o fato de Pain ter chegado ao ponto de ir falar pessoalmente com Sasuke, estava deixando-a extremamente nervosa. Por que ela sabia, por experiência própria, que ele só fazia isso quando estava realmente interessado numa família.

E isso nunca acabava bem.