O que eram aquelas fotos? Henrique e Mayara se agarrando em uma boate? Aquilo só podia ser mentira, me recusava a acreditar no que meus olhos me mostravam, sentia meu sangue fervendo e tudo ficou escuro a minha frente, que porra o Henrique estava fazendo agarrado a essa garota? Eu não sabia o que fazer, minha vontade era largar matar aqueles dois. Ouvi o barulho do carro de Henrique chegando e guardei a caixa, tentando esconder minha raiva.
-Bom dia minha princesa! – Ele chegou e foi em minha direção para me abraçar.
-Bom Dia! – Respondi friamente.
-Bom dia cucu! – Juliano me deu um abraço.
-Bom Dia Ju! – Respondi. – Vocês vão sair de novo?
-Na verdade não, o Manim só veio aqui buscar o boné que ele esqueceu. - Sorri sem graça para eles.
-Tudo bem, vou para o quarto. – Disse subindo as escadas.
Não demorou muito e ouvi Juliano se despedindo do irmão. Olhei pela janela e vi o carro indo embora. Imediatamente desci, Henrique estava no sofá e quando me viu logo se levantou.
-Duda, que você tem? Viu o jeito que você tratou o Manim? – Ele me olhou com cara de bravo. – Ele ficou chateado.
-Não tenho nada Henrique. – Disse emburrada. – E você, o que você tem? – Minha vontade era de enfiar a mão na cara dele.
-Eu? Nada, era pra ter alguma coisa emburradinha? – Ele tentou me segurar pela cintura, mas o afastei. – Qual foi Duda, fiz alguma coisa?
-Se você fez alguma coisa? – Nessa hora eu acho que já estava gritando com ele, pois ele me olhava assustado. – Me diz você, você acha que fez alguma coisa Ricelly Henrique?
- Não sei amor, eu fiz? – Ele não fazia idéia, ou fingia não saber sobre o que eu estava falando.
-O que você fez? Ta aqui o que você fez. – Peguei as fotos de dentro da caixa e joguei tudo em cima da mesinha de centro. – Você acha isso suficiente? – Sua expressão mudou naquele instante.
-Duda, calma, não é o que parece ser. – Ele tentou segurar meu braço, mas eu o empurrei.
-Não é o que parece? È o que então? Uma peça de teatro? Uma novela? Deve ser um filme pornô pela forma como ela ta agarrada em você, e por essa saia dela estar tão curta. Henrique, eu já aturei muita coisa por amor a você, agüento fã me xingando, agüento gente querendo saber da minha vida, agüento te ver sendo agarrado por um monte de mulher, agüento até passar um tempo longe de você, mas agüentar você quase comendo sua ex na frente de todo mundo? Não isso pra mim é demais.
-Duda, cal... – Interrompi ele.
-Henrique, chega, eu não vou casar com um cara que não me respeita e por mais que te ame isso é inaceitável. Não se preocupe, já fiz a minha mala, to indo embora, assim você leva sua vidinha de solteiro pegando quem você quiser. – Subi, peguei minhas malas, coloquei-as no carro junto com as coisas da Hera.
-Duda me escuta. – Ele gritava tentando me levar de volta pra dentro de casa.
-Chega Henrique. – Socava o peito dele enquanto ele segurava meu braço, finalmente ele me soltou e seus olhos se encheram de lágrimas no momento que joguei minha aliança de noivado contra ele, não queria que ele me visse chorando, então virei as costas, e entrei no carro e saí cantando pneu.
Eu estava desnorteada, não sabia o que fazer da minha vida, aquilo parecia um pesadelo, era o tipo de coisa que talvez eu esperasse do Arthur, agora do Henrique? NUNCA, mesmo com a fama de cachorro, aquilo era não parecia verdade. Dirigi pela cidade durante algum tempo, talvez algumas horas, eu não sabia o que fazer, só sabia de duas coisas, não poderia voltar á minha casa e de Henrique, afinal tudo tinha acabado no momento que atirei a aliança contra ele. Não queria voltar para minha casa, pois seria o primeiro lugar que ele ia me procurar. Estacionei meu carro em uma rua sem muito movimento e fiquei ali por algum tempo decidindo pra onde eu iria.Podia pedir ajuda pra Marcella, mas Henrique iria me procurar La com certeza. Decidi então ir até a clínica de estética da Ina, pois havia deixado o endereço de um hotel na gaveta da minha sala, e como ainda tinham alguns pertences meus lá provavelmente aquele cartão também estava.
Estacionei meu caro, respirei fundo e antes de entrar alguém encosta em meu ombro. Me viro e vejo Jorge, com aquele sorriso de anjo.
-Bom dia Duda! – Ele sorria pra mim.
-Bom dia! – Tentei disfarçar, mas ele sempre percebia quando alguém não estava bem.
-O que aconteceu? – Ele não pensou duas vezes e me abraçou apertado, aquele abraço que só o Jorge tem, o abraço que eu conheço de olhos fechados.
-Nada Jorge. – Tentei parecer bem mas meu chorar era tão forte que eu soluçava.
-Me espera no carro, eu não vou deixar todo mundo te ver chorando assim. – Ele pediu para eu esperar no carro e assim o fiz, ele entrou com a chave de seu carro e rapidamente saiu novamente. – Agora vem, vamos conversar. – Ele abriu a porta do motorista e eu entendi que ele queria que eu passasse para o banco do passageiro, assim o fiz, dei a chave o do meu carro na mão dele e saímos dali.
-Jorge, a Ina vai ficar preocupada.- Eu dizia enquanto tentava conter as lagrimas.
- Não vai, falei com ela que ia conversar com você. – Ele dirigia e me olhava vez ou outra pedindo para que me acalmasse. – Você quer me contar o que houve?
-Não sei o que houve, sei que eu e Henrique terminamos e agora é definitivo. – Quase não consegui terminar a frase, Jorge me olhou assustado.
-Como assim Duda, vocês casam em um mês. – Ele estacionou em frente a uma linda casa.
-Não vai ter casamento, nem daqui um mês, nem daqui um ano, nem daqui outra vida. – Por mais amor que sentisse por Henrique aquele era o tipo de coisa que eu não podia aceitar.
-Ta certo, você deve fazer o que seu coração mandar. Agora vem, vamos tomar um suco. – Ele desceu do carro e abriu a porta para mim, desci com Hera no colo. Ele me levou até a porta e entramos, ele havia me levado para casa dele.
-Jorge, eu não quero te incomodar.
-Não é incomodo, eu e a Ina gostamos muito de você, eu não ia deixar você sozinha andando por aí assim. – Ele sorriu e me abraçou novamente. – Vamos sentar no jardim? Pode deixar a Rasta filhote aí a Chanel toma conta dela. – Ele riu enquanto a Chanel cheirava a colega desconhecida.
Sentamos no jardim e uma das empregadas levou suco de maracujá e um bolo para nós. Contei toda historia para Jorge, ele estava no dia, mas segundo ele mesmo não lembrava de muita coisa. Depois de explicar toda historia ele fez questão que eu ficasse no quarto de hóspedes, Henrique jamais iria me procurar na casa do Jorge, do Mateus com toda certeza, se já não estivesse lá, mas do Jorge sei que não.
Aceitei o convite até por que não teria muita opção, então acabei aceitando. Quando Ina chegou foi super receptiva e me tratou como se fosse da família, jantamos juntos e logo depois do jantar fui para o quarto, sabia que naquela noite seria impossível dormir e foi exatamente o que aconteceu, me virava na cama e chorava a noite inteira.
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