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História Flor de Acônito - HashiMada - I. O Demônio do Manicômio


Escrita por: Als_rds

Notas do Autor


Não vou mentir, eu to ansiosa 🤡 kkkkkkkkk

Então, vamos à alguns avisos...

Nessa nova versão Hashirama e Tobirama são irmãos gêmeos (35 anos), mas como Hashirama nasceu por último ele é intitulado como o caçula dos Senju.

Hashirama é o filho mais responsável dentre os 4 filhos de Butsuma e por isso ele viajava representando o pai em reuniões importantes no exterior (ressaltando para que o texto não fique confuso)

⚠️Aviso - Este capítulo relata uma cena de assassinato leve (eu acho 🤡) se não gosta desse tipo de conteúdo pule o penúltimo parágrafo ou não leia ⚠️

Bom, eu acho que é isso 😅 Boa leitura a todos 🤲❤

Capítulo 2 - I. O Demônio do Manicômio



“O amor muda a essência das pessoas e as leva para o estado mais profundo de melancolia”



Os tons de laranja queimado pintavam todas as  folhas esverdeadas da última estação, indicando que o outono finalmente havia chegado no país. O clima frio se instalava aos poucos, deixando os cidadãos da classe alta mais elegantes com seus sobretudo e chales de grife, transformando as calçadas da psiquiatria Senju em verdadeiras passarelas para os profissionais que ali trabalhavam e para os visitantes que ali residiam. Do lado de dentro do porsche branco, Hashirama observava a chuva de folhas secas que caía no jardim do estacionamento e o fluxo de pessoas que transitavam pela entrada da clínica. Seu corpo se encontrava confortavelmente deitado sobre o banco recostado de seu carro, contribuindo para que a falta de coragem e forças para deixar o interior quente daquele automóvel aumentasse. 

O caçula dos Senju estava de folga naquela quinta-feira, mas sua presença havia sido requisitada pelo seu chefe — vulgo pai — para uma reunião importante sobre a escalagem dos profissionais de sua área. Aparentemente, seu irmão viajaria para resolver os negócios de família que ele costumava resolver, mas por ter voltado recentemente da Nigéria resolveram mandar o gêmeo em seu lugar, para que Hashirama pudesse descansar das viagens excessivas. E com isso, os pacientes de Tobirama seriam divididos entre os psiquiatras disponíveis no instituto. 

Um suspiro pesado soou de seus lábios quando seus olhos avistaram o relógio digital do carro marcar sete e trinta e cinco em seu visor. Suas mãos se moveram de forma arrastada e sem ânimo até o botão do som, desligando a melodia baixa e agitada que o rádio tocava. Hashirama pegou a maleta que se encontrava no banco do passageiro e se retirou do automóvel, recebendo uma corrente de ar fria em seu rosto como boas vindas por ter chegado ao local aberto e impiedosamente ventilado. Suas mãos deslizaram sobre a carcaça branca e com um leve empurrão a porta do carro se fechou, acionando no mesmo instante o alarme preso em seu chaveiro, mas antes que pudesse iniciar seus passos ele teve seu corpo puxado para trás em solavanco, o que o impossibilitou de prosseguir. 

O Senju se virou e avistou que parte de seu cachecol havia ficado preso no lado de dentro do automóvel, e como alguém sensato ele apertou o botão para destravar o veículo e retirar o tecido preso, mas quando puxou a maçaneta da porta a mesma não se abriu, Hashirama então tornou a apertar os botões do alarme trancando-o e destrancando-o, mas novamente nada aconteceu. Um suspiro fraco se esvaiu de seus lábios, seus dedos repousaram na região do tecido que o dividia entre o interior do veículo e o lado externo e de forma delicada, ele o puxou de encontro ao seu peito no instante em que também puxou a maçaneta da porta, mas ele não obteve o resultado que esperava e em fração de segundos, a peça de roupa cara se rasgou, não dando tempo do Senju cessar a força que exercia sobre o objeto. Suas orbes cor-de-avelã se arregalaram descrentes ao ver parte do tecido em sua mão e o restante na porta.

— Mais que merda! — murmurou baixo. Como um material grosso e refinado podia ser tão frágil daquele jeito? Um suspiro cansado soou de sua boca no momento em que seus dedos deslizaram sobre sua face até chegar na região de seu pescoço, onde ele desenrolou o cachecol e o jogou no banco de trás do carro. Seu dia não podia começar melhor do que havia começado, tendo em vista a queda grotesca que levou ao sair do chuveiro naquela mesma manhã e a dor suportável que sentia nas costas ocasionada pelo evento em questão. 

Hashirama fixou o olhar fulminante por alguns segundos no vidro escuro, notando no reflexo da janela que alguém no alto lhe observava. Seu rosto virou em solavanco para trás, enxergando uma silhueta se formar do lado de dentro do cômodo no andar de cima. O Senju sempre se deparava com aquela figura, no mesmo local, na mesma posição, olhando para a mesma direção. Hashirama chegou a pensar que os olhares da pessoa lá em cima eram direcionados a si, mas percebeu com o tempo que o campo de visão da pessoa não mudava não importava o rumo que o seu caminho tomasse e com isso, chegou a cogitar que a silhueta não passava de um insignificante boneco de papelão. Só não se convenceu de sua dedução pois sabia que todos os quartos daquela ala eram ocupados por alguém. 

Com isso, um sorriso simplista instalou-se em seu semblante no instante em que sua mão se ergueu para cima e acenou, direcionando seus cumprimentos à pessoa que lhe observava. Mas a silhueta que se encontrava do outro lado do vidro não se deu ao trabalho de responder, continuou imóvel assim como seu olhar. Hashirama nunca havia lhe cumprimentado antes, nem do modo que estava fazendo e nem com formalidades e concluiu que o paciente não era muito social. Seu corpo colocou-se a caminhar para o lado de dentro da instituição, mas com o olhar ainda vidrado no andar de cima. 

Quando ele  adentrou o prédio, cumprimentou as duas atendentes que se encontravam na recepção principal e se direcionou à pequena área onde os elevadores estavam situados, ele estava em cima do horário e não podia se dar ao luxo de ter uma conversa longa com ninguém. Ao entrar no cubículo metalizado, Hashirama retirou o casaco grosso deixando visível apenas a camisa social branca que vestia e quando a porta do elevador se abriu ao chegar no seu andar, ele caminhou até a segunda recepção — a do setor psiquiátrico. A clínica era uma das maiores do país e contava com o atendimento das mais diversas especializações, e para uma maior organização ela havia sido separada por blocos, por isso possuía mais de uma recepção em sua estrutura. 

As destras bronzeadas repousaram-se sobre o balcão de mármore negro, esperando que a moça a sua frente desocupasse o telefone para então lhe atender. Aquela ala estava sempre vazia, não era comum os pacientes receberem visitas de seus parentes, a maior parte havia sido internada e esquecida na instituição e os familiares só se lembravam deles na hora de pagar pela estadia mensal — um custo que não era barato. Seus olhos percorreram todo o local do grande salão deparando-se com a pintura presa à parede, um belíssimo quadro representando os antepassados da família Senju; os médicos de elite que fundaram e mantiveram o funcionamento daquele hospital por gerações. Hashirama fixou seus olhos especificamente no desenho que correspondia a imagem de Butsuma Senju, o último herdeiro da herança de sua família e o responsável pelo acastanhado ter escolhido a faculdade que escolheu; a da medicina.

— Bom dia, doutor — proferiu a recepcionista, fazendo o Senju sair de seus devaneios e direcionar  sua atenção a ela. — Desculpe te fazer esperar. Como posso te ajudar?

— Bom dia! — ditou com um sorriso simplista. — Eu tenho uma reunião marcada às oito com o setor psiquiátrico, mas quando saí ontem ainda não haviam definido o local. Gostaria de saber se pode verificar pra mim.

— Claro! O Sr. Butsuma é o anfitrião, não é? 

— Isso mesmo!

Ela apenas assentiu e começou a digitar no computador. Hashirama manteve sua atenção centrada ali até que ouviu algumas vozes distantes ecoarem. Seu rosto virou sutilmente curioso até observar em um dos corredores um grupo de cinco enfermeiros fazendo vários sinais de mãos, o que parecia ser uma espécie de brincadeira que praticavam entre si. Mas a mesma não durou muito visto que uma enfermeira mais experiente — já de idade — surgiu no meio do pequeno grupo e tomou a chave da mão de um deles, proferindo o que pareceu ser uma espécie de bronca. Assim como a figura na janela, o Senju também já havia avistado aquele comportamento mais de uma vez e ficou intrigado com a causa que motivou a atitude daquelas pessoas.

— A reunião é no andar de cima, doutor. — A voz doce pronunciou repentinamente com seu olhar fixo no monitor. — Na sala de conferências onde elas já tem costume de ocorrer.

Hashirama ficou em silêncio por alguns instantes e mudando totalmente o foco da conversa, questionou:

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro! — respondeu de imediato ao direcionar o seu campo de visão ao Senju e depois para o mesmo lugar que Hashirama analisava com atenção.

— Sempre que eu chego no horário das refeições aqui na recepção vejo aquele grupo de enfermeiros parado no corredor, como se estivessem jogando algum tipo de jogo — explicou, voltando sua atenção ao semblante dela. — Sabe me dizer do que se trata essa suposta brincadeira?

A mulher balançou a cabeça negativamente e respondeu ainda olhando para o pequeno grupo:

— Eu sou estagiária, doutor. Trabalho aqui há dois meses.

— Ah…, entendi — ditou desanimado. — Obrigado mesmo assim!

Sua postura, que havia se curvado levemente sobre o balcão à espera da resposta, se ergueu. Suas orbes continuaram olhando com curiosidade para o grupo desorientado no momento em que iniciou seus passos e subiu um pequeno lance de escadas rumo ao andar de cima. Não demorou muito para que seu corpo encontrasse com o de seu irmão, este que andava de um lado para outro do corredor preso em uma chamada telefônica, aparentemente, apreensivo com o conteúdo da conversa. Quando o albino notou a presença do mais novo, encerrou a chamada o mais rápido que pode e caminhou em sua direção afoito.

— Por que você sempre chega em cima do horário? —  Sua voz grave ecoou levemente irritada. —  Meu voo é daqui a três horas, Hashi, e você sabe como essas reuniões demoram.

—  Tive problemas com o carro — ditou de imediato.

—  Você sempre tem problemas com algo pra chegar em cima da hora, mas nunca atrasado? — questionou, sabendo que aquilo já havia se tornado um mal hábito de seu irmão. Hashirama balançou o semblante negativamente e esboçou involuntariamente um sorriso cínico, fazendo Tobirama sentir uma vontade absurda de esganá-lo.

— Esperar dentro de uma sala me deixa inquieto.

— Ver você chegar no último minuto me deixa desesperado! Sinto que vou ter um infarto a qualquer instante  — pronunciou, fazendo o acastanhado rir levemente com a afirmação dramática. 

— Você está rodeado de médicos, Tobi. Não se preocupe quanto a isso. — O albino suspirou fundo e tentou manter a calma, seus olhos analisaram as vestes do outro certificando-se de que Hashirama estava ao menos apresentável para entrar na reunião. 

— Resolveu sair do preto? — perguntou curioso quando notou que o mesmo não usava nenhuma peça de roupa escura.

— Eu quis dar uma diferenciada hoje.

Tobirama ficou em silêncio, ele sabia das preocupações de Hashirama em relação a aparência, visto que o Senju mais novo teve problemas com a balança em sua adolescência e mesmo depois de ter atingido seu peso ideal, ainda não conseguia usar peças de roupa clara, pois achava que elas o deixariam gordo. O albino admirou o comportamento alheio e antes de iniciar seus passos rumo a sala de conferência, ditou:

"Você fica bem de branco!" Devia usar mais vezes. — O moreno apenas sorriu envergonhado e o seguiu.

Os pés de ambos trilharam pelo porcelanato claro do vasto corredor até chegar em frente a porta do local. As mãos pálidas acariciaram a maçaneta e a rodaram, dando vista para uma sala mediana com cerca de sete pessoas sentadas nas cadeiras que rodeavam a mesa oval. Os gêmeos — que não se pareciam em nada fisicamente — logo se sentaram em seus assentos e quando Butsuma verificou e teve certeza de que todos estavam presentes na sala, iniciou a reunião.

— Bom dia a todos — ditou, fazendo os pequenos murmúrios se cessarem por completo e em seguida, a palavra proferida por ele fora pronunciada em uníssono pelos homens presentes no local, fazendo com ele continuasse a ditar suas palavras ensaiadas. — Serei bastante breve por conta do pouco tempo que temos hoje — afirmou, pausando rapidamente. — Convoquei esta reunião no intuito de reorganizar os pacientes entre os profissionais que estarão disponíveis neste próximo Bimestre. Como sabem, Neji entrará de férias e Tobirama precisará fazer uma viagem de emergência, ocasionando a ausência de dois excelentes profissionais na instituição. 

O barbudo de cabelos grisalhos suspirou profundamente ao remexer os papéis perto de si. Ele estava apreensivo com o rumo que aquela reunião poderia tomar, visto que ele sempre optava pela democracia em sua instituição, mas devido às circunstâncias do momento, talvez precisassem tomar decisões contra o agrado de seus funcionários, tendo em mente que ninguém aceitaria as suas propostas e termos. 

— Pelo fato de possuírem diversos cursos na área da psicologia, todos aqui adquiriram sensibilidades ao falar com os pacientes em suas terapias, algo muito além do que apenas receitar remédios. E sabem que devido a essas habilidades vocês trabalham possuindo um contato maior do que possuiriam com os pacientes trabalhando em outros locais. — Os semblantes alheios apenas assentiram em confirmação, ainda se mantendo em silêncio. — Os pacientes considerados especiais nesta clínica possuem cerca de 4 terapias semanais com psicólogos, onde vocês costumam estar presentes em pelo menos uma. Mas temos um caso exclusivo na instituição, este paciente é frequentado mais vezes pelo psiquiatra na intenção de estudar seus comportamentos sobre o efeito da medicação que ele consome. Seu nome… é Madara Uchiha.

O silêncio continuou reinando na sala, aqueles que olhavam para a face do anfitrião com curiosidade recaíram seus semblantes em direção a mesa evitando contato visual. Sabiam de fato onde aquela conversa chegaria e esperavam que o resultado não fosse o que imaginavam. Butsuma analisou cuidadosamente cada um dos profissionais e retomou a sua fala logo em seguida.

— Dentre os pacientes que serão distribuídos entre vocês está ele, e como sabem, seu histórico na clínica não é um dos melhores. Ele é o paciente que mais nos preocupa pelo fato de ser um caso delicado e que requer muita atenção e paciência — explicou. — Nesta reunião, eu estarei dando a oportunidade para que um de vocês se voluntarie para ficar responsável por Madara Uchiha na ausência de Tobirama, pois eu acredito que o livre arbítrio traz resultados mais eficazes.

—  Na última reunião que ocorreu o senhor disse que os dias dele na clínica estavam contados, e isso já faz meses. — Shikamaru proferiu de imediato exalando indignação. Um homem tranquilo de meia idade que não costumava argumentar em situações como essa.

— Não conseguimos fazer o pedido de transferência para outra instituição por conta do histórico agressivo que ele tem. Não temos outra escolha a não ser cuidar — explicou Butsuma.

—  Como vamos cuidar de alguém se todos nesta instituição sentem medo de ficar no mesmo metro quadrado que aquele homem? — perguntou Neji. — Nem os enfermeiros querem cuidar dele.

—  Eu sei que isso não é da minha conta, mas eu fiquei sabendo que a enfermeira chefe deste setor se demitiu porque ele arrancou o dedo indicador dela com os dentes, e ela só estava o alimentando — afirmou Gaara indignado com a situação.

— Eu sei de todos esses relatos e foi por isso que eu nunca pedi ou sugeri que um de vocês fosse o psiquiatra dele. Ao invés disso, Tobirama foi quem tratou e cuidou dele por todos esses meses e nunca obteve nenhum acontecimento semelhante.

— Acredito que os métodos de Tobirama não sejam tão eficazes como dizem, Sr. Butsuma. Madara continua a regredir aumentando a taxa de perigo para os profissionais da instituição. Com todo respeito, não consigo crer que seu filho esteja realmente fazendo algo para ajudá-lo. — Gaara proferiu de novo, desconsiderando o fato do médico citado ser filho do dono da instituição.

— Se  realmente acha que meu trabalho não é eficaz como dizem, por que não fica responsável pelo caso perdido? Acredito que seu trabalho seja melhor do que o meu. — O albino proferiu incomodado.

— Um paciente tão decadente como ele não reage mais a mudanças bruscas de atuação, não consigo ver uma possível evolução em seu estado mental.

A face de Hashirama voltou-se às iris azuis claras de Gaara, — o homem que proferiu as palavras anteriores. Os fios intensamente vermelhos adornavam a face alheia, dando-lhe um ar intimidador para os que se aproximavam de si. O Senju mais novo sabia que o mesmo possuía uma rixa muito grande com seu irmão, mesmo que ambos tentassem esconder era bastante perceptível a implicância. 

— Ele tendo evolução ou não vai ter que ficar aqui. A mensalidade de internação não é barata e mesmo sendo um paciente problemático a família dele nunca atrasou o pagamento, não temos argumentos para tirá-lo daqui sem que pareçamos incompetentes. — O albino afirmou. 

— Achei que ele tinha matado a família dele — Neji proferiu duvidoso.

— Me refiro ao que sobrou dela. O irmão e a cunhada que moram em outra cidade — afirmou por fim.

Um suspiro pesado soou dos lábios flácidos, as mãos deslizaram pelo rosto do anfitrião e por fim repousaram-se entrelaçadas em cima da madeira polida, Butsuma não sabia o que fazer. Madara era um caso especial, visto que merecia atenção pelo seu comportamento indecente e pelas suas — poucas — palavras duvidosas, e por isso ele precisava de um voluntário que estivesse realmente interessado em trabalhar com o Uchiha. 

— Sei que a carga de quase todos vocês já está completa. Todos aqui atendem cerca de 5 a 6 pacientes por semana e para aquele que aceitar a proposta, eu reduzirei o número de horas trabalhadas, consequentemente reduzindo o número de pacientes que atendem, mas sem alterar o valor fixo que já recebem.

Hashirama olhou extasiado para seu pai. As pessoas trabalhariam menos para continuar ganhando o que já recebiam? Madara Uchiha com certeza era alguém que seu pai estava fazendo de tudo para não desistir de sua recuperação. Seus olhos circularam por toda a extensão da sala, vendo que ninguém havia se interessado pela proposta tentadora. Hashirama era psiquiatra a mais de oito anos e gostava de trabalhar no setor infantil, mas ele não negligenciava seus serviços aqueles que realmente precisavam.

— Eu quero me responsabilizar por ele — ditou, fazendo os olhos curiosos recairem sobre si.— No entanto, quero continuar com meus pacientes, dois deles vão receber alta daqui a algumas semanas porque já estamos no fim do tratamento, não acho viável passar para outro profissional.

— Madara é um paciente que consome energias, não vai dar conta de fazer tudo — pronunciou o irmão mais velho. — Sem contar que você tem mais experiências com crianças, ele é agressivo e eu acredito que ele não seja adequado para você.

— Eu não estou vendo ninguém interessado nele, então acho que ser adequado não importa no momento.

Quando Butsuma se ajeitou para iniciar seu pronunciamento em relação às palavras de Hashirama  teve sua linha de raciocínio cortada pela porta que fora aberta com ferocidade — algo que nunca havia acontecido antes. Os olhares se voltaram à entrada do cômodo, deparando-se com uma mulher pálida de cabelos escuros — que se encontravam presos em um coque desengonçado.

— Eu peço mil desculpas pela falta de educação, senhores. Mas o paciente do 206 acabou de matar Akemi Chanoski, doutor Butsuma— proferiu afoita com suas vestes pingando sangue.

Ouvir o pronunciamento da enfermeira  fora o bastante para fazer Butsuma se levantar e caminhar apressado até o quarto do paciente, e ao chegar lá o encontrou esticado no chão com três enfermeiros em cima de si. O homem gritava de desespero pedindo para que o deixassem em paz, suas palavras se repetiam cada vez mais devagar no instante em que o tranquilizante injetado em si começou a fazer efeito. 

Ao chegar segundos depois de seu pai, Hashirama direcionou seu olhar para o chão e avistou que a poça de sangue já havia tomado conta de boa parte do piso, identificando em seguida o corpo da enfermeira que ele havia visto mais cedo naquele mesmo corredor. O crânio estava dilacerado, mostrando as pontas de osso saindo para fora junto com as entranhas de seu cérebro. Os olhos dela ainda se encontravam abertos, deixando visíveis as íris intensamente castanhas. O corpo do Senju paralisou analisando aquela situação, visto que ele nunca havia presenciado uma cena como aquela.

— Hashirama? — O albino chamou, fazendo o acastanhado virar seu rosto para trás. — Este é Madara Uchiha! — O Senju arregalou seus olhos e voltou rapidamente seu semblante ao chão. — O homem por quem você se voluntariou para ficar responsável.

As batidas em seu coração se intensificaram quando o olhar negrume do Uchiha se fixou em si. Hashirama não sabia mais se era uma boa ideia continuar com seu voluntarismo, mas ao mesmo tempo não queria dar para trás e ser visto como um covarde. A angústia consumiu seu peito naquela manhã, revirou seu estômago durante o dia e lhe ocasionou insônia no período da noite. Se tinha alguém que havia lhe deixado intrigado e assustado esse alguém era Madara Uchiha, ou como era chamado pelos demais profissionais, o demônio do manicômio...

  


Notas Finais


Quero deixar um trem explicado aqui que só ocorre nesse nosso mundinho kkkkk

Esses psiquiatras não atua somente na área da psiquiátria, mas na da psicologia também. Ou seja, eles são profissionais duplos, que além de fornecer a terapia também tem poder e autoridade pra receitar remédios.

(Um psiquiatra normal — do mundo real — Não faz sessões de terapia, apenas receita medicações. E o psicólogo não pode receitar medicações, apenas fornecer terapias) os médicos da psiquiátria Senju são uma mistura desses dois tipos de profissionais, o que no mundo real não existe — pelo menos não que eu saiba.

Bom, o cap de hoje foi esse, não sei se foi bom, mas é o que temos e sinceramente, eu achei bem melhor do que o 1° cap da versão antiga 🙃❤


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