- Você pediu ele em namoro? - Fede perguntou surpreso.
- Não, eu só perguntei se ele queria namorar comigo.
- Isso é um pedido de namoro - Disse óbvio.
A campainha tocou e ele correu pra abrir a porta.
- Oi NAMORADO da Violetta - Cobri meu rosto e eles riram.
- Preciso falar com você - León disse sério e eu assenti.
- Então, eu vou indo - Fede se manifestou - Sozinho, na calada da noite - Revirei os olhos - Tchau
- Ele é sempre dramático assim? - León perguntou se sentando ao meu lado.
- Sempre - Ele beijou minha bochecha - O que foi?
- Então - Respirou fundo - Eu conversei com meus pais e eles querem te conhecer.
Arregalei meus olhos e ele sorriu.
- Calma, eles não são um bicho de sete cabeças - Acariciou minha bochecha.
- Quando?
- Hoje.
- Hoje? Mas eu não tenho roupa e não vai dar tempo de ir comprar algo apresentável, muito menos me arrumar direito e se - Ele me beijou.
- Você fica fofa preocupada - Sorriu - Eu já venho.
Saiu e eu comecei a bater minhas unhas em minha perna.
Ele voltou com uma sacola e eu o encarei duvidosa
- Eu sabia que você ia surtar, por isso passei no shopping e comprei pra você - Me entregou - Espero que goste.
- León - Digo surpresa e ele sorriu - Não precisava.
- Eu sei, sou exagerado - Riu - Não vai se arrumar? O jantar é as 20:00.
- Okay - Sais correndo escutando sua risada.
Tomei um banho consideravelmente demorado e coloquei a roupa que ele comprou.
Era um vestido rosa bebê lindo e ficava acima do joelho, ele era soltinho em meu corpo o que me deixou confortável, botei uma sapatilha e fiz uma maquiagem leve, deixei meu cabelo solto e peguei minha bolsa colocando meu celular e não sei porque, senti que tinha que colocar dinheiro também.
Fui até a sala e ele me olhou boquiaberto.
- O vestido ficou perfeito em você - Sorriu - Meu Deus, você está linda.
- Obrigada - Digo envergonhada
- Vamos? - Assenti nervosa - Não fica nervosa, por mim eu esperaria um pouco, afinal, prometi que iria devagar, mas eles praticamente exigiram, não tive escolha.
- Tudo bem - Entramos no carro e ele me olhou sorrindo.
- Uma rosa pra mais bela dama dessa noite - Me entregou e eu ri.
- Obrigada - Ele beijou minha bochecha e deu partida.
Ficamos em um silêncio confortável, eu estava pensativa e ele concentrado na rua.
Quando parou o carro em uma rua e tirou o cinto percebi que tínhamos chegado, fiz o mesmo e ele acariciou minha mão.
- Vamos? - Assenti.
Saímos do carro ele entrelasçou nossos dedos.
- Sua família é bem humilde né? - Ironizei observando a casa e ele riu.
- Antes de entrarmos, preciso fazer uma coisa - O encarei.
- O que? - Pergunto confusa.
- Isso - Me beijou sem pressa e sorriu - Agora sim.
Sorri e ele abraçou minha cintura.
Ele apertou a campainha e uma mulher extremamente elegante abriu a porta e sorriu.
- Meu filho - Eles se abraçaram e ela me olhou - Você deve ser a Violetta - Sorri.
- É um prazer conhecer a senhora - Digo a fazendo sorrir.
- Ah por favor, me chame de Esmeralda - Assenti - Seja bem vinda querida - Ela me abraçou - Entrem.
Entramos e eu me surpreendi com a decoração da casa, eles eram extremamente elegantes.
- León - Uma voz grossa soou e nós encaramos a escada, um homem extremamente sério estava descendo ela e me encarava de uma forma estranha - Essa é a garota?
- Pai, o nome dela é Violetta - León o repreendeu.
- É um prazer te conhecer Violetta - Ele esticou a mão pra mim.
- O prazer é meu - Digo baixo apertando sua mão.
- Bem, vamos jantar? - Esmeralda disse sorrindo.
- Vamos, espero que goste da comida - O pai do León disse indo pra sala de jantar.
- Não liga, ele sempre é assim - León sussurrou no meu ouvido e eu assenti.
León se sentou ao meu lado na mesa e segurou minha mão por debaixo dela.
Seu pai estava com a mesma pose séria e me dava um certo medo.
- Espero que goste de comida japonesa - Esmeralda disse animada.
- Sabe como se come? - Seu pai perguntou e eu me senti desconfortável.
- Pai! - León o repreendeu.
- Na verdade não, eu nunca comi comida japonesa - Digo envergonhada.
- Eu te ensino, princesa - León pegou aqueles negócios que eu não sei o nome e me entregou - Segura assim - Segurou minha mão - Coloca esse dedo aqui - Me olhou e sorriu - Agora.
Ele levou minha mão até uma das barcas e me ajudou a pegar um sushi, antes que ele pudesse chegar até minha boca o sushi caiu nos fazendo rir.
- Okay, vamos de novo - Ele disse sorrindo.
- Não temos tempo pra brincadeira León - Seu pai disse rude - Cecília, trás um garfo pra ela.
Cecília que eu julgo ser a empregada me deu um garfo e eu a encarei agradecida.
Comi um sushi e olhei pra eles que me encaravam.
- E então? - León perguntou.
- Eu posso ser sincera? - Ele assentiu - Não gostei muito.
Ele riu e beijou minha bochecha.
- Eu sabia que não ia gostar, mãe - Esmeralda assentiu.
- Cecília, trás o prato principal.
- Espera, esse não era o principal? - Perguntei confusa.
- Não, era só uma degustação - Esmeralda disse sorrindo e eu assenti.
Começamos a comer e a conversar, na realidade eu conversava mais mentalmente, já que a conversa inteira foi sobre os negócios do pai do León.
Ele parecia não ter ido com a minha cara, o que me deixou nervosa.
- E então, quando vai ser o casamento de vocês? - Me engasguei com o suco e León me olhou preocupado.
- Tá tudo bem? - Assenti - Pai começamos a namorar recentemente, tá cedo pra falar de casamento - Disse óbvio.
- Mas pra herdar minha empresa, precisa se casar.
- Eu ainda estou na faculdade pai, já conversamos sobre isso - León disse entediado.
- León, eu não vou admitir que fique com ela - O encarei surpresa.
- O senhor o que? - León perguntou incrédulo.
- Carlos - Esmeralda o repreendeu.
- Se ficar com ela, esquece a empresa.
- O senhor só pode estar de brincadeira comigo.
- Não estou, olha pra ela, não server pra ser sua esposa, nem falar direito ela consegue - Me encarou - Você só tá com ele por conta do dinheiro, não é? Sua interesseira, a mim você não engana.
Senti meus olhos arderem e logo as lágrimas estavam descendo.
León se levantou e bateu na mesa
- Eu não admito que fale assim com ela! - Gritou.
- Você é ingênuo León, olha pra ela - Apontou pra mim - Não vou permitir que fiquem juntos.
Me levantei e León me olhou preocupado.
- Violetta - Ele me abraçou e o encarou - O que o senhor tem na cabeça?
- Cérebro, se ficar com ela, esquece a empresa! - Se alterou.
Me soltei do León que ficou me olhando preocupado, olhei pro seu pai que me olhava com desdém.
- Olha pra ela León, Não serve pra você - Se aproximou - Eu não vou permitir que fique com essa garota.
Corri até a porta e abri ela com toda a minha força, fiz questão de bater a porta e sai correndo
- Violetta! - León gritou.
Olhei pra trás e ele estava sendo segurado pelo pai que sorria satisfeito.
Peguei meu celular e liguei pro Fede.
- Lembrou que eu existo? - Disse rindo.
- F-fede, aonde você tá? - Pergunto com dificuldade.
- Vilu, o que foi? O que aconteceu? - Ele mudou a voz pra preocupado.
- E-eu preciso de um lugar onde o León não me ache, agora.
- Mas Violetta.
- Por favor!
- Tá, posso te levar naquele lugar.
- Não fala pro León, me promete que não vai falar pra ele.
- Eu prometo, me conta o que aconteceu.
- Eu não sei aonde tô, rastreia meu celular e vem me buscar.
- Vou passar na sua casa e pegar algumas roupas.
- Ta bom, não demora.
***
- Me diz o que houve? - Ele perguntou assim que entramos na casa.
- O pai do León, me humilhou, disse coisas horríveis - Desabei e ele me abraçou - Ele disse que eu sou interesseira, que só estou com León pelo dinheiro e que se eu ficar com ele, o León vai ser deserdado.
- Meu Deus - Fede disse incrédulo - E o León?
- Ficou lá, eu saí correndo.
- Vilu, se acalma - Ele afagou meus cabelos - Olha pra mim - O encarei - O León te adora.
- E-eu sei, mas não podemos ficar juntos.
- Acha que o León ta ligando pra porra da empresa do pai dele? Ele quer você.
Seu celular tocou e ele o pegou me encarando.
- Oi Vargas - Neguei com a cabeça - A Violetta? Como assim?
Ele fechou os olhos e negou com a cabeça.
- Vargas da pra se acalmar, a única coisa que eu entendi foi a palavra, namoro - Arqueei uma sobrancelha - Escuta, vai pra sua casa e se acalma - Ele me olhou - Ela está bem, não se preocupa.
O fuzilei e ele revirou os olhos.
- Eu sei porque sou o viado do melhor amigo dela, cacete! - Disse alterado - Vai pra porra da sua casa e deixa que dela eu cuido.
Deligou e eu fiquei o encarando surpresa.
- Eu não sei o que eu vou fazer, mas isso não vai ficar assim - Ele disse bravo - Ninguém, eu disse NINGUÉM, ATRAPALHA O MEU CASAL.
Jogou seu celular no sofá e me encarou.
- Vai tomar um banho e descansar - Assenti.
- Me empresta seu moletom? - Ele sorriu.
- Suas roupas estão na mochila que eu trouxe, inclusive o MEU moletom que eu achei na sua gaveta - Sorri envergonhada - Eu vou deixar passar, mas só dessa vez.
- Você é o melhor amigo que alguém poderia ter - O abracei - Obrigada.
- Isso, me bajula bastante - Beijou minha testa - Agora vai tomar um banho, dormi e amanhã a gente vê o que faz.
Assenti e fui até o banheiro, me apoiei na pia e me olhei no espelho.
As lágrimas começaram a descer novamente e eu passei toda a cena do jantar na minha cabeça.
Uma sensação ruim invadiu meu peito e eu respirei fundo.
Eu não acredito que isso tá acontecendo.
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