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História Flores no Inverno - Calm


Escrita por: Binah

Notas do Autor


Uma pequena calmaria antes das tretas kkkkkk

Espero que gostem. Boa leitura.

Capítulo 2 - Calm


Fanfic / Fanfiction Flores no Inverno - Calm

 

Mas quem sofre sempre tem que procurar

Pelo menos vir achar razão para viver

Ver na vida algum motivo pra sonhar

Ter um sonho todo azul "

  - Tim Maia

Azul da cor do marSakura não quis ir para casa aquela noite. Abalada, caminhou em círculos, pensativa, pelo que pareceu horas pela sala de espera e corredores. Uma angústia profunda fazia de suas entranhas uma espiral louca, como se estivesse em uma montanha russa sem fim. Konan precisou voltar para casa, Misaki não podia ficar muito tempo sozinha. A garotinha acordava no meio da noite as vezes. Na manhã seguinte retornaria para a alta de Hinata, já que ninguém havia avisado a família da garota. Os pais poderiam está agora enlouquecendo de preocupação, mas Sakura não conseguia se concentrar nesse ponto quando determinou que o melhor seria perguntar a mesma se queria ou não contar a família. Pelos murmúrios incoerentes de Hinata durante o pequeno percurso de carro até o hospital ela não estava muito disposta a envolver a família. Seu não havia bastado quando Sakura perguntou.

Sasuke também havia ficado para fazer companhia a Sakura. Ele parecia mais protetor em relação a amiga nos últimos tempos. O estado frágil e incomum dela despertou isso nele. Resguardando, sempre atento a seus movimentos. Como um guarda costa. Silencioso e taciturno. Ele estava sentado do mesmo jeito, na cadeira azul da sala de espera desde que chegara. Se manteve em silêncio. Não era do seu feitio falar muito, então apenas observava os movimentos ansiosos de Sakura.

- Andar assim não vai fazer as horas passarem mais rápido. - Comentou, lânguido, balançando a cabeça em movimentos circulares estralando o pescoço. Sakura ignorou.

- Que horas são? - Sasuke olhou o relógio no pulso e franziu o cenho, contrariado.

- Quase quatro da manhã. Você devia descansar, não pode ficar assim, vai fazer mal para você. - Sentou ao lado dele. Mesmo que sua vontade fosse de continuar andando até que as horas passassem Sasuke tinha razão. Quando sentou percebeu o quão exausta estava, os pés doíam. Ainda usava os saltos de sete centímetros que colocou para ir a festa. Estava tão ansiosa que nem havia percebido o quão dolorida suas pernas estavam.

- Podemos da uma volta de carro? Não aguento mais ficar aqui, mas não quero ir para casa. - Sasuke a olhou de lado um momento, analisando. Reparou na expressão abatida dela. Ela precisava dormir, mas a conhecia bem demais para saber que dormir seria a última coisa que ela faria. Suspirou. Levantou e seguiu para a porta, Sakura o seguiu sem uma palavra.

Sasuke possuía um Rand Cruise preto com película da mesma cor. Sakura gostava de como o carro combinava com o dono. Sentou no banco do passageiro se sentindo aliviada por esta em um lugar tão familiar. Longe daquele hospital, daquela fatal história que a atormentava de um forma muito pessoal. Mesmo que nao admitisse. Colocou o sinto quando Sasuke sentou ao seu lado ligando o carro. Encostou a cabeça na janela e assistiu a paisagem fora do carro passando. Poucos carros circulavam aquela hora da madrugada, mas ainda se via movimento. As luzes brilhantes dos prédios e aoutdoor iluminavam suas feições brevemente. Se sentia em um sonho néon. Aquelas luzes dançando na sua cabeça a deixando zonza. Os pensamentos sumindo, as imagens se embaralhando, o som não existia. Sakura foi fechando os olhos lentamente, se perdendo do mundo ao seu redor.

Quando acordou de novo estava deitada no banco de trás do carro. Uma manta negra lhe cobria. Sorriu. Foi um presente seu a Sasuke. Quando ele ganhou o carro ela não conseguiu pensar em nada para dá a ele para colocar no carro, então, depois de uma noite em que os dois dormiram no carro e quase morreram congelados não fosse o calor humano dos dois ela resolveu da uma manta de presente para ele. Uma que sempre ficasse no carro. Sasuke sorriu e zombou quando ela havia lhe dado, mas sempre guardava o presente no porta-malas.

A luz fraca no céu indicava que já estava quase amanhecendo. Desceu do carro e olhou ao redor. Sasuke havia estacionado em frente à praia. O vento frio da manhã fez com que enrolasse a manta mais apertada a seu redor. Sasuke estava parado alguns metros do carro, perto das ondas, olhando fixamente para o mar a sua frente. Sakura foi até ele.

- É tão lindo. - Sussurrou distraída quando parou ao lado dele. O sol começava a despontar no horizonte. Sasuke não respondeu, apenas continuou olhando fixamente. Os olhos distantes. Ele sempre fazia isso, assistia o nascer e por do sol todo dia. Quando Sakura era pequena achava um desperdício de tempo, que poderia gastar brincando. Mas sempre acompanhava o amiguinho. Com o passar dos anos começou a apreciar esses momentos de uma forma quase poética. Sasuke não era dado a sentimentalismo, mas isso era algo que ele fazia, quase sua religião. E Sakura sabia, ele sempre lembrava da mãe nesses momentos. Que havia morrido quando ele tinha apenas seis anos, junto com seu irmão mais velho. Sasuke chorou todas as noites durante um mês na época, depois disso nunca mais chorou. Se fechou para o mundo se tornando distante. Fechado. Mas ele não conseguiu manter Sakura longe. A garota era irritante de tanto que era insistente, se recusando a desistir dele. Vencido pelo cansaço deixou que ficasse. A única pessoa com quem ele ainda se importava. Que o entendia. Mesmo que sempre fosse extremamente irritante e teimosa, fazendo coisas erradas e puxando ele junto.

- Devíamos ir. - Sasuke finalmente disse, quando o sol já havia nascido completamente, se voltando para o carro. Sakura acentiu com a cabeça, entrelaçou seus dedos ao dele quando começaram a andar. Era institivo, algo que sempre fazia quando se sentia vulnerável. Buscar conforto nele. No toque.

- O que você acha que ela vai fazer quando a gente contar sobre o bebê? - Sakura quebrou o silêncio confortável quando já estavam no carro e Sasuke dirigia de vagar pelas ruas quase desertas do Route 45. Ele pensou um momento.

- Não sei. Talvez nada. Talvez tudo. - Ponderou. Sakura olhou para os coqueiros um momento, depois voltou sua atenção a ele.

- Me sinto tão triste sabe. Não achei que mexeria tanto comigo. Pensei no que eu quase fiz e me senti tão culpada. - Abaixou a cabeça. Sasuke estacionou o carro em frente à uma lanchonete. Segurou a mão de Sakura.

- Esquece isso. Já passou. Você não fez nada. Está tudo bem. - A abraçou, Sakura encostou a cabeça no seu peito e escutou as batidas do coração dele. - Você devia comer alguma coisa. Está começando a agir estranho, toda sentimental, nem parece a Sakura que eu conheço. Isso deve ser fome.

- Idiota. - Riu dando um tapa nele. Se separou dele para abrir a porta. - Vamos logo que eu estou com uma vontade louca de comer ovos com mel. Panquecas também.

Sasuke fez careta, mas seguiu ela para dentro do lugar. Uma hora depois já estavam de volta no hospital. Konan chegou quase ao mesmo tempo que os dois, impecável como sempre em um vestido florido. Foram informados de que Hinata já havia acordado.

Sakura soltou um suspiro trêmulo antes de acompanhar os dois para dentro do quarto. Hinata parecia abatida, olhando confusa ao redor, um pouco distraída. Konan se aproximou da garota sem pudores, beijando a testa dela e acariciando seus cabelos.

- Como você está querida? - Perguntou carinhosa. Hinata a encarou surpresa, como se ninguém nunca a houvesse tocado daquele jeito antes. Desviou os olhos para Sasuke e Sakura parados em frente à sua cama, confusa, depois voltou a atenção para a mulher que ainda acariciava seus cabelos e a olhava com amor. Sentiu seus olhos ardendo, uma vontade inexplicável de chorar. Pequenos flash da noite anterior confundindo suas emoções.

- Bem. - Respondeu em um sussurro, um bolo se formando na garganta. - Quem é você?

- Sou Konan Haruno. - Sorriu, orgulhosa. Konan era vaidosa e adorava possuir um sobrenome tão importante. Sakura sentiu vontade de revirar os olhos, risonha. Hinata olhou para ela.

- Sua mãe? - A confusão nos olhos de Hinata fez Sakura rir de lado, irônica. Konan tinha apenas vinte oito anos, não parecia nem mãe de sua irmãzinha, quanto mais de uma adolescente de quase dezoito anos.

- Quase. É a mulher do meu pai. - Explicou.

Um silêncio desconfortável reinou no quarto. Sakura estava ansiosa, sua barriga embrulhada querendo devolver o café da manhã. Ela ficava um desastre em momentos de tensão, o que se refletia em crises fortes de náuseas. Sasuke apertava sua mão, sua única conexão com a terra. Se ele a soltasse sabia que se perderia na confusão que estava sua cabeça. O momento calmo da praia já esquecido.

- O que aconteceu?

Então foi aí que Konan contou sobre o bebê. Um zumbido tomou conta da cabeça de Sakura abafando as vozes ao seu redor. Ela via a boca de Konan mexendo, contando delicadamente o que havia acontecido, mas não ouvia nada. Era como se a cena se passasse em câmera lenta na sua cabeça, seu estômago embrulhou ainda mais. Hinata encarava o nada agora, sem expressão, com apenas lágrimas caindo dos seus olhos. A tristeza profunda dela refletida nos olhos, a desolação. A pressão na sua cabeça aumentou tanto que Sakura não aguentou, a vertigem veio tão forte que quase não conseguiu alcançar o banheiro antes de vomitar. Sua barriga dobrando e dobrando, a ânsia tão forte que fazia seu estômago doer quando já não havia nada para colocar para fora. Os espasmos fazendo sua garganta doer. Sentou no chão, chorando, o desespero tomando conta de si. Não entendia porque estava assim, chorando. Nem mesmo era amiga de Hinata. Porque então estava tão aflita? Sentiu braços a rodeando. O cheiro de menta e loção pós barba de Sasuke misturado com um fraco cheiro de fumaça e álcool a acalmou. Tomou uma respiração profunda, afastando o enjôo e a vontade de chorar.

- Você está bem? - Sasuke perguntou a levantando, preocupado. Balançou a cabeça. Se soltou dele para molhar o rosto. Fez bochecho tentando tirar o gosto ruim da boca. Ela não respondeu, tentando se conter.

- Você tem balinha? - Sasuke tateou os bolsos atrás das balas de menta que sempre possuía por causa do vício em cigarro. Sakura daria tudo por um agora, mas já havia se arriscado demais no dia anterior fumando um. Se Sasuke soubesse que andou fumando não seria nada bom para ela. Pegou a balinha saboreando o gosto doce e refrescante quando voltaram para o quarto.

Hinata olhava para fora da janela perto de sua cama. Sakura não sabia se ela só estava pensativa ou triste. Sua expressão não revelando nada. Perdida. Konan segurava sua mão, calada, olhava para ela preocupada. O olhar que ela lançou para os dois quando voltaram dizia que nada estava bem.

- Quer que ligue para seus pais? - Konan perguntou, depois de um longo silêncio. Hinata virou tão rápido que ela se assustou.

- Não. Meu pai não pode saber disso.

- Tem certeza? - Insistiu.

- Não. Meu pai... ele... - Fez uma pausa, não sabendo exatamente como dizer aquilo. - Ele não se importa. Provavelmente ficaria feliz com meu aborto.

- Tudo bem. - Fez uma pausa. Suspirou. - O médico disse que você já te deu alta. Você quer ir para casa?

Hinata negou. Konan pensou um momento.

- O que acha de ir para minha casa? - Hinata demorou um longo tempo antes de concordar lentamente com a cabeça. - Mas vou ter que avisar seu pai.

- Ele não se importa.

Foi a última coisa que Hinata disse antes de voltar a ficar quieta. Sakura estava pensando porque a garota estava tão calma. Mas desconfiava que não seria nada bom. A falta de reação dela não era algo normal. Sem alívio, tristeza ou raiva. Apenas uma calma assustadora.

Depois de ligar para o pai de Hinata Konan tinha que concordar com a menina. O homem parecia não dá a mínima para a filha, nem havia percebido a ausência dela durante toda a noite. Depois de uma breve conversa com o médico que fez recomendações de repouso para Hinata eles foram embora.

Sakura voltou com Sasuke enquanto Hinata foi no carro com Konan. Sasuke se despediu dela na entrada da mansão Haruno. Precisava ir para casa tomar banho e dormir. Haviam chegado primeiro, então Sakura esperou o carro de Konan enquanto observada Sasuke entrar na própria casa. As duas mansões eram dívidas por apenas uma cerca de arbustos que não chegava na cintura dela. Era assim desde a infância. Ela se virou para olhar a própria casa. Era enorme, de uma cor creme quase amarelo. Se perguntou para que uma casa tão grande se só três pessoas moravam nela. Não podia contar com o pai que mais vivia viajando do que em casa. Suspirou.

Avistou o carro de Konan, ele fez uma curva e entrou na garagem. Hinata saiu do carro lentamente, olhando ao redor um pouco desconfiada. A Hyuuga não estava impressionada, talvez sua casa fosse maior do que a dela. Sabia disso porque seus pais se conheciam, faziam negócios juntos, mas Sakura nunca ligou o bastante para isso para querer fazer amizade com a menina. Já ficava irritada demais em ter que aparecer em tantas festas que seu pai lhe obrigava a ir por ser uma das herdeiras da H&U Investimentos. Sua irmã obviamente não tinha idade para ir. Então sobrava para ela.

Entraram na casa em silêncio, apenas os saltos fazendo barulho no mármore do chão.

- Mamãe! Sakura! - Uma voz infantil surgiu do alto da escada. Uma figura pequena, loira apareceu no topo da escadaria, sorridente em um vestido creme soltinho com sapatilhas negras. Quando avistou as mulheres desceu correndo, ansiosa e se jogou no colo de Konan, que a levantou nos braços também sorrindo. Misaki já estava bem grandinha, mas Konan não conseguia negar nada a pequena. - Nossa, achei que vocês não fossem chegar nunca. Já estava até preocupada.

- É? Como está a minha princesinha hoje? - Misaki sorriu contente. Adorava ganhar atenção.

- É. A Senhora Smith que teve que me arrumar, você não estava aqui. - A garota notou Hinata. Sorriu. - Oi. Sou Misaki, qual o seu nome?

- Hinata.

- Que nome lindo. Posso te chamar de Hina?

- Pode. - Hinata sorriu levemente. A garotinha era um amor.

- Vamos querida, Hinata precisa descansar agora, ela está doente. - Konan explicou enquanto caminhava para a cozinha. - Venham meninas, vamos tomar café e depois cama senhorita Hyuuga.

Hinata não questionou. Ao contrário do que imaginava Hinata elas comeram na cozinha mesmo, e não em alguma sala de jantar chique como era costume na sua casa. Sentaram em uma bancada de granito enquanto assistiam o chefe francês fazer seus cafés da manhã. Misaki não parava de conversar, contando como havia sido sua manhã e coisas que ela achava muito importante Hinata saber. O sotaque francês do Cheff Francis era encantador e Hinata se sentiu confortável pela primeira vez em tempos. Mesmo sem apetite se forçou a comer apenas para agradar aquelas pessoas, que mesmo a conhecendo a algumas horas a tratava melhor que sua família.

Sakura comeu um pouco de cada coisa que era servida, sob o olhar de águia de Konan. Sorriu para a madrasta irônica quando terminou, Konan retribuiu como se ela fosse uma criança desobediente achando que a enganava. Sakura tinha o pessimo habito de nao comer de manhã e Konan sempre reclamava sobre isso. Apesar de calada Sakura apreciava aqueles momentos de refeições. Não lembrava de entrar na cozinha na infância antes de Konan se casar com o pai. Ela sinceramente não sabia o que aconteceria de sua vida e da irmã se o pai houvesse casado com outra pessoa que não Konan. Ela sabia que teria sido criada por um batalhão de empregados enquanto o pai nem olharia na cara das filhas.

Depois do café da manhã Konan levou Hinata até o quarto de hóspedes. Misaki corria na frente, pulando naquela corrida dançante que as crianças faziam. Com uma graça que um adulto não conseguiria. Depois de beijar o rosto da menina e confirmar se ela não precisava de nada a deixou sozinha, Sakura acompanhando tudo da porta.

- Ela parece abatida, mas nada além disso. Estou preocupada. - Konan comentou enquanto andavam pelo corredor. Misaki havia sumido escada abaixo para a sala de jogos.

- Por que? Você acha que ela pode fazer algo.

- Sim. - Balançou a cabeça. - Acho que ela ainda não pegou a dimensão das coisas, e está guardando tudo para si. Isso é o pior. A qualquer momento ela pode explodir e eu não sei como isso vai ser. - Sakura suspirou, sem nada a acrescentar. Ela tinha razão. Konan desceu as escadas, enquanto Sakura entrava em seu quarto pensativa.

Tomou banho e dormiu imediatamente assim que deitou. Seja o que fosse com Hinata era uma bomba prestes a explodir.


Notas Finais


Então... até o next o/

Muitos segredos e revelações, ops, kkkk não perca essa e outras emoções no próximo capítulo.

Beijo, beijo.


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