História Flor Assassina - Gaara

Tenso. O clima naquela sala tava tão tenso, que parecia que ao menor movimento tudo explodiria pelos ares! Sasuke olhava para Gaara com tanta fúria que até eu fiquei com medo. E eu nunca tive medo de nada! Gaara o olhava com seu jeito tranquilo de sempre, e eu... Caramba! Soltei a cintura do ruivo, me tocando que esse era o motivo da raiva do moreno. Que droga!

- Mas que papo esse? Fique sabendo que o Sasuke só fez aquilo pra me salvar... Peraí! Foi a Ino que te contou não foi? Eu mato aquela loira...! –tentei começar uma conversa, se é que dá pra chamar isso de conversa. Mas os dois continuaram se encarando.

- Não precisa mata-la. Já não matou demais por hoje? –ele perguntou sarcástico, ainda encarando o moreno a sua frente. Eu estava parada entre os dois.

- Hahaha... Muito engraçado.

- Na verdade Saky, -senti Sasuke enrijecer ao meu lado, ao ouvi-lo me chamar assim. Mas fingi que não percebi. – Eu vim agradecê-lo.

Agora fiquei confusa. A relação entre ele e o primo nunca foi das melhores. Mas a ponto dele vir agradecer ao Sasuke por ter matado o Sasori? Isso eu nunca imaginei! Ele se aproximou mais do Uchiha.

- Obrigado por ter tirado esse peso dos meus ombros. Eu nunca passei um dia que fosse sem pensar que seria eu a ter que fazer aquilo. Nunca me dei bem com ele. Sasori sempre foi mais frio, e insensível. Principalmente depois que a nossa vó morreu. –essa doeu em mim. – Mas eu não queria mata-lo, nem queria que ele morresse. Mas se foi preciso para salvar uma vida, principalmente sendo a vida da Saky, eu fico feliz que tenha acontecido. Obrigado.

Quando Gaara terminou, nós dois tínhamos lágrimas nos olhos. Eu sorri para ele, e ele retribuiu. Olhamos para o moreno, esperando alguma reação. Sasuke olhou para mim, depois para o ruivo, e sua expressão era mais fria que um iceberg.

- De nada. –ele cuspiu as palavras, depois passou por nós dois, esbarrando em nossos ombros de propósito, e subiu as escadas a passos duros. Se fosse outra pessoa, já teria levado um tiro meu. Mas como era ele, eu respirei fundo, e contei até dez. Afinal, ele não sabia que tipo de relação eu tinha com o Gaara, por isso eu entendo seu ataque de ciúmes.

- Ai meu Deus! –Gaara disse de repente. – Você ta apaixonada! –eu cruzei os braços e virei o rosto.

- Isso não é da sua conta! –ele riu e me puxou para um abraço.

- É sim. Finalmente alguém conseguiu entrar nesse coração vingativo! Vê se não vai deixar ele escapar, hein!

- Então é melhor você me soltar e ir ver a sua namorada. Antes que o ciumento lá em cima resolva descer armado! –ele riu e me soltou.

- Assim que der eu venho te ver de novo. –ele me deu um beijo na testa. – Fico feliz que não esteja mais sozinha. –eu sorri para ele, e ele se foi.

Eu respirei fundo, ao fechar a porta. Agora precisava enfrentar o “dragão ocidental”. Subi as escadas e me toquei que ainda estava toda suja de sangue. Resolvi falar com o moreno depois. Antes precisava tirar os restos de Kabuto e sua “gangue” do meu corpo. Fui direto ao banheiro do meu quarto, e liguei o chuveiro. Tirei as roupas, e ao entrar debaixo da água quente, senti uma profunda dor nas costas. Segurei o gemido de dor, e comecei a esfregar o sangue em meus braços e pernas. Tentava limpar a minha mente também. Mas a cada esfregada com o sabonete, eu lembrava-me de como todo aquele sangue veio parar em mim. E mesmo sendo uma coisa horripilante de se lembrar, sorri quando a lembrança das balas entrando no corpo do Kabuto preencheu minha mente. Essa noite eu consegui vingar a família do Neji. Agora só falta a minha... E a dos Uchiha é claro!

Ao lembrar-me dele, desliguei o chuveiro e sai do banheiro. Ainda precisávamos conversar. Peguei a toalha, e antes de enrola-la em mim, uma curiosidade me tomou. Fui até o grande espelho que ficava na porta do meu guarda-roupa, e tentei ver as minhas costas. Havia dois hematomas enormes em minha pele clara. Droga! Lenta. Por que eu estava ficando mais lenta? Mesmo tomando o maior cuidado, acabei levando dois tiros nas costas. Eu só tinha dois coletes-a-prova-de-balas, um era mais grosso que o outro. E como eu estava mais preocupada com Sasuke, dei o mais resistente a ele. O mais fino que eu estava usando, só conseguiu impedir que as balas entrassem em mim. Mas o impacto foi tão forte, que me deixou marcada.

Precisava falar com Sasuke. Então saí da frente do espelho, e resolvi me vestir. O chão do quarto estava molhado, e mesmo eu tomando o maior cuidado para não escorregar... Eu escorreguei, e caí de costas no chão.

- AH...! –não consegui evitar o grito. A dor foi muito grande. De repente ele já estava atrás de mim, tentando me levantar.

- Você ta bem...? Ai meu Deus! O que é isso em suas costas?! –ele perguntou quando a toalha que cobria meu corpo caiu ao me levantar.

- Droga... Não é nada... Eu só levei dois tiros...

- Como assim “só”? Espera aqui. –ele me sentou na cama, e saiu do quarto em disparada. Eu peguei a toalha do chão e enrolei-me nela novamente. Dois minutos depois, ele voltou com uma caixa de primeiros socorros nas mãos.

- Onde achou isso? –perguntei enquanto ele se sentava atrás de mim, abaixando a tolha, de modo que pudesse ver totalmente as minhas costas.

- No banheiro do meu quarto. –ele disse com a voz calma. Mas eu sentia que ele ainda tinha muitas perguntas. Principalmente sobre o ruivo. Ficamos em silêncio enquanto ele passava um tipo de pomada em meus machucados.

- Sasuke?

- Hm.

- O Gaara é policial. –suas mãos pararam de se movimentar em minhas costas. Esperei por alguma reação, mas ele apenas continuou com os curativos. – Quando eu fugi daquela... maldita caverna, e saí por aí sem rumo, ele me encontrou. E cuidou de mim, do mesmo modo que você está fazendo agora. –ele retirou o restante da toalha que ainda me cobria, e começou a enfaixar-me pelo meio. Corei quando ele passou as faixas em meus seios. Tentei continuar para me distrair. – Ele me trouxe para cá, e conseguiu os papéis com a minha guarda. Encontrou Tsunade, que era uma grande amiga da minha mãe, e os entregou a ela. Eles fizeram de tudo para que eu pudesse ter uma vida normal.

Sasuke continuava calado. Isso estava me assustando. Não queria que ele entendesse mal as coisas, por isso estava explicando. Ele terminou de enfaixar-me, e eu virei de frente pra ele. Seus olhos estavam longe, devia estar absorvendo tudo.

- Nunca houve nada entre nós. Ele até que tentou, mas eu nunca dei esperanças a ele. –eu sorri. – E quando eu o apresentei para Ino, nossa, foi amor à primeira vista! Isso foi há quase quatro anos, e os dois ainda estão juntos. –ele sorriu, finalmente.

- Por que nunca deu esperanças a ele?

- Na época, eu ainda estava apaixonada pelo Neji. E pensei que nunca mais amaria de novo. As feridas que eu tinha por dentro, eram piores que as que eu tinha por fora. –dei um sorriso maior ainda continuando. – Eu pensava assim, até um garoto desajeitado, literalmente cair aos meus pés, em plena segunda-feira! –ele riu e me jogou na cama, ficando por cima de mim.

- Foi amor à primeira vista. –ele sussurrou em meu ouvido, arrepiando meu corpo inteiro. E ali começamos mais uma noite de amor. Deixando as dores e as tristezas de lado, enquanto nossos lábios dançavam no do outro.

Ele não sabia, mas as coisas iriam ficar piores daqui pra frente.