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História Florescer - Traitor



Notas do Autor


Bunnylitz: oi oi oi, tudo bom?
espero que sim!!!
FELIZ NATAL EINNNN
eu n sou o papai noel, mas a mamãe aqui trouxe um lemon bem gostosinho de presente p vocês 🤰🏻
espero que gostem!!
ai gnt, esse cap nos custou mais de quatro dias, acho bom vcs darem feedback 😼
já aviso, esse cap tá pior (ou melhor) que montanha russa 👀
sem mais delongas...
boa leitura!
ps: nos vemos nas notas finais!!

Hiyamizu: Oioi, como vocês estão???
Feliz Natal gente, meu Deus.... Era pra mim ter postado esse capítulo na semana passada, desculpa aí......
Sério, esse capítulo foi desgastante pra cacete de escrever, então pfvr, gostem dele, vou nem pedir isso 💀
Boa leitura

Música do título do capítulo: https://youtu.be/FXk4Y7-WLMA

Capítulo 4 - Traitor


God, I wish that you had thought this through

Deus, gostaria que você tivesse pensado sobre isso

Before I went and fell in love with you

Antes de eu me apaixonar por você

— Estou apaixonado por você, Izuku.

Izuku afastou-se de imediato, sentindo uma tristeza inigualável se instalar em seu peito. As palavras que o loiro havia acabado de dizer ressoavam infinitamente em seus ouvidos e Katsuki ainda continuava a encará-lo, sem desviar os olhos por nenhum momento.

Por que ele havia falado aquilo? E pior, por que que seu peito doía tanto ao ouvir aquelas palavras vindo da boca que havia acabado de beijar?

— Então... foi por isso que você se reaproximou de mim? — Midoriya perguntou com voz baixa, não querendo acreditar que aquilo era realmente real. O olhar confuso do outro recaiu sobre si no mesmo instante. — Sabe, Katsuki, fazer isso não é nada legal — suspirou, chateado — eu pensei que você era… diferente.

— Espera aí, cacete. — Levou a mão até o pulso dele, tentando o trazer para perto novamente. — Eu não estou te entendendo. — Ele parecia verdadeiramente confuso, mas Izuku não deixou que o loiro o tocasse. — Deku, o que foi, porra? Por que você ficou assim do nada? — Estava tentando entender o que havia feito para o outro ficar daquele jeito.

Será que beijá-lo havia sido tão imprudente assim?

— Isso, Katsuki — seus olhos se encontraram com os olhos vermelhos-carmesins novamente — Isso não deveria ter acontecido. Nós não deveria ter acontecido. Você só se aproximou de mim para brincar com os meus sentimentos, não é? — Sua voz cheia de chateação passava a ficar embargada. — Por favor, Katsuki, não faça mais isso. Não me magoe mais do que você já magoou no passado, eu não mereço isso, eu… eu não te fiz nada — murmurou.

Aquilo havia sido como uma facada no peito do mais alto. As palavras poderiam sim ter sido verdadeiras, mas Izuku estava certo — mesmo que ele ainda não soubesse disso.

E Katsuki desejava que ele nunca soubesse.

— Não fale isso, por favor — ele murmurou, segurando-o pelo braço com delicadeza, querendo evitar que ele se afastasse mais uma vez de si. — Eu estou mesmo apaixonado por você, Deku. Eu juro! — falou, um tanto quanto desesperado. — Isso é novo para mim também, mas é sério, eu nunca senti isso por ninguém. Nunca quis tanto ficar perto de uma pessoa como eu quero ficar perto de você. Eu quero você, cacete! — Seus olhos brilhavam e ele esperava que Izuku o olhasse no fundo dos olhos e visse que tudo aquilo era realmente verdade.

— Katsuki… — ele sussurrou baixo.

— Olhe nos meus olhos, Deku, você acha mesmo que eu estou mentindo? — perguntou com um tom de voz calmo, embora seu coração estivesse uma loucura.

Midoriya o olhou, vendo que seus olhos ainda brilhavam intensamente. Sua pupila estava tão dilatada que o vermelho-carmesim quase não era nítido. O de esverdeado nunca havia visto algo daquele jeito antes. Mas, mesmo assim, ele ainda não conseguia acreditar no que tinha ouvido dele.

Como Katsuki poderia se apaixonar por ele?

Como alguém como Bakugou poderia gostar de alguém como ele.

— Por favor, Katsuki…

— Você realmente não sente nada por mim? — indagou, levando uma das mãos até o rosto do menor, fazendo um carinho calmo. — Me diga a verdade, Izuku — pedia, não, Katsuki parecia implorar. — Você não sentiu nada quando eu te beijei? — sussurrou.

Ele se aproximou de Izuku mais uma vez, tentando fazer seus lábios se tocarem novamente.

— Eu tenho que entrar. — Izuku o empurrou devagar, não querendo ser sincero com os próprios sentimentos. Ele virou-se, entrando em casa no mesmo instante.

Não queria ouvir mais palavras bonitas saindo da boca dele, temia acreditar que, talvez, elas fossem mesmo sinceras. Seu coração batia forte, acelerado demais dentro de seu peito. Por mais que quisesse acreditar em Bakugou, Izuku sabia que aquilo não era um filme de romance clichê em que o protagonista bonitão se apaixonava pela nerd.

Aquilo não era a merda de um conto de fadas.

Sentiu que seus olhos marejaram, mas não pôde fazer nada. A tristeza que se instalou em seu peito por saber que aquilo nunca seria real o fez deixar que suas lágrimas fluíssem por todo seu rosto em um choro silencioso.

— Eu gosto de você, seu idiota — murmurou Izuku para si mesmo, admitindo pela primeira vez, todo aquele sentimento que tinha guardado dentro de si por anos. — Eu sempre gostei.

Do outro lado da porta, Katsuki ainda estava parado no mesmo lugar, processando o que havia acontecido enquanto seus olhos focavam-se na madeira branca e no tapete de Boas-vindas da residência dos Midoriya’s. Fechou o punho com força, querendo socar alguma coisa naquele exato momento. Como havia sido estúpido. Sabia que provavelmente a reação do menor seria algo assim. E, porra, mesmo assim havia resolvido ser emocionado e falar as coisas tudo de uma vez.

Coisas que ele nem ao menos tinha processado totalmente.

Tinha mesmo dito todas aquelas coisas para ele? Bakugou não conseguia acreditar que havia mesmo feito aquilo.

No fundo, seu coração tinha certeza de que Izuku correspondia aos seus sentimentos, ele havia visto isso nos olhos dele. Era verdade, ele tinha certeza disso, até mesmo tinha conseguido sentir a temperatura da pele dele, sem contar que qualquer um notaria como ele havia ficado nervoso.

Midoriya gostava dele.

O problema mesmo era que Izuku não conseguia acreditar em seus sentimentos por ele. Mas quem seria Katsuki para o julgar? Entendia que, mesmo depois de tudo que aconteceu no passado, ele ainda havia se esforçado para o dar uma segunda chance e isso agora poderia ser demais para o menor, pois havia o abandonado por uma maldita reputação de merda e a porra de um lugar na desgraça daquela hierarquia escolar.

Mesmo que fosse doloroso até para ele admitir isso, Katsuki sabia que não merecia o amor de Izuku. Ele não merecia ter Izuku.

E, mesmo agora, ele continuava sendo um babaca.

Claro, tinha aceitado o conselho de Mina e sido verdadeiro com o menor sobre os seus sentimentos reais, todavia, o outro tinha razão ao dizer que ele só estava ali para brincar com suas emoções, pois de certa forma, ele estava certo.

Bakugou não era nada além de um valentão idiota e, mesmo tendo ciência disso, tinha medo de mudar.

Não passava de uma criança assustada naquele momento e se odiava intensamente por isso. Ser sentimental daquele jeito era novo para si, assim como expor seus sentimentos, medos e inseguranças.

Saiu da frente da porta do garoto de madeixas esverdeadas, olhando para a janela do quarto dele enquanto montava em sua moto, seu coração ansiando vê-lo ali, mas não havia sinal algum que Izuku estava lá, além das cortinas estarem fechadas, tapando qualquer vestígio dele. Suspirou pesadamente, tentando ignorar a vontade extrema de chorar, aquilo não era nada do seu feitio.

Pilotou até a sua casa, estacionando a moto na frente da residência mesmo, sem paciência para guardá-la na garagem. Respirou fundo ao colocar a mão na maçaneta dourada, virando-a com lentidão, não fazendo questão de entrar rápido em casa, era quase como se temesse encontrar os olhos verdes ali, o olhando com chateação.

Entrou, vendo que apenas a luz da cozinha estava acesa. Sua mãe ainda estava acordada.

Bakugou sentiu uma agonia surgir em seu peito e seus olhos queimaram novamente. Ele realmente precisava conversar sobre esse turbilhão de sentimentos com alguém. E em quem mais ele poderia confiar se não fosse em sua mãe?

Talvez fosse estranho chegar e começar a contar coisas do nada, aquilo nunca foi algo que ele faria, porém, sabia que independente de qualquer coisa, poderia sempre contar com aquela mulher, ela era a sua mãe afinal.

— Katsuki? — ela perguntou da cozinha, ao ouvir o barulho da chave girando na porta. — Você chegou cedo, até — ela comentou assim que ele apareceu na cozinha, vendo-a abrir uma garrafa de vinho. — Eu estava achando que você passaria a noite na rua como sempre fez depois dos jogos. — Levou a taça até a boca, ingerindo um pouco do líquido escuro.

Katsuki era mesmo assim? Ele nunca havia parado para pensar que, enquanto estava bebendo e farreando com os amigos, ela estaria ali, preocupada consigo e, pior, sozinha.

— Não — ele disse, pegando um copo e indo até a geladeira. — Dessa vez eu fui comemorar com o Izuku e alguns amigos do clube de mangá — explicou, vendo-a sorrir.

— Oh, isso explica tudo. — Ela balançou o pouco de líquido que ainda tinha na taça. — Ele nunca deixaria você passar a madrugada toda por aí — riu, sabendo que às vezes o garoto agia como um adulto, querendo ser responsável por tudo.

— É, ele nunca deixaria — disse um pouco indiferente, sentando-se no banquinho do balcão da cozinha, ainda segurando o copo que havia pego anteriormente. — Podemos conversar sobre algo? — perguntou, baixo. — É meio importante… — murmurou, constrangido com o olhar da mais velha sobre si.

— Claro, pirralho — respondeu, apoiando os cotovelos na ilha de mármore preto. — O que aconteceu?

Katsuki sentiu-se desconfortável.

Como ele diria tudo o que aconteceu para sua mãe? Como poderia explicar para ela os seus sentimentos, e pior, como iria explicar sobre os seus sentimentos por um garoto?

Estava confuso demais, assustado demais e ansioso demais, quase à beira de um colapso.

— Eu disse para ele… — Encarou o copo em suas mãos, com os olhos desfocados.

— Disse o quê? E para quem? — Mitsuki perguntou, um pouco perdida sobre o assunto.

— Eu disse para o Izuku que eu gosto dele — disse de uma vez, olhando para os olhos arregalados de sua mãe.

Mitsuki se engasgou com a própria saliva.

— Quando isso aconteceu? — Ela realmente estava surpresa demais com a revelação do filho, contudo, não conseguia negar que seu coração enchia-se de alegria.

— Praticamente agora — confessou, levando a mão até os próprios cabelos. — Eu beijei ele — admitiu, sentindo suas bochechas queimarem. — Eu também disse que gostava dele, mas ele… — suspirou — ele não acreditou em mim e aquilo doeu, sabe? Mesmo que eu saiba que ele tem motivos de sobra para não acreditar em mim — mordeu o lábio inferior. — Eu sei que ele sente o mesmo por mim, tenho certeza disso — afirmou, não deixando que sua mãe falasse ainda. — Sei que, mesmo depois de tudo, o Deku é apaixonado por mim, mas, ele não acredita nos meus sentimentos — lamentou. — Eu sei que não tenho direito algum de culpá-lo, sei disso. No lugar dele, eu também não acreditaria, sabe? Eu já magoei ele demais… então, por que eu mereceria ele agora?

Mitsuki ouvia tudo com atenção, calada, não querendo se intrometer no desabafo do filho. Ao ver que Katsuki havia terminado, ela suspirou, levantando-se e indo até ele, abraçando-o com cuidado, temendo que qualquer movimento brusco fosse quebrá-lo ainda mais.

— Isso é muito, muito complicado, meu filho. — Ela passou a fazer um carinho delicado nos fios rebeldes. — Entendo o seu lado, de verdade, mas ficar assim, se martirizando e sofrendo não vai te ajudar em nada. — Se afastou, olhando nos olhos dele. — Você disse que ele sente o mesmo por você, tem mesmo certeza disso? — Katsuki assentiu. — Então dê um tempo a ele. Izuku precisa mais disso do que você, entende? Ele ainda precisa entender os próprios sentimentos para poder decidir o que é melhor para ele. Ele é um bom garoto, tenho certeza que, quando ele estiver pronto, ele vai ser sincero com você mesmo que isso venha a, casualmente, te machucar.

Katsuki sabia que sua mãe tinha razão, a mais velha o conhecia muito bem, porém, mesmo depois das palavras dela, ele simplesmente não conseguia evitar de sentir-se mal.

A situação em si era toda fodida.

— Tenho medo de ter sido ambicioso demais, sabe? — admitiu. — Eu não mereço ele.

— E porque você acha isso? — sua mãe perguntou, curiosa sobre o assunto.

— Ele é uma pessoa incrível, mãe. O Deku foi a única pessoa por quem eu me apaixonei, mas… — disse, sua voz soando ainda mais lamentável do que seu estado emocional. — Eu não sou nada bom com esse lance de sentimentos — lamentou. — Tudo pra mim é na base do grito, da raiva e do desprezo. Eu nunca havia me envolvido tanto assim com alguém, sabe? Sei que um dia eu vou machucá-lo, mas, mesmo assim, eu não posso evitar, eu quero ser egoísta. — Suspirou, olhando para sua mãe logo depois. — Eu quero tê-lo para mim, mesmo sabendo que não sou o suficiente.

— Não diga asneiras desse tipo, Katsuki — ela reclamou. — Apenas saiba esperar e faça o seu melhor para mudar. — Endireitou a postura, dando a volta no balcão novamente. — Dê o tempo que ele precisa e vê se toma vergonha na cara. — Pegou a taça de vinho. — Se torne alguém digno do amor dele — aconselhou.

Sua mãe estava certa, independente do que mudaria daquela noite em diante, Izuku precisava de um tempo para pensar.

Mitsuki bebeu mais um gole do seu vinho, sorrindo ao ver o filho martelando o que havia falado.

— Obrigado por me ajudar, mãe — ele agradeceu, recebendo um sorriso da matriarca de volta.

— Não precisa agradecer, você é o meu filho e eu sempre estarei aqui para te ajudar. Agora suba para seu quarto, tome um bom banho e esfrie a cabeça. O certinho sobre suas ações e sobre seus sentimentos em relação ao Izuku. Não tenha pressa, foque apenas em colocar essa cabecinha no lugar. — Tocou a testa dele com o dedo indicador. — Tenho certeza que você vai achar um jeito de fazê-lo feliz, você é meu filho afinal.

Katsuki assentiu, levantando-se logo em seguida. Deu um último abraço em sua mãe, antes de subir para seu quarto, a fim de realmente achar uma solução para aquele impasse.

[...]

Naquela manhã, Midoriya não apareceu no colégio.

Katsuki não sabia o que fazer, ele não queria que Izuku perdesse aulas por sua causa, muito menos, que o menor se afastasse do clube de mangá em plenos preparativos para o festival.

Ele sabia o quanto aquilo era importante para o baixinho.

Suspirou, precisava urgentemente tomar coragem para falar com o de madeixas esverdeadas sobre o que havia acontecido, mesmo sabendo que deveria respeitar o tempo dele. Katsuki não queria deixar aquele vão entre eles, era desgastante, triste e solitário demais não ter Izuku ali.

Levantou-se preguiçosamente, abrindo a porta de ferro que o levava para os fundos do colégio, saindo rapidamente de lá. Andou a passos lentos em direção ao banheiro, precisava urgentemente lavar o rosto, pois tinha tido a pior noite do mundo. Não havia conseguido pregar o olho, pois sempre que os fechava, a imagem de Midoriya com aquela voz embargada vinha a sua mente, quase como se ela quisesse o martirizar. O desentendimento deles havia sido tão pesado para si que ele até mesmo havia se esquecido do beijo maravilhoso que tinham dado.

Ele queria mais, muito mais. Beijar Izuku realmente havia sido bom e Katsuki não via a hora de poder sentir aqueles lábios macios novamente.

Continuou andando, não parando para falar com ninguém, como sempre. As pessoas que passavam por ele, continuavam a parabenizá-lo pelo jogo da noite anterior, porém, ele realmente não se importava. A única pessoa de quem queria ouvir elogios, não havia aparecido naquela quarta-feira.

Entrou no banheiro rapidamente, indo direto ao mictório, precisava mijar. Não demorou muito, indo até a pia para lavar as mãos logo em seguida. Katsuki tinha os olhos concentrados na maneira em que lavava as suas próprias mãos. O jeito que a espuma se dissolvia na água parecia a coisa mais impressionante do mundo para a sua mente alheia e seus olhos desfocados. Foi, então, que uma voz muito bem conhecida por si chamou a sua atenção.

— E aí, brô — Kirishima o cumprimentou, abraçando seus ombros de um jeito desleixado, parando ao seu lado. — Curtiu muito a noite ontem? — ele perguntou, encarando o loiro pelo espelho.

Bakugou o encarou de volta, mas rapidamente voltou seus olhos para as suas mãos.

— Desde quando o que faço ou deixo de fazer te interessa? — Desligou a torneira, indo até o secador de mão que havia ao lado do espelho. — Que eu saiba, a tua quenga é o Denki, não eu — falou, observando Eijirou dar uma risadinha.

— Realmente, você está bem diferente, brô. — se encostou na pia, cruzando os braços. — Conviver com o nerdão tá te mudando mesmo, hein. — Olhou para ele, vendo-o acabar de secar as mãos.

— Kirishima, me erra, cacete — resmungou. — Desde quando você é tão preocupado com o que eu faço ou deixo de fazer?

— Desde quando meu carro está em jogo, é claro. — Arqueou uma sobrancelha. — Ou você desistiu da aposta? — perguntou.

— Porque tanto interesse nessa aposta? — Katsuki devolveu a pergunta — Você nunca foi de ficar tão obcecado nas nossas brincadeiras, então porque está tão preocupado se eu desisti ou não, hm? — Bakugou não estava gostando nada daquele súbito interesse do falso ruivo no que estava acontecendo, tinha um mau pressentimento sobre isso.

— Sabe, temos que cuidar do que é nosso. — Mordeu o lábio inferior. — E, por hora, o carro ainda é meu — ditou, como se fosse o óbvio.

— Enfia o carro no cu, caralho — disse, andando em direção a porta. — Eu tô pouco me fodendo pra ele. — Tocou a maçaneta, mas não a virou, pois a voz do outro se fez presente novamente.

— Você vai mesmo desistir da aposta? — perguntou, se desencostando da pia. — Ou será que… oh. — Ele abriu um sorriso largo. — Você já conseguiu comer ele, brô? — Passou a língua nos lábios .— Me diz, ele é tímido na cama também? Os gemidos dele devem ser adoráve-

Eijirou nem ao menos teve chance de desviar do murro certeiro que veio até sua boca antes que pudesse terminar aquela palavra.

— 'Cê tá ficando louco, caralho?! — Bakugou perguntou, trincando o maxilar. — Lava a merda da tua boca antes de falar dele. — Chacoalhou a mão, tentando espalhar o choque repentino que sentiu em seus dedos.

Kirishima riu, limpando a pouca quantidade de sangue que passou a escorrer ao lado de sua boca.

— Ficou putinho? — Sorriu. — Então é verdade mesmo, o Denki tinha razão — riu mais uma vez, deixando os dentes brancos, agora sujos por sangue, à mostra. — Você tá apaixonado pelo feioso — concluiu, vendo a feição de Katsuki se tornar ainda mais agressiva.

— Você é um ser humano desprezível — falou. — E sua puta consegue ser ainda pior. Vocês dois se merecem, mesmo. — Se aproximou de Kirishima, encarando os olhos vermelhos do, ex, amigo. — Vocês me dão nojo.

A voz enojada do loiro era visível, mas isso só serviu para que Eijirou risse ainda mais.

— Irônico ouvir isso vindo logo de você, não é? — falou, sem tirar os olhos dele. — Qual é a sua moral para falar de mim, hm? Você é o pior merdinha entre nós — riu. — A aposta pode até ter sido ideia nossa, mas você aceitou ela bem rapidinho, não foi? — Sentiu a gola de sua blusa ser puxada com força pelo outro, porém, não reagiu.

Ele estava se divertindo.

— Cala a porra da boca! — exclamou, o chacoalhando levemente. — Eu não sou que nem vocês. — O soltou, empurrando-o para longe. — A aposta acaba aqui. E não me procurem mais, eu tenho vergonha de um dia ter sido amigo de alguém tão babaca quanto você! — Caminhou até a porta novamente, dessa vez, realmente girando a maçaneta.

Queria sumir dali o mais rápido possível.

Passou a andar a passos rápidos pelos corredores quase vazios, não se importando se a aula já havia — ou não —, começado. Estava tão desconcertado que mal teve tempo de parar e, quando viu, já havia esbarrado em alguém.

— Cacete, você é cego? — A voz conhecida falou, se abaixando para pegar os livros que haviam caído.

— Desculpa, eu não-

— Katsuki? — Todoroki perguntou, arqueando uma sobrancelha assim que viu com quem havia esbarrado.

— E aí? — Tentou disfarçar, abaixando-se para ajudá-lo com os livros. — Como você tá? Machucou alguma coisa? — perguntou.

— Eu estou bem — respondeu, observando o outro pegando os livros com delicadeza. — E não, eu não machuquei nada. — Seus olhos desiguais foram até a mão do loiro, vendo com clareza como estava avermelhada e com vestígios de sangue.

Shoto poderia ser lerdo, mas não era tão burro assim.

— Não acha que são muitos livros para você carregar assim sozinho, hm? — Empilhou-os em duas fileiras, observando a grande quantidade. — Para onde estava indo?

— Eu faço parte do clube de literatura também e hoje é o meu dia de repor os exemplares. — Se levantou, trazendo uma das pilhas consigo.

Todoroki olhou bem o estado do garoto a sua frente e suspirou, ele estava acabado.

— Pega essa outra pilha e me siga. — Se virou de costas. — Vamos cuidar primeiro dessa tua mão feiosa, conversamos depois. — O de madeixas lisas passou a andar, sendo, estranhamente, seguido pelo outro, que ainda permanecia calado.

Chegaram à biblioteca improvisada que servia como sala de literatura pouco tempo depois. Shoto colocou a pilha de livros em cima de uma mesa grande e Katsuki o seguiu, fazendo exatamente o mesmo.

— Senta aí — o bicolor falou, indo até um pequeno armarinho. — Eu costumo ter essas coisas comigo porque, né, eu sou bem desastrado. — De lá, ele retirou uma caixinha de primeiros socorros. Se levantou, indo até o loiro que estava sentado perto de uma grande estante, repleta de livros didáticos.

— Eu percebi isso — Katsuki falou, tentando controlar a ansiedade que corria por suas veias.

— É, mas o assunto da vez aqui não sou eu. — Abriu a pequena maleta. — Dá a pata — pediu.

— Vai se foder. — Mesmo que aparentasse estar hostil, Katsuki estendeu a mão.

— Você socou alguém?

— Não, fui bater punheta e a mão escapou — respondeu com humor, embora sua voz ainda fosse grossa. — É claro que eu soquei alguém. — Revirou os olhos.

— Seu mau-humor tem algo a ver com o Izu não ter aparecido no colégio hoje? Nós estamos preocupados. — Se referiu aos outros amigos. — Ele nunca foi de faltar sem que fosse por necessidade mesmo. — Pegou um pedaço de algodão, o molhando com um pouco de álcool logo depois.

Katsuki não sabia se deveria contar o que havia acontecido entre eles, temia que aquilo fosse servir de gatilho para que Midoriya ficasse desconfortável na frente dos amigos, porém, ele não sabia mais o que fazer.

— Nós nos beijamos, ontem à noite. — Shoto ergueu os olhos para si, surpreso. — Pois é. — Fez sinal de concordância com a cabeça, como se aquilo fosse um choque para si também.

— Isso é novo — falou. — Achei que você fosse hétero. — Arqueou uma sobrancelha.

— Também achei. — Deu de ombros. — Sabe, me apaixonar por alguém nunca foi um plano, ainda mais, por um garoto. — Deu uma risadinha fraca. — Mas, quando eu vi, já tinha acontecido. — Suspirou. — Eu só queria que ele acreditasse nos meus sentimentos e que fosse sincero comigo, sabe?

— Entendo. — Todoroki não queria entrar em detalhes, muito menos expor sua opinião sobre aquilo, afinal, a vida não era dele e ele não tinha nada a ver com o que ambos faziam ou deixavam de fazer, por isso ficou quieto.

Katsuki suspirou, sentindo uma pomada ser passada em sua mão e, logo depois, uma faixa ser colocada.

— Bem exagerado, não acha? — o loiro perguntou, olhando para sua mão.

— Mais exagerado do que esse romance clichê que você e o Izuku estão protagonizando? Acho difícil. — Passou a guardar as coisas de volta na maletinha.

— Você não sabe da história completa para estar falando essas coisas — retrucou.

— Eu não preciso saber para ter certeza de algo. — Olhou para ele. — Vocês se gostam, isso está bem nítido para todos nós. — Deu de ombros.

— Há quanto tempo você o conhece? — Katsuki perguntou. — Digo, você parece conhecer ele bem — comentou sem graça, não queria parecer que estava com ciúmes ou algo assim.

Por mais que ele estivesse sim.

— Conheci ele quando entrei para o colégio, não tem tanto tempo assim. — Parou para pensar. — Diria que uns dois, três anos. — Katsuki assentiu.

— Eu conheço ele desde o berço. — Se encostou na cadeira. — Mas eu fui bem babaca com ele por alguns anos, então não sei se ainda posso falar isso — lamentou.

— Você precisa de um psicólogo — Todoroki falou, atraindo um olhar zangado sobre si. — Ei, não me leve a mal. — Deu uma risadinha. — É só que, as atitudes que você tomou anos atrás ainda te assombram e isso te faz ficar apreensivo, com medo de tomar novas atitudes que acabem o machucando novamente. — Era irritante o jeito que ele parecia tão sério naquele momento, preferia o Shoto destrambelhado.

— Você seria um bom psicólogo, apesar de parecer insuportável — Bakugou falou.

— Vou aceitar isso como um elogio. — Cruzou os braços.

— Mas foi um elogio — disse despreocupado. — O que você acha que eu deveria fazer? — perguntou. — Minha mãe me diz para eu dar um tempo e deixá-lo pensar, mas eu não sei se é realmente isso que eu devo fazer — desabafou.

— Eu iria atrás dele — falou. — O Izuku é uma pessoa muito difícil de lidar, sabe? Ele é inseguro, fechado e nunca fala sobre os próprios sentimentos. — Suspirou. — Você não tem que falar que gosta dele, você tem que mostrar isso a ele, entende?

— E como eu faria isso? — perguntou. — Eu o beijei com todos os meus sentimentos e, mesmo assim, ele não acreditou!

— Se esforce mais. — Levantou-se. — Tenho certeza que você não brilha só dentro de uma quadra de basquete. — Passou a mão nas madeixas lisas. — Aliás, o jogo de ontem estava impecável. — Fez um joinha para ele.

Katsuki sorriu, se levantando.

— Obrigado pelo papo e pelo… curativo — riu, vendo a faixa descolar de sua mão.

— Deixa meu curativo em paz. — Deu uma risadinha também.

Bakugou nada mais disse, pois sabia que não era necessário. Sentia-se feliz por ter tido um papo cabeça com ele, pois sempre achou que o menino de olhos desiguais era um idiota qualquer, desastrado e burro, porém, ele tinha seus momentos.

Antes que pudesse sair da sala, a voz dele se fez presente novamente.

— E, cara, não deixa a Mei saber que rolou beijo entre vocês não, se não é bem capaz de ela surtar! — exclamou.

— Tá louco? Deus me livre — riu, sumindo da vista do outro após um "amém" que ele soltou.

Passou o resto do dia pensando sobre o que faria. Ele não tinha realmente uma ideia de como faria para provar seus sentimentos para ele, porém, ele precisava decidir o que fazer logo, já estava começando a sentir saudades do menor.

[...]

Izuku não havia acordado com vontade alguma — se é que um dia ele já teve — de ir para o colégio e se sentia culpado por ter usado a recuperação de sua mãe como desculpa para faltar às aulas naquele dia, porém, era sua única alternativa, caso contrário, teria que vê-lo.

Passou o dia deitado em sua cama, encarando o teto e vendo a hora passar, totalmente preso em seus pensamentos. Por mais que o final da noite de ontem tenha sido um desastre completo, o beijo que ele e Katsuki haviam dado não saía — não queria sair — de sua mente, mesmo ele se esforçando realmente para que aquilo acontecesse.

Não ir para a aula naquele dia havia sido uma decisão tão extrema que ele nem ao menos sabia o porquê de tê-la tomado. Ele não estava fugindo de ninguém, muito menos se escondendo dele, então não havia explicações suficientes para ter se ausentado tão de repente.

Suspirou pesadamente. Estava incrivelmente magoado consigo mesmo.

Por mais que tentasse várias e várias vezes acreditar nas palavras de Katsuki, ele simplesmente não conseguia. A ideia de que Bakugou estivesse tão apaixonado assim por ele o deixava assustado. Sabia que o loiro estava, aos poucos, mudando o jeito de o tratar, se esforçando para realmente merecer a segunda chance que o de madeixas verdes havia lhe dado, todavia, ele não podia deixar de ter medo de se machucar novamente, era automático já, como uma auto defesa.

E seu medo era tão grande que ele estava começando a ficar magoado consigo mesmo. Sair da sua zona de conforto não parecia tão tentador, embora fosse o que ele mais queria.

Ajeitou-se na cama, sentindo o cheiro de Katsuki ficar ainda mais forte. Estava usando a blusa preta do outro dia e a jaqueta da noite anterior, que ainda estavam em sua casa.

Midoriya apenas se sentiu ainda mais ridículo por estar com as roupas dele, sentia-se como uma garotinha apaixonada.

Izuku havia — praticamente — recusado os sentimentos do loiro, fora as investidas que ele tentou fazer novamente, o que parando para pensar, talvez fosse idiota, pois ele se sentia da mesma maneira, embora tenha levado um certo tempo para diferenciar o sentimento de amizade e de romance.

E tudo só piorava pelo simples fato de ter sido tudo tão de repente.

Se dar conta de que estava apaixonado era uma coisa, agora tê-lo se declarando daquela forma em uma noite fria e cheia de novas experiências era algo completamente diferente.

Ele não sabia lidar com a pressão.

Suspirou, tudo parecia girar em torno da sua insegurança e isso o fazia se sentir dez vezes pior, pois as paranóias começavam e era um saco ter que se controlar para não surtar, pois desse jeito aquele beijo gostoso se tornava pensamentos e questionários idiotas em sua mente.

Como poderia se sentir digno de Katsuki com aquele corpo?

Lembrava-se exatamente da maneira como havia sentido-se inferior e envergonhado pelo simples fato de ele ter tocado a sua barriga. Imaginar-se em outras situações o deixava agitado.

E o pior é saber que, sim, Izuku realmente queria outras situações.

Queria ser beijado novamente, queria ser abraçado e tocado pelo maior, mas, acima de tudo, queria estar com ele.

Ser inseguro era horrível.

Como será que ele estava naquele momento?

Bakugou estaria ansioso para vê-lo? Talvez tenha sentido sua falta ou estava magoado por não ter acreditado em seus sentimentos? Será que Katsuki continuaria a frequentar o clube de mangá?

Sua mente estava um caos com tantas perguntas, perguntas essas que, provavelmente, não teriam respostas tão cedo, afinal, Midoriya não tinha coragem o suficiente para o encarar depois daquilo.

— Que merda! — sussurrou para si mesmo, remexendo-se na cama novamente. — Por que caralhos eu sou assim?

Izuku não aguentava mais, precisava vê-lo, mesmo que soubesse que aquilo não seria possível naquele momento.

Foi então que ouviu o barulho chato e insuportável de pedrinhas batendo em sua janela.

Izuku as ignorou, achando que seria alguma criança irritante, porém, ao ver que as pedras estavam ficando insistentes demais para ser algo do tipo, ele se levantou da cama, andando — vulgo, se arrastando — até o parapeito, abrindo a janela de vidro com força, ainda que tomasse cuidado para não quebrá-la.

— Dá pra parar com essa por-

— Nossa, você finalmente apareceu, cacete! — Katsuki sorriu para ele lá de baixo. Midoriya arregalou os olhos. — Podemos conversar? — pediu. — Prometo não ocupar mais que cinco minutos do seu tempo.

— Eu não sei — Izuku respondeu relutante, mesmo que seu peito gritasse eufórico por vê-lo. — Já está tarde, sabe? É melhor você ir para casa, Katsuki — aconselhou, tentando controlar a imensa vontade de descer as escadas e acabar com aquilo de uma vez.

— Não — ele respondeu, teimoso — Eu não vou conseguir dormir se ficar assim com você por mais uma noite, Deku — falou sincero. — Por favor, me dê apenas cinco minutos. Caso não queira nem me ver depois desse tempo, eu juro, te deixarei em paz — implorou. — Mas só me dê cinco minutos, por favor.

O pobre coração de Izuku falhou uma batida.

Nunca havia visto Katsuki chegar naquele estado, nem mesmo quando eram apenas crianças e o loirinho vivia passando por momentos difíceis por causa do pai.

— Na parte de trás da minha casa tem uma escada de emergência que leva para o telhado. Se quiser conversar, estarei à sua espera lá — Katsuki falou, sumindo da vista de Midoriya.

Não sabia se deveria ir, porém, o de madeixas verdes sabia que desejava profundamente aquele encontro.

Sentiu seu coração acelerar, resolvendo que não esperaria mais. Iria atrás daquilo que realmente queria. Desceu as escadas rapidamente, indo até a casa do loiro, exatamente pelo caminho que havia sido indicado.

Subiu para o telhado com cuidado, tentando controlar seus batimentos cardíacos quando notou que o loiro já estava sentado lá. Ele parecia observar o céu, apreciando as constelações bem destacadas naquela noite de céu limpo.

— Você está com a minha blusa — comentou Katsuki assim que o menor sentou-se ao seu lado. — E com a minha jaqueta também.

— Ah, isso. — Deu uma risadinha nervosa. — É só que…

— Eu estava com saudades — disse, chamando a atenção dos olhos verdes para si. — Eu estava com saudades de você, Deku — murmurou baixo, aproveitando do silêncio tranquilo que estava ali.

— Eu também… estava com saudades — admitiu, apertando o tecido da jaqueta com força entre seus dedos. — O que aconteceu com a sua mão, Katsuki? — indagou com preocupação, assim que seus olhos repararam no curativo.

— Ah, isso? — Mostrou a mão. — Não foi nada — o tranquilizou. — Eu só… soquei um inseto — Sorriu de canto.

— Você brigou com alguém? Machucaram você? — Sua preocupação falou mais alto, fazendo com que o loiro desse um sorriso largo.

— Não se preocupe, princesa — disse para ele, sentindo o peito se encher de satisfação por chamá-lo assim de novo.

Izuku corou, nem havia se dado conta de como estava sentido falta daquele apelido sem graça.

— É inevitável eu me preocupar. Você sabe muito bem disso, idiota. — Katsuki sorriu, sentia-se estranhemnte feliz por ter sido chamado de idiota pelo outro.

— Izuku — A mão direita de Bakugou procurou a mão de Midoriya, tocando-a devagar assim que encontrada. — Eu não quero invadir o seu espaço, muito menos insistir. Mas eu também não posso cruzar meus braços e ficar sentado, esperando você tomar uma decisão. — Suspirou. — Por isso, nós podemos conversar sobre ontem? Eu tenho tanta coisa pra te falar, quero fazer isso do jeito certo.

Midoriya engoliu em seco. Por mais que estivesse tenso e sem saber o que fazer, Izuku realmente queria saber o que o outro tinha para lhe dizer, mesmo que ainda não acreditasse nele.

— Tudo bem. — Suspirou por fim, concordando. — O que você tem para me dizer, Katsuki?

Bakugou sentiu suas mãos gelarem, não esperava que o menor fosse tão direto assim. Suspirou, virando-se de frente para ele.

— Eu estou apaixonado por você — repetiu, colocando a mão na frente da boca de Izuku assim que ele fez menção de falar. — Me deixe terminar, por favor. — O outro assentiu. — Eu sei que é estranho e bem repentino, mas… — Deu uma risadinha incrédula, não acreditando ainda no que estava acontecendo. — Eu não pude evitar de me apaixonar por você durante essas duas semanas que nos reaproximamos. Estar com você me fez conhecer um novo lado meu, sabe? Estar com você me fez querer mudar porque, sim, eu tinha plena noção do quão babaca eu era — falou.

— Ainda é — Izuku disse, um pouco brincalhão, embora ele achasse verdade.

— Sim, ainda sou — Entrou na brincadeira, arrancando um risinho do outro. — Mas eu realmente quero que você acreditasse em mim. — Olhou nos olhos dele, não hesitando em momento algum. — Sei que pedir para você aceitá-los está fora de cogitação, eu sei disso, mas, mesmo assim, eu queria ser egoísta e te pedir isso. — Sua mão direita foi em busca da mão dele, agarrando-a com força.

— Katsuki, eu… — Não sabia o que dizer e tudo só piorou quando sua mão foi colocada no peito dele.

— Sente isso — ele disse. — Olha como meu coração fica acelerado só por estar com você, só por ver você. — Sorriu. — Eu nunca senti isso antes. Por ninguém.

O coração do loiro a sua frente batia tão forte que Izuku temia que ele fosse ter um infarto.

Midoriya acreditava que ele estivesse sendo sincero, afinal, o conhecia desde muito novo, mas, mesmo assim, o medo de realmente acreditar e, talvez, até aceitar os sentimentos de Katsuki insistia em permanecer ali, no fundo de seu peito.

Suspirou, olhando os olhos brilhantes e a face esperançosa de Bakugou. Sabia que nutria sentimentos pelo loiro também, pois conseguia sentir muito bem o seu coração acelerado também, batendo de forma agressiva contra sua caixa torácica, o fazendo até mesmo sentir falta de ar.

Se arrependeria se negasse os sentimentos dele? Com certeza, mas o risco de se magoar seria totalmente deletado.

Se arrependeria de aceitar os sentimentos dele? Talvez, um dia, mas aí, Izuku iria ter vivido dias felizes ao lado dele.

Dias esses, que ele lembraria e levaria para o resto da vida, independente de como aquele "relacionamento" acabasse.

De qualquer jeito, Izuku iria se arrepender.

— O meu… — Pegou a mão de Bakugou, levando até meu peito também. — O meu coração também está acelerado, Katsuki. — Midoriya olhou no fundo dos olhos vermelhos-carmesins, sorrindo singelo logo depois. — Porque eu também gosto de você — declarou, observando com clareza um sorriso largo surgir no rosto bonito e bem marcado do loiro.

Katsuki sabia — tinha certeza absoluta —, que Izuku também gostava de si, porém, ouvir aquelas palavras sair da boca do próprio o fez sentir algo querendo explodir dentro de si. Nunca mais algo seria tão satisfatório quanto ouvir Midoriya admitindo seus próprios sentimentos.

— Você vai ficar me olhando com essa cara de tacho ou vai me beijar? — o esverdeado perguntou, dando uma risadinha.

— Eu perdi alguma coisa? — ele perguntou. — Quando foi que a minha princesa ficou tão atrevida assim? — Sorriu ladinho, passando a língua nos lábios, os umedecendo. — Eu gosto disso, eu realmente gosto — sussurrou para ele, tirando proveito do lugar silencioso. — Você fica sexy desse jeito. — Foi inevitável para Izuku não corar, Katsuki realmente tinha lábia.

Vendo que havia conseguido deixá-lo constrangido, Bakugou sorriu e levou ambas as mãos até o rosto sardento dele, puxando com delicadeza os óculos redondos que escondiam a beleza daqueles olhos tão vívidos.

— O que você está fa…

Shhhh… — Sorriu. — Tudo que eu quero ver agora é você. — Sua destra foi até a mandíbula dele, o fazendo concentrar o olhar para Katsuki. — O verdadeiro Izuku — sussurrou, deixando que seus rostos se aproximassem lentamente. — Aquele que tem todo o meu coração.

Isso foi a última coisa que Midoriya ouviu antes de sentir seus lábios serem tocados delicadamente pelos lábios macios do mais velho.

Izuku era tão lindo, tão graciosamente lindo.

Os olhos verde-esmeraldas brilhavam intensamente naquela noite e a pele alva parecia se destacar na luz da lua. As adoráveis pintinhas em seu rosto atiravam a curiosidade de Bakugou para saber se elas estavam presentes por todo o corpo dele.

O loiro queria verificar isso e, se possível, com a língua.

O selinho casto e inocente não demorou muito mais que segundos para se tornar um beijo mais quente, árduo e envolvente. Katsuki aproveitou que sua mão ainda estava na mandíbula do outro e a apertou levemente, facilitando a entrada de sua língua na boca quente e molhada de Izuku.

Ele suspirou, sentindo a língua faminta de Bakugou tocar a sua com gentileza, o fazendo apertar a bainha da jaqueta do mais velho. Abriu a boca um pouco mais, querendo receber ainda mais toques úmidos em sua língua. A movimentou, fazendo um pouco de movimentos circulares para que elas tivessem ainda mais atrito, proporcionando suspiros mais arrastados.

Definitivamente ser beijado por Katsuki era algo maravilhoso.

Bakugou sorriu no meio do beijo assim que sentiu as mãos pequenas do outro agarrarem o colarinho de sua blusa, o puxando ainda mais para perto. Desceu a destra para a nuca dele, agarrando com pouco força os cabelos ondulados, querendo tomar total liderança daquele beijo.

Eles abriram um pouco mais a boca e suspiraram juntos, alternando os lados enquanto suas línguas se saboreavam, causando ainda mais suspiros e grunhidos.

Aquilo estava bom demais.

Katsuki levou sua mão livre até a cintura dele, apertando-a com um pouco mais de força que o medido, o que resultou em um tímido gemido por parte do menor. Sorriu, quebrando o beijo para que pudesse dar uma atenção especial para o pescoço alvo dele.

— Você me deixa louco, Deku — ele sussurrou baixinho, distribuindo beijos molhados e lambidas quentes pela derme branca. — É quase impossível eu me controlar assim. — Seus lábios ousados subiram até a orelha dele, deixando ali uma mordida em seu lóbulo.

Izuku se arrepiou, deixando uma lufada de ar sair entre seus lábios.

— Olhe para isso. — Katsuki pegou uma de suas mãos que ainda apertavam sua blusa, a guiando para baixo e fazendo questão de deixar o processo lento, apenas para que o outro sentisse seu abdômen. — Olhe como você me deixa louco para fazer coisas indecentes com você. — O fez parar com a mão em cima de seu pau duro e. com sua ajuda, o fez dar uma leve apertada ali. — Porra, eu quero tanto ter você na minha cama — falou arrastado, sua voz saindo um pouco mais manhosa que um gemido.

Midoriya corou, puxando a mão de imediato. Sentia-se quente, muito quente. Era quase como se todas as partes que o loiro havia tocado, beijado e lambido estivessem pegando fogo, o fazendo temer que Bakugou escutasse seu coração acelerado em seu peito.

— É m-melhor pararmos por... aqui. — Engoliu a seco, vendo o volume que se formava no meio das pernas dele.

— Você quer parar justo agora? — Pegou a mão dele novamente, dessa vez, o fazendo tocar em seu rosto. — Eu fiz algo que te deixou desconfortável? Fui rápido demais? — perguntou preocupado.

Izuku assentiu.

— Não é você em si, é só que… — Desviou os olhos dele, totalmente constrangido. — E-eu nunca fiz isso — falou, sentindo os olhos de Katsuki sobre si.

— Você quer dizer que nunca pegou em um pau ou…

— Eu quero dizer que sou virgem. — Mordeu o lábio inferior. — Eu sei que para você isso pode ser besteira e que provavelmente você me acha uma aberração, mas…

— Ei, está tudo bem. — Sorriu, virando o rosto de Izuku para si novamente. — Está tudo bem, é normal — tentou tranquilizá-lo. — Você não é obrigado a fazer algo só porque os outros fazem, tá tudo bem querer que seja especial. — Levou a mão livre até as mechas escuras, que balançavam conforme o vento passava por eles. — Não precisa se sentir desconfortável ou pressionado, eu não tenho pressa alguma. — Sorriu. — Posso esperar o tempo que for, tudo que eu quero é estar com você — declarou.

— Mesmo? — perguntou, ainda tímido.

— Mesmo! — confirmou.

Izuku sorriu, sentindo um alívio enorme o percorrer. Ficaram alguns minutos quietos, apenas aproveitando a brisa da noite enquanto trocavam algumas carícias singelas.

— Eu posso te perguntar uma coisa? — Bakugou falou, quebrando o silêncio.

— Uhum — Izuku murmurou, aproveitando o carinho em seus cabelos.

— Eu fui o seu primeiro beijo, não fui? — Olhou para ele, vendo-o corar no mesmo instante.

— Sim… — Não tentou negar, embora nem precisasse, pois seu rosto já entregava tudo.

Katsuki sorriu.

— Não é errado eu gostar disso, é? — Seus olhos carmesins se focaram nos dele novamente.

— Gostar de quê? De eu ser um virjão que nunca nem sequer tinha beijado? — perguntou com ironia.

— Não. — Sorriu ladino, aproximando a boca do ouvido dele. — Eu gosto da ideia de ser o seu primeiro em todas as formas possíveis. — Deu uma risadinha, fazendo Midoriya se arrepiar com o hálito quente batendo em sua derme. — Gosto de ser a primeira pessoa que provou desses lábios macios e gosto mais ainda de saber que vou ser a primeira pessoa a provar desse teu rabo bonito. — Voltou a se afastar, vendo a face dele completamente vermelha.

— P-pare de falar essas coisas! — exclamou, dando um tapa nele enquanto sua outra mão tentava esconder as bochechas coradas. — Você é um pervertido!

— Não faz o tímido, você sempre soube disso — riu. — Eu gosto do que me deixa duro, entende? E você com certeza faz isso.

— Nossa, Katsuki, tchau! — Tentou se levantar, mas foi puxado pelo outro.

— Vai embora sem me dar um beijinho de boa noite mesmo? — Fez biquinho, mas Midoriya o ignorou, se levantando totalmente.

— Boa noite. — Passou a dar passos rápidos até a escada de emergência.

Antes que ele pudesse descer completamente, Midoriya ouviu:

— Boa noite e dorme bem princesa! — ele exclamou, se divertindo ao ver o menor o dar o dedo do meio. — Também me sinto ansioso pra te ver amanhã! — riu, se divertindo com as feições dele.

Izuku voltou para casa rapidamente e, assim que estava em seu quarto sozinho, seus dedos foram até seus lábios, tocando-os com leveza.

— Até amanhã, idiota. — Sorriu, sentindo-se eufórico de repente.

[...]

Quando Izuku saiu de casa naquela manhã, ele ainda se sentia um pouco constrangido. As lembranças da noite anterior estavam vívidas em sua mente e, por mais que ele tentasse, elas não sairiam de lá tão cedo. Sempre que se encontrava com Bakugou era daquele jeito e tudo só ficou ainda mais intenso depois que se beijaram pela primeira vez.

Por mais que tentasse focar em outra coisa qualquer, a única coisa que passava por sua cabeça era de como a língua de Katsuki era quente.

Corou, balançando a cabeça para afastar tais pensamentos. Se já não bastasse ter omitido coisas de sua mãe pela primeira vez na vida, agora estava sonhando acordado também?

Até se sentia mal por estar acontecendo coisas da matriarca, pois ela sempre o apoiou, porém, como diria pra ela sobre aquilo? Não temia a reação de Inko, longe disso, sabia que ela o apoiaria mais uma vez, mas Midoriya sentia-se extremamente envergonhado e desconfortável em dizer coisas do tipo para ela, afinal, não é como se ele pudesse chegar para a mãe e dizer em como tinha sentido o pau duro de Katsuki em cima do telhado da casa dele na noite anterior. Definitivamente ele não podia fazer isso.

Apenas de lembrar-se desse detalhe, sua temperatura corporal aumentou e suas bochechas ganharam um tom forte de vermelho.

— Bom dia, princesa. — A voz do maior fez com que Izuku saísse de seus pensamentos, assustado com a presença repentina dele. O encarou logo em seguida, tentando entender o que ele estava fazendo ali na frente de sua casa, sentado na moto velha vermelha. — Dormiu bem?

— Bom dia, Katsuki. — Se aproximou lentamente, ainda constrangido. Por mais que estivesse tentando evitar pensar na noite anterior, vê-lo pessoalmente só o fazia lembrar ainda mais sobre tudo que havia acontecido. — Dormi sim — respondeu, tentando controlar a própria respiração.

— Esperava que sim, afinal, tem como não dormir bem depois de me beijar? — ele perguntou, passando a língua nos próprios lábios no mesmo instante. — Porque eu divido da mesma opinião, não tem como dormir mal depois de experimentar essa sua boquinha gostosa de novo. — Piscou, vendo-o ficar vermelho. Katsuki sorriu. — Sabia que você fica ainda mais lindo quando está todo coradinho assim?

— Meu Deus, Katsuki, para com isso — ele reclamou, tentando esconder o rosto na mesma hora. — São nem oito horas da manhã e você já tá assim? Deus me livre! — Tentou se afastar, mas as mãos do maior seguraram as suas no mesmo instante, o puxando para perto novamente. — O que foi? — indagou.

— Você não vai cobrir seus olhos, né? Não agora que você finalmente está sem aqueles óculos horríveis. — Seu tom era baixo, embora as palavras pudessem ser consideradas ofensivas. Os olhos carmesins não desviaram dos verde-esmeraldinos por nenhum momento sequer, a fim de observar a beleza deles. — Eles são tão lindos, Deku. Eu quero te olhar o máximo que eu conseguir.

Izuku sentiu seu coração bater mais forte de novo. O jeito que ouvir aquelas coisas de Bakugou o faziam se sentir especial era diferente.

— Não d-diga besteiras — negou, envergonhado com a forma que o loiro ainda o olhava.

— Não é besteira, eu só estou falando a verdade. — Sua mão aproximou-se das bochechas sardentas, deixando ali, um singelo carinho. — Mas… você não vai ficar com dor de cabeça se ficar tanto tempo assim sem os óculos? — perguntou preocupado, sem parar a carícia.

Izuku negou rapidamente.

— Eu meio que não preciso usar aqueles óculos — confessou baixinho, vendo o garoto arregalar os olhos de surpresa.

— Se não precisa, por que usa, então? — Katsuki não entendia, porque ele iria preferir usar algo feio daquele jeito ao invés de mostrar aquele rosto bonito?

Ouvir aquilo em voz alta fez Midoriya se sentir um pouco constrangido, pois, para ele, aquilo soava menos… idiota.

— Eu só uso porque quero esconder um pouco das sardas. — Desviou o olhar, sentindo-se realmente inseguro naquele momento. — Eu não gosto muito delas.

Bakugou arqueou uma sobrancelha.

— Por que não gostaria? Elas te deixam ainda mais adorável — falou sincero, observando cada uma das pintinhas do rosto dele.

— Porque sempre me disseram que eu parecia sujo por causa delas, então eu passei a acreditar nisso também, entende?

— Ei, não diga coisas assim — chamou sua atenção. — Você não pode simplesmente acreditar no que os idiotas falam, isso não é verdade. — Bakugou suspirou, controlando-se pois sabia o quão inseguro o outro era. — Elas fazem parte de quem você, então não as negue tanto assim, você é lindo e suas sardas também.

Katsuki puxou-o para perto de si, aproximando-o mais ainda e roubando um selinho rápido dos lábios macios logo depois. Não satisfeito, o loiro começou a distribuir vários beijinhos nas bochechas sardentas.

— Para com isso! — Izuku disse rindo, sentindo cócegas de repente.

— Só quando você admitir que elas são lindas. — Beijou a ponta do nariz dele, se afastando logo em seguida. — Vou beijá-las toda vez que você se sentir inseguro, eu prometo. — Sorriu, vendo o outro corar

— Você não precisa fa-

Shhhh… — Aproximou a boca do ouvido dele. — Eu só estou arrumando desculpas baratas para poder beijar você sempre que eu tiver vontade — riu.

— Você não presta, Katsuki — resmungou baixinho, embora não tenha achado aquilo ruim.

— Claro que presto, até mesmo vim buscar minha princesa na porta da casa dela. — Cruzou os braços. — Quer uma carona? Se você recusar de novo, eu vou realmente ficar muito, mas muito chateado mesmo. — Fez biquinho, causando algumas risadas do menor, pois ele realmente parecia uma criança mimada. — Eu não tenho um cavalo branco ou uma carruagem, mas eu ainda posso ser o seu príncipe.

— Seu trocadilho foi tão ruim, que eu até senti vontade de vomitar — Izuku brincou, revirando os olhos enquanto estendia a mão para pegar o capacete.

Bakugou sorriu, entregando o capacete para ele rapidamente.

Midoriya o colocou na cabeça, subindo no cavalo branco logo em seguida, segurando-se na cintura de Katsuki com força. O loiro não conseguiu esconder o sorriso com aquele ato do menor, ele realmente era fofo. Não demorou muito para ligar a moto, afinal, eles ainda precisavam ir para o colégio — e isso era a coisa que Katsuki menos queria. Tudo que ele queria era sequestrar Izuku e levá-lo para bem longe de tudo e de todos.

Midoriya nunca havia parado para pensar em como o sentimento de estar na moto com ele era bom. Mesmo que Katsuki — na maioria das vezes — dirigisse como um lunático que fugiu de algum manicômio qualquer, ele tinha que admitir que era realmente bom sentir aquele vento constante batendo em seu rosto e era melhor ainda sentir o corpo quente e perfumado do loiro tão próximo de si.

Seu coração errou uma batida.

Merda, por que se sentia assim?

Agora que sabia sobre os sentimentos de Katsuki e ele sabia dos seus, parecia que tudo o que faziam juntos — por mais idiota que fosse, como por exemplo, irem ao colégio junto — tinha um grau a mais de intensidade, ele não sabia explicar.

Era como se tudo se tornasse especial quando se tratava deles dois juntos.

Estar com Katsuki era tão inebriante que Midoriya se esquecia completamente de todos os seus medos, inseguranças e incertezas. Era quase como se eles tivessem a própria bolha particular, não deixando que nada ruim passasse por eles.

Quando chegaram ao — não mais tão odiado assim — inferno, o garoto de madeixas claras estacionou a moto no estacionamento para alunos, descendo dela após o menor.

— 'Pra onde você tá indo, cacete? — indagou Katsuki, vendo o garoto caminhar apressadamente para fora do estacionamento.

— Para a sala, ué — disse, virando-se meio confuso para encará-lo. — Para onde mais eu iria, Katsuki?

— Poxa, pensei que íamos fugir para dar uns beijinhos atrás do colégio. — Fez uma cara triste, rindo logo depois. — Eu vou com você, espera aí — pediu, guardando os capacetes e aproveitando para pegar a própria mochila também.

— Você não quer ficar um pouco com os seus amigos, não? — perguntou, um pouco preocupado em arrumar mais confusão com aquele grupo nojento. — Eles podem estar achando ruim de você passar tanto tempo assim comi-, com a gente, sabe? — se corrigiu.

— Meus amigos de verdade já estão na sala nos esperando. — Bakugou sorriu para ele. — E relaxa, não precisa se preocupar com aqueles babacas, não é como se eles fossem grandes coisas. — Se aproximou dele, entrelaçando o seu dedo mindinho com o dele. — Podemos ir agora? — pediu.

— Sim — concordou, ainda tímido com toda aquela aproximação e demonstração repentina de afeto.

Ok, andar naqueles corredores com Katsuki ao seu lado já era estranho demais, pior, era andar de "mãos dadas" com ele. Bakugou atraia a atenção de muitas pessoas e elas o olhavam o todo tempo, muitas pessoas até tinham a coragem de cumprimentá-lo — mesmo que soubesse que ele nunca as responderia de volta, pois ele simplesmente as encarava com o rosto fechado.

Todavia, Izuku receber tanta atenção assim, não era nada normal. Sabia que tudo isso era consequência de seus dedos entrelaçados com loiro, afinal, Bakugou ainda permanecia no topo daquela hierarquia ridícula.

Com todos os olhares sobre eles, Midoriya não aguentou a pressão por muito mais tempo, soltando o dedo dele pouco tempo depois de terem entrado no colégio. Sentindo-se um idiota, ele se distanciou um pouco do loiro, passando a andar de cabeça baixa ao lado dele. Não deveria ter saído sem os óculos, nem deveria ter arrumado o cabelo de forma que seu rosto ficasse tão visível daquele jeito.

Deveria ter feito o que fazia todas as manhãs.

Bakugou o encarou, confuso pela atitude repentina do menor. Tentou segurar seu dedo novamente, mas, dessa vez, tudo que obteve dele foi rejeição.

— O que foi? — perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

Vê-lo desconfortável fez com que o loiro se sentisse um idiota por não pensar em toda a atenção que receberiam e isso o fez temer por um instante que o menor fosse tentar se afastar novamente de si.

— Não é nada — mentiu, não querendo encará-lo naquele momento. — Só… — Suspirou. — Nós podemos andar um pouco mais rápido? — pediu.

— Claro, claro — concordou de imediato, não querendo que ele ficasse ali por muito mais tempo.

Passaram a caminhar um pouco mais rápido. A sala não era tão longe e, por sorte, haviam chegado mais cedo do que o costume. Estavam quase chegando quando, ao longe, Katsuki os viu.

Sentiu-se um pouco receoso.

Não que Bakugou temesse Eijirou Kirishima ou Denki Kaminari, longe disso, pegaria os dois no murro facilmente, entretanto, passar por eles e ver a boca do falso ruivo com um curativo o fez lembrar da briga. Consequentemente, ele lembrou da aposta e de todas as outras merdas que ele havia falado.

A cara horrenda dele estava ainda mais feia e seus olhos repletos de ódio os encarava — na real, seus olhos estavam focados em Izuku.

Katsuki não temia necessariamente com o que pudesse acontecer consigo mesmo, ele se preocupava mesmo com o que eles poderiam fazer e/ou falar com o seu Izuku.

Eles não seriam babacas o suficiente para revelar sobre a aposta ali na frente de todo mundo, não é? Bakugou sabia que sim, porém, preferia acreditar que não, até porque não havia motivos para retornar a esse assunto.

Não quando não existia mais aposta alguma.

Chegaram na sala pouco tempo depois, não se surpreendendo ao verem que poucas pessoas estavam presentes, afinal, era realmente mais cedo do que o normal. Para a alegria dos dois, o clube de mangá — como sempre — já estava reunido no mesmo lugar de sempre.

Quando os olhos heterocromáticos encontraram Izuku e Katsuki juntos foi quase impossível esconder um sorriso. Ficava feliz por Katsuki ter seguido os seus "conselhos" e ainda mais alegre por Izuku ter conseguido se abrir para o mais velho. Sabia que aquilo não resolveria todos os problemas do menor, porém, Todoroki achava que já era um bom começo.

— 'Tá pensando no quê, Shoto? — Tenya perguntou, encarando um sorriso bobo do de madeixas desiguais.

— Em unicórnios — brincou, arrancando uma risadinha de Mei que já observava com clareza Katsuki e Izuku chegando juntos.

Ela já desconfiava, porém, diferente das outras vezes, ela resolveu ficar quieta.

— Bom dia — Midoriya desejou assim que se aproximou do grupo.

— Bom dia, Zuku — Hatsume falou, observando ele arrumar sua mochila na mesa, se sentando logo depois.

— Apenas dia, bom só tem a minha princesa — Bakugou disse, sentando-se no seu lugar.

Kendo e Iida deram uma risadinha incrédula, o loiro realmente não perdia tempo.

— Katsuki! — Por mais que aquilo estivesse cada vez mais constante, Izuku ainda não podia evitar de se sentir envergonhado quando o outro fazia isso na frente dos amigos.

— O quê? É verdade! — Se virou para eles. — Eu estou mentindo, galera?

— Não mesmo — Kendo falou. — O Izuku é um pedacinho de mau caminho. — Deu uma piscadinha pra ele.

— Mas o Izuku é tão legal — Todoroki disse, uma das sobrancelhas arqueadas. — Por que ele seria "um pedacinho de mau caminho" se ele nunca fez nada de ruim pra ninguém? — defendeu o amigo.

Todos tinham ciência da bipolaridade do amigo, tanto que, às vezes, Shoto poderia ser o que mais saca as coisas dali ― o que raramente acontecia, visto que, na maioria das vezes, ele era lento e desatento para as coisas ao seu redor.

— Shoto, shhhh. — Mei colocou o dedo na frente na boca, pedindo silêncio.

Izuku riu e os outros não ficaram para trás, rindo do amigo também, esse que apenas fez um bico emburrado.

— Aliás, o Ten comunicou vocês? — Midoriya chamou a atenção deles. — Temos uma reunião importante mais tarde no clube. — Sorriu. — Vamos decidir algumas coisas sobre o festival! — A animação do menor era contagiante e isso fez com que todos os amigos ficassem inspirados também.

— Foi mal galera, hoje não vai rolar pra mim — Katsuki falou.

— Por quê? — Midoriya o olhou de imediato.

— Tem algumas coisas que o treinador quer falar com o time. — Suspirou. — Provavelmente quer falar algo sobre o festival também. — Apoiou a cabeça na mão, estava um pouco chateado por não ir ao clube hoje.

— Ah… — Era evidente que o menor ficaria chateado também, pois, além de ser algo importante para o clube, era algo importante para ele.

— Eu vou tentar chegar pelo menos no finalzinho, sim? — Olhou para o menor. — Me espere, ok?

— Ah, hoje não va-

— Bom dia, demônios — Shota Aizawa falou, entrando na sala de aula com alguns papéis em mãos. — Preparados para uma prova surpresa, hm? Porque eu espero que vocês se fodam legal. — Sorriu daquele jeito sinistro.

Como o professor de japonês havia chegado, Izuku não poderia avisar que hoje ele não voltaria para casa, pois tinha um compromisso pela noite. Se olharam uma última vez antes de Bakugou ser obrigado a se virar para frente.

Eles tinham uma prova para fazer.

[...]

Quando acabou a prova, Katsuki não quis saber de outra coisa e foi logo para o ginásio do colégio. Queria voltar para — Izuku — o clube o mais rápido possível.

Assim que chegou lá, ele observou de longe o treinador e alguns outros rapazes do time conversando, apenas ele e Shindo não estavam presentes. Se aproximou rapidamente, deixando sua mochila em um dos bancos de ferro que havia ali.

— Fala, meu tesouro — Keigo Takami o comprimentou, dando um breve abraço nele.

— E aí, coach — o cumprimentou, retribuindo o abraço.

— Como foi a prova? — ele perguntou. — Espero que tenha se saído bem, hein. Vai ser uma pena não ter o meu melhor jogador no interestadual. — Colocou a prancheta no banco de ferro atrás de si, vendo que Shindo acabava de chegar.

— Relaxa, coach. — Sorriu. — Não é como se eu fosse ficar sem jogar pela liga em um evento tão importante.

— Ótimo! — Pegou o apito preso em seu pescoço e o assoprou, chamando a atenção de todo o time. — Agora que vocês estão todos reunidos aqui, eu gostaria de falar como vai ser a escalação do interestadual que vai acontecer pouco depois das férias. — A prancheta foi pega novamente e ele retirou do bolso um marcador azul. — Vamos fazer um treinamento revisado porque dessa vez todos vocês vão jogar, nem que seja a partir do terceiro tempo. — Enquanto falava, o treinador Hawks passava a desenhar algumas coisas no pequeno quadro branco que havia ao seu lado.

— O primeiro e segundo tempos vão ser com o time principal? — Hitoshi perguntou, terminando de amarrar os longos fios roxos.

— Sim, precisamos tomar uma vantagem sobre o adversário antes de começarmos com as substituições. — Se virou para eles novamente. — Algum de vocês sabe o porquê disso? — perguntou, querendo ver o quão informados seus alunos estavam.

— Porque se quebrarmos o ritmo do time e do trabalho em equipe durante as substituições, não seremos tão prejudicados assim por conta da vantagem de pontos que teremos aberto no início — Katsuki respondeu, fazendo um largo sorriso surgir no rosto do treinador.

— Muito bem, Katsuki! — elogiou.

— Era o esperado do tesouro do treinador — Shindo alfinetou.

— Não me culpe por ser o favorito, eu não tenho culpa de ser melhor que você — Bakugou respondeu, não deixando que o outro o "humilhasse".

— Ei, garotos — Hawks chamou a atenção deles. — Não briguem por besteiras, guardem a testosterona de vocês para o jogo!

Eles se entreolharam por alguns instantes, mas voltaram a atenção para o quadro novamente.

— E sobre o festival, coach — Mirio se pronunciou. — Vamos fazer algo especial?

— Vai ter apenas um pequeno desfile com a taça que conquistamos na terça-feira, nada mais que isso. — Ele parecia decepcionado. — Segundo o diretor, esse ano temos que deixar o foco aos novos clubes e blá blá blá. — Ele parecia verdadeiramente irritado por esse fato e todos sabiam o porque.

Keigo Takami era um exibionista. Sempre que podia e que tivesse a oportunidade, ele estava se exibindo sobre o time de basquete, pois, segundo ele, o time não seria nada se não fosse por ele.

Nojento.

— Eu acho legal a ideia de deixar que os outros clubes tenham mais visibilidade — Katsuki falou. — Todo ano nós fazemos um enorme jogo no festival e isso acaba atraindo toda a atenção dos outros alunos, o que é errado já que os outros clubes precisam de novos membros para poderem serem válidos. — Só agora, ele havia percebido o porquê daquilo ser tão especial para Izuku.

Seria a oportunidade do clube de mangá ser realmente reconhecido, já que não teria jogo algum para tirar a atenção dos novos alunos.

— Eu acho uma baboseira — Yo Shindo falou, cruzando as pernas. — Somos as estrelas daqui, é claro que vamos roubar a atenção de todos. — Deu de ombros.

— Eu concordo com o Katsuki — Mirio falou. — O clube do meu namorado foi fechado por falta de membros e isso realmente era especial para ele — lamentou.

— Eu acho é que o colégio demorou para tomar essa decisão — Shinsou chamou a atenção deles. — Nunca foi justo colocarem a gente em um pedestal sozinhos, não somos os únicos que conquistam troféus, medalhas e prestígios em nome do colégio. — Katsuki assentiu, pois aquilo era totalmente verdade.

— Eu continuo achando que tudo isso não passa de uma baboseira — o de fios castanhos-escuro falou.

— Isso é porque você é um babaca! — Bakugou rosnou, irritado pelo tom indiferente do colega de time.

— Pareço com você, own — devolveu no mesmo tom.

— Vai se foder seu merdinha do caralho! — Quando estava para partir pra cima do outro, Katsuki sentiu seus braços serem segurados por Togata.

— O que há com vocês hoje, hein? — o treinador perguntou, rindo um pouco nervosos. — Vão para casa e esfriem essas cabeças. — Pegou o apito novamente, soprando-o logo em seguida. — Reunião encerrada, estão liberados.

Não demorou muito para que Katsuki pegasse suas coisas e saísse dali, agradecendo pela reunião ter acabado bem mais cedo que o esperado, assim, ele poderia chegar antes do previsto no clube de mangá.

Também não demorou muito para que Katsuki chegasse na sala do clube de mangá, visto que as salas dos outros clubes não ficavam muito longe do ginásio. Quando entrou no recinto, viu que Mei e Kendo estavam conversando sobre algo relacionado ao mangá que a garota de madeixas róseas ainda estava lendo, enquanto que Tenya e Shoto permaneciam mais quietos, encarando seus próprios quadrinhos, vez ou outra comentando sobre algo.

Izuku estava — como sempre — no mesmo lugar, porém, dessa vez, ele não estava lendo nada, muito menos planejando algo, estava ajeitando apressadamente sua mochila para se retirar da sala.

— Cheguei — avisou, chamando enfim a atenção do menor. — Você já vai embora? — perguntou. — Aconteceu alguma coisa com a tia Inko? É sobre a recuperação dela? — A fala preocupada fez com que o de olhos verdes desse um sorrisinho.

— Ah, não, nada disso — ele disse despreocupado, tranquilizando-o imediatamente. — Ela está bem, na verdade, ela está ótima. — Sorriu. — Eu só vou ter que sair mais cedo porque eu tenho um compromisso — avisou, terminando de arrumar a mochila.

— Pera, compromisso? — indagou, surpreso. — Você não me disse nada sobre. — Não parecia certo ficar magoado com aquilo, afinal, eles não eram nada ainda, mas, mesmo assim, Katsuki não pode evitar de se sentir… chateado?

— Eu tentei te contar mais cedo, mas aí teve aquela prova surpresa e depois disso você precisou sair, então acabou que eu não consegui te avisar — explicou, dando um sorriso mínimo para o maior.

— Eu ia te chamar pra tomar um sorvete comigo, mas dessa vez realmente tomar o sorvete. — Deu uma risadinha, sendo acompanhado por ele. — É mesmo tão importante, assim?

Izuku concordou com a cabeça, sorrindo um pouco largo.

— Eles precisam de mim também — falou, colocando a mochila nas costas.

— O que você vai fazer? — Katsuki estava com medo de ser muito invasivo, todavia, a sua curiosidade falava mais alto e ele realmente queria saber quem seria eles. — Não precisa me dizer se não quiser, eu só estou curioso. — Não era totalmente uma mentira, mas também não era a verdade absoluta por trás daquela "curiosidade".

— Eu vou ler para algumas crianças em um hospital público aqui perto, eu te disse isso uma vez, não se lembra? — contou, vendo a feição de Katsuki se tornar surpresa.

Izuku era mesmo muito, muito bondoso. Bakugou não sabia explicar direito como essa gentileza extrema dele o atrai, mas atraía, e muito.

— Me lembro sim, foi no dia em que fomos ver a tia Inko — disse, acompanhando-o para fora da sala do clube, após se despedir de todos os outros membros. — É… você, hm… — Katsuki parecia perdido em suas próprias palavras.

— Você, o quê? — perguntou risonho, achando fofo a maneira como o outro parecia envergonhado.

— Você sabe — Coçou a nuca, um pouco mais tímido do que o costume. — Eu, hm… eu poderia te levar? E sabe, ficar lá? Pode ser um pouquinho só — perguntou.

— Você tem certeza que quer ir? — Encarou-o, parando de andar. — Pode ser que seja entediante pra você, sabe?

— Claro que não — Katsuki respondeu de imediato. — Como vai ser entediante se você vai tá lá? — Aproximou-se do menor, olhando ao redor para ter certeza que não havia ninguém por perto. — Sabe, eu quero ver qual é o sorriso que a minha princesa faz quando está lendo para as criancinhas. — Ergueu o rosto dele com uma mão, a outra descendo até sua cintura. — Essa sua gentileza me atrai, sabia? Você é tão fofo, dá vontade de morder. — Aproximou-se dele, em uma tentativa de beijá-lo.

— Katsuki, aqui não… — Ele tentou se afastar, por mais que ansiasse tanto quanto o loiro por aquilo, ele tinha que ter ciência que estavam em um colégio.

O loiro sorriu, não deixando que ele se afastasse.

— Relaxa, ninguém vai ver — sussurrou. — Estamos apenas nós dois aqui, certo?

Izuku ainda se sentia inseguro por fazer aquilo naquele lugar, porém, antes que pudesse impedir, seus lábios já estavam colados. Midoriya não sabia explicar como Katsuki podia ter poder sobre ele, convencendo-o até mesmo de fazer aquilo ali.

A única coisa que Izuku sabia, era que quando estava com o loiro tudo parecia ser possível, tudo parecia ser o certo a se fazer e isso o assustava, embora fosse um sentimento bom.

Conforme a língua de Katsuki se movia em sua boca, Midoriya controlava-se para não soltar sons vergonhosos, mesmo sendo quase impossível quando tinha a mão dele apertando sua mandíbula e cintura. Suas línguas se encontraram novamente e, dessa vez, quem tomou a iniciativa foi o menor. Izuku chupou a língua de Bakugou com lentidão, aproveitando-se do beijo lento para saboreá-la com gosto.

Dessa vez, quem deixou um pequeno gemido escapar foi Katsuki.

Bakugou sentia-se inebriado com aquele beijo. Nunca pensou que Izuku pudesse ficar ainda mais atraente, bem, isso até ele tomar iniciativa. Encostou o corpo dele na parede, prendendo-o com o próprio corpo, fazendo-o sentir — novamente —, o volume que passava a se formar em sua calça.

— Ok, chega. — Izuku o afastou, quebrando o beijo. — E-eu tenho hora pra c-chegar — avisou, afastando-se.

Não eram só suas bochechas que estavam queimando, seu corpo parecia querer incendiar também e isso o assustou. Nunca havia se sentido tão quente daquele jeito.

— Poxa, na melhor parte? — perguntou, dando um murro fraquinho na parede. — Chateado, hein — brincou, dando uma risada logo em seguida.

— Só vamos l-logo. — Mordeu o lábio inferior, ainda sentindo o gosto da língua dele.

Katsuki assentiu, não querendo causar problemas para o garoto.

Caminharam lentamente até a saída do colégio, indo diretamente para o estacionamento onde estava a moto do garoto. Katsuki entregou o capacete para ele, colocando o seu logo em seguida para que pudesse montar na moto, sendo seguido pelo menor. Izuku explicou detalhadamente onde era o hospital em questão, vendo o maior concordar, dizendo que conhecia a região, mas que nunca havia entrado no local em questão.

Não demorou muito para que Bakugou desse partida na moto, acelerando o bastante para fazer aquele barulho irritante, fazendo com que o menor segurasse fortemente em sua cintura.

O garoto de madeixas verdes estava um pouco inseguro sobre ter Katsuki no hospital consigo enquanto ele lia, pois aquilo era algo muito, muito pessoal e levar outra pessoa para presenciar isso era, no mínimo, estranho para si. Não sabia explicar como se sentia, apenas sabia que uma sensação esquisita, embora, ao mesmo tempo, boa o preenchia por completo, o fazendo se sentir eufórico demais. Estava ansioso, inseguro e com vergonha.

Sentia suas mãos suando tanto que temia acabar escorregando daquela moto.

Quando chegaram na frente do hospital, Katsuki foi guiado por Izuku para ir até um estacionamento aberto que havia para os pacientes e não demorou muito para que sua moto preenchesse uma das várias vagas disponíveis ali. Izuku desceu rapidamente, entregando para o loiro o seu capacete, vendo-o fazer o mesmo, deixando ambos em cima da moto.

Suspirou, encarando a fachada do local à sua frente.

Tirou a mochila das costas, olhando-a por dentro à procura do livro que havia escolhido para aquele dia em específico, “Alice no país das maravilhas”. Midoriya era fascinado por aquele livro, achava a história, o desenvolvimento, os personagens, a descrição dos locais, tudo muito lindo e, não só ele, Izuku era apaixonado por sua sequência também, “Através do espelho”, era o nome. Achava que seria uma boa escolha de leitura para as crianças, então não pensou duas vezes antes de colocá-lo em sua mochila naquela manhã.

Katsuki parecia curioso em saber o conteúdo que havia em sua mochila, entretanto, não se aproximou mais do que o necessário e nem fez perguntas intrometidas, apenas ficou esperando o garoto de olhos verdes para finalmente, poderem entrar.

— Você tem certeza mesmo, Katsuki? Eu ainda acho que seja algo muito legal para você — Midoriya perguntou, hesitante, ainda incerto sobre aquilo.

Katsuki concordou com a cabeça, aproximando-se dele.

— Não fique tão ansioso assim — Katsuki murmurou, segurando-o delicadamente pelos ombros. — Se eu não quisesse mesmo estar aqui, eu com toda certeza não teria insistido para vir. — Aquilo deixava Izuku um pouco mais confortável, pois conseguia sentir que ele estava sendo sincero. — Além do mais, eu acho incrível essa sua atitude!

— Sério? — Parecia surpreso. — Geralmente as pessoas me acham estranho, sabe? Elas pensam que eu sou um esquisito sem amigos que tem tempo livre demais — murmurou, um pouco chateado.

— Sim. — Encarou seus olhos. — Eu acho isso incrível. Eu acho você incrível, Deku, entenda isso de uma vez. ― Izuku corou. — A sua pupila está dilatada — Bakugou avisou, observando como o verde parecia sumir naquela imensidão preta.

— A sua também tá, tipo, muito mesmo — Izuku devolveu, vendo o outro sorrir.

— Eu imaginei — sussurrou — Sabe que é porque eu estou olhando pra você, não sabe?

— Pare de dizer coisas vergonhosas assim — reclamou, virando o rosto, tentando esconder as bochechas vermelhas.

— Nah, eu realmente não me canso de ver como você fica adorável com as bochechas assim. — Mordeu o lábio inferior, vendo-o ficar ainda mais tímido. — A gente vai entrar ou vamos esperar o tapete vermelho pra princesa aqui? — brincou.

Izuku revirou os olhos, dessa vez, tomando a iniciativa de segurar a mão alheia, mesmo que ainda estivesse envergonhado. Katsuki encarou as mãos dadas com surpresa, não esperando por algo como aquilo pelo outro, porém, ele sorriu, gostando muito de sentir a mão gelada dele em contraste com a sua.

Andaram para dentro do hospital assim, ainda de mãos dadas. Foram até o balcão onde uma recepcionista estava, aparentemente, ela já aguardava o garoto, pois assim que o viu chegar, ela direcionou um sorriso enorme para ele.

— Você chegou! — exclamou a mulher, sua voz entusiasmada soando ainda mais alegre. — Como sempre, você sendo incrivelmente pontual. — Sorriu. — Você é mesmo um bom garoto, Izu!

— Obrigado, Ibara. — Sorriu para a mulher, vendo-a se levantar. — Você sabe me dizer se todas as crianças já estão reunidas? — perguntou, educadamente.

— Sim sim, já estão todas esperando por você — ela disse, encarando os dois. — Vou guiá-los até a sala.

— Muito obrigado! — agradeceu, dando um grande sorriso para a mulher.

Katsuki observou tudo em silêncio.

Passaram a caminhar em silêncio até o lugar dito pela mulher. Conforme mais e mais adentravam no hospital, mais Bakugou prestava atenção nos corredores brancos, com poucas decorações e alguns médicos e enfermeiros passando de um lado para o outro apressados. O lugar em si não era um dos melhores, haviam muitas rachaduras e infiltrações presentes nas paredes e tetos, porém, aquilo realmente não parecia ser muito importante, não quando salvar vidas era o foco.

A recepcionista os deixou na famigerada sala de leitura, cheia de decorações infantis na porta e colagens coloridas. A mulher despediu-se dos dois rapidamente, alegando que não poderia demorar muito.

— Elas vão gostar de visitantes novos — Ibara falou, referindo-se ao mais alto.

Izuku sorriu, corando levemente ao perceber que a mulher olhava ambas as mãos dadas.

— Espero que sim — Katsuki falou, vendo que o menor não falaria nada. — Minha princesa fala muito delas. — A mulher sorriu, vendo como Izuku realmente ficou vermelho ao ouvir o apelido.

— Katsuki, eu vou matar você — resmungou, tentando soltar as mãos.

Bakugou riu, segundo-a com força.

— Não fale coisas assim, você não quer que as crianças escutem isso, certo? — falou risonho, sentindo Midoriya tentar puxar a mão novamente.

— Bom, vejo que vocês estão muito bem por aqui. Já vou indo — a de longas madeixas verdes falou, se afastando deles. — Boa leitura, Izu! — desejou, antes de virar o corredor, seguindo até a recepção novamente.

Diferente dos outros corredores daquele lugar, aquele quarto era bem colorido e tinha muitos brinquedos espalhados por todo o local. As paredes eram pintadas por um azul pastel e haviam vários desenhos — provavelmente feitos a mão — pendurados por todo o ambiente. Haviam também alguns quadrados alfabéticos e uma pequena mesinha repleta de livros infantis.

Havia mais crianças do que o loiro tinha imaginado naquela sala, todas elas deitadinhas cada uma em sua maca, esperando pelo baixinho de madeixas verdes. As crianças ali presentes não tinham nenhum fio de cabelo sequer em suas cabeças, deixando claro que estavam ali para fazer tratamentos bem pesados. Mesmo sem a presença de algo na cabeça, elas pareciam relativamente animadas, conversando entre elas enquanto aguardavam pacientemente.

Quando os olhos pequeninhos viram os dois entrando na sala, elas sorriram e de repente, o silêncio no quarto não existia mais. Por não conseguirem — nem poderem — correr até eles, as crianças passaram a chamar por Izuku, querendo ver, falar e abraçar o menor.

— Zuku! Zuku! — a menininha chamava insistentemente. — Eu pensei que você nunca mais viria aqui! — disse ela, aparentava ter entre oito a dez anos de idade.

— Eu nunca faria isso, pequena. — Ele se aproximou, ficando ao lado de sua maca. — Eu só fiquei um pouco ocupado nessas últimas duas semanas, nada demais. — Deu um beijo singelo na testa dela.

— E eu, tio Zuku? —menininho da maca ao lado dela falou. — Nada de beijinhos para o Kota? — Fez biquinho.

— Muitos beijinhos para você, Kota — Midoriya riu, aproximando-se do garotinho para dar beijinhos na testa dele.

— Zuzu, ele é o seu namorado? — perguntou uma outra criança, apontando para Katsuki.

Izuku corou violentamente, não esperava aquilo das crianças, embora soubesse que elas realmente eram curiosas.

— Tio Zuku tem namorado! Tio Zuku tem namorado! — Uma das crianças começou a cantarolar, não demorando muito para que o resto das crianças passassem a cantarolar juntas.

— Ele não é meu namorado, ok? — falou alto, extremamente constrangido.

Katsuki sorriu, achando aquilo tudo muito engraçado — embora ainda fosse fofo.

— Sim, crianças, eu não sou namorado dele — começou — ainda não, pelo menos — completou sorridente. — Eu 'tô querendo ser, sabe? Mas a princesa aqui não tá colaborando comigo. — Fingiu uma cara triste, vendo as crianças soltarem um "ahhh" decepcionado.

— Poxa, tio Zuku... Você está fazendo ele sofrer igual a lagarta fez com a maçã naquele outro livro — julgou Kota, fazendo uma cara entristecida.

— Katsuki, pelo amor — reclamou, ao ver o caos que o loiro estava fazendo na sala de leitura do hospital. — Crianças, por favor, não vamos ficar falando sobre isso, ok? O tio Zuku não fica feliz com isso — pediu constrangido.

— Hoje as coisas estão bem animadas por aqui, não é? — Uma voz feminina se fez presente na porta, fazendo com que os dois garotos se virassem. — Há quanto tempo, Izuku! — ela comprimentou com um sorriso, segurando uma cadeira de rodas onde um garoto estava.

— Doutora Shimura! — Izuku disse animadamente. — Você começou a trabalhar aqui, agora?

A doutora Nana Shimura era uma grande — e velha —, amiga de sua mãe, ambas trabalhavam juntas há alguns anos atrás, quando sua mãe ainda estava começando no hospital que trabalha até hoje.

— Dispense as formalidades, meu querido — ela pediu. — Como está sua mãe? Eu soube do acidente e da cirurgia. — Empurrando a cadeira de rodas, Nana se aproximou de uma maca vazia.

— Ela está muito bem, graças a ele. — Izuku apontou para o garoto de olhos vermelhos-carmesins no mesmo instante. — Se ele não tivesse doado o sangue que ela precisava, talvez ela não estivesse viva hoje.

Nana encarou o rapaz com um sorriso largo. Era perceptível o brilho no olhar de Midoriya quando se tratava dele.

— Você deve ser um rapaz muito gentil, não é qualquer um que faz um ato desse — ela elogiou, arrancando uma risada baixinha de Izuku.

Aquela situação seria cômica, se não fosse irônica demais.

— Vocês já vão começar a leitura? — Nana indagou, ajeitando o garotinho na maca, com a ajuda de um enfermeiro. Izuku concordou. — Vou me sentar aqui para assistir também — avisou, indo para o mesmo lugar onde o garoto de olhos vermelhos-carmesins iria se sentar.

— Eu vou me sentar ali também — Katsuki disse, dando um beijo nas madeixas onduladas antes de ir até onde a doutora já estava.

Izuku pegou sua mochila e retirou de lá o livro que havia escolhido para aquele dia. Observou os olhinhos brilhando em sua direção e não pôde não sorrir com aquilo, eles eram realmente adoráveis.

— Preparados? Vamos começar… — Midoriya começou animadamente, vendo todas as crianças ficarem quietinhas para ouvir a história.

"Alice estava começando a se cansar de ficar ali sentada ao lado da irmã no barranco e não ter nada que fazer: uma ou duas vezes espiava o livro que sua irmã estava lendo, mas não tinha figuras nem diálogos, “e para que serve um livro”, pensou Alice, “sem figuras nem diálogos?" " 

Katsuki observava com atenção a maneira como as crianças pareciam realmente interessadas na leitura feita por Izuku e como o menor parecia feliz em ler cada uma daquelas linhas. Ele nunca admitiria algo como aquilo antes, mas realmente estava fascinado com aquelas crianças. A maneira como elas ficavam quietas para prestar atenção na hora da leitura e principalmente em como comentavam com Izuku as partes do livro que mais o chamavam a atenção, era tudo muito lindo.

O garoto tinha plena noção que muitas delas passaram e continuavam passando por coisas horríveis graças à doença, porém, a maneira que elas continuavam firmes, lutando para sobreviver e ainda mantinham um sorriso largo no rosto, fazia com que o coração dele ficasse quentinho.

O jeitinho animado de Izuku ao ler o livro também era algo magnífico aos seus olhos. Não conseguia parar de o encarar e sabia que, caso seus olhos se encontrassem, seu coração iria acelerar no mesmo instante, enquanto Midoriya ficaria com as bochechas sardentas coradas. Sorriu, conseguindo ver exatamente a cena se repetir em sua mente.

Não havia mais como negar o que sentia por aquele garoto, não tinha mais para onde correr.

Katsuki Bakugou estava perdidamente apaixonado por aquele nerd.

Izuku leu os dois primeiros capítulos da obra, parando ao perceber que a maioria das crianças já estavam dormindo. Guardou o livro em sua mochila novamente, pois já estava tarde e as crianças precisavam descansar antes de tomarem uma nova dose de remédios. Mesmo que a maioria já estivesse no mundo dos sonhos, Izuku passou de maca em maca, distribuindo beijinhos em cada uma delas.

— E, então, o que você achou? — O garoto parecia tímido, aproveitando que eles estavam a sós para perguntar. — Foi vergonhoso demais, não é? — perguntou constrangido, embora realmente quisesse a aprovação dele, mesmo que isso não fosse mudar nada.

Eles já estavam saindo da sala e após se despedirem de Nana, passaram a caminhar em direção à saída do hospital.

— Não — Izuku sorriu, nunca tinha visto Katsuki tão animado assim. — Isso foi tão incrível, princesa. A maneira como você leu, o jeito que elas comentaram sobre o livro. Isso foi muito bom, de verdade mesmo. — Aproximou-se. — Por favor, me traga mais vezes com você, eu quero te ver sorrir daquele jeito de novo — pediu.

— Eu… — Izuku estava travado. — Não sei o que dizer — confessou. — Sabe, isso era algo muito pessoal meu e eu não sou muito de falar sobre isso com outras pessoas, apenas o Shoto e o Iida sabiam. Mas com você é diferente, entende? Eu posso falar tranquilamente sobre isso com você, porque sei que você não vai rir ou sei lá, zombar de mim. — Olhou no fundo dos olhos dele. — Eu confio em você, Katsuki.

— Puta que pariu, eu me apaixonei pela pessoa certa. — Ele sorriu, continuando a andar para fora do hospital. — Como você fez para que eu ficasse tão apaixonado assim por você, hein?

Assim que saíram do local, Katsuki pegou a mão de Izuku e o puxou para o estacionamento.

— Ei! — chamou, não entendendo o porquê daquilo tão de repente.

Shhhhh, eu só quero te beijar rapidinho — falou, encostando Izuku na parede. — Eu estou tão apaixonado por você, Izuku — declarou, mantendo seus rostos próximos o suficiente para que suas respirações tocassem uma na outra.

— Para de dizer essas coisas — pediu, constrangido. — O que pensa que está fazendo? Estamos em público! — Realmente, Izuku ficava lindo demais quando estava tímido e envergonhado.

Katsuki não quis forçar nada, então apenas tocou seus lábios de maneira singela, afastando-se rapidamente.

— Então, você quer ir tomar um sorvete, agora? — o loiro perguntou com os olhos brilhantes, ansioso por um sim. — Se você não quiser o sorvete, você pode pegar um picolé ou pode pegar o meu pa-

— Vamos tomar sorvete, pelo amor de Deus! — ele disse caminhando em direção a moto do loiro.

— Como quiser, princesa — Katsuki falou, seguindo-o.

Izuku se sentia cansado e, mais do que nunca, ansiava chegar em casa logo, contudo, mesmo que quisesse aquilo, ele também queria passar mais esse tempo com Katsuki, afinal de contas, o loiro ainda estava lhe devendo um sorvete.

A sorveteria não era longe do hospital em questão, então Katsuki não mediu esforços, pilotando rapidamente até o local. Chegaram lá em torno de dez minutos, quinze minutos, Izuku não havia se dado ao trabalho de prestar atenção, estava ocupado em se segurar para não cair da moto.

Quando desceu da moto, o menor soltou um suspiro. A lua estava incrivelmente linda e cheia no céu escuro e sem nuvens naquela noite. O garoto de cabelos escuros só percebeu que estava alheio demais quando sentiu Katsuki tocando em sua mão, trazendo-o de volta para a realidade.

— Você ainda gosta de observar a lua? — indagou Katsuki, vendo Izuku concordar com a cabeça logo em seguida.

— Acho que nunca vou perder esse hábito de admirá-la — respondeu sorridente, encarando o garoto novamente. — Vamos entrar? — perguntou.

Bakugou concordou com a cabeça, ainda segurando em sua mão quando começou a caminhar para dentro da mesma sorveteria daquele dia, torcendo para que, dessa vez, eles realmente pudessem tomar os sorvetes em paz.

— Dessa vez, eu faço os pedidos — sussurrou no ouvido do menor, causando-lhe arrepios no mesmo instante.

Midoriya concordou, sentando-se em uma das mesas disponíveis ali perto do balcão.

Quando Katsuki retornou, ele estava com dois potes de sorvetes em mãos, um de limão e o outro de leite condensado.

— Leite condensado, acertei? — Katsuki entregou o pote de sorvete para ele.

O encarou por alguns instantes, enquanto o outro abria o pote de sorvete rapidamente, já colocando um pouco do conteúdo para dentro da boca. Izuku concordou por fim, soltando barulhinhos satisfatórios ao sentir aquele gosto doce e gelado em seu paladar.

Era tudo que precisava para aquele dia ser perfeito.

— Hmm, eu vou ser um ótimo namorado — se gabou, fazendo Midoriya se engasgar.

— K-katsuki! — Tossiu um pouco, agradecendo internamente por ainda ter uma garrafinha com água em sua mochila.

— Vai com calma, princesa — comentou. — Sei que você é apaixonado por mim e tudo mais, mas você tem que tomar cuidado — riu um pouco, vendo-o beber água.

— O que eu faço com você, Katsuki? — perguntou, se recuperando aos poucos.

— Me leva pra assistir algo no seu quarto — aconselhou, dando uma piscada. — Se quiser, a gente nem precisa assistir, entende? — Passou a língua nos lábios.

— Idiota, seboso. — Ele revirou os olhos, voltando a atenção para o seu sorvete.

Queria ir para casa logo.

— Como você está, Deku? — Katsuki perguntou, dando uma suspirada logo depois. — Sabe, com todo aquele lance da anemia e tudo mais. — Não queria o fazer lembrar de coisas ruins, então estava fazendo seu melhor para medir as palavras.

Izuku assentiu.

— Eu estou bem, sério — garantiu. — Eu conversei com minha mãe e bom, agora é cuidar, sabe? Para não se transformar em uma leucemia ou algo ainda mais grave.

— Nossa, nem fala. — Deu três toquinhos na mesa de madeira. — Acho que se algo assim acontecesse, eu morreria. — Suspirou pesadamente, passando a tomar o próprio sorvete de novo.

Izuku não pôde deixar de sorrir, era mesmo tão especial assim?

Terminaram seus sorvetes pouco tempo depois e após um papo muito engraçado sobre alguns animes que o loiro deveria assistir, eles saíram da sorveteria. Bakugou, dessa vez, pilotou um pouco devagar para casa, visto que havia trânsito e que ele não queria que Izuku vomitasse ou algo assim. O bairro onde moravam ficava vinte minutos dali, então não foi tão demorado chegar até a casa do menor.

— Eu até daria um boa noite bonitinho, mas eu realmente tô cansado — Izuku disse, descendo da moto e tirando o capacete, vendo Katsuki fazer o mesmo. — Porém, eu vou fazer um esforço por você. — Sorriu, vendo que outro parecia perdido sobre o que ele falava.

Midoriya se aproximou dele, o suficiente para que seus rostos ficassem bem coladinhos. Um sorriso surgiu em seus lábios antes dele ficar nas pontas dos pés para roubar um selinho dele.

— Boa noite, Katsuki — desejou, se afastando rapidamente, por mais que tudo que seu corpo desejava fosse ficar perto do outro. — Obrigado por me acompanhar hoje e pelo sorvete também! — Sem deixar brechas para que o outro respondesse, ele ajeitou as mochilas nas costas e entrou em casa, acenando uma última vez para Bakugou antes de sumir completamente da visão dele.

— Filho da mãe! — exclamou. — Vem aqui e me dá um beijo direito, Deku! — gritou, observando a luz do quarto dele acender.

Bakugou esperou esperançosamente que Izuku aparecesse na janela, mas não foi o que aconteceu. Chateado por não conseguir beijá-lo mais, ele seguiu até sua própria casa.

— Boa noite, princesa.

[...]

— Todo mundo sabe o que vai pegar, certo? — Tenya perguntou com uma pequena listinha em mãos.

— Sim — responderam em uníssono.

— Eu fiquei com o açúcar e a farinha de trigo — Mei falou, mostrando o pequeno papel em suas mãos.

— Eu fiquei com os ovos e leite — Izuku disse também mostrando o papelzinho.

— E eu com a manteiga e o fermento — Iida falou. — Kendo e Shoto vão atrás das coisas para o brigadeiro, certo?

— Sim — Todoroki concordou.

— Onde nos encontramos? — Itsuka perguntou.

— No caixa doze — Iida respondeu, ajeitando os óculos. — O Katsuki não veio?

— Ah, não deu tempo de falar com ele. — Coçou a nuca meio envergonhado. —Meio que eu cheguei tarde ontem e acabei esquecendo de comentar. — Deu uma risadinha nervosa.

— Tudo bem, nós já somos o suficiente — Iida disse. — Nos encontramos em dez minutos, ok? — Eles assentiram e cada um foi para um lado do grande mercado.

Estavam reunidos naquela tarde de sexta-feira — um dia antes do festival — em um grande mercado local para fazerem compras. Eles resolveram fazer cupcakes de última hora em uma intenção descarada de chamar mais pessoas para o clube. A ideia, claro, havia sido de Mei e como ninguém foi contra, lá estavam eles.

Como não havia avisado nada ao loiro, dessa vez Izuku estava sozinho. Era estranho ele se sentir mal por não estar acompanhado de Bakugou? Midoriya realmente já havia se acostumado com a presença do outro, mesmo que na maioria das vezes ele o fizesse se sentir constrangido.

Izuku sentia saudades de ser chamado de princesa e isso era o cúmulo da carência.

Focou no que estava fazendo e seguiu até o corredor onde havia uma grande placa escrita "LACTICÍNIOS". Andou até o final dele, vendo com atenção todas as opções de leites que havia ali, resolvendo pouco depois que levaria o integral mesmo. Passou a procurar o corredor onde havia ovos, não demorando para achá-lo. Quando fez menção de se abaixar para pegar uma placa de ovos, seu celular vibrou.

— Alô? — atendeu, sem nem ver quem era.

Onde que a minha princesa tá, hm? — Só podia ser ele mesmo. — Vim aqui na tua casa pra te dar uns beijinhos, mas a tia Inko falou que você tinha saído — comentou.

A voz rouca e grossa de Bakugou ficava ainda mais sexy pelo telefone. Era quase como se ele estivesse ali do seu lado, sussurrando em seu ouvido.

Ele se arrepiou.

— É… e-eu esqueci de avisar, mas… — Se abaixou, pegando os ovos que usariam na receita. — Eu e o clube viemos comprar algumas coisas para fazer cupcakes. — Os barulhos do outro lado da linha demonstravam que o loiro estava na rua. — Onde você está, agora? — perguntou.

Eu estou indo para casa, vim andando aqui rapidinho — falou, não parando de caminhar. — Você vai demorar muito ai? — perguntou.

— Na verdade, não — negou. — Quer vir nos encontrar? Você pode ir fazer os docinhos com a gente lá na casa do Ten, se quiser, claro — ofereceu, passando a caminhar até o caixa doze.

Manda tua localização pelo what's, chego aí em um instante. — Entrou em casa, pegando suas chaves, já se preparando para sair.

— Ok, já te mando mensagem. Tchau, tchau. — Desligou, já abrindo o aplicativo de mensagens para poder mandar a localização.

Quando chegou no caixa, Mei e Iida já estavam lá e, aparentemente, só faltavam Shoto e Kendo.

— Faz tempo que vocês estão aqui? — perguntou, se aproximando dos dois amigos.

— Não muito — Iida falou. — Quando eu cheguei aqui a Mei já estava.

— Eu sou rápida e, outra, eu conheço onde fica cada coisa, sempre venho aqui com minha mãe. — Deu de ombros.

— O Todo e a Ken tão demorando, né? — Izuku falou após uns cinco minutos de espera.

— Será que estão dando uns beijos? — Iida perguntou baixo, não querendo falar aquilo em voz alta.

Mei riu.

— Como se o Shosho gostasse da fruta — ela falou despreocupada. — Vocês são muito lerdos, credo. — Se virou para frente, vendo ao longe, os dois vindo.

Shoto tinha em mãos cinco caixas de leite condensado, três de creme de leite e um pacote médio de achocolatado, enquanto isso, Kendo vinha trazendo algumas barras de chocolate e uns enfeites bestas, como jujuba, granulado, chantilly e cereja.

— Vocês demoraram, hein — Izuku falou. — Foram fabricar os doces? — perguntou.

— A gente precisou dar o nosso sangue por essas barras de chocolate, ok? — Kendo falou.

— Como tava tudo em promoção, o povo tava tudo voando em cima — Shoto contou. — Eu tive que entrar no meio de um povo fedorento a CC, sério. — Se cheirou. — Eu tô podre!

— Shosho salvador da pátria, own — Mei falou.

— Relaxa, você pode tomar um banho lá em casa — Iida ofereceu.

— É claro que ele pode — Hatsume cantarolou, seguindo para frente conforme a fila ia andando.

— Ela está pensando alguma coisa sobre vocês, sério — Kendo avisou, sussurrando para os dois amigos.

Izuku riu.

— Finalmente paz, senhor — agradeceu.

Eles passaram no caixa rapidamente, pois não haviam tantas pessoas assim na frente deles. Já estavam no estacionamento quando um barulho irritante se fez presente ao longe.

Izuku nem precisou olhar para saber que era Katsuki e sua moto velha.

— Demorei, princesa? — ele perguntou, parando ao lado dele.

Bakugou ainda estava de capacete e a moto ligada, não iria estacionar, pois viu que logo eles saíram também.

— Pensei que o Katsuki não viesse — Shoto murmurou, sentando-se no banco da frente.

— E ele não ia, mas aí o besta aqui me ligou e eu disse onde tava. — Fechou o porta-malas.

— Você vai lá pra casa, também? — Iida perguntou, entrando no carro.

— Vou sim, se tiver tudo certo para você, é claro.

— Relaxa, tá tudo certo. — Fechou a porta do carro, colocando o cinto de segurança logo depois. — Izuku vai com você na moto, não é? Ele sabe o caminho. — Ligou o carro.

— Pode ir, eu guio ele — Izuku o tranquilizou.

— É para ir direto, hein seus danadinhos. — Mei sorriu. — Não parem em motéis por ai. — Antes que a de madeixas rosas pudesse levar grito de Izuku, o carro de Iida já estava em movimento.

— Idiota — ele resmungou, virando-se para o mais velho. — Cadê meu capacete?

— Seu, é? — riu. — Desde quando você tomou posse dele, hm? — perguntou, estendendo o que ele havia pedido.

— Só eu ando nessa tua motoca feia, Katsuki. Quem mais iria querer andar nesse negócio velho, se manca! — riu, montando na moto. — Se apresse, se não vamos ficar muito para trás. — Segurou a cintura dele.

— Você só esculhamba a bichinha, coitada. — Acelerou, passando a ir atrás do carro cinza de Tenya.

Por mais que ele realmente só falasse mal da moto do outro, tinha que admitir, estar na garupa do loiro havia se tornado algo normal para si.

Não demoraram a chegar na casa do Iida, afinal, Katsuki corria como um louco. Enquanto esperavam Shoto acabar o banho, Mei e Kendo começaram a fazer os bolinhos, enquanto Tenya e Katsuki se atentaram em separar os doces e as forminhas. Todoroki e Midoriya ficariam responsáveis pelo recheio.

— Que cheirinho gostoso — Shoto falou, aparecendo na cozinha, já tomado banho e com as roupas que o Iida havia separado para si.

Por conta da diferença de tamanhos, já que Todoroki era mais magro e o de óculos tinha um porte mais atlético, a blusa do mais velho havia ficado larga nele.

— Acho que está um pouco folgada — Tenya falou, rindo.

— Você ainda acha? — Kendo riu, terminando de limpar um pouco de farinha do seu rosto.

— Ficou fofo — Izuku elogiou.

— Sim, muito fofo — Mei falou. — Não é, Ten? — perguntou ao outro amigo que não conseguia parar de encarar ele.

— É… — respondeu envergonhado, virando o rosto.

— Pare de brincar com eles, Hatsume — Katsuki falou. — Eles são tímidos — explicou.

— Ela é idiota — Shoto falou. — Mas enfim, o que eu posso fazer para te ajudar, Zu?

Eles começaram a preparar o recheio, visto que os bolinhos não demorariam a ficarem prontos. Em três horas, tudo já estava pronto.

Na hora de ir para casa, não foi surpresa alguma que Katsuki iria levar Izuku, o que rendeu altas piadinhas de como o loiro era o motoboy particular dele.

— Você está ansioso para amanhã? — Katsuki perguntou, assim que pararam na frente da casa dele.

— Um pouco — falou. — É a minha primeira vez apresentando algo no festival, fora que é a primeira vez que eu vou ao festival — admitiu.

— Você nunca foi para o festival antes? — perguntou, vendo o menor negar. — Meu deus, Deku! — exclamou.

— Eu nunca tinha nada pra fazer lá, então por que eu iria? — Deu uma risadinha.

— Fico feliz de fazer parte de tantas primeiras vezes. — Se aproximou dele. — Você vai dar outro beijinho de boa noite e vai fugir ou eu vou poder te beijar direito hoje? — perguntou.

— Vou deixar você me beijar, mas só porque hoje foi educadinho. — Se aproximou dele também. — Vamos lá, Katsuki. Me beije.

Não foi preciso pedir, pois tudo que Bakugou ansiava era fazer aquilo. Seus lábios se encostaram e suas mãos foram de encontro à cintura dele, enquanto — surpreendentemente — as mãos do menor foram até sua nuca. Se acomodaram ali e seus dedos se aventuraram pelas madeixas Abriram a boca em sincronia e Izuku deixou que a língua de Katsuki entrasse em sua boca, afinal, sua própria língua já estava à espera dele.

Enquanto suas línguas se devoravam, suas mãos trocavam singelas carícias um no corpo do outro. Não era algo ousado, mas a mão em seu cabelo puxando devagar conforme as línguas se saboreavam, foi o suficiente para fazê-lo ficar duro.

— Ok, dessa vez quem vai pedir chega sou eu. — Katsuki quebrou o beijo com um selinho, se afastando do menor.

— O que foi? — ele falou. — Não está… bom? — perguntou, temendo que a resposta fosse sim.

Bakugou negou.

— Está tão bom, que eu já estou quase duro — admitiu. — Eu só acho melhor pararmos porque, né, eu vou tentar alguma coisa como sempre e você vai ficar desconfortável. — Fez um carinho no rosto dele. — Vamos com calma — falou.

Izuku assentiu, sorrindo ao ver que o loiro havia colocado seu bem estar acima de tudo.

— Vamos com calma — concordou. — Até amanhã. — O deu um selinho, entrando rapidamente em casa.

[...]

No sábado, Izuku acordou um pouco atrasado, em compensação, nervoso demais. Enquanto tomava banho, o esverdeado pensava em qual roupa usar, pois era bem nítido que lá fora estava um calor insuportável.

Por mais que estivesse acostumado a usar blusas de manga longa mesmo em dias quentes, algo dentro dele não queria mais se esconder daquele jeito. Katsuki o dizia tanto que era lindo, então por que não acreditar que realmente era?

Por mais que sua insegurança gritasse, Midoriya também queria mudar. Estava farto de se sentir daquele jeito, de odiar seu corpo e sua aparência só porque fulano dizia ser feio. Izuku tinha plena noção de que precisava praticar mais o amor próprio, sua psicóloga já havia dito isso, mas, mesmo assim, a insegurança e o medo continuavam o prendendo.

Terminou o banho e se secou rapidamente, saindo do banheiro logo depois de escovar os dentes. Olhou para a roupa pendurada na porta do guarda-roupa e suspirou, dessa vez, se desculparia com sua mãe por não usar as roupas que ela havia passado com tanto carinho.

Dessa vez, ele vestiria algo que sempre quis usar, mas que sempre deixou de lado por opiniões alheias.

Vestiu uma cueca e pegou uma calça preta rasgada dentro do guarda-roupa. Pela calça ser folgada, Izuku precisou pegar um cinto, mas não tinha problemas, ele gostava de usar mesmo com os outros lhe dizendo que ficava parecendo um colchão amarrado no meio.

Ao lembrar disso, ele olhou para a roupa que sua mãe havia separado, tentado a tirar tudo aquilo e voltar para a calça folgada e blusa de manga longa.

Suspirou, aquilo não seria fácil.

Ignorou todas as palpitações de medo, insegurança e ansiedade que gritavam em seu ser e voltou a olhar para o guarda-roupa, à procura de uma blusa que o agradasse. Optou por uma camiseta de manga curta preta com estampa do seu anime favorito: Tokyo ghoul.

Olhou-se no espelho e ok, ele não estava tão ruim assim. Foi até o banheiro e pegou o secador, odiava sair de cabelo molhado, então se apressou para dar uma secadinha rápida nele. Enquanto secava os cabelos ondulados, Izuku passou a pensar sobre o festival. Eles teriam uma grande oportunidade de conseguir novos membros para o clube, mas teriam que se esforçar para chamar a atenção deles, afinal, o colégio tinha inúmeros clubes e todos eles também estariam no festival.

Poderiam abusar da popularidade do Katsuki, porém, Izuku não queria, afinal, se a pessoa entrasse por Bakugou e não pelo interesse em mangás, que graça teria?

Suspirou pela milésima vez só naquela manhã, haviam muitas coisas em sua mente agora, precisava urgentemente de um chocolate para acalmá-lo.

Terminou de secar os cabelos e passou a arrumá-los. Não o colocaria no rosto, pois realmente estava calor, então resolveu fazer um rabo pegando a metade do cabelo, deixando o resto solto e alguns fios esverdeados pelo rosto, dando um toquinho a mais.

— Eu preciso cortar o cabelo — resmungou para si mesmo, observando através do espelho os fios verdes que iam até o seu pescoço.

Saiu do banheiro pouco tempo depois e foi até sua cama, como havia arrumado suas coisas na noite anterior — esse foi um dos motivos de ter ido dormir tarde — ele só precisaria calçar os tênis e pegar sua mochila.

Já totalmente pronto, Izuku saiu do seu quarto, indo até o corredor para, enfim, poder descer para a cozinha. Estava ansioso demais para o festival, além de que eles ainda tinham que arrumar a sala do clube para estar apresentável aos visitantes. Estava realmente determinado a ter novos membros em seu clube e sabia que os demais também estavam, afinal, era quase como um sonho se tornando realidade, um sonho que não era só dele.

O clube era extremamente importante para ele, então, ter a oportunidade de mostrá-lo para outras pessoas e tentar fazê-las se interessar era um sentimento muito bom, até fazia com que suas inseguranças fossem substituídas por uma ansiedade boa que o fazia sentir seu estômago formigar, ansioso para mostrar tudo aquilo que ele e os amigos haviam construído.

Ao chegar na cozinha, observou que sua mãe terminava agora de colocar a mesa. Não demorou muito para que ela notasse a sua felicidade — ela sentia saudade de ver o filho acordar tão animado e sorridente assim. Na maioria das vezes ele sempre acordava com o semblante preocupado ou triste, então isso a fazia se sentir feliz também, por isso, ela não tardou a dar um largo sorriso para ele, sendo agraciada por um maior ainda.

— Vejo que alguém aqui acordou bastante animado — Inko comentou, soltando suspiros. Izuku sorriu, vendo a mãe voltar a fritar os bacons que colocaria nos ovos mexidos. — O que há de tão especial acontecendo, meu menino? — perguntou, realmente interessada.

— Hoje é o dia do festival escolar, aquele que acontece todos os anos, sabe? — perguntou, vendo a mesma concordar com a cabeça. — Então, esse ano o meu clube vai, finalmente, poder participar. — Izuku estava muito animado com isso, mesmo que também estivesse nervoso na mesma intensidade.

— E o que vocês vão fazer lá? — perguntou, ainda mostrando interesse, aproximando-se do prato dele, colocando os ovos mexidos junto de uma torrada. — Quais os planos do seu clube?

— Ganhar membros com cupcakes — admitiu, fazendo-a rir. — É sério! — ele riu um pouco. — Eu tenho certeza que com os cupcakes vamos ter mais pessoas visitando. É como vender a alma por um cupcake.

Inko apenas concordou com a cabeça, ainda que estivesse rindo do entusiasmo dele. Sentou-se colocando um pouco de suco para ela e para seu filho.

— Mãe, você não está se esforçando demais, não? — indagou Izuku, preocupado com a recém recuperação de sua mãe. — Não faz muito tempo que você passou por uma cirurgia e…

— Não se preocupe, querido. Eu estou bem — ela o tranquilizou, com um sorriso.

— Mesmo assim, você deveria pelo menos descansar um pouco mais, sabe? Eu posso fazer meu café da manhã e pelo amor, mãe, eu já disse, eu posso arrumar minhas próprias roupas. — Por mais que gostasse de ser mimado por sua mãe, Izuku entendia que já estava grandinho o suficiente para cuidar de suas próprias coisas.

— Eu sempre vou te paparicar, você é o meu bebê, afinal. — Sorriu para ele. — Agora coma, você não quer se atrasar, não é?

Izuku concordou, mesmo que ele de fato não estivesse atrasado, apenas havia acordado depois do planejado. Suspirou, passando a comer um pouco mais rápido. Se levantou para levar a louça suja até a pia assim que acabou de comer, se despedindo de sua mãe com um caloroso abraço em seguida.

Pegou o celular vendo que havia algumas mensagens de um certo loiro no Instagram.

[@bkgkats]

08:12tá em casa ainda ou já saiu?

08:20Deku?

08:25responde, cacete

08:32DEKUUUUUUUU

[@izukumidoriya]

08:33deixa de ser insuportável, caralho

08:33tô em casa sim, pq?

08:33tô saindo agr, na real

[@bkgkats]

08:34até que enfim, hein

08:34e não me chama de insuportável, eu fico chateado assim, princesa :c

08:34olha que coincidência, tô saindo de casa agorinha também, rs

08:35vamos juntos?

[@izukumidoriya]

08:36não tô afim de subir na tua moto velha hoje

08:36 — minha virilha ta até doendo de tanto montar nela

[@bkgkats]

08:36podia tá doendo de montar em mim, mas vc não me dá chance :c

[@izukumidoriya]

08:36aí sério, sei nem pq eu tento conversar normalmente c vc

08:37vou pedir um carro de app, quer ir junto?

08:37n pense q tô chamando vc pq eu quero sua companhia, eu apenas quero alguém p dividir a corrida

Sentia-se eufórico. Sabia que estava na cara que queria a companhia de Katsuki, porém, não queria dar o braço a torcer tão fácil assim. Ver ele dizendo que poderia estar sentindo dor por sentar nele havia sido minimamente… atraente. Mesmo que nunca tivesse feito coisas assim, Izuku não podia negar que ficava quente sempre que o outro fazia piadas assim ou sempre que sentia o pau dele em si. Também não podia negar que não sentia vontade de fazer, porém, ele sentia medo, fora a vergonha pelo seu corpo.

Ele estaria nu e exposto para alguém como Katsuki: alguém bonito, com um corpo bonito e um rosto lindo. Enquanto ele era apenas uma pessoa razoável e sem graça, com estrias e manchinhas por todo o corpo.

Era estranho.

Suspirou, não deixando que aqueles pensamentos estragassem sua manhã. Mesmo que tivesse uma vontade enorme de fazer — o que ele tinha — poderia esperar um pouco mais, pelo menos até que se sentisse totalmente confortável.

Sua mão o ajudaria com isso enquanto não tivesse coragem de deixar outra pessoa tocá-lo. Saiu dos seus pensamentos com o toque de notificação, evidenciando que o outro havia respondido.

[@bkgkats]

08:42desculpa a demora, princesa

08:42acabei de sair do banho, tava me arrumando

08:42sim, eu tomei banho enquanto falava com vc, rs

O rosto do menor esquentou, pois tudo que vinha em sua mente agora era o mais velho nu, com aquele pau — delicioso, digo, feioso — para fora.

[@bkgkats]

08:44tô pronto

08:44fica aí fora, vou pegar o carro da velha

08:45economiza seu dinheiro p me pagar um lanche depois ;)

[@izukumidoriya]

08:45se vc demorar mais um pouco, eu juro q vou embora sem vc

08:45vai logo, feioso

[@bkgkats]

08:45vc tbm é especial p mim

Sua mente estava uma bagunça. Quando havia se tornado aquele pervertido? Desde quando imaginava pessoas tomando banho? E o pior, desde quando imagina Katsuki pelado?

Era frustrante.

Não demorou mais que cinco minutos para que um carro preto surgisse na frente de sua casa, buzinando sem parar.

— Para de buzinar, idiota — Izuku falou, entrando no carro rapidamente. Katsuki riu, buzinando novamente. — É sério, para com essa merda — pediu novamente.

— Só paro se você me der um beijinho de bom dia — falou, virando o rosto para ele.

Izuku revirou os olhos, aproximando os lábios do dele, deixando um leve toque.

— Pronto, já podemos ir. — Colocou o cinto de segurança, virando-se para frente.

— Espera, só isso? — choramingou.

— Era um beijinho, não era? Pronto, ué. — Deu de ombros.

— Nossa, sério. — Colocou o próprio cinto. — Às vezes eu tenho ódio de você — falou, ligando o carro.

— O choro é livre. — Deu uma risadinha.

Katsuki bufou, passando a dirigir para o colégio, porque, sim, agora eles já estavam realmente atrasados.

[...]

Quando chegaram no colégio, eles foram de imediato para a sala do clube de mangá, pois ainda haviam algumas coisas para fazer lá. Para a surpresa de ambos, a sala já estava completamente arrumada e os outros membros já estavam ali. O lugar não estava muito diferente do normal, apenas tinha uma mesa cheia de cupcakes no centro e na outra mesinha que geralmente ficavam a cafeteira, estavam alguns mangás de coleções aleatórias que geralmente ficavam na prateleira do clube. Eles estavam espalhados por toda a superfície da mesa para que os visitantes pudessem se sentar por ali e dar uma olhada — podendo pegar os das estantes também.

— Vocês demoraram — reclamou Tenya, guardando algumas coisas dentro do armário do clube.

— Não seja assim, Ten. Eles estavam dando beijinhos, tenho certeza disso — Mei cantarolou, virando-se para eles. — Não precisam mais esconder o relacionamento de vocês, tá tudo bem também, ninguém aqui tem preconceito. — Deu uma piscadinha para eles.

— O que tá bem? Tem alguém passando mal? — perguntou Shoto, alheio a conversa.

— Será que tem como voltar para casa? — perguntou Izuku, encarando o garoto de olhos vermelhos-carmesins. — Eu deveria ter repensado sobre isso.

— Ignora — pediu Kendo, sentando-se no sofá. — Katsuki, você vai ficar por aqui? Soube que o time de basquete vai fazer um desfile hoje.

Izuku arregalou minimamente os olhos, não tinha pensado sobre isso.

— Vai, no finalzinho do festival — murmurou, dando de ombros. — Mas eu ainda consigo ficar aqui por um tempo. Eu também faço parte do clube, não faço?

Izuku sorriu com a frase de Katsuki, aquilo parecia tão estranho, mas ao mesmo tempo tão real.

— Então, agora é só esperar, certo? O festival vai começar já já! — Izuku falou animadamente, ignorando todo o nervosismo que estava sentindo minutos atrás.

Estar com Bakugou o fazia se sentir bem. Agora, estar com o loiro e seus amigos no clube, em pleno festival, o fazia se sentir incrível.

Não demorou muito mais tempo para que as pessoas começassem a visitar os clubes, visto que o festival iniciava-se às nove horas e meia.

Izuku estava realmente surpreso com a quantidade de pessoas que começou a visitar o clube de mangá, aquela sala nunca havia estado tão cheia antes como estava naquele dia. Algumas pessoas conversavam animadamente com os membros, outras ficavam admirando a decoração da parede de mangá enquanto alguns grupinhos resolviam ler alguns dos mangás disponíveis em cima da mesinha branca.

— Você está bem? — Katsuki se aproximou de repente, assustando o menor.

— Sim — ele respondeu de imediato. — Eu só não pensei que iria vir tantas pessoas assim — admitiu.

— Tenya disse que duas pessoas novas se inscreveram para o clube — avisou, vendo os olhos do menor brilharem no mesmo segundo.

— Serio?! — perguntou animado. — Quem foi? — indagou, encarando as pessoas ao redor.

— Ochako Uraraka e Fumikage Tokoyami — respondeu, apontando para os dois que agora assinavam a ficha de inscrição junto de Tenya e Mei, que ainda falava animadamente. — Ah porra, quem deixou ela ficar perto dos membros novos? — Katsuki perguntou, temendo que a rosada espantasse os candidatos.

Izuku riu.

— Pelo visto ela já está contando histórias para eles. — Deu de ombros pegando um dos cupcakes.

— Hm, então você está mesmo aqui. — Katsuki olhou na direção da voz de imediato. — Estavam falando algo sobre o capitão do time de basquete estar aqui, mas achei que era mentira. Nunca pensei que você seria capaz — falou. — Quanto tempo, Katsuki! — Denki colocou um pirulito na boca.

— O que você quer aqui, Denki? — perguntou completamente sem paciência. — Sei que você não gosta de ler, tá aqui por que, então? — Chegou perto dele. — Se você veio me infernizar por causa da porra do seu namorado, pode dar o fora, 'to sem paciência nenhuma pra aguentar você — resmungou.

— Acalma o coração, Kat. — Tirou o pirulito da boca novamente. — Eu só queria dar uma olhada em como você realmente está se esforçando dessa vez.

Katsuki arregalou os olhos.

— Cala a porra da boca e sai daqui — falou um pouco mais baixo, não querendo atrair a atenção dos demais.

Denki o ignorou, olhando dessa vez para Izuku que prestava atenção em todo o desenrolar da conversa. O loiro de olhos âmbares observou bem o garoto à sua frente, dando uma risadinha logo depois.

— Sério, a sua roupa é horrível, você precisa urgentemente de umas dicas de moda e um guarda-roupa novo — murmurou enojado, ainda encarando o esverdeado.

— Ué, eu tô procurando aqui. — Olhou em volta, fazendo Denki olhar também.

— Procurando, o que esquisito? Uma revista de moda ou algo assim? — riu, ainda tentando fazer piada sobre o visual dele.

— Não, não. Eu tô é procurando quem te perguntou alguma coisa — Izuku falou, sorrindo ao ver o loiro parecer chocado com o fora recebido.

— Pelo visto, seu animalzinho é bem mal-criado. — Sorriu de maneira travessa. — Vocês são mesmo bem parecidos, não são?

Katsuki estava ficando puto já, pois ele sabia exatamente o que Kaminari estava fazendo ali.

— Sim, nós somos. — Ele deu de ombros, não deixando-se levar pelas provocações do antigo amigo. — Deku, vamos para outro lado, aqui tá ficando cheio já — pediu, arrastando-o para longe.

— Isso tudo é medo, Katsuki? — murmurou Denki para si mesmo, observando ao longe Bakugou se esforçando para levar o nerd para longe.

Katsuki estava em seu limite de paciência. Pelo visto, Eijirou não havia aprendido a lição, ou talvez, estivesse com medo de levar outro soco e agora mandava o puto do namorado o infernizar.

Parecia que Katsuki teria que distribuir mais socos por aí.

— Princesa, eu tenho que ir encontrar os caras do time de basquete pro desfile agora. Você se importaria de ficar perto do Shoto? — perguntou preocupado. — Eu não confio nele — explicou, apontando discretamente para o loiro que olhava ao redor com nojo.

— Katsuki, o que ele queria dizer com você estar se esforçando dessa vez? — perguntou, não gostando muito daquele assunto.

Seu coração batia forte demais e ele temia que Izuku descobrisse tudo daquele jeito, na frente de todos e o pior, sem ser por ele. Suspirou, sabia que devia contar a verdade a ele, mas temia que o menor nunca mais quisesse o olhar.

Temia perder ele.

— Eu vou te contar tudo, só, por favor, não acredite nas coisas que ele diz, nem deixe ele fazer alguma coisa com você, certo? — falou, chamando Shoto com a mão.

— Qual foi? — O bicolor perguntou.

— Não deixa ele ficar perto daquele loiro desgracento ali — falou baixo, apontando com a cabeça, tentando ser discreto.

— Perto de quem?! — Todoroki exclamou, virando-se para ver quem era. — Eu não ve- Ai!

— Fica quieto, cacete. — Deu um tapa na cabeça dele. — É pra ser discreto, porra! — Suspirou novamente, teria que ser paciente. — Só não deixa ele ficar perto do Deku, ok?

— Tá bom, cara. Mas precisava do tapa? — choramingou, passando a mão nos cabelos desiguais.

— Você vai ficar bem. — Revirou os olhos para ele. — Eu vou indo, então, ok? Fica bem. — Katsuki se aproximou dele, dando um beijo na testa do menor.

— Não precisa dessa preocupação extrema, Katsuki. Eu vou ficar bem — resmungou. — Vai logo antes que você se atrase. — O loiro assentiu, saindo da sala logo após dar um tchauzinho aos outros membros. — Ele tá estranho, não está? — Midoriya perguntou para Shoto.

— Ele sempre foi estranho. — Arqueou uma sobrancelha. — Só percebeu agora que o cara que você gosta é esquisito? — perguntou.

— E-eu não gosto dele! — negou, corando levemente. — Somos só amigos. — Virou o rosto, tentando esconder as bochechas vermelhas.

— Oh, claro — o bicolor riu. — Amigos — falou.

— Me erra, Sho — resmungou, pegando o pulso do outro. — Vamos logo, temos pessoas para receber. — E, então, ele saiu de lá, arrastando o bicolor consigo.

O festival durou a manhã toda e os membros do clube de mangá quase foram à loucura com a quantidade de pessoas novas que se inscreveram. Era por volta das onze e quarenta quando o desfile — que encerraria o evento — começou, trazendo consigo o time de basquete com a grande taça que haviam ganhado naquela semana.

Enquanto os membros do time passavam por todos os outros estudantes, Katsuki mantinha seus olhos bem fixos em Izuku, observando-o e "cuidando" para que nenhum deles se aproximasse dele novamente. Como esperado, o desfile não durou muito e logo Katsuki já estava de volta aos membros do clube de mangá, dessa vez, junto de Mina.

— Os cupcakes estavam tão gostosos! — ela disse animada. — Eu necessito que vocês me passem a receita depois — pediu à Mei, que apenas assentiu.

— Você se inscreveu para algum clube novo? — Katsuki perguntou, se aproximando do menor. — Voltei, princesa — Deu um beijo na bochecha dele.

— Fofos. — Ashido deu um sorrisinho. — Me inscrevi para o clube de literatura — falou. — Quando fui me inscrever no de vocês, as fichas tinham acabado — choramingou, fazendo biquinho.

— As fichas acabaram? — Katsuki perguntou impressionado.

— Sim! — Kendo deu pulinhos. — O Izuku e o Shoto passaram a perna nos membros e fizeram as inscrições restantes tudo sozinhos. — Cruzou os braços.

Os dois citados deram risada.

— Foi muito engraçado — Midoriya disse e Todoroki concordou.

— Eu tô com fome — Tenya falou.

— Por que não vamos almoçar todo mundo? — Mina sugeriu. — Eu também não comi nada ainda.

— Ashido salvadora da pátria — Mei falou. — Minha barriga ronca por você — disse, rindo.

Todos a acompanharam na risada.

— Acho uma boa ideia — Izuku falou — Você vai também, Katsuki?

— Acha que eu deixaria minha princesa ir sozinha? Nem fodendo! — Pegou na mão dele, puxando-o para fora da sala, sendo seguidos pelos outros membros. — Eu vim de carro, dá pra ir mais algumas pessoas comigo — falou.

— Eu vou! — Mina falou animada.

— Ótimo — Iida falou. — No restaurante aqui perto?

— Nesse mesmo — Bakugou concordou. — Nos vemos lá, então. — Os outros assentiram, observando os três saírem.

— Eu que não ia pra segurar vela, credo! — Mei comentou, rindo.

Izuku sabia que, por conta de estarem perto de outra pessoa, ele e Katsuki não teriam tanta privacidade para ficarem de mãos dadas ou trocando beijinhos aleatórios pelo caminho — não que ele quisesse, só era estranho não tê-lo enchendo o saco toda hora. Todavia, para a sua surpresa, Bakugou entrelaçou seu mindinho no dele no mesmo instante que saíram do colégio e isso fez com que o esverdeado o encarasse de maneira assustada, embora, surpresa. Contudo, o loiro não fez ou falou nada, apenas continuou a andar assim com ele até chegarem no carro, não se importando com os olhares das poucas pessoas ali presentes. Os dois foram na frente, deixando Mina um pouco para trás — na verdade, a morena preferiu ficar um pouco mais afastada, apenas observando o jeito como Katsuki o tratava.

Ela torcia para que aquilo fosse real.

Não conversaram muito durante o caminho para o restaurante, o que não deixou o clima estranho por ser um caminho curto, ainda mais de carro. A todo momento, o menor observava Ashido pelo retrovisor, tentando ver se ela se importava com as poucas carícias que Katsuki teimava em fazer em si, mas ela sequer prestava atenção. Midoriya se perguntava o porquê dele ser tão natural na frente dela, quando na frente dos outros eles sempre mantinham uma distância considerável.

Talvez ela fosse especial para ele?

Não demoraram muito para chegar e quando fizeram, o loiro deu graças a Deus que havia vaga na porta do restaurante. Desceram do veículo rapidamente, notando que o carro de Iida havia chegado ao mesmo tempo que o de Bakugou. Entraram no restaurante e pediram uma mesa grande para que coubesse todos confortavelmente.

Quando o grupo todo já estava sentadinho, não demorou para que um diálogo começasse entre as três garotas, enquanto os garotos observavam com atenção o cardápio.

O estabelecimento em questão tinha um cardápio bem extenso e por isso era bem famoso e movimentado, principalmente naquele horário, além, claro, da aparência sofisticada. As paredes do restaurante eram escuras e nas várias mesas escuras espalhadas por todo o lugar haviam toalhas brancas por cima, dando um contraste legal no ambiente. Nas paredes haviam decorações sobre as comidas consideradas especialidades da casa, além de uma belíssima iluminação no local.

— Essa mesa é perfeita — comentou Kendo, pegando um dos cardápios em cima da mesa. — Vocês tem noção do que pedir?

Strogonoff — murmurou Mei no mesmo instante. — Meu estômago grita por strogonoff com batata palha.

— Lasanha — respondeu Izuku rapidamente, encarando o cardápio, mesmo que já soubesse a sua preferência. — E o que você vai querer, Katsuki? — Mostrou interesse.

Eu quero você na minha cama — sussurrou no ouvido dele, o fazendo corar. O loiro riu. — Brincadeira — falou. — Pode pedir lasanha para mim também, princesa. — Sorriu para ele.

— Invejoso, seboso — xingou, ainda envergonhado.

— Vai dar namoro — sussurrou Mei para Mina que concordou baixinho.

Decidiram o que cada um iria comer e fizeram os pedidos no mesmo instante com um Tenya reclamando que estava faminto, sendo seguido por uma Mei insistente e tagarela, querendo perguntar para alguém a todo segundo se iria demorar.

Izuku realmente estava vendo a hora de Katsuki jogar Hatsume para fora do restaurante.

Após algum tempo de espera, todos estavam com seus respectivos pratos e bebidas, conversando animadamente sobre alguns assuntos aleatórios. Mina já estava extremamente familiarizada com o grupo "de nerds" e foi quase impossível não perceber que estar com eles era muito melhor do que estar com o grupo de populares onde pertencia, assim como Bakugou também guardava do mesmo sentimento.

— Você parece uma criança comendo — reclamou o loiro, entregando um guardanapo para o menor que limpou a boca suja de molho.

— Você não pode falar de mim, já viu como o Shoto está? — Apontou para o garoto que tinha a boca toda lambuzada de macarrão.

— Temos duas crianças, own — riu Kendo, bebendo um gole do seu suco de uva. — Me pergunto qual de vocês é o pior.

— Shoto — todos falaram juntos.

— Quem me chamou? — indagou, pegando o guardanapo que Tenya tinha lhe oferecido.

— Esquece — Mei pediu, suspirando. — O que vão fazer depois daqui?

— Eu vou pra casa — Iida respondeu, vendo a garota o encarar por pouco tempo. — Por quê?

— Eu queria tomar um sorvete, você podia me levar de carro, né? — Piscou para ele, dando uma risada.

Tenya revirou os olhos.

— E aguentar você por mais tempo? Tá louca? — o azulado falou, recebendo um biquinho indignado em sua direção.

— E vocês? — Hatsume perguntou a Izuku e Bakugou.

— Vou lá na casa da minha princesa, ver algum anime, sabe? — Katsuki passou o braço sobre os ombros de Izuku. — É uma pena que vamos só assis-

— Eu sempre disse: gay. — Hatsume nem o deixou terminar. — Eu sempre soube, eu disse pra vocês, mas vocês me taxaram como louca. Meu gaydar nunca errou. Katsuki, o seu diagnóstico é que você é gay! — exclamou animada, os olhos brilhantes como nunca.

— Se acalma, fujoshi — pediu, Kendo, segurando os ombros da amiga.

— Eu não sou gay, apenas não resisti a esse pedacinho de mal caminho aqui — o loiro falou, dando um beijinho na bochecha do outro.

— Hétero inventando desculpa pra se envolver com homem é engraçado demais — Ashido falou, fazendo Mei rir.

— Dá pra vocês pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui?! — Se desvinculou do braço do mais velho. — E para de fazer essas merdas, já disse que não gosto! — falou para Bakugou.

— Não — Katsuki respondeu, voltando a passar o braço nos ombros dele.

— Deus, me dá paciência, por favor — choramingou. — Eu nunca te pedi nada!

O barulho alto de um arroto chamou a atenção deles.

— Porra, Shoto. Cadê a educação? — Tenya perguntou, se levantando.

— O que? Já dizia o Shrek, melhor pra fora do que pra dentro. — Deu uma piscadinha para o de óculos.

Iida revirou os olhos, tirando a carteira do bolso.

— Podemos fechar a conta e ir ou vocês vão pedir mais alguma coisa? — Todos negaram. — Deu quanto para cada mesmo? — Observou o valor na notinha.

Juntaram o dinheiro e pagaram a conta, não demorando muito para que já estivessem indo para casa, dessa vez, Mina foi com Tenya, pois coincidentemente, eles moravam próximos.

— Quer mesmo que eu vá para lá? — Katsuki perguntou para Izuku, olhando-o assim que o carro parou no semáforo.

— Sim, por quê? — O olhou. — Você não quer ir? — perguntou.

— Claro que eu quero, princesa. — Pegou a mão dele, dando um beijo casto nela. — É só que, você parece estar com sono — falou, observando ele abrindo a boca. — Viu?

— Relaxa, eu tô bem — falou. — Ficar com você me deixa bem — admitiu.

— Fofo. — Deu uma apertadinha na bochecha sardenta. — Eu gosto tanto de você, Izuku — chamou a atenção dele. — Acho que eu am-

O barulho da buzina do carro atrás deles cortou a fala de Katsuki, só, então, ele percebeu que o sinal já estava aberto. Constrangido e um pouco frustrado, ele engatou o carro, voltando a dirigir. Não falaram mais nada durante todo o caminho e, quando chegaram, Izuku notou que o carro de sua mãe não estava na garagem.

— Acho que ela foi trocar o curativo ou algo assim — Izuku disse, retirando o cinto de segurança.

— Deve ter sido, não fique preocupado, sim? — Acariciou as bochechas sardentas dele, o vendo assentir.

— Vamos entrar? — perguntou.

— Eu vou em casa tomar um banho rapidinho, tirar essa inhaca de rua, sabe? — Deu um selinho nele. — Te encontro em meia hora, pode ser?

— Pode, também vou fazer o mesmo. — Sorriu para ele, saindo do carro logo depois. — Vou deixar a porta aberta, sim? Pode entrar — ele falou, se apoiando na porta do carro.

O loiro assentiu, dando uma piscadinha para ele antes de ir para a própria casa.

Como dito, não demorou muito mais que vinte e cinco minutos para que Katsuki estivesse de volta à residência dos Midoriya's. Como já tinha a permissão para entrar, não fez muita questão em bater na porta e já foi entrando, vendo que o esverdeado havia tirado os tênis e deixado ali de qualquer jeito.

— Bagunceiro como sempre, hein — falou, procurando por Izuku no andar debaixo. — Deku? — ele chamou, não obtendo respostas. — Você tá aí em cima? — perguntou, passando a subir as escadas que levavam até o andar superior.

Foi até o quarto do menor a passos lentos e quando chegou lá, sorriu ao vê-lo deitado na cama, dormindo feito um bebê. Se aproximou lentamente, vendo que a toalha recém usada ainda estava em cima da cama.

— Nerd bagunceiro — resmungou, se aproximando da cama para pegar a toalha.

Katsuki andou até o banheiro do quarto dele e estendeu a toalha molhada por cima do box. Voltou ao quarto vendo que o outro não havia se mexido, ou seja, o sono dele realmente estava pesado.

— O que eu faço com você, hein? — falou, observando a face serena do mais novo. — Você fica tão fofo dormindo — observou. — Dá até pena de te acordar. — Deu uma risadinha, levando a mão até o rosto dele. — Eu amo tanto você, Izuku… — se declarou, aproveitando que ele estava dormindo. Começou a fazer um carinho nas bochechas sardentas, ainda o observando. — E eu me odeio por isso, sabia? Eu realmente me odeio por amar alguém tão incrível assim como você — Mordeu o lábio inferior. — Porque eu sei, mais do que todo mundo, que eu não te mereço. Eu realmente não te mereço — lamentou. — Mesmo depois de tudo, eu continuo mentindo pra você e isso faz eu querer me bater. — Suspirou, deitando-se lentamente ao lado dele. — Você é tão lindo — elogiou novamente, sussurrando um pouco mais baixo. — Eu queria ter feito tudo diferente — sussurrou — Para, então, eu poder ser digno do seu amor.

Katsuki o abraçou, deixando que seu nariz fosse de encontro à derme exposta do pescoço dele. Deixou um cheiro ali, sorrindo ao ver como o cheiro dele continuava o mesmo, lavanda estava se tornando a sua colônia preferida. Bakugou ainda estava se ajeitando na cama um pouco maior que uma de solteiro comum quando sentiu os braços de Izuku rodearem sua cintura em um abraço quente e gostoso.

Nem tentou abordá-lo, na real, ele não quis acordar o outro, pois preferia mil vezes ficar ali e dormir juntinho com ele.

[...]

Izuku acordou sentindo algo quente o abraçar. Abriu os olhos lentamente, percebendo que havia alguém o abraçando, Katsuki estava o abraçando. Arregalou os olhos, quando haviam dormido? Na verdade, será que havia sequer visto alguma coisa? Ele não lembrava de nada.

Quando tentou se mexer e sair dali, suas bochechas ficaram vermelhas de imediato.

O pau duro de Katsuki estava o cutucando e, pior, ele próprio estava começando a ficar duro, pois aquela posição junto daquele cacete roçando no seu, era demais até mesmo para Midoriya.

Fechou os olhos, tentando pensar em coisas que o fizesse não ficar duro, porém, tudo que vinha em sua mente era o tamanho e a grossura daquele pau roçando no meio de suas pernas.

Suspirou, sentindo Katsuki apertar ainda mais sua cintura, o deixando bem, bem colado com ele.

E com o pau dele.

— K-katsuki — ele chamou, totalmente envergonhado.

— Hmmm — o loiro resmungou, se mexendo um pouco,fazendo, consequentemente, ambos os paus tocarem ainda mais um no outro.

Izuku mordeu o lábio inferior, sentindo o seu corpo todo arrepiado, pois a boca do mais velho estava perto do seu ouvido e ele insistia em soltar aqueles resmunguinhos. Queria sair daquela situação, porém, o atrito de seu pau com o dele estava tão gostoso que o quadril de Izuku estava quase se mexendo, procurando por mais.

— Acorda… caralho — Izuku pediu, tentando controlar o suor que deu de repente.

Não sabia se era pelo fato de nunca ter sido tocado por alguém lá embaixo, também não sabia se era pelo calor que o envolvia ou pelo pênis duro entre suas pernas, mas, Midoriya nunca esteve tão quente.

Sentia o coração de Bakugou batendo e sentia também, uma enorme vontade de se masturbar.

Estava andando muito com Katsuki, até mesmo havia virado um pervertido.

Tentou se afastar novamente, não tendo sucesso nenhum.

— Está tentando fugir enquanto eu durmo, princesa? — A voz manhosa e rouca do loiro tão perto e arrastada daquele jeito o fez tremer.

E não, não foi de medo, vergonha ou algo do tipo.

Foi de excitação mesmo.

— N-não — negou, tentando controlar a própria respiração.

— Então por que tá tão assustado assim? — ele perguntou, o apertando mais. — Oh. — Foi tudo que Bakugou disse ao sentir como estava duro.

Em como Izuku estava duro.

— Podemos nos afastar u-um pouco? — ele pediu. — É c-constrangedor — explicou.

Katsuki deu uma risadinha, puxando-o ainda mais para perto, apertando sua cintura.

— Por que nos afastarmos? — murmurou em seu ouvido. — Podemos resolver isso bem aqui e agora — sussurrou, mordendo o lóbulo da orelha dele.

Izuku sentiu suas bochechas queimarem — assim como todo o resto — e seu pau pulsar. Merda, a voz dele era excitante demais.

— Katsuki…

Shhhh — pediu. — Eu sei que você é inseguro e virgem, mas… — O abraçou mais, afastando o rosto do pescoço dele para olhá-lo nos olhos. — Se você não estiver se sentindo bem e quiser parar, eu vou parar. Eu prometo — falou. — Eu só quero fazer você se sentir bem, princesa — Movimentou o quadril, roçando, propositalmente, ambas as intimidades.

ngh… — Izuku deixou um gemido baixo escapar, o fazendo se sentir ainda mais envergonhado. — Desculp-

— Não me peça desculpas — falou, voltando a esconder o rosto no pescoço dele. — Eu quero ouvir você gemer mais. — Movimentou os quadris novamente e sua desceu até a bunda do outro, a apertando, trazendo-a ainda mais para frente. — Quero ouvir você gritar por meu nome hoje, Izuku.

Midoriya fechou os olhos, sentindo seu pau pulsar com os suspiros sutis que o loiro dava, enquanto suas mãos apertavam sua bunda e seu pênis roçava no meio de suas pernas, o fazendo apertar os braços grossos de Bakugou.

— hmmm… — Izuku gemeu, sentindo o zíper da bermuda jeans que suava facilitar o atrito.

— Me beije, Deku — pediu, olhando para o menor.

Midoriya mordeu o lábio inferior subindo as mãos pelos ombros largos até que estivesse no rosto dele. Seus dedos tocaram a bochecha do loiro e ali um breve e singelo carinho foi feito antes de Izuku o puxar para perto, beijando-o com lentidão.

Bakugou não saberia dizer, mas parecia que daquela vez o beijo estava ainda mais gostoso e intenso. A língua do outro estava realmente quente e molhada e ela passeava por toda a sua boca em busca de atrito com sua língua. Katsuki movimentou a própria língua, fazendo-as se enroscar uma na outra, enquanto suas bocas se movimentavam, abrindo e fechando, dando mais intensidade àquele ósculo.

Izuku se sentia cada vez mais entorpecido, por isso, não foi surpresa alguma quase seus quadris passaram a se mexer por vida própria, gostando demais daquele negócio duro no meio de suas pernas e das mãos grandes em sua bunda.

— Ahh… — Midoriya quebrou o beijo, soltando um gemido um pouco mais alto dessa vez.

Katsuki sorriu, aproveitando a brecha para passar a distribuir beijos molhados e mordidas fracas por toda a derme branca do pescoço dele.

— Segura em mim — pediu, sentindo o esverdeado assentir, rodeando os braços em volta do seu pescoço.

Como estava deitado de lado, aquela posição não era muito boa para dar uns pegas tão intenso, por isso, assim que ele se segurou, Bakugou se deitou com as costas inteiramente no colchão, deixando o menor por cima de si.

— E-ei — murmurou. — Eu sou… pesado — falou, inseguro se o outro o acharia ou não pesado.

Katsuki sorriu, passando a língua no pescoço dele, de baixo para cima, até que chegasse perto de seu ouvido.

— Não se preocupe com isso — pediu. — Apenas se concentre em roçar essa bunda gostosa no meu pau. — Deu uma risadinha, fazendo o hálito quente ir de encontro ao pescoço dele, fazendo-o se arrepiar.

— Katsuki… — gemeu, sentindo as mãos grandes apertarem a carne do seu quadril, guiando-o para frente e para trás lentamente, melhorando ainda mais aquele atrito gostoso.

— Não me chame assim — pediu, olhando nos olhos dele. — Me chame de Kacchan, Izuku — falou. — Eu quero você gemendo pelo seu Kacchan.

Izuku corou, ele havia mesmo falado que era seu? Izuku achava que estava delirando por toda aquela quentura que percorria em seu corpo.

Kac-chan… — o menor gemeu arrastado, embora tímido.

— Isso, Kacchan. — Com calma e cuidado para não derrubar o outro, Katsuki se sentou na cama e encostou as costas na cabeceira estofada. — Você é tão obsceno, Izuku Midoriya. — Passou a língua nos lábios. — O seu rosto está tão vermelho agora. — Deu uma risadinha, aproximando ambos os rostos. — E eu ainda nem comecei!

Midoriya mordeu o lábio inferior, sentindo a língua de Bakugou voltar a passear por seu pescoço. Os dentes afiados dele roçavam sua derme branca, provocando-o ao fingir que o morderia. A esse ponto, Izuku já se esfregava sem pudor algum no colo do loiro, estava amando sentir aquele pau grande e teso do mais velho no meio de sua bunda.

— Já está perdendo a vergonha, hm? — sussurrou, mordendo o lóbulo da orelha dele. — Você é tão gostoso, Izuku. Minha língua tá coçando para experimentar você inteiro. — Sorriu.

Katsuki não era o único que estava se sentindo inebriado, Midoriya também se sentia ofegante. Ver o loiro daquele jeito era diferente era excitante e fazia com que o estômago de Izuku formigasse. Se já não bastasse aquela beleza toda, Bakugou ainda sabia sussurrar coisas como aquelas e o esverdeado tinha que admitir, ele se sentia adorável enquanto ouvia aquelas palavras.

"Você é tão gostoso, Izuku"

Isso ressoava em sua mente, o fazendo se sentir ainda mais quente. Estava perdendo um controle que nem sabia ter, Katsuki estava o deixando louco. Sentindo um ápice de coragem o atingir, o esverdeado levou as mãos até os ombros largos, subindo elas lentamente até o pescoço dele.

— Você é tão bom pra mim, Kacchan — ele sussurrou, deixando um aperto na mandíbula bem marcada dele. — V-você faz eu sentir coisas que eu nunca senti antes…

— A princesa tá com tesão? — Sorriu, puxando o quadril dele para mais perto, colando ambos os corpos. — Eu só estou começando — avisou novamente, dessa vez, segurando na nuca dele, beijando-o com lentidão.

Enquanto suas línguas se devoravam mais uma vez, Katsuki passou a subir a mão pelo tórax dele lentamente, querendo chegar até os mamilos rígidos que roçavam em seu peitoral. Quando chegou até a região do peito dele, Izuku deu uma tremidinha em seu colo, estranhando aquele toque.

— Ei, relaxa — Katsuki falou, quebrando o beijo. — É só a minha mão, ok? Você vai se sentir bem enquanto eu estiver tocando aqui. — Deu um leve aperto ali, acariciando o bico do mamilo dele logo depois.

Ngh… — Tremeu de novo. — É e-estranho — falou.

Bakugou sorriu.

— Você vai se acostumar logo, concentre-se apenas na minha língua agora, sim? — Midoriya assentiu, abrindo a boca novamente assim que Bakugou passou a beijá-lo de novo.

Conforme sentia cada vez mais aquelas carícias no bico de seu peito, mais Izuku gemia entre o beijo, sentia-se sensível e aquele toque era realmente muito gostoso. Seu corpo começou a esquentar ainda mais e um pouco de suor passou a escorrer por sua coluna. Tinha que admitir que, por mais que aquele toque, o beijo e o atrito de seus paus estivesse gostoso, Izuku já começava a sentir uma dorzinha chata em sua virilha.

Kacchan… — gemeu, chamando a atenção dele.

— O que foi? Quer que eu pare? — perguntou.

— Não, não — negou. — Mas está calor e a minha virilha está doendo — falou envergonhado, não queria parar nem estragar a diversão deles.

— Podemos parar — sugeriu. — Eu não vou me im-

— Eu quero continuar — Izuku admitiu. — Eu quero ir até o final com você, Kacchan. — Segurou o rosto dele com ambas as mãos. — Porque é você, entende?

Ouvi-lo falar daquele jeito tão carinhoso e repleto de amor o fez engolir a seco. Katsuki não queria continuar sem ao menos dizê-lo a verdade, ele não queria continuar o enganando, muito menos que, caso Izuku descobrisse tudo um dia, pensasse que tudo aquilo foi uma mentira. O loiro queria que Midoriya acreditasse para sempre que aqueles toques haviam sido verdadeiros e que aquelas palavras não fossem meras ilusões, porque não eram.

Katsuki o achava lindo e o amava.

— Izuku, a gente pode… parar por aqui? — falou, fazendo o menor em seu colo tirar a mão de seu rosto.

— Você não… quer? — perguntou, sentindo-se mal por estar sendo tão insistente daquele jeito.

— Não, porra. É claro que eu quero — negou apressado, pegando as mãos do esverdeado, colocando-as de volta em seu rosto. — Ter você por inteiro é o que eu mais quero, eu juro. — Levou a mão até a bochecha vermelha, deixando um singelo carinho ali. — Mas eu preciso te contar uma coisa antes, entende? — Não, Izuku não entendia.

— Kac- Katsuki, se você me quer mesmo, não pare agora. — Deixou o apelido de lado, sentindo-se sujo de repente.

O que era tão importante ao ponto de pararem aquilo para conversarem? Midoriya não entendia. Abaixou a cabeça e mordeu o lábio inferior, sentindo suas inseguranças começarem.

Talvez ele tivesse sentindo suas gordurinhas que não conseguiu perder quando novo.

Talvez fosse as estrias ou o jeito que havia gemido e se entregado fácil.

Talvez fosse o-

— Ei, não pense besteiras — chamou a atenção dele, o forçando a olhar para si novamente. — Eu te acho lindo e sim, eu quero continuar, quero muito. — Foi sincero.

— Então vamos continuar — falou, remexendo o quadril novamente. Sabia que, caso parassem agora, Midoriya nunca mais teria coragem de olhá-lo, pois sentiria como se tivesse falhado com ele. — Deixe tudo para depois, por favor Kacchan — pediu, olhando no fundo dos olhos carmesins. — Me faça seu, inteiramente seu — sussurrou contra os lábios dele.

Porra. Como iria resistir daquele jeito?

Bakugou não perdeu tempo, beijando-o novamente. Se sentia um cafajeste, porém, torceria para que Midoriya lembrasse que tentou contá-lo tudo, rezaria para isso.

Em certo momento, o beijo começou a ficar realmente intenso, fazendo Katsuki desejar sentir a pele dele na sua. Por isso, ele finalizou o beijo com um selinho e abriu os olhos para encarar a face de Midoriya. Ele estava corado e sua boca levemente vermelha.

Lindo.

— Eu quero sentir a sua pele, quero beijar você. — Olhou no fundo dos olhos verdes, não querendo demonstrar nenhuma hesitação em suas palavras. — Eu quero ver você por inteiro. — Deu um selinho nele, ainda o olhando. — Quero beijar suas sardas e passar minha língua por toda a sua pele. — Passou a língua nos lábios. — Eu quero sentir você.

Izuku hiperventilou, ofegante com aquelas palavras. Tinha vergonha, era verdade, mas… era Katsuki ali. Não era um estranho qualquer, era alguém que ele confiava, que ele gostava. Pensar isso o deixou mais tranquilo e menos inseguro.

— Eu posso tirar a sua blusa? — Katsuki perguntou, calmo e sereno.

Ainda existiam questões de baixa estima, claro. Mas Midoriya não podia negar, queria tanto senti-lo também.

— Pode… — respondeu, sentido-se tímido ao sentir a mão do loiro agarrar a bainha de sua camiseta.

— Não precisa se sentir assim — falou, percebendo a incerteza nos olhos dele. — Quando você quiser parar, eu vou parar.

Izuku assentiu, levantando os braços para que sua blusa fosse finalmente retirada.

Katsuki o observou com lentidão. A derme branca era salpicada por sardas e sua cintura era um pouco mais larga do que imaginava. Nas laterais do seu corpo, algumas estrias roxas estavam presentes, deixando marcado não só na alma de Izuku, mas na pele também o quanto ele havia sofrido. Seus mamilos um pouco mais avantajados do que os dos outros garotos tinham aréolas mais rosadas e um pouco maiores que o normal. Por ele estar sentado, foi possível ver que a barriga dele tinha duas dobrinhas suaves, nada que fosse realmente exagerado.

— P-pare de olhar… — Izuku murmurou tímido, sentindo o olhar de Katsuki queimar sob sua pele.

— Por que eu pararia? — o loiro perguntou. — Você é tão lindo, que faz eu querer tirar uma foto só para te olhar quando eu quiser. — Olhou para ele. — Você é perfeito.

— Não diga m-mentiras assim. — Virou o rosto, corando ainda mais.

Katsuki sorriu, empurrando Midoriya para trás e fazendo as costas nuas dele tocarem o colchão. Bakugou se colocou de joelho entre suas pernas, acomodando-se ali.

— Eu não estou mentindo. — Sua boca foi em direção ao pescoço dele e de lá, ele passou a trilhar um caminho de beijos molhados até o mamilo de Izuku. — Você é lindo. — Passou a língua lentamente no bico rígido, sendo agraciado por um gemidinho de surpresa. — Você é gostoso e é tudo o que eu preciso. — Sua língua fez movimentos circulares ali, enquanto seus olhos ainda eram mantidos grudados nos olhos verdes.

Ter o peito apertado já havia sido gostoso, mas sentir a língua quente e molhada de Bakugou ali, era ainda mais delirante. Foi inevitável não gemer quando sentiu os dentes dele fazerem pressão ao redor do seu peito, chupando-o com lentidão enquanto sua mão livre ia até o outro mamilo, apertando-o conforme sua boca maltratava aquele.

— I-isso é… bom — admitiu, segurando os fios loiros, puxando-os conforme sentia necessidade.

Katsuki sorriu, ainda com o peito em sua boca. Continuou a maltratar aquele pontinho rosa — que aos poucos se tornava cada vez mais vermelho e inchado. Enquanto se dedicava ali, seus olhos captavam todas as reações do menor. Os olhos fechados, a boca entreaberta, a respiração entrecortada e ofegante… ele realmente era muito, muito lindo.

Kacchan... — ele gemeu, suas mãos indo até a blusa que ainda prevalecia no corpo alheio. — Eu t-também quero te sentir — falou. — Tire ela. — Puxou de leve a blusa, querendo deixar claro sobre o que estava falando.

Katsuki sorriu ladino, lambendo os lábios enquanto segurava a barra da blusa, puxando-a para cima no mesmo instante.

— Você gosta do que vê, princesa? — sussurrou para o menor que observava atentamente cada detalhe do seu corpo.

Izuku estava fascinado pelo corpo do loiro, mesmo que já tivesse o viso assim no outro dia, não conseguia impedir de não ficar surpreso pela definição do mesmo. Seus olhos subiram lentamente do abdômen até o peitoral malhado, mordendo o lábio inferior ao encarar o rosto de Katsuki.

— Sim, eu gosto… — ele sussurrou, puxando-o para mais perto, a fim de deixar seus rostos colados novamente. — Você é muito lindo, Kacchan. — Tocou a boca na do mesmo, dando-o um beijo casto e singelo. — Muito mesmo.

— Você é ainda mais lindo, sério — Bakugou respondeu galanteador, com um sorriso malicioso nos lábios. — Você me deixa duro pra caralho, Izuku — murmurou, passando as mãos por trás do menor.

Izuku sentiu as costas serem arranhadas lentamente por Katsuki enquanto os lábios vermelhos dele encontravam-se novamente com sua pele, deixando um beijo ali seguido de um chupão forte em sua clavícula e finalizado com uma mordida leve.

Izuku revirou os olhos, aquilo realmente era bom.

Enquanto tinha Katsuki no meio de suas pernas novamente, chupando e maltratando seu pescoço, clavícula e busto, o menor conseguia sentir o pau duro dele roçando em suas coxas à medida que os quadris dele eram movidos. Mordeu o lábio inferior, sentindo uma enorme vontade de tê-lo na boca.

Será que o pau dele era tão quente quanto seu corpo?

Izuku queria saber, ele precisava saber.

Katsuki se afastou dele assim que as mãos pequenas de Izuku espalmaram seu peitoral, afastando-o delicadamente.

— O que foi? — perguntou preocupado, vendo o semblante tímido do menor. — Quer que eu…

Kacchan… — gemeu baixinho, interrompendo a fala do outro. — E-eu posso… eu quero chupar v-você. — Suas bochechas ficaram ainda mais avermelhadas naquele momento e sua respiração ofegou. — Eu quero muito chupar você, Kacchan…

Puta merda.

Katsuki sentiu seu pau pulsar no mesmo naquele mesmo instante enquanto um choque percorria todo o seu corpo, concentrando-se em sua virilha. Ouvir aquelas palavras saírem da boca de Izuku era excitante de uma maneira que ele não sabia explicar.

Respirou fundo, lambendo os lábios mais uma vez, ansioso por aquilo. Sorriu ladino logo em seguida.

— É claro que você pode, princesa — disse no ouvido do menor, vendo-o se arrepiar no mesmo instante. — Meu pau é todinho seu, eu sou todinho seu — admitiu. — Você pode fazer o que quiser comigo, Izuku.

Katsuki se sentou na cama, enquanto Midoriya preferiu se ajoelhar no chão, tendo assim, a visão completa do mais velho. Bakugou ainda estava de calça, então Izuku precisaria abri-la se quisesse ter contato com o pau dele.

Engoliu a seco, levando a mão timidamente até a barra da calça dele, guiando seus dedos até o botão, não demorando muito para abri-lo e descendo o zíper logo depois.

Estava constrangido, claro, isso ele não podia negar, afinal, era a primeira vez que ele fazia aquilo. Porém, a excitação era maior que sua timidez e naquele momento tudo que ele queria era chupar aquele pedaço de carne duro e teso.

Conforme abria o zíper até o final, Izuku pôde ver uma pequena mancha molhada na cueca azul-marinho onde deveria estar a glande dele. Katsuki estava molhado ao ponto de pingar pré-porra só chupando os seus mamilos. Midoriya mordeu o lábio inferior, puxando lentamente apenas a parte de frente da cueca dele o tanto que fosse suficiente para que o pênis ereto de Bakugou saltasse para fora, enfim se libertando daquele tecido apertado.

Puta que pariu, era grande e, nossa, nem fodendo que aquilo entraria em si.

Seu rosto queimou como o inferno naquele momento. Ele estava mesmo prestes a chupar Katsuki?

Mordeu o lábio devagar, prestando mais atenção no cacete duro a sua frente. Katsuki era grande demais, como também era grosso. Sua glande vermelhinha assim como a sua boca estava babada e de sua uretra, uma grande quantidade de pré-gozo era liberado, o que só mostrava o quão excitado ele realmente estava naquele momento.

Levou as mãos até o caralho do loiro, segurando-o devagar, com medo de o machucar.

— 'Tá com vergonha, princesa? — perguntou, dando uma risadinha rouca. — Não precisa se sentir tímido, sim? Eu estou aqui para te guiar. — Fez um pequeno e rápido carinho nos cabelos verdes.

Izuku concordou com a cabeça e suspirou, passando a fazer movimentos lentos de cima para baixo. Midoriya mordeu o lábio inferior ao sentir o pau dar uma pequena pulsada em sua mão enquanto mais uma onda de pré-gozo era expelida para fora.

Katsuki sorriu, levando uma de suas mãos até o queixo dele, levantando de vez o olhar dele para si. Sua outra mão, no entanto, foi até o próprio pau, segurando-o perto do rosto do menor.

— Quer colocar ele na boca agora, Izuku? — perguntou, mordendo o lábio inferior do menor. — Ele 'tá tão pronto pra você, amor — suspirou, dando uma pequena batidinha com o próprio pau no rosto dele.

Amor

Suas bochechas coraram com o apelido e ele sentiu o próprio pau pulsar. Aquela sensação era boa demais.

Midoriya assentiu, embora não soubesse muito o que fazer naquele momento. Sentiu a mão em seu queixo se afastar e o pau ser solto, voltando a ficar em direção a sua boca. Segurou-o com firmeza, e aproximou o rosto dele, colocando a língua para fora. Izuku passou a língua lentamente de baixo para cima antes de o colocar de uma vez na boca.

— Izuku… — chamou a atenção dele, falando baixo. — Os dentes, assim vai machucar… — avisou.

— D-desculpa — pediu envergonhado, respirando fundo antes de voltar a atenção para o pau dele, dessa vez, com mais cuidado.

Izuku tentou dar seu máximo para esconder os dentes, passando apenas a língua por toda a extensão do pênis do loiro. Katsuki gemeu baixo, levando as mãos até os cabelos ondulados de Midoriya, segurando-os delicadamente. O esverdeado subiu a língua até a glande babada e fechou a boca ao redor com cuidado para que seus dentes não pegassem naquela parte sensível. Deu uma sucção lenta, tentando descer o máximo a sua boca por todo aquele pau.

Izuku afastou-se de repente, tossindo várias vezes seguidas.

Katsuki sorriu um pouco, aproximando-se do garoto que parava agora de tossir, deixando um carinho singelo em suas bochechas.

— Que vergonha… — murmurou Izuku com vergonha, tentando esconder o rosto.

— Para com isso — pediu, encarando os olhos dele. — Eu achei fofo — admitiu. — É só ir com um pouco mais de calma, não precisa ter pressa, ok? Além de ser a sua primeira vez, o meu pau não vai fugir de você.

Ele concordou com a cabeça lentamente, voltando a colocar o caralho dentro de sua boca, dessa vez, indo devagar. Katsuki segurou os cabelos verdes com carinho, ajudando-o com os movimentos lentos de sucção que o menor começou a fazer.

Não demorou muito para que os gemidos de Katsuki se fizessem presentes, invadindo o quarto do menor à medida que Izuku utilizava mais a sua língua, tentando intensificar o prazer do mais velho. Enquanto sua boca trabalhava, o esverdeado deixou que uma de suas mãos fossem até a coxa torneada do loiro, deixando ali um aperto — esse que se intensificava à medida que ele sentia o pau alheio tocando sua garganta.

Izuku retirou o pau de sua boca devagar, deixando que baba escorresse por todo seu queixo, observando o pau molhado a sua frente pulsar, pingando pré-porra com saliva.

Ele corou.

— Você está fazendo um bom trabalho, Izuku — Bakugou falou, mordendo o lábio inferior ao ver a boca do outro vermelha e babada. — Tão obsceno…

Não querendo perder tempo e coragem, Izuku deixou que sua boca se encontrasse novamente com o cacete molhado a sua frente, dessa vez, fazendo movimentos mais rápidos e fundos, tentando sugar tudo que o outro tivesse para lhe oferecer e isso causou ainda mais arrepios no corpo de Bakugou — esse que mordia o lábio inferior com força para que seus gemidos não ficassem mais altos do que deveria.

— Porra, Izuku… — gemeu baixinho, começando a sentir a garganta estreita dele. — Sua boquinha é tão gostosa, eu quero tanto foder ela- Cacete… — gemeu arrastado, puxando os cabelos dele com força, não o suficiente para que seu pau fosse largado.

Não estava nenhum pouco preparado — muito menos esperava — para o pequeno puxão que ele deu em suas bolas, passando a estimulá-las com os dedos enquanto ainda mantinha o membro teso em sua garganta. Izuku permaneceu um tempo com o pau preso dentro de sua garganta, retirando após algum tempo e parando um pouco para respirar, totalmente ofegante.

— Continue mais um pouco, por favor — pediu. — Eu estou quase lá, só mais um pouco… — gemeu, sentindo a boca do menor descer até suas bolas.

Izuku começou a masturbá-lo, aproveitando que a extensão peniana estava inteiramente encharcada, melhorando a sensação. Enquanto Midoriya saboreava seus testículos, Katsuki não conseguia desviar os olhos vermelhos-carmesins dos olhos verde-esmeraldas nem por um segundo sequer, aquela era uma visão muito excitante. A língua de Midoriya brincou com uma das bolas de Bakugou, colocando-a para dentro da boca com delicadeza no mesmo instante. Katsuki suspirou pesadamente, sentindo o êxtase invadir o seu corpo de imediato.

Porra.

Como ele tinha coragem de dizer que nunca havia feio algo como aquilo? Era impossível.

O corpo do loiro estava completamente arrepiado e ele já não sabia mais em como controlar os seus gemidos — e nem sabia se queria —, deixando Izuku ainda mais animado para continuar a punheta lenta que fazia.

Midoriya fez movimentos circulares na cabeça vermelha do pau de Bakugou com o dedão, espalhando ainda mais a porra que expelia, juntando-a com a saliva, ao mesmo tempo em que passou a dar atenção para a outra bola do garoto. Katsuki sentia seu coração batendo rápido demais, sua pele estava em estado febril e sua respiração descontrolada demais, ele ofegava, já começando a hiperventilar.

Katsuki sentia todos os poucos pêlos do seu corpo se arrepiarem com os toques mais ousados do menor, aquilo era bom demais.

Sua boca seca e coração acelerado eram provas disso.

— Caralho, Izuku… se você continuar assim, eu vou gozar — ele avisou, vendo o garoto de cabelos verdes parecer se animar ainda mais, aumentando os movimentos com a mão. — T-tem certeza que nunca fez isso? — ele perguntou, gemendo um pouco arrastado.

— Uhum… — Izuku sentia um prazer enorme em se concentrar no meio de suas pernas ao ver aquele homem tão duro e molhado por si. Era quase como se estivesse delirando.

O pau de Katsuki não demorou muito para voltar à sua boca após o aviso e Midoriya esperava que isso fosse claro como um pedido mudo para que o loiro se derramasse em sua boca. Izuku parecia mais que determinado em fazê-lo gozar, já que passou a dar uma atenção maior à glande inchada, enquanto uma nova punheta era iniciada.

Um gemido alto e manhoso denunciou que o loiro havia chego em seu ápice em um glorioso orgasmo. Enquanto sentia seu corpo tremer e seu pau despejou uma boa quantidade de porra na boca do esverdeado, o saciando — mesmo que tenha permanecido fazendo movimentos com sua boca por um tempo, prolongando o ápice do loiro.

Izuku só parou de chupar a glande sensível quando um pouco de gozo escorreu dos lados de sua boca, o fazendo parar de sugar para engolir todo aquele esperma que havia sido dado para si. Se levantou, engolindo calmamente o líquido espesso e viscoso, tentando ignorar o sabor amargo que surgiu em sua boca.

Bakugou o puxou devagar, fazendo-o se sentar em seu colo. Katsuki não demorou a invadir a boca dele com sua língua, querendo experimentar do seu próprio gosto pela língua do mais novo. Suas mãos grandes percorreram pelo corpo do esverdeado, indo em direção às suas nádegas, segurando-as com força, trazendo Izuku ainda mais pra perto.

O esverdeado suspirou em meio ao beijo, tomando a liberdade de rebolar devagar, roçando levemente seu próprio membro ainda coberto no membro nu do loiro, causando uma fricção gostosa, que o fez grunhir baixinho.

Kacchan — gemeu no ouvido dele, suspirando pesadamente ao sentir beijos molhados em sua clavícula. — Eu me sinto estranho…

Katsuki não conseguia lidar com a inocência e fofura do esverdeado, embora ele não fosse tão inocente assim, já que o boquete dele era realmente muito bom, ou seja, se ele nunca havia feito, pelo menos havia pesquisado.

— Você não se sente estranho, você se sente bem — ele explicou, invadindo as peças restantes dele com suas mãos fortes, sentindo a textura lisa de sua bunda. — Você está excitado e querendo mais toques meus, certo? — sussurrou no ouvido dele, mordendo o lóbulo da sua orelha.

— Eu quero tanto você — admitiu, suspirando pesadamente. Seu pau pulsou, fazendo-o sentir uma dor pela ereção constante. — Eu nunca fiquei tão duro assim na minha vida, Kacchan — falou, sentindo o aperto quente em sua bunda. — Você me faz tão bem — falou para ele, olhando no fundo de seus olhos.

— Você me faz melhor ainda. — Deu um selinho nele.

— Sentir você me tocando faz um arrepio percorrer por todo meu estômago. — Inclinou o quadril, movendo-o para frente e para trás.

Katsuki mordeu o lábio inferior, sentindo seu pau descoberto entrar em atrito com a bermuda dele. A bunda dele era tão macia, que Bakugou não conseguia parar de apertá-la.

— Ei — ele chamou, sorrindo travesso. — Quer conhecer o meu paraíso, Izuku? — sussurrou para ele, sorrindo largo ao ver o menor assentir. — Chegou a minha hora de te fazer gemer. — Passou a língua no pescoço dele, subindo pelo queixo até que sua boca estivesse na dele. — Eu quero que você goze na minha boca, enquanto seu cuzinho aqui. — Seu dígito do meio foi em direção ao buraquinho virgem, acariciando ali devagar, fazendo Izuku tremer. — Receba os meus dedos com carinho, sim? — Deu um selinho nele.

— Kacchan… — Ele gemeu, sentindo as carícias em seu buraco se tornarem mais ousadas.

Izuku sentia seu corpo ainda mais quente, os dedos gelados de Katsuki passaram a rodear aquele lugarzinho rugoso, apenas para atiçá-lo ainda mais. Katsuki sorriu, deixando que o corpo de Midoriya se deitasse por completo no colchão. Com delicadeza, as mãos do loiro foram até o cós da bermuda dele, abrindo o botão devagar, logo depois descendo o zíper.

— Você tem certeza? — Katsuki perguntou, ao ver como o outro parecia estar com medo. — Podemos parar por aqui, eu vou entender — falou.

— N-não — ele respondeu, ainda tímido. — Eu quero isso… — admitiu. — Eu quero porque é com você, Kacchan — falou, olhando nos olhos dele.

Katsuki sorriu.

— Eu vou devagar, tudo bem? — falou, aproximando a boca nos lábios rosados do menor. — E relaxa, é a minha primeira vez com um cara também. — Deu um selinho nele, recebendo um aceno positivo logo depois.

Bakugou se afastou do rosto dele novamente, passando a tirar a bermuda de Izuku lentamente, observando cada detalhe. Observou as coxas grossas, as estrias que ele tanto tentou esconder e também, observou cada uma das sardas dele — essas que estavam por todo lugar.

— P-pare de me olhar assim…! — Izuku pediu, constrangido demais.

— Você é tão lindo — Katsuki elogiou mais uma vez, não se cansava nunca de falar aquilo, pois ele realmente era belo demais aos seus olhos.

Izuku corou, levando as mãos até o rosto, tentando escondê-lo. Katsuki sorriu, subindo a destra pelo corpo dele lentamente até que ela estivesse no pescoço dele.

— Não esconda seu rosto de mim, amor. — Apertou a mandíbula dele lentamente, querendo a atenção dos olhos verdes para si. — Eu quero ver cada uma das suas reações. — Observou o rosto à sua frente se tornar ainda mais vermelho. — Eu quero ver tudo.

Izuku mordeu o lábio inferior, assentindo logo depois.

Satisfeito, a mão de Bakugou voltou a bainha da cueca dele. As duas mãos seguraram ali delicadamente, puxando o tecido escuro para baixo no mesmo instante. Katsuki segurou o pênis ereto do esverdeado enquanto mantinha seus olhos encarando o verde-esmeraldino de Izuku, observando atentamente quando o menor soltou um suspiro de prazer ao ter sua glande pressionada pelo dedão alheio. Sorriu, aproximando-se ainda mais dele, querendo tocar cada parte do corpo do menor.

Katsuki precisava daquilo, precisava sentir cada detalhe dele, de sua pele, de suas marcas.

Bakugou queria tudo de Izuku.

Seus lábios se encontraram mais uma vez em um beijo molhado e lento. O beijo era calmo, mas, mesmo assim, tinha sua dose de ousadia. Em momento algum, Katsuki soltou o membro duro de Midoriya, fazendo movimentos lentos e precisos para cima e para baixo, apenas para deixar Izuku cada vez mais excitado, ansiando para ser tocado com mais rapidez e força ali. Izuku se arrepiou durante aquele beijo, seu corpo estava quente e ele queria cada vez mais ser tocado por Bakugou.

Estava preso em meio àquele êxtase, inebriado pela luxúria do loiro, ele passou a implorar silenciosamente por mais, afinal, Katsuki tinha esse poder sobre ele quando estava com ele, Izuku desejava ser tocado de formas que nunca havia imaginado ser possível antes. Nunca havia se sentido tão excitado assim e ter o loiro chupando sua língua com lentidão enquanto o masturbava com precisão não estava o ajudando muito. Sentia seu interior pegar fogo, quase como se ele estivesse dentro das brasas do inferno, sendo consumido por todo aquele calor e o pior: ele realmente gostava de se sentir assim.

Katsuki então interrompeu o beijo de repente, descendo uma trilha de beijos molhados por todo o seu corpo. Deixou uma mordida fraca em seu pescoço, seguida de um chupão, passando por sua clavícula e lambendo o seu mamilo de maneira provocante. Desceu mais um pouco, e mordeu a barriga do menor delicadamente, beijando aquela região inteira, dando uma atenção às sardas e as estrias do menor. Continuou a descer seus lábios pelo corpo dele, até finalmente estar de cara com o cacete duro e molhado do mais baixo. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e seus olhos subiram vagamente para encarar a feição envergonhada e excitada dele.

Suas bochechas estavam vermelhas, demonstrando a vergonha que estava sentindo, mas a sua face não deixava com que ele mentisse, Izuku estava completamente excitado. Excitado por seus toques, por sua boca, por sua língua… excitado por ele.

A língua de Bakugou saiu de sua boca mais uma vez, encostando levemente na glande rosada de Midoriya, arrancando um gemido mais rouco e abafado dele.

— Você quer isso, princesa? — indagou, arqueando uma sobrancelha.

— Sim. — Ele suspirou, sentindo a mão em seu membro subir e descer mais uma vez. — E-eu quero você…! — Um gemido escapou da boca do esverdeado assim que o dedão do mais velho pressionou sua uretra.

Bakugou não conseguiu evitar de sorrir com aquilo, Izuku estava começando a ficar menos tímido e isso o agradava demais. Katsuki ainda segurava o pau dele em sua mão quando passou a punhetá-lo de verdade, mantendo um ritmo lento enquanto sua língua passava a brincar constantemente com sua uretra, às vezes dando algumas sucções apenas naquela área, querendo levar o outro à loucura.

Não demorou para que a gostosa melodia dos gemidos tímidos de Midoriya começasse a sair por seus lábios, ressoando no quarto inteiro e deixando-o ainda mais instigado para fazer aquilo.

Katsuki passou a lamber toda a extensão do caralho de Izuku, mas, diferente do menor, ele o abocanhou de uma vez, arrancando um gemido um pouco mais alto do menor. A garganta de Bakugou era molhada e quente demais para Izuku e os movimentos que ele fazia enquanto o chupava estavam o deixando ainda mais sedento pelo loiro. Com aqueles toques molhados, foi inevitável não levar a mão até os fios dourados e mesmo que não soubesse se aquilo era certo ou não, Midoriya não podia evitar, precisava achar um jeito de descontar todo aquele prazer que estava sentindo.

O loiro, dessa vez, colocou o pau inteiro dentro de sua boca, deixando-o ali no fundo de sua garganta por um tempo enquanto sua língua enrolava e saboreava a cabecinha inchada dele. Ouvir os gemidos do menor por causa de sua garganta profunda estava o deixando louco e seu pau já estava começando a latejar de novo, pedindo por atenção também, todavia, dessa vez, ele queria que toda a atenção e prazer fossem levados até Midoriya.

Tirou o pênis de sua boca assim que o sentiu pulsar, não querendo que ele gozasse ainda. Passou a masturbar-lo lentamente, enquanto sua língua passou a lamber as bolas dele e seus olhos voltaram a encará-lo. O rosto dele ficava tão adorável quando estava com tesão. Daquele jeito, Katsuki conseguia sentir com mais intensidade ainda a derme sardenta queimar sob seus dedos.

Voltou a chupá-lo mais uma vez, porém, dessa vez, ele passou a estimular o seu saco escrotal, descendo os dedos até o períneo do mesmo, quase fazendo-o soltar um grito ao ter aquele local estimulado.

Izuku suspirou pesadamente, segurando os lençóis de sua cama com força, tentando não fazer muito mais barulho do que já estava fazendo. Arfou, completamente entregue aos prazeres carnais que Bakugou estava lhe proporcionando naquele momento. Era bom, era gostoso e melhor do que isso, era incrível ter o seu Kacchan o tocando daquele jeito.

Bakugou se afastou minimamente dele, apenas para que pudesse molhar os próprios dedos com a saliva e pré-gozo que o pau do menor expelia. Após se certificar que havia molhado bem os dedos, a boca do loiro voltou a chupá-lo, enquanto seus dedos voltavam a brincar e a acariciar constantemente aquele buraquinho apertado, tentando penetrá-lo devagar, exatamente por saber que ele era virgem e que aquilo definitivamente não seria fácil.

Kacchan… — gemeu o apelido, fazendo-o aumentar a velocidade do boquete.

Enquanto se dedicava chupando apenas a glande do menor, Katsuki deixou que um de seus dedos entrasse naquele lugar quente, fazendo Izuku sentir um desconforto gritante, levando-o a morder o lábio inferior com força na mesma hora. Katsuki deixou o dedo parado por um tempo, focando ainda mais no boquete e tentando fazer o esverdeado esquecer um pouco da dor que sentia ao ter algo penetrado em seu buraquinho. Fez uma garganta profunda mais uma vez, enquanto tentava mexer o dedo dentro do menor, tentando fazê-lo se acostumar com o "intruso".

Deixou o pau dele sair de sua boca aos poucos, enquanto seus olhos voltavam a face sardenta vendo que agora pequenas lágrimas passavam a surgir no canto dos olhos dele.

Shhh. — Katsuki passou o dedo da mão livre nos olhos dele, querendo enxugar as lágrimas que queriam escorrer pelo rosto bonito. — A dor já já vai passar, ok? Eu estou fazendo isso aqui para te preparar melhor — explicou, vendo ele assentir.

— Mas… d-dói — resmungou, sentindo um segundo dígito querer entrar em seu ânus. — Kacchan, ainda n-não. — Ele tentou falar, mas o dígito molhado de Katsuki já havia escorregado para dentro.

Katsuki sabia que Izuku estava com mais dor ainda pela entrada de seu segundo dedo, mas sabia também que essa era a única forma de fazê-lo ficar mais largo, assim, talvez ele não sentisse tanta dor assim na hora da penetração. Enquanto esperava ele se acostumar novamente, Bakugou distribuiu alguns beijinhos por todo o rosto dele, tentando lhe dar o máximo de carinho enquanto seus dedos passavam a se movimentar no interior dele. Izuku era realmente apertado e seus dedos sendo quase esmagados eram a prova disso. Além de apertado, Midoriya parecia pegar fogo por dentro, era quente demais, macio demais, fazendo o mais velho suspirar em desejo de meter seu pau ali.

Se controlou, ainda precisava prepará-lo.

Passou a fazer alguns movimentos sutis de tesoura dentro dele, tentando o alargar o máximo possível. Enquanto fazia isso, Katsuki passou a procurar o ponto doce que havia visto na internet, onde, supostamente, faria Izuku gritar. O desconforto do menor parecia diminuir a cada estocada nova que Bakugou dava com seus dedos, o fazendo trocar aos poucos os gemidos de dor, por gemidos e suspiros mais prazerosos.

Então aquilo aconteceu. Bakugou tocou um ponto dentro de Midoriya que o fez gemer alto, tombando a cabeça para trás enquanto seus dedos dos pés se contorciam, fazendo suas mãos apertarem ainda mais os lençóis de sua cama.

— Oh, existe mesmo — falou, tocando aquele lugar novamente, vendo o pau de Izuku pulsar e seus olhos revirarem.

Sorriu, voltando a chupá-lo lentamente, querendo que ele sentisse todas as sensações de uma só vez.

Izuku sentia como se seu corpo fosse explodir. Ele já não sabia mais explicar o que estava sentindo, apenas sabia que as coisas que Katsuki fazia consigo estava o levando a uma repleta loucura. Seu corpo tremia e seus olhos não paravam de se revirar por baixo da pálpebra fechada, de sua boca só saíam suspiros e arfadas, ele estava gemendo em êxtase, quase como se estivesse perto do ápice — e estava.

Quando abriu os olhos suspirando pesado e com um filete de saliva escorrendo pelo canto de sua boca, Izuku quase gozou. Ter os olhos vermelhos-carmesins sobre si enquanto era penetrado e chupado por ele, deixava toda a situação mil vezes melhor.

Sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo como um choque elétrico e, então, sem aviso algum, Izuku derramou-se sob a boca de Katsuki, junto de um rouco e extenso gemido. Midoriya sequer conseguia sentir as próprias pernas, seu corpo todo tremia e sua respiração se tornava cada vez mais ofegante, os dedos em seu interior ainda se mexiam, o fazendo ter ainda mais tremedeiras. Katsuki não parou de chupá-lo por um instante sequer, prolongando ainda mais aquele orgasmo glorioso que o menor havia tido. Passou a engolir toda a porra de Izuku, segurando em suas coxas grossas para que pudesse sugá-lo com ainda mais intensidade, enquanto seus dedos ainda se movimentavam no interior dele.

Após se certificar que havia engolido todo aquele esperma que lhe foi oferecido, Katsuki se afastou, retirando os dedos de dentro do menor e passando a língua nos lábios enquanto seu dedo do meio passava ao lado de sua boca, limpando aquele pouco do líquido branco e espesso que havia espirrado para fora quando o outro esguichou em sua garganta.

— Você gostou, princesa? — perguntou, mostrando a eles os dois dígitos que estavam dentro dele anteriormente. — Vê como estão molhados? Saíram de você. — Mordeu o lábio inferior, vendo o estado bagunçado do outro.

Os fios ondulados estavam bagunçados e o peito dele subia e descia com violência, tentando a todo custo respirar.

Katsuki sorriu.

— Eu vou te preparar certinho, ok? — falou, subindo as mãos pelas coxas dele novamente. — Eu só preciso que você confie em mim. Você confia? — disse, atraindo o olhar do esverdeado para si.

— C-confio — respondeu, ainda arfando.

— Ótimo! — Sorriu largo, passando a língua nos lábios.

As mãos que estavam na coxa do menor foram até o quadril dele e apertaram ali. Com um movimento rápido, Katsuki virou o menor de costas para si, o fazendo soltar um gritinho assustado, o que gerou uma risadinha do loiro.

— Relaxa, amor. — Como suas mãos ainda estavam no quadril dele, não foi difícil Bakugou puxá-lo para cima, fazendo-o ficar de quatro para si.

Izuku corou.

— K-kacchan… — ele chamou, constrangido pela posição que se encontrava.

— Não precisa ficar tímido, eu só quero te preparar melhor — falou novamente, deixando suas mãos descerem até as nádegas brancas. — Sua bunda é tão linda, Izuku — elogiou, apertando-as. — Tão linda que me dá vontade de enfiar minha cara no meio dela — falou, abrindo-as, vendo o buraquinho vermelho pelas recém dedadas e mais aberto pulsar, piscando para si.

— É v-vergonhoso… — Izuku disse, escondendo o rosto entre as cobertas bagunçadas.

— Só se concentre no prazer, sim? Esqueça a timidez por um momento — falou, deixando sua língua passar por toda a coluna dele, indo até seu ouvido. — Confie no meu potencial, amor. — Deu um beijo no pescoço de Izuku, voltando a ficar atrás dele.

Midoriya engoliu a seco, sentindo-se confuso sobre o que queria, pois ao mesmo tempo que queria sair daquela posição constrangedora, ele também queria ficar daquele jeitinho, apenas esperando por mais carícias e beijos do maior. Suspirou, já estavam ali, desistir agora só o faria parecer um covarde e, na verdade, tudo que Midoriya menos queria era parar de sentir aquelas sensações.

— Tudo bem… e-eu confio em você — falou, suspirando ao sentir uma mordida em suas costas.

— Eu sabia que você iria querer mais — Katsuki disse, deixando alguns beijos molhados pelas costas dele.

Izuku estremeceu, sentindo os lábios dele descerem por sua bunda, deixando chupões e mordidas pelo caminho. Sua respiração falhou assim que sentiu a língua quente e molhada do mais velho rodear aquele lugarzinho rugoso. A língua habilidosa de Bakugou passou a lambê-lo, babando o máximo possível todo aquele lugar para que ficasse bem lubrificado na hora que começasse a penetrá-lo novamente com seus dedos.

Hmmm… — O esverdeado gemeu, sentindo seu corpo tremer ao ter seu buraco invadido com a língua do mais velho.

O gemido dele se prolongou ainda mais e de seus lábios, arfadas de ar escaparam ao ter o dígito do outro dentro de si novamente. Por terem feito isso a pouquíssimo tempo e o orifício dele estar bem molhado, o dedo de Katsuki deslizou com facilidade e sem dor alguma para dentro do mais novo, o fazendo sentir prazer ao invés de dor.

Katsuki mordeu o lábio inferior, afastando a boca do buraquinho apertado apenas para ter a breve visão de seu dedo entrando e saindo dele. Sorrindo e ainda observando, Bakugou passou a penetrá-lo com mais um dedo, dessa vez, sentindo ele contrair, denunciando um breve desconforto.

— Já vai passar — o loiro disse, beijando as costas dele.

— Uhum… — Mesmo que sentisse uma leve queimação, Izuku não podia negar, era gostoso senti-lo ali.

Katsuki se endireitou, passando a estocar seus dedos lentamente nele, fazendo-o gemer enquanto seu quadril se movia sozinho, empinando mais ainda, querendo mais atrito com aqueles dígitos entrando e saindo dentro de si.

— É gostoso? — ele perguntou, sua canhota puxando uma das bandas da bunda alva, abrindo mais o buraquinho apertado enquanto ele introduzia mais um dígito.

— Cacete…! — Izuku exclamou, sentindo seu ânus se alargar com aquele novo intruso.

— Que boca suja é essa, princesa? — perguntou, passando a língua nos lábios — Não fale assim, você me deixa ainda mais excitado — murmurou, movimentando os três dedos dentro dele.

Izuku arfou, gemendo alto.

— Kacchan… — suspirou. — É t-tão gostoso…! — Midoriya não conseguia falar muito, os dedos em seu interior o faziam ficar ofegante e suas pernas já começavam a perder a força.

— Você 'tá quase pronto, só aguente mais um pouco. — Mesmo que não tivesse nem metendo dentro daquele cuzinho ainda, Katsuki sentia vontade de gemer. A visão do buraco dele engolindo os seus dedos era boa demais.

Continuou o dedando, vez ou outra deixando que sua língua entrasse para jogo também. Quando sentiu que o menor já não sentia mais dor nem o apertava tanto, Bakugou retirou os dedos lentamente, vendo toda a saliva ser expelida para fora junto de seus dedos.

Mordeu o lábio inferior, aquilo era excitante demais.

— Você já 'tá largo o suficiente pra mim, amor — falou, observando ele se virar de frente para si. — Veja como eu estou duro por você, princesa. — Pegou o próprio pau, fazendo um carinho nele enquanto via Izuku se sentar na cama.

Midoriya engoliu a seco, aquilo caberia mesmo dentro de si?

— Isso é grande demais, K-kacchan. — Engoliu a seco. — Não vai… caber.

Katsuki deu uma risadinha.

— Claro que vai, eu consegui te alargar bem com meus dedos. — Se sentou na cama. — Agora venha até aqui. — Bateu nas próprias coxas, pedindo para que ele se aproximasse de si.

— Eu não sei fazer essas coisas… — murmurou tímido.

— Eu vou te ensinar. — Pegou o pulso dele, o trazendo para si. Izuku ficou em pé, se aproximando dele. — Dê uma cuspidinha aqui. — Apontou para o próprio pau.

Izuku pareceu relutante, mas, mesmo assim, fez o que lhe foi pedido. Os olhos verdes observaram atentamente Katsuki fazer uma lenta e breve punheta nele mesmo.

— Agora suba aqui — chamou, pedindo que Izuku subisse na cama. — Coloque um joelho de cada lado e se sente no meu colo, relaxa, eu não vou te penetrar — garantiu.

Midoriya engoliu a seco, fazendo o que lhe foi pedido.

— Por que essa posição? — perguntou. — Nos vídeos que eu vi, geralmente essa posição só era usada depois de algum tempo… — Corou, vendo que havia falado algo muito íntimo.

— Oh, então o nerd era um punheteiro pervertido? — Katsuki brincou, levando as mãos até o quadril dele. — Seus amigos sabem que você é do tipo que vê pornô, Izuku? — perguntou, sorrindo ao vê-lo corar ainda mais.

— Cala a boca, idiota! — Apertou o braço dele, usando as unhas para arranha-lo.

— E ainda é violento. — Bakugou sorriu, passando a língua pelo pescoço dele, até que chegasse a boca dele. — Eu gosto disso — sussurrou, seus lábios perigosamente pertos um do outro.

— Você ainda não me respondeu — sussurrou de volta, sem tirar os olhos dele.

— Eu só quero te deixar confortável e essa é a melhor posição para isso — explicou. — Com você por cima, você pode ir no seu tempo, se sentando devagar para não te machucar. — Sua mão foi até a bochecha dele, fazendo um carinho singelo ali. — Você não gosta assim? Está desconfortável? — perguntou preocupado.

Izuku corou, aquelas carícias eram íntimas demais, porém, era tão natural que Izuku temia estar se acostumando com aquilo tudo rápido demais.

— Não… — negou. — Está bom assim, eu estou bem. — A mão de Izuku foi até o rosto bonito e bem marcado do loiro. — Eu estou bem porque me sinto assim quando estou com você — declarou. — Eu gosto tanto de você, Kacchan… — sussurrou.

Katsuki sorriu.

— Eu gosto mais ainda, Izuku.

Bakugou puxou o esverdeado para um beijo calmo, enquanto sua mão voltava a descer até os quadris dele, fazendo-o ir para frente e para trás, voltando a roçar no pau do menor, porém, dessa vez, deixando tudo melhor por não terem roupas atrapalhando-os de sentirem a quentura e a textura da pele um do outro. Os dois gemeram no meio do beijo, apreciando o contato de ambos os corpos e de como eles pareciam se encaixar perfeitamente.

— Porra, Izuku… — Katsuki gemeu, suas mãos apertaram ambas as nadegas, as abrindo.

Izuku gemeu, sentindo a cabeça do pau de Katsuki querer encaixar no seu buraco. Suas mãos apertaram ainda mais os ombros dele e, tomando coragem, Izuku fez impulso para cima, ficando de joelhos na cama, querendo sentir ele dentro de si logo.

— Eu quero agora… Kacchan… — gemeu, sentindo Katsuki encaixar o próprio pau na entrada dele.

— Desça devagar, amor — falou. — Vá no seu tempo… porra! — exclamou, gemendo ao sentir sua cabecinha ser encaixada no buraquinho, agora, largo.

— Hmmm… — Midoriya gemeu, sentindo uma dor dilacerante em sua entrada, porém, gostando de sentir aquele pau duro e quente em seu buraco.

— Vai devagar… — Katsuki suspirou, sentindo seu pau entrar aos poucos naquele lugar estreito.

O esverdeado gemeu novamente, sentindo o pênis de Bakugou entrar aos poucos dentro de si. Quando finalmente teve aquele cacete grande totalmente dentro, Izuku suspirou, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo rosto sardento.

— Não chora — Katsuki pediu, lavando a destra até o rosto bonito, secando as lágrimas presentes ali.

— E-eu não quero… mas dói — resmungou, sentindo sua respiração pesada.

— Fique assim por um tempo, até você se acostumar, tudo bem? — Izuku assentiu. — Vou te mimar enquanto isso. — Bakugou sorriu, passando a dar vários beijos por todo pescoço, clavícula e rosto dele.

Ficaram um tempo daquele jeito: Izuku em seu colo, suas mãos fazendo carinho no quadril do esverdeado e sua boca deixando carícias na pele sardenta, esperando que ele se acostumasse totalmente com o seu tamanho.

— Estou pronto. — Midoriya cortou o silêncio daquele quarto. Seus braços passaram por cima dos ombros largos, entrelaçando-se no pescoço do loiro. — Eu estou pronto pra você, Kacchan.

Bakugou sentiu o pau pulsar dentro dele, Izuku era tão excitante que temia gozar só com aquele olhar e com aquela voz doce.

— É só mexer o quadril, princesa. — Suas mãos que ainda estavam nos quadris dele, passou a forçá-lo ir para frente e para trás, cavalgando lentamente em cima de seu pau.

Os gemidos de Izuku não demoraram muito para ficarem mais intensos, visto que daquele jeito, sua próstata se tornava mais fácil de ser tocada. Katsuki também gemia, sentindo seu pau tocar fundo e de várias formas dentro daquele lugar quente que o apertava ainda mais a cada lufada de prazer que o menor dava. Seus peitos passaram a subir e a descer, desesperados por ar quando Izuku se pôs de joelho novamente, retirando quase todo o membro de sua entrada, para, então, se sentar novamente. O esverdeado viu que Bakugou gostou daquilo, então passou a fazer isso consecutivamente, trazendo mais prazer ainda para ambos.

— C-cacete…! — o loiro gemeu, sentindo seu pau entrando e saindo rapidamente do buraquinho largo do menor.

— B-bom… Kacchan bom d-demais! — Izuku gemia, puxando alguns dos fios loiros enquanto sentia seu interior se expandir, recebendo com carinho aquele pedaço de carne duro.

Manteve o ritmo por um tempo, apenas ouvindo os próprios gemidos se misturarem aos do loiro, conforme os barulhos obscenos faziam-se presentes naquele cômodo — agora — quente e abafado.

— Suas pernas estão doendo? — Katsuki perguntou, percebendo que o menor passava a diminuir o ritmo.

— Um pouco — respondeu constrangido, não queria parar aquilo, mas, infelizmente, seu corpo não aguentava tanto esforço assim.

Bakugou sorriu, roubando um selinho dele antes de abraçá-lo, dando impulso para frente, fazendo o menor se deitar.

— Deixe comigo agora, ok? — Deu um beijo na testa dele. — É a minha vez de te satisfazer. — Sorriu, deixando um beijo molhado nos lábios dele antes de se afastar.

Como não havia saído de dentro do menor momento algum, Katsuki só se ajeitou entre as pernas dele e passou a movimentar os próprios quadris, começando um ritmo lento e preciso de penetração.

Izuku não conseguia segurar os gemidos, ter Bakugou metendo em si era totalmente diferente da posição de antes e bem mais intenso também. Bakugou não sabia o que fazer, a sensação do interior de Midoriya queimando e o apertando cada vez mais era excitante demais.

Katsuki voltou a abraçá-lo, sorrindo ao sentir a pele de ambos os corpos nus e quentes, aquilo era tão íntimo e tão… bom. Nunca havia gostado de intimidade em horas assim, porém, estar com Izuku o fazia querer cada vez mais.

Queria sentir a pele, o abraço, o beijo, tudo que Midoriya pudesse lhe oferecer.

Apertando o esverdeado em seus braços, Bakugou passou a aumentar o ritmo das estocadas, metendo freneticamente e sentindo seu ápice cada vez mais perto. Izuku não estava diferente, seu estômago queimava e seus dedos dos pés se contorciam cada vez mais. Conseguia sentir o pau do outro lhe tocando fundo, fazendo um choque percorrer seu corpo, concentrando-se em sua virilha.

— K-kacchan…! — O esverdeado gemeu em um grito, abraçando o loiro com força, desfazendo-se entre ambos os abdomens.

— Apertado 'pra caralho, p-porra… — Bakugou gemeu, sentindo a entrada dele o esmagar.

Continuou movendo os quadris, até que um gemido rouco e baixo saísse de seus lábios, denunciando o orgasmo do mais velho. Ofegante, Katsuki se retirou aos poucos de Izuku, sorrindo cansado ao ver o buraquinho expelir toda a sua porra.

— Fizemos uma bagunça, não é? — perguntou, vendo o menor assentir, ainda ofegante e um pouco perdido pelo recém orgasmo.

— Eu me s-sinto cheio — Izuku disse, tocando a própria barriga.

— Desculpe, não deu tempo de tirar. — Deu um beijo na testa dele. — Eu vou te dar um banho e te ajudar a tirar tudo 'pra fora, tudo bem?

— Tudo. — Sorriu. — Foi bom — falou.

— Foi maravilhoso. — Sorriu, roubando um selinho do menor. — Melhor foda da minha vida!

— Não seja tão mentiroso — riu.

— Não estou — falou, pegando Izuku em seus braços, rindo da cara de assustado dele. — Relaxa, só vamos tomar um banho, eu prometo. — Deu uma lambidinha no rosto dele.

Bakugou seguiu até o banheiro e ajudou o menor a tomar banho, limpando e secando ele. Se certificou de que Midoriya estava bem e voltou para o box, tomando banho logo depois. Enquanto o loiro tomava banho, Izuku penteou os cabelos e observou os vários chupões em seu corpo, corou.

O que falaria pra sua mãe?

— Princesa, você me arruma uma toalha? — Katsuki cortou seus pensamentos.

— C-claro. — Ok, eles haviam acabado de transar, porém, Izuku não conseguia não ficar tímido vendo Katsuki, seu melhor amigo de infância, nu, bem na sua frente.

Pegou uma toalha limpa do guarda-roupa e entregou ao mais velho, corando ao receber um selinho em forma de agradecimento. Voltaram para o quarto, observando a bagunça em que o ambiente se encontrava.

— Você troca os lençóis e eu vou colocar estes aqui para lavar, ok? — Bakugou perguntou, pegando a pequena trouxa de roupa de cama suja.

Izuku assentiu, forrando a própria cama rapidamente. Quando Katsuki voltou para o quarto, Midoriya já estava deitado, o esperando enquanto via alguma coisa aleatória em seu celular.

— Demorei? — falou, sentando-se na cama.

— Não, na verdade. — Os olhos verdes se encontraram com os dele.

— Aqui. Você devia estar com sede, então eu tomei a liberdade de mexer na geladeira da tia Inko. — Deu uma risadinha, entregando a garrafinha de água para o menor.

— Obrigado — murmurou, bebendo toda a água que lhe foi entregue rapidamente. — Eu estava mesmo com sede. — Deu uma risadinha envergonhada, ainda sob os olhos carmesins. — Você quer? — ofereceu.

— Não, não, obrigado. Eu bebi lá embaixo — negou. — Você está bem? — perguntou. — Digo, eu não te machuquei, certo?

Izuku negou rapidamente.

— Dói um pouco, é verdade. Mas você foi bastante cuidadoso comigo, Kacchan. — Sorriu. — Obrigado — agradeceu.

— Eu que agradeço, Izuku. — Olhou no fundo dos olhos dele. — Estar com você me faz querer ser uma pessoa melhor. — Sua destra foi até o rosto sardento, deixando um carinho ali. — Eu não canso de me apaixonar por você.

— Eu também gosto muito de você — Izuku falou, tombando a cabeça em direção a mão do mais velho. — Eu realmente gosto.

Katsuki sorriu, puxando-o para um beijo calmo e cheio de sentimentos. Enquanto se beijavam, Bakugou conseguia sentir seu coração louco, batendo freneticamente — não que Izuku tivesse diferente.

Se separaram quando o ar fez os fez falta.

— Você quer dormir um pouco? — Midoriya perguntou, esperando que a resposta fosse sim e que eles pudessem ficar de chamego um pouco mais.

— Quero sim, 'tô cansadão — falou, não esperando o menor para se deitar na cama. — Vem cá — chamou, abrindo os braços para ter o outro no meio deles.

Izuku foi, mesmo que ainda estivesse com vergonha. Sentiu os braços largos de Katsuki rodearem a sua cintura e sorriu, sentia-se quentinho e ver que o loiro agora tinha o seu cheiro, era uma sensação deveras maravilhosa.

— Dorme bem — Bakugou falou, dando um beijo na cabeleireira verde.

— Você também. — Se acomodou melhor, deixando seu rosto bem próximo ao peitoral dele.

Passaram-se alguns minutos e o menor não conseguia dormir de jeito nenhum. Seu coração estava acelerado demais e as lembranças de tudo que fizeram naquela cama não paravam de rondar sua mente. Havia sido tão bom, tão gostoso, que Midoriya sentia-se um pervertido por querer fazer de novo. Percebeu que aos poucos a respiração do loiro ficava cada vez mais lenta, denunciando que o mais velho havia pego no sono.

Izuku suspirou.

— Eu queria saber o que você fez pra eu gostar tanto de você assim, Kacchan — sussurrou. — Eu queria poder ter coragem de te falar, mas eu tenho medo de você me achar um idiota. — Mordeu o lábio inferior, esfregando o rosto no peitoral dele, que nem um gatinho asssutado. — Como você se sentiria se soubesse que eu me apaixonei por você em uma semana? — O abraçou mais apertado. — Eu amo você, Kacchan.

[…]

Duas semanas depois

Duas semanas haviam se passado desde a primeira vez de Izuku com Bakugou e durante esse tempo, o relacionamento deles havia melhorado muito, afinal, aquilo tinha os aproximado ainda mais. Após a primeira vez deles, havia se tornado impossível — para ambos — ficar muito tempo sem transar, ainda mais agora que Izuku realmente estava se acostumando com a ideia de ficar nu na frente de Bakugou, além de que a dor já não era mais tão intensa como antes, fazendo com que Izuku sentisse mais prazer ainda em estar daquele jeito com o loiro.

Embora eles estivessem mais próximos do que nunca antes e que Inko já soubesse que eles dois estivessem… transando — além de um descuido de Bakugou, Izuku tinha decidido abrir o jogo com a mãe — eles não tinham um relacionamento assim, eles não eram namorados. Na verdade, os dois não tinham um rótulo específico para dizer o que eram. Midoriya sabia que eles, com toda certeza, não eram apenas amigos, assim como também sabia que eles definitivamente não eram namorados — pelo menos era o que ele pensava, afinal, nunca havia tido um pedido ou algo que o fizesse pensar que eram de fato namorados e durante essas duas semanas, onde eles continuavam a dizer para as outras pessoas que não estavam em um relacionamento, o garoto de olhos verdes-esmeraldinos começou a se perguntar se ele realmente queria continuar negando que não estavam se relacionando.

Acreditava nos sentimentos de Bakugou, acreditava de verdade que ele estava apaixonado por si, ainda mais, que nesses dias o loiro estava sendo incrível com ele, Midoriya nunca havia se sentido tão feliz antes, todavia, essa incerteza de saber o que eram ou o que não eram, estava começando a deixá-lo preocupado. Era óbvio que Izuku se sentia bem com Bakugou, de um jeito que nunca havia se sentido com ninguém e ele também se entregava para ele como nunca havia feito antes, mas tinha medo que o maior não achasse isso. Temia que, mesmo gostando dele, Katsuki não o quisesse para um relacionamento.

— 'Tá pensando no que, princesa? — Katsuki perguntou de repente, fazendo-o dar um pulinho pelo susto repentino. — Parece que tá no mundo da lua, o que te preocupa? — indagou baixinho.

Ainda não estavam na sala do clube, mesmo que já devessem estar com os outros membros.

— Não é nada — mentiu, descaradamente. Katsuki comprimiu os lábios, sabia que ele não queria o dizer o que estava acontecendo. — Não precisa me encarar assim, sério, não é nada. — O esverdeado suspirou.

— Eu acredito em você. — Embora não acreditasse, ele não queria colocar o menor em uma situação desconfortável. — Sabe, esses dias eu tenho pensando muito — murmurou baixinho, querendo mudar de assunto. — Você realmente não tem ideia de como eu estou pensando sobre isso…

— Sobre o quê? — indagou ansioso demais, mesmo que ele não quisesse parecer um desesperado e havia falhado nisso, tinha certeza.

Seus olhos brilharam em esperança.

— As férias de inverno estão chegando, sabe? — começou, coçando a nuca, um pouco envergonhado. — E você sabe que antes das férias, tem o baile invernal. — Não precisava ser um gênio pra saber sobre o que ele estava falando, então não demorou muito para que Izuku entendesse onde ele queria chegar com aquele papo.

— Kacchan… — sussurrou baixinho. — Eu…

— Qual é, princesa! Não me negue ainda — pediu ele, dando um sorriso travesso. — Eu ainda não terminei, ok?

Izuku sentiu vontade de rir, mas se controlou.

— Então termine sua encenação de cavalheirismo, por favor — brincou, vendo o garoto de olhos vermelhos-carmesins fingir estar magoado.

— Você quer ir ao baile comigo, princesa? — Aproximou-se do ouvido dele, sussurrando bem baixinho. — Por favor, vamos ao baile comigo — pediu novamente. — Vai ser tão legal ter você como meu acompanhante.

— Kacchan, eu adoraria ir ao baile com você, de verdade, mas… — O sorriso de Katsuki morreu ali. — Você sabe, né? Um popular como você provavelmente vai estar concorrendo ao título de rei do baile e…

— O que isso tem haver? — perguntou, confuso.

— Não seria melhor você levar uma garota? Não sei. É só que, um rei precisa de sua rainha, sabe? — aconselhou, vendo Bakugou negar no mesmo instante.

— Não. — Ele não precisava nem ao menos pensar para responder aquela pergunta, afinal, Bakugou não precisava de uma rainha ou algo do tipo. — Deku, eu quero ir com você e somente com você ao baile. — Puxou-o para perto, olhando para os corredores vazios. — Qual a graça de ir ao baile sem estar com você? Eu não vejo mais graça em nada se você não estiver comigo — declarou.

— Kacchan… — murmurou, ainda indeciso.

— Se eles me quiserem como rei, então farei de você a minha rainha — falou, a voz firme soando por todo aquele corredor vazio. — Eu só irei ao baile, se for com você — teimou, vendo Izuku arregalar os olhos.

— Você não pode fazer isso, Kacchan… — falou. — Você é o capitão do time de basquete, é o seu dever estar lá!

— Então vamos comigo e estará tudo resolvido. — Deu de ombros.

Izuku suspirou, ele era tão teimoso.

— Ok, eu aceito ir ao baile com você. — Finalmente aceitou, vendo o sorriso do loiro aumentar.

Katsuki tocou os lábios dele devagar, em um selinho rápido, pois logo ele tentou invadir a boca dele com sua língua, mas Izuku não permitiu.

— Não é melhor fazermos isso em casa? — perguntou receoso, com medo que alguém os visse.

— Você não quer me beijar? — Fez bico, parecendo uma criança mimada.

— Eu quero — admitiu, um sorriso tímido brotando nos lábios rosados. — Mas você tem convites para comprar e eu tenho um clube para cuidar. Você nos fez se atrasar! — reclamou, cruzando os braços

— Eita — disse, cruzando os braços na altura do peitoral. — Lamento te informar, mas você vai se atrasar ainda mais um pouco. — Sorriu para ele. — Você vai comigo comprar os convites.

Aquilo não havia sido um pedido, pois Katsuki nem ao menos lhe deu uma chance para respondê-lo, o loiro apenas segurou em sua mão e começou a arrastá-lo para o andar de baixo.

Haviam bastantes pessoas nos corredores do andar de baixo, então, todos os olhares foram unicamente para eles dois de mãos dadas. Izuku sabia que muitas fofocas e boatos sobre eles estavam se espalhando graças a popularidade de Bakugou, todavia, ele estava aprendendo a parar de se importar com isso, ou pelo menos tentando.

Caminharam até a mesinha no final do corredor, de frente para o ginásio onde algumas pessoas sempre vendiam convites, tanto para o baile invernal, quanto para outros eventos do colégio.

— Katsuki. — Denki sorriu, ao ver o garoto se aproximar justamente com o nerd. — Eu estava mesmo esperando por você. — Lambeu os lábios.

De todas as pessoas daquele inferno, os vendedores tinham que ser Camie Utsushimi e Denki Kaminari?

Izuku ficou encolhido, soltando a mão de Katsuki na mesma hora.

— Veio comprar convites? — o loiro perguntou, ignorando totalmente a presença do esverdeado.

— Amor, você sabe que não precisa, não é? — Camie perguntou, dando um sorriso para ele.

— Amor? — Katsuki perguntou, encarando-a enojado. — Por que caralho 'cê tá me chamando assim? — indagou, começando a ficar irritado.

— Eu sei que aquele dia você estava de mal-humor, e eu entendi que também precisava de um tempo. — Enrolou uma mecha de cabelo na mão. — Mas agora que você pensou melhor, nós podemos voltar, eu te perdoo totalmente!

Aquela mulher era louca ou era impressão de Bakugou?

— Você é demente, porra? — perguntou, irritado com a voz melosa da outra.

— Eu perdoo você. — Ela sorriu, falando novamente. — Denki me explicou tudo, sabe? — Encarou Izuku por um tempo, desviando os olhos para ele novamente. — Então, você não precisa se desculpar comigo. — Se levantou, rodeando a mesa para chegar mais perto do loiro. — E não precisa comprar o ingresso, eu vou conseguir de graça para nós dois, como sempre fiz. — Tentou beijá-lo.

Katsuki, por outro lado, se afastou rapidamente, voltando a segurar a mão de Midoriya — esse que apenas assistia tudo aquilo com uma feição meio melancólica. O esverdeado lhe encarou no mesmo instante, não entendendo muito bem o que era aquilo tudo, apenas queria sair dali.

— Eu vou com ele. — Apontou para Izuku com a cabeça. — Só me dê dois ingressos, por favor. — Pegou a carteira, passando a retirar as notas de dinheiro.

— Isso é uma piada, certo? — Kaminari riu, encarando a situação. Camie por outro lado, ficou observando as mãos deles unidas.

— Não — Katsuki disse firmemente. — Por que seria uma brincadeira, Denki? Eu gosto dele e quero que ele seja o meu acompanhante. Algum problema com isso?

— Você gosta dele? — ela perguntou, encarando o esverdeado com ódio. — Por que ele, Katsuki? — Voltou seus olhos para o mais alto. — O que ele tem que eu não tenho, hm?

— Oh, isso é cômico demais. — Kaminari se levantou, rodeando a mesa também, porém, ao invés de ficar em pé como a loira, ele se sentou na mesa.

— Kacchan, vamos embora… — Izuku pediu, totalmente desconfortável.

— Sério que ele ainda te chama assim? — murmurou, deixando claro que Bakugou já havia dito algo do tipo para os "amigos" populares. — Enfim, aqui estão seus convites, Kacchan — provocou.

Katsuki revirou os olhos no mesmo instante, entregando o dinheiro e pegando os convites. Agarrou a mão do menor e deu meia volta, querendo sair dali o mais rápido possível. Olhou de soslaio para Midoriya, percebendo que ele estava ainda mais estranho e distante do antes e não podia culpá-lo de forma alguma, a culpa era daquele diálogo idiota que ele teve com aqueles dois insuportáveis.

Bakugou sabia muito bem o que Denki estava dizendo para Camie e isso o deixava ainda mais preocupado. Sabia que aquele desgraçado não tinha escrúpulos, assim como o seu namorado, pois eles faziam isso por diversão. Mas o negócio era: ela tinha motivos para odiar Katsuki e era isso que mais o preocupava.

Tinha medo do que a Utsushimi poderia fazer para prejudicar o seu… relacionamento? Não sabia o que tinham, mas não queria perder o que tinha com Izuku.

Suspirou pesadamente, era melhor parar de pensar nisso por um momento.

— Não liga 'pra eles, ok? — pediu baixinho, assim que subiram para o corredor dos clubes. — Eles só são uns idiotas de plástico, assim como eu era antes de me reaproximar de você. — Sorriu, tentando acabar com aquele clima esquisito.

— Kacchan, você-

— Eu sei o que você vai perguntar, então para com isso. — Ele o encarou sério. — Eu gosto de você e somente de você, ok? Ótimo, assunto encerrado. Para de pensar nos outros e foque em nós dois.

Izuku concordou com a cabeça, decidindo ficar quieto após isso, de certa forma, o loiro estava certo. Deveria focar neles dois.

Bakugou sabia, lá no fundo, que ele era um hipócrita. Pedia tanto para Izuku focar neles e nos sentimentos deles, mas ele estava a todo momento pensando em evitar que Izuku descobrisse sobre a maldita aposta que havia feito. Porra, ele podia estar diferente, mas não passava de um mentiroso de merda. Ele já havia tentado contar para o garoto diversas vezes sobre a aposta, mas era sempre interrompido, sempre tinha algo que o impedia de continuar a contar, se sentia como um covarde.

Bakugou se perguntava toda vez qual seria a reação de Izuku e todas as vezes, a reação dele era horrível e isso era o que o loiro menos queria.

— Ei? — chamou a atenção dele. — Vai ficar parado aí? — perguntou.

— Eu nem vi que nós já estávamos aqui — Katsuki disse, adentrando a sala juntamente do esverdeado.

A sala não estava tão cheia, alguns dos membros novos não estavam presentes, então, a maioria das pessoas que estava ali eram bem conhecidas por eles. Izuku caminhou até o sofá em que sempre ficavam, enquanto Katsuki caminhava até os mangás, procurando o volume que havia parado. Após achá-lo, ele andou até o esverdeado mais uma vez, sentando-se ao lado dele de imediato, soltando um suspiro logo em seguida ao ter o corpo relaxado pelo estofado macio.

Os outros membros pareciam concentrados. Katsuki perguntava-se, se algum deles tinham percebido a chegada deles. Mei também não estava presente no local naquele dia, o que tornava tudo mais estranho.

— Por que tá todo mundo tão quieto? — Katsuki parecia curioso sobre o fato, parando de encará-los para encarar o esverdeado.

— Bem, é o baile — Izuku sussurrou para o maior. — E o Tenya tá pensando em convidar o Shoto para ir com ele. Então, ele tá quieto e como Todoroki não está sabendo de nada, ele só está concentrado mesmo.

Katsuki concordou com a cabeça. Não sabia que Iida sentia algo por Shoto, isso é, se ele sentisse mesmo algo pelo bicolor.

O tempo passou rápido demais enquanto ambos estavam concentrados em lerem seus mangás. Mal perceberam o passar das horas, só se tocaram quando viram Tenya em pé, com as chaves na mão e dizendo que precisavam fechar o clube. Levantaram-se rapidamente e Katsuki guardou o mangá na coleção, esperando que a sala ficasse vazia, restando apenas ele e Izuku. Enquanto o garoto organizava algumas coisas na mesa do clube, o loiro estava à sua espera, em pé na porta para que pudessem ir para casa juntos em sua moto.

— Você sabe que não precisa me levar todo dia, não é? — perguntou Izuku, terminando de arrumar a mesa. — Ou me trazer todos os dias — falou, virando-se para ele.

— Claro que preciso. — Katsuki sorriu, totalmente galanteador. — Não vou deixar a minha princesa ir andando, não quando eu posso levar ela na minha moto. — Aproximou-se. — Vem — ele disse, pegando na mão dele. — Vamos pra casa.

Izuku concordou.

— Vamos logo, então. Eu realmente estou cansado — pediu, vendo Katsuki se colocar na frente dele.

— Você ainda está me devendo um beijo. — Bakugou segurou-o pelos ombros, dando um sorriso malicioso para ele. — E eu não vou sair daqui sem ele.

— Kacchan! — o repreendeu, mas foi impossível resistir, não quando tinha a língua de Katsuki passando em seus lábios.

— Vai princesa, é só um. — Fez um beicinho, fazendo Izuku revirar os olhos.

Bakugou aproveitou o momento de distração dele e o puxou pela cintura com força, fazendo seus corpos se chocarem com força. A língua de Katsuki passou nos lábios dele novamente, porém, dessa vez Izuku abriu a boca, deixando que a língua quente e molhada de Bakugou invadisse a sua boca, explorando-a por completo.

Apenas com o mais singelo dos toques, Izuku já sentia-se fabril, como se seu corpo inteiro entrasse em chamas, estava realmente se acostumando a tê-lo daquele jeito para si.

Midoriya afastou-se assim que sentiu uma fisgada em sua virilha, não podia — não devia — ficar duro na escola. Suas bochechas estavam extremamente vermelhas e ele sentia-se tímido, desde quando havia se tornado aquele pervertido?

Katsuki, por outro lado, apenas sorriu, aquela visão era linda aos seus olhos.

— Você é tão lindo — elogiou, vendo as bochechas se tornarem ainda mais vermelhas.

Ele riu, puxando o pulso dele da sala logo em seguida, afinal, Izuku estava realmente com pressa para ir pra casa.

Subiram na moto e Katsuki passou a pilotar em direção à casa do esverdeado. Não demorou muito para eles chegassem na casa do esverdeado, afinal, as ruas não estavam muito cheias e, graças a isso, não havia trânsito. Chegaram lá rapidamente e Izuku desceu da moto no mesmo instante, parando um pouco para encarar o loiro.

— Obrigado pela carona — Izuku agradeceu, arrumando a mochila em suas costas.

— Não precisa agradecer, só faço o possível para minha princesa chegar em segurança em casa. — Sorriu para ele.

Se despediram com um beijo rápido, afinal, Midoriya não deu chances para que aquilo ficasse intenso, pois sabia muito bem o que viria depois e sua bunda ainda estava doendo um pouco pela última vez. Entrou em casa, vendo que os sapatos de sua mãe estavam na porta.

— Mãe? — chamou assim que entrou em casa. — Você está aqui embaixo? — perguntou.

— Na cozinha — ela avisou, fazendo-o sorrir. — Você demorou hoje, estava com o Katsuki? — indagou assim que o viu, fazendo Izuku corar no mesmo instante.

— Sim — admitiu, um pouco envergonhado. — Ele me chamou para ir ao baile de inverno com ele — disse, vendo ela se virar para ele rapidamente.

— Você aceitou? — Inko parecia ansiosa demais pela resposta do filho. — Diga, Izuku!

— Aceitei… — sussurrou não encarando-a. — Mas está muito em cima da hora. Hoje já é quinta-feira e o baile é no sábado. Eu não tenho nem roupa para ir em um baile, mãe. — Suspirou.

— Eu posso comprar algo para você amanhã querido, é só me dizer o que você quer. — Andou até ele, abraçando-o. — Esse é o seu primeiro baile, não é? Fico feliz que seja com alguém que realmente goste de você.

Um sorriso nasceu em seus lábios. Era estranho pensar que o seu primeiro baile seria ao lado de Kacchan.

Seu coração acelerou naquele momento.

Como seria entrar lá com ele? Dançar com ele? Festejar com ele?

Respirou fundo. Estava nervoso, não tinha pensado sobre isso antes.

Disse à mãe que iria tomar um banho, não querendo ficar ainda mais paranóico. Subiu as escadas com cuidado, caminhando para o próprio quarto. Colocou a mochila em sua cama e se inclinou, tentando estalar as costas, pois começava a sentir uma dorzinha chata, quando feito, um suspiro saiu de seus lábios, sentia-se muito mais confortável agora. Pegou uma camisa grande e um short pequeno, entrando no banheiro logo, querendo tirar aquelas roupas o mais rápido possível.

Tomou um banho rápido e se trocou, voltando para o quarto. Enquanto penteava seus cabelos, seu celular passou a tocar consecutivamente, fazendo-o ter certeza que eram mensagens de Katsuki, entretanto, se surpreendeu ao ver que as mensagens eram de Shoto.

[@todosho]

20:00Izuku?

20:01Você tá aí?

20:02plmd me responde logo

[@izukumidoriya]

20:03o que foi?

20:03o que aconteceu, garoto? você me assustou!

20:04Shoto?

20:04responde, cacete

[@todosho]

20:04o Tenya me chamou pra ir no baile

20:04tipo, com ele

20:05COMO ACOMPANHANTE

20:05eu não sei o que fazer

20:05eu aceitei, mas tô surtando

20:06sério, eu vou me m

[@izukumidoriya]

20:06deixa de ser besta, idiota

20:06tá tão explícito que ele gosta de vc

20:07só vê o que vc sente por ele e se for recíproco, vc pode tentar

20:07tire o baile como uma oportunidade de "descobrir" esses sentimentos

20:07n se pressione, siga o seu coração

Desligou o celular ali, não querendo se intrometer demais na relação deles. Desceu para ir comer com sua mãe, afinal, o cheiro delicioso de comida recém feita já estava por toda a casa. Passaram o inteiro jantar conversando sobre coisas aleatórias e nas raras horas que ficavam quietos, prestavam atenção no que o outro dizia.

Quando subiu para o quarto novamente, notou que haviam duas mensagens de Katsuki. Não pode evitar dar um sorrisinho para a tela do telefone, lendo o que ele havia lhe mandado.

[@bkgkats]

21:00Vc vai comigo pro baile msm, não é?

21:01não vá me dar um bolo, princesa. Eu sei onde você mora!

Riu, bloqueando a tela do celular. Não iria respondê-lo, pelo menos, não hoje, estava morrendo de sono e seu corpo implorava por um descanso.

Quando acordou no dia seguinte, Izuku não se deu ao trabalho de pegar o celular, apenas seguiu até o banheiro e foi fazer toda a sua higiene matinal. Midoriya mal conseguia acreditar que ele teria apenas aquele dia para se preparar para o baile invernal, estava quase passando mal.

Ainda estava nervoso sobre ir com Katsuki, porém, ao mesmo tempo ele sentia-se feliz por ir com o loiro, seu coração acelerava só de pensar.

Não demorou muito para que a voz de Shoto no andar de baixo, junto da voz da mãe chamando-o para que descesse logo o fizesse sair de seus pensamentos, estranhando aquela visita repentina e bem inusitada. Pegou o próprio celular e saiu do quarto rapidamente, encontrando o garoto de cabelos bicolores parado na porta da cozinha, com um sorriso pequeno nos lábios.

— Shoto? — ele perguntou com a sobrancelha levantada, ainda surpreso por vê-lo ali. — O que você veio fazer aqui?

— Isso são modos de receber seu amigo, Izu? — O bicolor fez um biquinho. — Desse jeito eu fico chateado — falou.

— Ai, Shoto. Me erra. — Cruzou os braços. — Fala logo o que você tá fazendo aqui ou eu te jogo 'pra fora — brincou.

— Tia Inko não deixaria você fazer isso, né? — perguntou, um pouco assustado com a recepção do amigo.

— É brincadeira, meu Deus — riu do amigo.

— Ufa — Deu uma risadinha nervosa. — Bem, amanhã é o baile, não é? — Shoto disse meio incerto, finalmente falando o porquê de estar ali tão cedo. — E como… eu aceitei o convite do Ten, eu estava pensando em ir comprar alguma roupa — explicou. — 'Tava pensando se você não queria ir comigo, sabe?

— Ah, eu ia ir com minha mãe. — Apontou para a mulher que deu um sorriso para os dois.

— Não seja por isso, podemos ir todos juntos — aconselhou a matriarca, ainda sorrindo. — Eu só vou pegar minha bolsa e trocar de roupa, então já podemos ir.

Izuku concordou, saindo das escadas enquanto a mãe subia para seu quarto. Shoto estava, realmente, nervoso com o baile, talvez na mesma intensidade de Izuku. Midoriya sabia bem como ele estava se sentindo, embora fosse meio estranho o ver daquela forma. O esverdeado nunca havia visto-o dessa forma e era meio engraçado, mesmo que soubesse que era errado pensar assim.

Sua mãe não demorou muito e logo eles já estavam no carro da mais velha, indo em direção ao shopping da cidade. O lugar não ficava muito longe da casa dos Midoriya, então, chegar lá não havia sido muito demorado. Izuku sabia que a parte mais demorada disso seria comprar roupas — o que era engraçado, visto que esse era o motivo deles estarem lá, porém, era exatamente por esse motivo que ele odiava sair para fazer compras, ainda mais, quando eram as suas roupas, afinal, era difícil encontrar coisas que o agradassem ou o deixassem confortável. Todavia, naquele momento, Izuku encontrava-se ainda mais ansioso para o baile do que tudo mais.

Conforme passavam nas lojas, Shoto e Izuku se ajudavam a decidir qual roupa ficava melhor um no outro — com Inko dando palpites de vez em quando, apenas quando achava necessário de se fazer ou quando os dois perguntavam algo.

Ficaram por volta de uma hora e meia no shopping, até que finalmente decidiram suas roupas e as compraram, ansiosos com o dia seguinte. Foram para casa logo depois de deixarem Shoto em casa, com um Izuku ainda mais ansioso, afinal, já estava escurecendo.

O baile já era no dia seguinte. O seu primeiro baile. E ao lado do seu Kacchan.

[...]

No dia seguinte, quando o relógio bateu às sete e meia da noite, Katsuki já estava pronto. Não se importava que o horário do baile era apenas às nove horas, sua ansiedade de ir até lá com Izuku, o fazia se sentir eufórico. Desde que havia se aproximado — mesmo que as circunstâncias não tenham sido uma das melhores — Bakugou não conseguia mais ficar longe dele. Sentia-se um idiota por ter se afastado do menor e sentia-se mais idiota ainda por ter feito aquela aposta idiota.

Suspirou, precisava contar a verdade a ele, talvez assim, Izuku pudesse o perdoar e eles finalmente ficariam livres de todo e qualquer segredo.

Se olhou no espelho mais uma vez, terminando de ajeitar o próprio cabelo. Passou mais um pouco de gel nas mãos, levando elas até aos fios rebeldes, os colocando para trás. Deu mais uma olhada, talvez estivesse chique demais? Não ligava, apenas queria estar bonito para ele.

A camisa social estava tão bem ajustada em si que parecia ter sido feita com suas próprias medidas. A gravata vermelha deixava seus olhos ainda mais destacados e seus cabelos para trás o deixavam com cara de adulto.

Engraçado, no mínimo, porém, ele não ligava, o importante era Izuku gostar.

A calça preta e o tênis branco faziam seu look não ser nada social, junto da sua jaqueta de couro que o deixava com cara de adulto revoltado, mas Katsuki não ligava, nunca se importou com roupas chiques ou coisas do tipo, então o máximo que usaria seria a blusa social e a gravata.

Desceu as escadas rapidamente, ouvindo de longe a voz de sua mãe no celular.

— Eu já disse que Katsuki não vai viajar para Tóquio sozinho, Masaru! — ela gritou. — E daí que ele é de maior? Ele nunca saiu da América! — A mulher suspirou .— Essa é a última vez que eu falo, ele não vai viajar até você! — O telefone foi desligado e assim que a matriarca da família Bakugou o ouviu descer as escadas, ela se virou rapidamente.

— E, então? Como estou? — Katsuki perguntou, dando uma pequena voltinha.

Os olhos carmesins da mulher brilharam.

— Você está tão lindo, Katsuki! — Ela se aproximou dele. — Meu filho está tão lindo — choramingou — Certeza que vai ser o rapaz mais lindo daquele baile. — Deu uma leve arrumada na gravata dele.

— Realmente, mas só depois do Izuku — ele falou, sorrindo ao ver a cara de espanto da mãe.

— Você o convidou?! — perguntou, a voz saindo eufórica e animada.

— Sim. — Sorriu, retirando do bolso da jaqueta os dois ingressos do baile. — Estou indo pegar ele na casa dele agora mesmo.

Mitsuki sorriu, abraçando o filho.

— Eu sempre soube que vocês dois se acertariam algum dia, Kat. Eu estou tão orgulhosa de você, meu filho. — Se afastou, olhando nos olhos do menino que havia criado. — Você se tornou um rapaz muito galanteador. — Deu uma risadinha. — Você é o meu orgulho, sempre vai ser. — Ficou nas pontas do pé, dando um singelo beijo na testa dele. — Agora vai, pegue o seu acompanhante e vá curtir o baile!

Katsuki sorriu, retribuindo o abraço da mãe.

— Eu amo você — declarou. — Obrigado por sempre me apoiar em tudo. — Se afastou, olhando no fundo dos olhos dela. — Eu não vou a Tóquio, nem a qualquer outro lugar que você não esteja, ok?

— Ok — a mulher respondeu, sentindo seus olhos queimarem. Ela fungou. — Vamos, se apresse e vá se divertir. — Andou até o balcão da cozinha, pegando as próprias chaves na bolsa. — Leve o meu carro, vai ser melhor pra levar o Izuku. — Jogou para ele, vendo-o agarrá-la no ar.

— Obrigado, mãe — agradeceu, saindo de casa rapidamente.

Andou até a garagem, não demorando muito para retirar o carro de sua mãe, indo em direção a casa do outro logo em seguida. Sabia que estava muito adiantado, porém, queria estar com ele o mais rápido possível, fora que, fazia um tempo desde a última vez que havia visto tia Inko. Estacionou na frente da casa dele e saiu do carro, indo até a porta dos Midoriya's para que pudesse tocar a campainha. Como o esperando, quem abriu a porta foi a matriarca da família, que lhe deu um sorriso largo, convidando-o para entrar.

— Ele já está quase pronto — Inko falou. — Ele também está bastante ansioso — comentou, dando uma breve risadinha.

— Tá tão na cara assim o meu nervosismo, tia? — Katsuki perguntou, recebendo um aceno em resposta.

— Sim, está. — Andou até ele, arrumando o terno dele, mesmo que não tivesse nada para arrumar.

— Eu estou bem vestido, certo? — Bakugou perguntou.

— Sim, você está lindo — a mulher falou. — Tão lindo que me faz querer chorar. — Sorriu. — Vocês cresceram tão rápido! — ela lamentou.

— Bem, o tempo realmente foi generoso. — A voz de Izuku foi ouvida do topo da escada. — O Kacchan realmente era feio quando era pirralho — comentou, dando uma risadinha logo depois.

A conversa se encerrou ali, pois nem Katsuki, nem Inko sabiam o que responder, suas atenções foram exclusivamente para o esverdeado descendo lentamente aqueles degraus de madeira.

O cabelo verde estava um pouco mais curto — evidenciando o recém corte — a calça jeans de tom claro totalmente rasgada era a cara dele e a blusa social branca o dava um charme. Os costumeiros tênis vermelhos faziam parte da roupa dele, combinando com uma pequena gravata vermelha que ele usava e que também combinava, coincidentemente, com a gravata do maior.

— O quê? Eu estou tão desarrumado assim? — O menor perguntou, assim que seus pés tocaram o chão.

— Você está lindo — Katsuki falou. — Na verdade, você é a coisa mais linda que eu já coloquei os meus olhos, princesa. — Se aproximou dele, entregando uma pequena rosa que tinha guardado consigo.

Tão clichê — Izuku comentou com ironia, embora tivesse pego e guardado a rosa no bolso de sua calça, deixando apenas as pétalas avermelhadas para fora.

— Vocês dois estão muito lindos — Inko falou. — Fico feliz de ver vocês dois irem juntos ao baile. — Se aproximou deles, deixando um beijo em cada uma das testas. — Juízo, sim? E não voltem tão tarde, as mães de vocês ainda se preocupam!

— Pode deixar, mãe. — Izuku a abraçou. — Voltarei antes das duas. — Ela assentiu, vendo Katsuki pegar a mão de seu filho. ― Prometo que vou trazer ele em segurança, Tia Inko. — Sorriu, dando um beijo na mão do menor.

— Ótimo, assim eu fico mais tranquila. — Os guiou até a porta, acompanhando-os até o carro de Mitsuki. — Até mais!

— Até mais! — responderam em uníssono.

Quando finalmente chegaram no colégio, Katsuki demorou um pouco mais do que pensou para achar uma vaga no estacionamento do local. Achava que estava cedo, mas, pelo visto, as pessoas também estavam ansiosas para o baile invernal. Estacionou o carro e saiu rapidamente, indo até o outro lado no intuito de abrir a porta para o esverdeado, todavia, ele abriu sozinho e saiu, batendo a porta na perna do loiro no processo.

— Cacete — xingou, vendo o menor dar uma risada em seguida.

Izuku desculpou-se assim que conseguiu parar de rir com o loiro ainda reclamando um sobre a dor que estava sentindo, porém, logo eles começaram a andar — de mãos dadas, como sempre — em direção ao ginásio onde o baile iria acontecer.

Entraram no ginásio logo notando como o mesmo estava cheio. Izuku suspirou fundo, tentando não entrar em pânico pela grande quantidade de pessoas ali presente. Apertou a mão de Katsuki e passou a observar como estava a decoração ao seu redor, querendo focar sua mente em outra coisa. Todo o ambiente estava cheio de bexigas coloridas, além de fitas penduradas e uma grande faixa na entrada, onde havia escrito "Bem-vindos ao 47° baile invernal do colégio U.A high".

Adentraram rapidamente e passaram a procurar por um lugar menos cheio e que pudessem sentar. Izuku notou também que havia uma grande mesa presente no final do ginásio, completamente ocupada com diversos tipos de comida, salgadinhos e doces, além claro, da grande bacia de vidro com ponche — esse que Katsuki sabia que logo seria batizado com bebidas alcoólicas.

Perto da área onde ficavam as mesas, eles conseguiram avistar duas pessoas conhecidas: Tenya Iida e Shoto Todoroki, suspiraram, agradecendo por verem alguém conhecido e com lugares disponíveis na mesa. Izuku sorriu ao ver que ambos estavam mesmo juntos, até estavam mais próximos que o normal. Estava feliz pelos amigos, pois tinha certeza que tanto Shoto, quanto Iida estavam sentindo a mesma coisa que ele naquele momento.

Eles estavam apaixonados.

— Vamos pra lá? — Izuku perguntou, apontando para onde eles estavam.

— Claro, claro — concordou, dando um sorriso grande para o menor.

Caminharam lentamente até os outros dois, às vezes desviando de algumas pessoas que passavam por eles, invadindo seus caminhos. Quando finalmente chegaram lá, Tenya os recebeu com um sorriso grande, embora tivesse as bochechas um pouco coradas.

— Curtindo muito a noite, amigos? — Katsuki perguntou, sentando-se ao lado de Iida.

— Acabamos de chegar — Shoto falou, envergonhado.

— Oh, sério? — Bakugou falou. — Não deram nenhum beijinho ainda?

— Kacchan! — Izuku o repreendeu.

— Sim, no carro do Iida — Shoto falou, sem pensar muito.

— Shoto?! — Os olhos esmeraldinos foram até o bicolor, totalmente arregalados. — Como assim?

— Foi só um beijo, nada demais. — Tenya arrumou os óculos, virando o rosto para esconder a face corada.

— Foram três, na verdade — Todoroki contou. — O Tenya não queria largar minha boca mais — comentou com humor.

— Oh, isso fica cada vez melhor — Bakugou falou, rindo das feições do de cabelos azuis.

— Você vai me contar tudinho depois, agora mesmo eu quero saber que porra é aquela ali. — O menor apontou para a entrada do baile, onde passavam Mei e Mina de mãos dadas. — Primeiro, o que eu perdi? Segundo, quando?!

— Caralho, até eu tô surpreso — Bakugou falou. — Nem sabia que a Ash curtia colar couro — comentou rindo.

— Sempre soube que a Mei era sapatão — Shoto falou. — Ela tem essa vibe, sabe?

— Sim, eu também esperava — Midoriya falou. — Porém, quando elas se tornaram tão próximas?

— Não sei, provavelmente foi o dia que a Hatsume ficou fazendo perguntas sobre o Katsuki — Iida falou, bebendo um pouco de seu refrigerante.

— Espera, o quê? — o loiro falou.

— Aí estão vocês! — Mei falou, se aproximando da mesa — Vimos os carros de vocês, então estávamos procurando por vocês — falou.

— Claro, claro. Porque nós quatro facilmente estaríamos dentro da boca da Mina, né? — Midoriya falou, notando o batom vermelho da de cabelos cacheados um pouco borrado.

— Oh, sobre isso. — Mina limpou o canto da boca, um pouco envergonhada.

— Vocês não nos devem satisfação, porém, devo admitir, tô surpreso — Katsuki falou.

— Realmente — Shoto concordou, tendo Izuku e Iida acenando também.

— Diferente de vocês, eu não estou nada surpresa. — Hatsume se sentou em um dos últimos dois lugares sobrando. — Sempre soube que vocês eram gays. — Deu uma risadinha. — Principalmente o Katsuki.

— Vai se foder — o loiro resmungou.

— Sem brigas por hoje, galera — Ashido falou. — Vamos apenas encher a cara e curtir como adolescentes essa noite, sim? — Se sentou.

— Falou tá falando, mozão! — Mei concordou.

— Meu Deus!

— Que brega!

Izuku e Shoto falaram, fazendo risadas serem ouvidas.

O baile seguiu tranquilo. Eles comeram, beberam, riram e dançaram, estava tudo muito divertido e Midoriya estava amando seu primeiro baile, bom, isso até Denki, Camie e Momo aparecerem na mesa deles.

— Não sabia que vocês dois gostavam tanto de perdedores ao ponto de trazerem eles ao baile — Momo falou, observando com nojo Mina e Katsuki de mãos dadas com seus acompanhantes.

— Sim, credo — Kaminari concordou. — Ver isso me deixa enjoado. — Colocou a mão na boca, como se fosse vomitar.

— Deveria parar de olhar a vida alheia e começar a olhar seu namorado — Bakugou falou. — Tenho certeza que ele deve tá fodendo alguém agora mesmo, e adivinha? Esse alguém não é você, Kaminari. — Passou a língua nos lábios, observando a feição do outro se tornar raivosa.

— O Kirishima não é que nem você, Katsuki — Camie falou. — Ele não trai as pessoas que gosta — alfinetou.

— Primeiro que eu nunca fui seu namorado para te trair e segundo que eu nunca gostei de você. — Devolveu, não se importando se seria rude demais.

— Por que vocês estão aqui? — Mina falou. — Falam tanto que sentem nojo da gente, mas vivem vindo atrás. — Ela cruzou os braços. — Perderam alguma coisa com a gente ou algo assim?

— Olha aqui sua-

— Oh, ela ficou putinha — Mei comentou, rindo ao ver a feição de Camie. — Amor, você não deveria deixar ela tão brava assim, é capaz de craquelar esse um quilo de base que ela passou na cara — Hatsume zoou, rindo logo em seguida com os amigos.

— Quem você acha que é pra falar isso de mim, hm? — Utsushimi falou.

— Não sabia que você era alguém tão importante assim pra ser proibido falar coisas relacionadas a você — Izuku falou. — Na verdade, se não fosse pelo Kacchan, a gente nunca saberia da sua existência — o esverdeado terminou.

Todos ali arregalaram os olhos, incluindo o próprio Midoriya. Desde quando tinha coragem de falar com alguém daquele jeito? Ok, talvez ele tivesse bebido um pouquinho mais do que o recomendado.

— Ora ora, o nerd tá ficando respondão — Kaminari comentou, achando graça. — Sempre soube que Katsuki era uma péssima influência. — Olhou para o loiro.

— Me erra — resmungou, desviando o olhar daquele merdinha a sua frente.

Bom, aquilo seria divertido.

— Por que não fizemos o seguinte: — Denki falou. — Daqui a pouco tem a votação de rei e rainha do baile, então por que não curtimos um pouquinho agora, hm?

— O que você quer dizer com isso, Den? — Momo perguntou.

— Bem, íamos brincar de sete minutos no paraíso de qualquer jeito, então por que não convidamos nossos colegas, hm? — sugeriu. — Podemos fazer um acordo. — Passou a língua nos lábios. — Brinquem conosco e prometemos os deixar em paz.

— Por que aceitaríamos? — Shoto, que até então estava calado, perguntou.

— Sabe, nós temos poder o suficiente para fazer a cabeça do diretor — o loiro de olhos âmbar comentou. — Seria facinho fazê-lo fechar o clube inútil de quadrinhos de vocês. — Sorriu, vendo que os olhos dos membros se arregalaram.

— Você não faria isso! — Katsuki se levantou.

— Oh, pode apostar que ele faria — Yaoyorozu falou, sacando o que o amigo queria fazer.

— Mas… — Izuku falou. — Você não pode fazer isso, o clube é nosso!

— Então brinquem com a gente. Prometo não fazer nada caso vocês aceitem. — Deu de ombros.

Midoriya olhou para os amigos e antes que Katsuki pudesse falar algo, o esverdeado concordou.

— Tudo bem — falou.

— Se ele vai, nós também vamos — Iida disse, levantando-se junto com Shoto e Mei.

Mina se levantou também.

— Vocês são tão desnecessários — Ashido falou.

— Não gosta de mim? Entra na fila, o que mais eu tenho é hater — Denki deu uma piscadinha pra ela, passando a andar na frente. — Você não vem, Kacchan? Vai mesmo perder toda essa diversão? — Sorriu provocativo, vendo o outro loiro fechar o punho com a mão.

Katsuki mordeu o lábio inferior, sentindo-se apreensivo. Todo o seu ser dizia que aquilo não seria nada bom para eles, porém, o que ele podia fazer? Não deixaria Izuku ir sozinho até aqueles loucos. Pegou a mão do esverdeado, olhando para ele de relance.

Faria aquilo por ele, na verdade, Bakugou devia aquilo a Midoriya.

[...]

Foram guiados pelo loiro até a sala de teatro. Lá havia um grande espaço aberto e um palco, com cortinas escuras o suficiente para que ninguém visse o que estava rolando do outro lado. Na sala, Kyoka, Eijirou e Sero já estavam sentados no chão, esperando que os outros "amigos" chegassem.

— Temos companhia para a brincadeira, amor — Denki falou, se aproximando de Kirishima. — Espero que não se importe.

O falso ruivo olhou para o grupo recém chegado, sorrindo largo ao notar o esverdeado e o antigo amigo de mãos dadas.

— De jeito nenhum. — Passou a língua nos lábios. — Vai ser uma maravilha brincar com eles, não é Sero? — perguntou.

— Com certeza — o moreno afirmou. — Venham, se sentem aqui — Hanta falou. — Não mordemos, a não ser que vocês peçam, é claro. — Sorriu.

— Nojento — Hatsume falou.

— Bom, não podemos demorar, logo, logo meu nome será chamado — Camie falou, tendo certeza que seria a Rainha da noite.

— Vou explicar como funciona o jogo — Kaminari disse. — Sentamos em um círculo e colocamos uma garrafa no meio. Giramos a garrafa que vai estar no meio e, então, quando a garrafa parar de girar, as duas pessoas que ela apontar vão entrar dentro do armário e ficaram presos lá por sete minutos — explicou. — Como não temos um armário aqui, o palco será utilizado — falou.

— Me parece um jogo infantil — Katsuki falou, cruzando os braços.

— Não quer jogar? A porta é serventia da casa — Kirishima falou

— Ninguém te perguntou nada, otário — resmungou.

— Vamos começar? — Momo falou, sentando-se no chão.

Todos os outros fizeram a mesma coisa, formando um ciclo em volta de uma garrafa de cerveja que havia ali. Izuku se sentia nervoso, estava com medo e queria sair dali o mais rápido possível, porém, ele não queria perder o clube de mangá, aquilo era especial para ele e para os amigos dele também. Não poderia perder, então faria o possível para se controlar e sair dali o mais rápido possível, poderia ter crises depois, pelo menos seu clube estaria salvo.

— Gire a garrafa por favor, Camie — Denki falou, observando a loira assentir.

A garrafa foi girada, fazendo os corações ali acelerarem, alguns apreensivos, outros nervosos e outros ansiosos. Conforme o vidro ia perdendo a velocidade, mais ansiosos eles ficavam, até que, então, a garrafa parou: Denki e Sero foram os primeiros.

— Seria hoje o meu dia de sorte? — Hanta falou, se levantando com um sorriso no rosto.

— Me erra, maconheiro. — Kaminari revirou os olhos, subindo no palco.

As cortinas foram fechadas e sete minutos se passaram rapidamente. Voltaram para a roda e deram continuidade à brincadeira. Foram várias rodadas: Mei e Shoto, Iida e Denki, Momo e Mina, Kyoka e Katsuki, nada parecia interessante.

Até que a garrafa parou neles.

Izuku e Kirishima.

— Opa, olhem só o que temos aqui! — Eijirou falou, sorrindo largo. — Seria o meu dia de sorte hoje, hm? — Se levantou. — Você não se importaria, certo Bakubrô? — perguntou.

— Seu filho da puta! — Tentou se levantar, mas Denki o impediu.

— Regra é regra, Katsuki — o loiro falou. — Entra no armário quem tiver a garrafa apontando para si.

— Izuku, você não precisa fazer isso. — Bakugou olhou para o esverdeado. — Vamos embora, nós não precisamos disso, eu posso dar um jeito com o clube. Eu sou o capitão do time de basquete, lembra? — Tentou convencê-lo.

— Kacchan, tá tudo bem — Izuku falou. — São só sete minutos, nada demais vai acontecer. — Tentou tranquilizá-lo.

Katsuki mordeu o lábio inferior, sentindo-se eufórico e nervoso demais. Sua intuição o dizia para não deixar Midoriya subir naquele maldito palco, mas, quando viu, as cortinas já estavam se fechando.

— Droga! — praguejou, encostando-se na parede.

— Isso vai ser divertido — Momo falou.

— Por quê? — Kyoka perguntou, não gostando do rumo que aquilo estava tomando.

— Você vai ver, docinho. — Deu um beijo na testa da menor.

Sete longos e tortuosos minutos se passaram e quando as cortinas escuras se abriram, Bakugou correu para perto do palco.

— Até que enfim, meu Deus! — Observou Izuku descer lentamente, seus olhos estavam voltados para o chão. — Você está bem, princesa? Eu fiquei tão nervoso! — falou, se aproximando do menor ao vê-lo no chão novamente. Entretanto, Midoriya o afastou. — Izuku? — ele o chamou — O que foi? — Seu coração começou a acelerar. — O que esse maldito fez com você? Você ousou tocar nele, Kirishima? — gritou, olhando para o falso ruivo.

Ele sorriu.

— Eu não toquei um dedo na sua preciosa princesa — falou, levantando as mãos em rendição.

— Então… — Seus olhos voltaram para Izuku, vendo que agora, seu corpo tremia e soluços um pouco altos demais eram escutados. — O que aconteceu, Izuku? — perguntou novamente, sentindo seu coração acelerado por falta de resposta. — Princesa, você 'tá bem? — Tentou se aproximar novamente, mas Midoriya o empurrou.

— Não toque… e-em mim, não me chame assim! — o esverdeado pediu, a voz trêmula e chorosa fazendo Bakugou se desesperar.

— O que ele fez com você?! — perguntou. — Olha pra mim, Izuku! — pediu.

Então Izuku o olhou. Os olhos esmeraldinos que tanto brilhavam quando estava consigo, dessa vez estava repleto de dor e sofrimento, com lágrimas escorrendo por todo o rosto sardento.

— O que aconte…

— Kacchan, é verdade tudo o que ele me disse?

You betrayed me

Você me traiu

And I know that you'll never feel sorry

Porque eu sei que você nunca vai se arrepender

For the way I hurt, yeah

Pelo jeito que me machucou, sim


Notas Finais


Bunnylitz: e, então?
o que acharam?
espero que tenham gostado!!
ai gente, eu nem sei oq falar, o final me destruiu real (até agora eu n consigo ouvir traitor sem lembrar deles)
próxima atualização será a última de florescer, e eu espero real que essa fic tenha sido tão incrível p vocês como foi p eu e p @hiyamizu!!
quero agradecer (novamente) a @parkemmoya pela betagem e por todos os carinhos, feedback e paciência conosco, amo você, moya!!! 💚
bom, por hoje é isto.
se cuidem, ok?
amo vocês.
com amor, naju <3
xoxo sz


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