1. Spirit Fanfics >
  2. Flor do deserto >
  3. "Arquivos transferidos com sucesso"

História Flor do deserto - "Arquivos transferidos com sucesso"


Escrita por: MrsSociopath

Notas do Autor


Oi pessoal.
Desculpa por ter demorado tanto, tô meio morta do plantão de ontem haha. Mas sem mais conversas, aí vão mais dois capítulos.
Sobre a imagem, vocês vão entender em certo ponto da leitura, ok?
Não esqueçam de deixar aquele comentário massa no final.
Bjus

Capítulo 13 - "Arquivos transferidos com sucesso"


Fanfic / Fanfiction Flor do deserto - "Arquivos transferidos com sucesso"

— O que estamos fazendo esperando aqui? -perguntou John, já impaciente.

— Esperando o metrô -falou Sherlock afundado no seu sobretudo, com as mãos nos bolsos.

— Porque não pegamos um táxi?

— Você vai pagar?

John bufou, olhando para o relógio. Eram quatro horas da tarde, e a estação, aos poucos, estava ficando cheia.

— Já são quatro da tarde Sherlock, daqui a pouco Mary liga e vou ter que ir buscá-la.

— Só falta falarmos com o dono do apartamento.

— E porque você não liga agora?

Sherlock endureceu o cenho, e, levantando-se, respondeu:

— Pois as paredes têm ouvidos.

John franzia as sobrancelhas, confuso, quando ouviu ao longe o som dos trilhos rangendo. O vagão estava estava se aproximando. Sherlock deu dois passos à frente, ficando no limite permitido para a espera do metrô. John colocou-se ao seu lado. Outras pessoas repetiram o que eles fizeram, se colocando em posição para competir por seu espaço naquela minúscula caixa de aço, que fazia um barulho cada vez mais ensurdecedor. Finalmente ele chegou, as portas se abriram, e os dois amigos foram os primeiros a entrar. De repente a caixa de metal ficou cheia de gente, e ainda havia mais na fila esperando sua hora de entrar. John estava perto o suficiente para ouvir Sherlock resmungar algo bem baixo. “Ele está contando?”, pensou o médico, quando o detetive falou, quase num sussurro: “esteja pronto para fazer o que eu fizer”. “O quê?” respondeu John, mas ao procurar o amigo viu que ele se abaixou rapidamente e começou a engatinhar pelo chão, passando entre as pessoas, em direção da saída. “O que está fazendo?!” rosnou John, o mais baixo que podia, recebendo como resposta um puxão para baixo, fazendo-o engatinhar também. Ambos saíram do vagão, bem na hora que ele fechou as portas. Ambos permaneceram sentados no chão, atraindo alguns olhares curiosos. Quando o último vagão sumiu na escuridão do túnel, Sherlock se levantou do chão, sacudindo a poeira do casaco, fazendo John o mesmo. Sem perder tempo, o detetive se dirigiu para as escadas de saída, com John em seu encalço.

— Dá para você me explicar o que foi isso?

— Estávamos sendo seguidos. Vamos pegar um táxi para a Baker Street -John piscou os olhos algumas vezes, pensou se tinha ouvido certo.

— Estávamos sendo o quê?

***

Dentre tantas pessoas imprensadas no vagão, uma estava inquieta. Movia a cabeça de um lado para outro, parecia procurar alguém. Pedia passagem em meio à multidão apertada. Frustrado, praguejou e pegou o celular, passando a seguinte mensagem: “alvo perdido, repito, alvo perdido. Não tenho mais contato visual. Indivíduo visto pela última vez dentro do metrô. Quais são as minhas próximas ordens?”

***

Mary estava tomando banho. Emanuelle estava no balcão, em frente à doutora mais velha, que preenchia a papelada dando alta à Sra Watson.

—Você é parente dela? -perguntou a médica.

—Não. Sou uma amiga dela, e sou médica também.

—Ah ótimo, então vai ficar de olho nela, certo?

Emanuelle respondeu com um risinho. A senhora carimbou alguns papéis, e por fim os entregou à jovem, dizendo:

— Ela está de alta, pode ir pra casa.

— Obrigada, mas e a filha dela?

— Aí somente com as pediatras.

— A senhora sabe de que horas ela passa no berçário para avaliar os pacientes de lá?

— Umas sete horas da noite -respondeu olhando para o relógio do pulso- É o último lugar que ela passa antes da troca de plantão.

— Entendo. Falta um tempinho ainda então. Obrigada.

— De nada querida, até a próxima.

Emanuelle voltou para o quarto com os papéis nas mãos, e sentou, esperando Mary terminar. Pegou seu celular, e olhou para última chamada atendida. Era a de Sherlock. Emanuelle olhou por um momento para aqueles números. Pensou em ligar, mas desistiu e guardou o telefone. A imagem do dia anterior voltou à sua mente: a aproximação repentina do detetive,  os travesseiros, o aluguel, o café da manhã...ela se perguntava como é que alguém que mal trocava duas palavras com ela, de repente, faz até seu café da manhã. De repente uma resposta simples, mas improvável, veio na mente da jovem. Emanuelle riu-se de sua idéia absurda, resmungando para si mesma “amor à primeira vista?! Haha, fala sério! Estou falando da pessoa mais mecânica e racional que já conheci, nada abala aquele homem, quanto mais isso...eu espero”.

A doutora foi interrompida de seus pensamentos por Mary, que tinha acabado de sair do banheiro.

— Você está de alta Mary, mas vai ter que esperar pela alta de Rosie, e a médica só vai passar lá mais tarde.

— Ela deu alguma idéia de hora?

— Perto de sete da noite, não vamos ter que esperar muito.

—Entendi -Mary sentou-se na cama, enxugando os cabelos molhados- acho bom avisar ao John.

***

O táxi estacionou de frente ao 221b, e Sherlock rapidamente saiu do veículo, abrindo a porta de casa. John respirou fundo e puxou o cartão de crédito para pagar ao taxista. Pagou e entrou no apartamento. Assim que entrou, Sherlock o puxou pela aba do casaco, mandando ele fazer silêncio, e apontou para cima, dizendo as palavras que fez John esquecer totalmente a dor no braço, e assumir postura de guerra: “tem um invasor na casa”.

Sherlock foi na poltrona da Sra Hudson, e tirou um pequeno revólver preso debaixo do móvel, e subiu devagar as escadas com a arma em punho, com John logo atrás dele. Ao chegar no apartamento, a porta estava entreaberta. O detetive a abriu devagar, o revólver apontado para o invasor. Acima da lareira, havia um mapa pendurado, e preso à ele algumas fotos do jovem terrorista morto, sua ficha, o relatório dos policiais, e alguns outros papéis. Ligando uns aos outros estava uma linha vermelha, e uma verdadeira rede estava formada. De frente para ela, admirando-a, estava de pé,  apoiado em seu guarda-chuva , um homem em sua típica postura e vestes de um cavalheiro britânico. Era Mycroft.

O Holmes mais velho falou, sem virar-se para o irmão, que permanecia apontando a arma para ele da porta:

— Ora ora irmãozinho. Parece que você aceitou o caso -disse enquanto mexia numa das fotos do jovem defunto- eu sabia que a moça seria um bom estímulo para isso.

— O que está fazendo aqui? -disse, abaixando a arma.

— Mas -continuou, ignorando a pergunta do irmão, virando-se para ele- o que me deixa muito curioso é saber o que você descobriu sobre..ah, como é o nome mesmo? Ah, Manu, que o convenceu a aceitar minha proposta.

— Você está muito enganado se acha que assumi esse caso por sua causa. Essa sua dieta  está fritando seu cérebro -Mycroft virou os olhos, se aproximando alguns passos.

— Então deve ter sido pela moça, você está caidinho por ela, não é? Sempre soube que você era um fraco -Sherlock bufou impaciente, John segurou-se para não rir, era a segunda vez que naquele dia alguém insinuava isso.

— Errou de novo irmãozinho; estou nessa pelo John e pela Mary.

— E a jovem não tem participação nenhuma nisso? E os dados que eu lhe mandei?

— Nada de relevante.

— Mentira.

— É a verdade, você que não quer enxergar.

— Não acredito! logo você, que vive se exibindo explicando como descobriu a origem de um graveto caído no chão no meio da rua! Agora você me diz que não descobriu nada de interessante em uma moça com um passado totalmente suspeito!

— Pois é, foi decepcionante -disse abrindo a porta, insinuando para Mycroft sair- é apenas uma imigrante comum. Já sabe onde é a saída.

— Ou você está cego -disse enquanto andava lentamente para a porta, parando antes de atravessá-la e, olhando para o irmão, continuou- cuidado para não se deixar cegar por suas emoções irmãozinho. Importar-se não é uma vantagem -Mycroft saiu, mas antes de descer as escadas Sherlock respondeu:

— Está esquecendo de uma coisa -Mycroft parou para ouvi-lo- sou um sociopata altamente funcional! Boa noite! -Sherlock bateu a porta.

O Holmes mais velho desceu as escadas, e saiu do prédio. Um carro preto parou na frente do prédio e ele entrou, indo embora. Sherlock olhava pela janela, vendo o irmão sair.

John observava o painel que o detetive tinha montado, tentava entender as relações de cada informação.

Sherlock pendurou o casaco, e tirou o terno, ficando somente com a camisa social. Ele arregaçou as mangas e sentou-se em sua velha poltrona, pegou o violino e começou a tocar algumas notas. Depois de um tempo, John perguntou:

— E então?

— E então o quê?  -respondeu o detetive sem tirar os olhos do instrumento.

— Vai ligar para o dono do apartamento?

— Agora não, me deixe pensar.

John conhecia as manias do amigo. Sabia que ele tinha um ritual quase que sagrado com seu violino e na suas visitas ao seu “palácio mental”. Sabia que o detetive precisaria de um tempo para organizar todas as informações, e conectá-las numa lógica que só ele sabia fazer, mas isso exigiria deixá-lo isolado por um tempo, com seu violino. Enquanto os dedos do Holmes mais novo dedilhavam em cada corda, sua mente estava a mil; evidenciado pelo seu olhar fixo e distante. Watson percebendo que o amigo entrou em seu “transe intelectual”, respirou fundo e se jogou no sofá para esperar. Dentro de instantes, vencido pelo cansaço, Watson adormeceu.

***

— O celular está dando como desligado Mary, já é a terceira vez que ligo e o Sherlock não atende -Disse Emanuelle. A doutora estava sentada na ponta da cama. Mary penteava os cabelos devagar, a dor na costela estava incomodando.

— E quanto ao telefone da sra Hudson?- perguntou a sra Watson.

— Ela foi para o interior, já deve ter ido embora à essa hora.

Emanuelle ficou angustiada. Mary percebeu e consolou a garota:

— Não fique preocupada querida, pelo jeito Sherlock deixou o celular descarregar, de novo. Eles estão bem.

A jovem sorriu, e comentou:

— Isso é engraçado. Era pra eu estar consolando você, e não o contrário.

— Ah, eu me preocupava muito no começo. Mas com o tempo, conheci a lealdade de Sherlock, e ele não deixaria nada acontecer ao meu John, nem a mim.

— É...inacreditável -Emanuelle baixou a cabeça.

— Porque?

— Porque ele é meio psicopata, sei lá. Pessoas assim não se importam com ninguém, e machucam os outros para alcançarem seus objetivos. Como é que alguém feito ele, de repente, tem tanto cuidado por você e John? -Mary riu, e deu de ombros:

— Sinceramente não sei. Talvez ele tenha se apegado à nós. Uma coisa é certa, minha querida, ele pode ter uma máquina dentro da cabeça, mas no peito ainda bate um coração feito de carne, e sangue correm pelas suas veias. Ele não é totalmente máquina, tem seu lado humano.

— Hum, entendo...então ele é um ciborgue? -Mary deu uma risada da comparação da doutora, e ainda rindo disse:

— Isso, isso mesmo! Meio máquina meio homem! E por mais que seu lado máquina queira controlar o lado homem, alguma hora ele pode perder o controle, e o lado humano aflore.

Emanuelle silenciou. Mary sorria, e ela também. Mas por dentro, temeu a última frase da sra Watson. Imaginou o que seria capaz de fazer um homem com a inteligência dele, mas guiado pela fúria. Perguntou, então:

— Isso já aconteceu alguma vez?

— Dele perder a postura de máquina insensível e racional? Sim, já. Faz alguns anos, quando o John me pediu em casamento -Mary sentou-se ao lado de Emanuelle, e continuou- Foi alguns dias depois do Sherlock revelar ao John que estava vivo. Um inimigo poderoso sequestrou o John, e o colocou dentro de uma fogueira gigante. Quando Sherlock conseguiu chegar lá, e puxou o John para fora, antes que o fogo pudesse queimá-lo, eu vi em seus olhos o medo e a urgência. Foi naquele momento que eu percebi que eu não tinha ganhado um inimigo, e sim um aliado. Pode ter certeza que naquele momento, aquele homem frio e assentimental, sumiu.

Emanuelle ouviu tudo em silêncio, e assim ficou por um tempo. Lembrou do que Sherlock fez, colocando os travesseiros ao lado da sua cama. “Porque ele se importou? ele bem que poderia ter deixado eu meter a cara no chão -pensou- e quanto ao aluguel, e quanto ao café da manhã?”. Emanuelle balançou negativamente a cabeça, tentando afastar a pergunta que veio em sua mente. “poderia um ciborgue se apaixonar?”  

***

A luz incomodava. Mesmo de olhos fechados, algo iluminava o ambiente. A voz de Sherlock ao longe, despertou John. Ele parecia discutir com alguém no celular. Watson, com os olhos semicerrados, olhou para a janela. Estava mais claro do que quando ele chegou ao apartamento. Olhou para Sherlock, estava em pé, falando ao celular. John sentou-se lentamente, estava um pouco zonzo, viu que tinha sido coberto por um grosso edredom. Passou a ouvir com atenção a discussão de Sherlock com alguém do outro lado da linha:

— Mas eu vou chamar muito mais a atenção indo aí, não acha Jeff?

— É Greg! E não, não vai! Você sabe ser discreto quando quer. Se quiser esses materiais venha aqui você mesmo e pegue! Não posso ir aí, estou atolado até o pescoço de serviço! Você que sabe- Lestrade desligou o telefone.

Ao ver que a conversa tinha acabado, John perguntou:

— Que horas são?

— Seis horas.

— Da noite? -John perguntou, confuso. Estava muito claro para ser seis da noite. Sherlock tirou os olhos do telefone, olhou para Watson, e respondeu lentamente, já esperando a explosão do amigo:

— São seis da manhã John, você dormiu o resto da tarde e a noite inteira.

O médico se levantou rapidamente, e correu em direção à porta para pegar seu casaco, enquanto gritava com o detetive:

— Porque você não me acordou?! Mary e Rosie!

— John, acalme-se, elas estão bem, estão em casa.

— Em casa?! Você as levou para casa?

— John não, sente e se acalme que eu vou explicar tudo a você.

Watson caminhou rapidamente para a poltrona, e respirou fundo, antes de falar:

— Fale logo, o que houve?

— Não houve nada John, acontece que  você adormeceu, e meu celular tinha descarregado e eu não vi. Quando eu notei, coloquei para carregar e vi que tinham muitas ligações perdidas de Emanuelle, resolvi ligar de volta. Mary e Rosie tinham recebido alta fazia um tempo, então expliquei que você estava dormindo. Emanuelle se ofereceu para ir para casa com Mary e passar a noite com ela, e Mary concordou, dizendo que você estava muito cansado e precisava dormir. Se quiser, ligue para ela  -estendeu o telefone fixo para John, e ele o pegou, e ligou para casa.

Sherlock se afastou, ficando de frente à janela, observando o movimento da rua.

— Você conseguiu falar com o dono do apartamento? -perguntou John, enquanto a ligação chamava.

— Não, ninguém atendeu. Nem com Lestrade consegui falar ontem, só agora de manhã.

— E você fez o que o resto da noite?

— Estava no meu palácio mental.

John revirou os olhos, então atenderam o telefone, era Emanuelle.

— Bom dia Emanuelle -falou John. Sherlock, ao ouvir o nome da médica, tirou os olhos da rua e prestou atenção na conversa- sim, sim...muito obrigada por...quem?Sherlock? acho que sim -John olhou para Sherlock, o detetive franziu o cenho, questionador -ligue...pode ligar -John balbuciou para Sherlock: “ela vai ligar para seu celular”- certo, certo...passe para Mary, ok, obrigada, bom dia também...Mary? querida, como você está? E nossa Rosie? Fiquei preocupado...

John seguiu falando com a esposa. Sherlock pegou o celular de cima da mesa, sentou-se e esperou a ligação da doutora. Logo o telefone tocou, e ao segundo toque ele atendeu:

— Sherlock?

— Sim.

— Oi...eh...vai parecer meio estranho, mas eu posso pegar suas chaves de casa emprestada?

— Minhas chaves de casa? Perdeu as suas foi?

— Pior que sim. Ontem, antes de sair do hospital para ir com Mary para casa, fui ajudá-la a ir no banheiro perto da recepção. Deixei minha bolsa por dois minutos no balcão, para segurar Rosie, e vi que minha bolsa estava aberta; levaram somente as minhas chaves.

— Abriram sua bolsa e levaram só as chaves?

— Sim...acho que é o que deu tempo levarem, o chaveiro tinha minhas iniciais folheadas em ouro. Foi o presente de uma amiga -disse em tom triste.

— E você quer minhas chaves para tirar uma cópia?

— Isso, se você não se importar, claro.

— Vou sair de oito horas.

— Vou estar aí antes disso, tenho também que ir para o hospital hoje. Por favor, coloque John num táxi, só sairei quando Mary estiver com companhia.

— Ok.

— Muito obrigada Sherlock.

— De nada -Sherlock deu um discreto sorriso e John viu- até logo.

John ainda falava ao telefone, mas rapidamente se despediu de Mary, e desligou. Em seguida se levantou, e foi para a porta e pegou seu casaco pendurado. Sherlock perguntou:

— Para onde você vai?

— Tenho que pegar um táxi, se não nossa amiga doutora não chega no trabalho.

— Sua amiga...minha não.

— Realmente -disse John, enquanto vestia o casaco- pra mim ela continua sendo uma amiga, mas para você, quem sabe algo mais…-Sherlock fez uma cara de ofendido, e quando ia abrir a boca para falar, John se interpôs, dando um sorriso malicioso- eu vi você todo sorridente no telefone com ela -Sherlock revirou os olhos, virando-se e indo em direção à janela, de costas para John.

— Foi só um sorriso John, nada além disso. As pessoas fazem isso às vezes, deveria saber.

— Será? ou será que você está tão desligado por causa dela, que não me perguntou como é que eu sabia que era para pegar um táxi?

Sherlock arregalou os olhos, reconhecendo como verdadeira a afirmação do amigo, “minha nossa - pensou- é verdade...eu... não ...notei”, de costas ainda para John, se recompôs da surpresa, e respondeu:

— Claro que Mary iria falar para você isso, ela deve ter acertado com Emanuelle que fariam assim.

— Ah, claro -falou com ar de descrédito- Vou embora agora, se precisar de mim ligue para minha casa, estou sem celular no momento. Vou tentar recuperar o número quando comprar um aparelho novo.

Dito isso, fechou a porta e foi em direção à rua, pegando o primeiro táxi disponível.

***

Não demorou muito para Emanuelle chegar no 221b. Ela pagou o táxi, e bateu na porta do apartamento. Esperou um tempo, mas ninguém apareceu. Resolveu então testar a porta, estava aberta. Subiu então até o apartamento do detetive. Bateu na porta, ninguém atendeu também, resolveu então abrir a porta. Ao entrar no apartamento, chamou pelo dono, não houve resposta. Olhou em cima da mesa, e viu o molho de chaves, e embaixo um bilhete: “Tive que sair mais cedo do que esperava, me encontre na hora do almoço na cantina do hospital, pegarei com você as chaves lá - SH”.  A doutora então subiu para seu apartamento, tomou um banho rápido, organizou sua bolsa, lembrando de levar as chaves e também o pendrive . “O que eu faço com você...”, pensou colocando-o novamente no bolso da calça, não arriscaria deixar na bolsa. Então, trancando as portas, saiu em direção ao metrô.

***

— Eu não posso simplesmente sumir com as provas Sherlock! Tem pessoal meu envolvido nesta investigação! E se o objetivo nosso é manter isso em segredo, por causa da segurança daquela médica, então sugiro que você também seja discreto!

Sherlock estava sentado na sala de Lestrade, e o detetive chefe falava duramente com ele, ao que Sherlock respondia revirando os olhos e bufando, impaciente.

— Me dê então uma autorização para ver essas provas quando eu quiser.- respondeu Sherlock.

— Existem regras da Scotland para mexer nessas provas.

— Eu cumpro.

Lestrade olhou para o teto por um momento, respirou fundo, e então deu um crachá para o detetive, o autorizando a entrar na ala onde a polícia guardava as provas. Antes de Sherlock pegar o crachá, Lestrade o puxou de volta, e comentou:

— Você sabe que seria muito mais fácil se esse caso não estivesse sendo conduzido em segredo, não é?

— Essa foi a exigência da principal testemunha Lestrade, e não esqueça que você também aceitou.

— E você também sabe que isso só vai funcionar se você me contar tudo o que sabe, não é?

— Sim, assim como você também.

Sherlock puxou o crachá da mão de Lestrade, saindo rapidamente da sala. Estava animado como uma criança com um brinquedo novo. Sherlock andava rapidamente pelos corredores, ansioso para chegar no setor das provas e começar sua pesquisa.

O setor ficava no subsolo da grande Scotland, havia um recepcionista  na entrada, conferindo a entrada e saída dos passantes. Sherlock mostrou o crachá, o agente olhou para ele desconfiado, e ligou para a sala de Lestrade. Depois de poucos minutos no telefone, o agente entregou de volta o crachá e comentou “Não demore”, abrindo passagem em seguida. Haviam algumas salas com uma grande mesa em cada uma delas, todas monitoradas com câmeras. Atrás de um balcão na ala interna, estava outro agente responsável pela entrega e guarda das provas. Sherlock foi até lá, e pediu todos as provas do falecido jovem. Com uma caixa cheia em mãos, o detetive se dirigiu à uma das salas. Como o protocolo mandava, ele vestiu luvas de procedimento para poder mexer nas provas, e rapidamente esvaziou a caixa. Não haviam muitas coisas, apenas uma peça de roupa , copos de vidro, uma escova de dentes semi-nova. Mas o que chamou a atenção de Sherlock foi um notebook. Ele colocou o objeto em cima da mesa, e o abriu. O computador abriu na tela principal de cara, não havia senhas. Sherlock franziu o cenho ao ver a tela do computador “mas o que?” ele pensou. Na área de trabalho não havia nada, nenhuma pasta, nenhum atalho, a não ser pelo “menu iniciar” e por um discreto aviso no canto da tela, responsável pela surpresa de Sherlock : “arquivos transferidos com sucesso”.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...