História Flower Boy - Moon Taeil - Capítulo 14

    Donna andava de um lado para o outro no quarto enquanto Taeil a observava. Ele ainda estava meio atônito com o que aconteceu, inclusive a reação dela depois de tudo.

    Ela gritou. Um grito tão estridente e enraivecido que Taeil julgou que ela estivesse tendo algum ataque.

    - Ele vai me pagar… - Ela murmurava para si. 

    - Donna, não precisa… 

    - Não Taeil, você não está entendendo! Isso foi para te desestabilizar e consequentemente me desestabilizar! - Ela parou na frente dele, apontando para si.

    - Você ficou linda nessa lingerie. - Sorriu e Donna revirou os olhos. 

    - Taeil, isso é sério.

    - Sim, mas eu estou bem, está tudo bem. -  Levantou e foi até ela. - Sabe que não vale a pena ficar nervosa por atitudes infantis dos outros. 

    - Sim, mas… - Deu um suspiro cansado. - Vamos dormir? 

    Ele assentiu e se dirigiu para o banheiro. Precisava de um banho para tirar aquele perfume falsificado de alguma grife e descansar. 

    Taeil demorou algum tempo embaixo do chuveiro, assimilando tudo que houve, até que sua mente foi até a linda visão de Donna na cama. Poderia haver uma chance de sua noite não ser uma desgraça completa se ela estivesse da mesma forma que havia a encontrado mais cedo. 

    Saiu do banho, enrolou a toalha na cintura após se secar e se dirigiu até o quarto após respirar fundo mil vezes e tomar coragem. Já imaginava o prazer que teria em tirar aquela lingerie branca tão devagar que causaria tortura em Donna. Beijar aquele corpo inteiro chega o arrepiaria.

    Mas suas expectativas foram buraco abaixo quando encontrou Donna dormindo como uma pedra. Sim, ela estava de lado, mas dessa vez abraçando o travesseiro e roncando como uma britadeira. Ainda vestia a lingerie, pelo que o rapaz pôde perceber, mas agora toda aquela visão luxuriosa estava desfeita e substituída por uma imagem que até lhe causava calma. Deu um suspiro e foi vestir algo confortável para dormir. Realmente, o dia seguinte iria ser cheio, então precisava descansar. 

    Sim, ela ainda morava lá. 

    Cada um seguiu para seu local de trabalho assim que chegaram e Donna já começou a arrumar suas coisas para a reunião geral que haveria. 

    Para ela, aquela reunião era a mais importante para poder provar suas habilidades. Ela ocorria a cada seis meses e mesmo com todo o esforço, ainda não a promoviam. Mas ela ainda assim fazia o que podia. 

    Convocou Kyungsoo e Yeri para lhe acompanhar e juntos foram para o local da reunião após pegarem seus tablets e notebooks.

    - Olá, senhora Moon. - Sr. Kim cumprimentou a negra com alegria. - Onde está seu marido? 

    - Ah, ele não participará desta vez, mas com certeza na próxima estará aqui. - Sorriu para o mais velho.

    Xiumin apareceu logo atrás de seu pai, fazendo o brilho da menor sumir na hora e ela ficar séria. O pior de tudo aquilo era que ele mantinha o sorriso mais ridículo e debochado nos lábios.

    - Donna… - a cumprimentou e ela apenas meneou a cabeça, seguindo para seu lugar em seguida. 

    A reunião começou e, como sempre, Minseok cantou vitória com coisas que não fez sozinho. Ele tinha uma ótima equipe, incluindo Donna e todos faziam um trabalho maravilhoso. A negra se pegou revirando os olhos diversas vezes e mesmo que tentasse manter a compostura, Xiumin era insuportável. 

    - Estou vendo aqui que os resultados da senhorita Moon estão, como sempre, maravilhosos. - Coisa que não era novidade para ninguém, mas mesmo assim ela sorriu, sem jeito. 

    Ela parou alguns segundos para pensar que, mesmo que relutantemente, era interessante o sobrenome Moon. Donna Moon; Moon Donna. Era até bom de se ouvir. Acabou sorrindo sozinha com aquele pensamento.

    A reunião acabou e, como sempre - de forma bem redundante -, não ocorreu nada que ela não esperasse. A reunião extraordinária seria em duas semanas, então iria se organizar para, quem sabe, receber alguma surpresa. 

    Despediu-se de seu mentor e seguiu com Kyungsoo e Yeri para o andar de baixo. Assim que chegou em sua sala pegou seu celular e arregalou os olhos com a quantidade de ligações de Joshua. 

    Era tanta coisa na cabeça que esqueceu da maldita reunião com o advogado. 

    Ligou para ele depressa e foi recebida por uma voz estressada:

    - Cadê você? A gente marcou cedo, Donna!  

    - Desculpa! É que aconteceram algumas coisas. Podemos remarcar? - Ela esfregava a testa, nervosa.

    - Aconteceu alguma coisa? - Agora ele estava preocupado. 

    - Quando nos encontrarmos eu te conto, pode ser? Mas aconteceram algumas coisas sim. - Ela se sentou em sua cadeira. Sentou não, se jogou. 

    - Tudo bem. Pode vir depois de amanhã? Estou com o dia mais livre. 

    - Tudo bem. Vou falar com o Taeil ainda. Nem conversei com ele. - Fechou os olhos, cansada. 

    - Está escondendo dele, né safada? Gostou do sexo gostoso dele, é? - O deboche de Joshua fez Donna rir. 

    - Se eu te contar que só rolou um mero beijo, você não vai acreditar. - Disse com humor.

    - Por incrível que pareça, eu acredito sim. - Riram.

    - Amigo, vou desligar. Tenho algumas coisas para resolver agora. 

    Ele consentiu e se despediram. Após desligar, Donna pediu para chamar Jackson até a sala dela. Precisava resolver alguns assuntos pendentes. 

    - Fecha a porta. - Pediu para o mais alto assim que ele entrou e ele obedeceu. Jackson a olhava nervoso e curioso. Não sabia bem as intenções de Donna com ele ali. 

    Ela levantou de sua cadeira da forma mais sensual e predadora que alguém poderia ver. Suas curvas avantajadas soaram como um convite para Jackson e o modo como ela desfilava até ele só confirmava isso. Seu vestido tubinho subiu um pouco e assim que ela se aproximou, Jackson julgou estar excitado. 

    - Me diz,  Jack… - O olhou de cima a baixo. - Gostou de levar meu marido até uma boate de strip? - Passou a caminhar para mais próximo dele, o fazendo recuar. Como podia ser tão assustadora e sensual assim?

    O rapaz sentiu suas costas encostar na parede da sala. Engoliu a seco e quando Donna sorriu, deu um suspiro. Ela estava flertando com ele? 

    - Eu só… a gente… - Não teve tempo de dizer nada, pois Donna enfiou a mão em seu pescoço, cravando as unhas ali.

    Jackson ficou vermelho na hora, sua respiração já ficou prejudicada, pois mesmo que ela fosse menor que ele, possuía uma visível força. Arregalou os olhos enquanto fitava assustado a negra, que o olhava de uma forma gentil. 

    - D-Donna… - Dizia, sentindo-a apertar ainda mais seu pescoço. 

    - Se eu souber que você e Johnny estão de planos para prejudicar a mim e ao meu relacionamento, eu farei questão de cravar as unhas em outro lugar bem mais doloroso. - Estreitou os olhos para o rapaz e largou o seu pescoço, observando o mesmo tossir descontroladamente. - Sai da minha sala agora! - Apontou para a porta e ele saiu dali rapidamente com tamanho medo. 

    Taeil viu Jackson sair da sala de Donna totalmente transtornado e ofegante. Se levantou depressa, mas quando ia seguir para a sala de sua esposa, viu ao longe o Sr. Kim com seu filho irem para  sala dela. Voltou para sua cadeira depressa e se encolheu ali mesmo para não ser visto. 

    - Então, será uma honra ter você e seu marido lá no sábado. - Sr. Kim sorria animado para Donna. 

    Havia convidado a mulher para uma festa na piscina que iria dar em sua mansão. Lógico o que não seria nada casual, então iria precisar comprar novamente algo no shopping.

    - Obrigada pelo convite, senhor Kim. Pode ter certeza que estaremos lá. 

    - Com certeza. - Donna fingiu não ter ouvido Minseok e manteve o sorriso para o grisalho a sua frente. 

    - Então está resolvido. Estará linda, como sempre. Nos vemos no sábado. - O mais velho levantou-se do grande sofá da sala de Donna, seguido dela e do primogênito dele. 

    Se despediram dela e seguiram para fora o elevador. Donna deu um longo suspiro assim que saíram de lá e se jogou em sua cadeira, se sentindo exausta. 

    - O que aconteceu com o Jackson? - Taeil apareceu na porta. Estava tenso e preocupado. Donna rolou seus olhos para ele e deu de ombros.

    - Dei um aviso a ele. Não se preocupe, ele não vai fazer nada. Covarde do jeito que é.

    - Donna… - Fechou a porta atrás de si após entrar na sala. - … isso pode comprometer seu trabalho! - Dizia baixo e cauteloso.

    - Sabe de uma coisa? Eu estou cansada. - Donna o olhou, irritada. - Podemos conversar sobre isso depois? 

    Ele assentiu. Estava se sentindo mal por causar tanto transtorno para ela. E não só por isso, mas também pelo fato de se sentir tão incapaz ao ponto de não se defender sozinho. Saiu da sala e a deixou lá, quase esbarrando em Johnny ao seguir para sua mesa. 

    - Ops, desculpe! - Johnny disse e sorriu para o menor. 

    Taeil não correspondeu. Apenas saiu dali com a cara fechada e foi se sentar. 

    Quando chegaram em casa, Taeil estranhou estar tudo limpo e organizado. Normalmente Solange deixa tudo uma bagunça, dando ainda mais trabalho a diarista. 

    - Sua mãe não está em casa? - Perguntou.

    - Ela deve estar atrás de algum crush. Normalmente ela aparece e some assim. - Donna tirava seu sobretudo e pendurava ao lado da porta. 

    A negra seguiu para um longo banho. Precisava colocar a cabeça no lugar e estabilizar como estava se sentindo. Nunca havia feito o que fez com Jackson a alguém. Sempre fora tão controlada, porém só foi Taeil entrar em sua vida que tudo mudou drasticamente. Mas ela não estava aborrecida com aquilo, muito pelo contrário. 

    Ele mudou sua rotina e visão de tudo e agora ela faria tudo para o proteger, proteger os dois. Deu um suspiro em baixo do chuveiro ao lembrar da reunião com o advogado. 

    Quando saiu do banho, encontrou Taeil com os cabelos molhados e já vestindo algo mais confortável.

    - Tomei banho no banheiro de hóspedes. - Ela apenas assentiu e se dirigiu a sua cama, onde deitou-se e fechou os olhos. - Está tudo bem? Não irá jantar? 

    - Sem fome. - Disse simplista.

    - Você precisa comer, Donna. - Sentou-se na beira da cama e passou as mãos nas costas da menor.

    Ela o olhou e deu um suspiro. Taeil automaticamente entendeu que ela precisava dele e se deitou ao seu lado. Donna deitou a cabeça no peito do rapaz e fechou os olhos, aconchegando-se a ele e dando um breve sorriso ao cafuné que ele começou a fazer em sua nuca. 

    - Eu não vou deixar você sozinha, ta ok? - Sussurrou.

    - Não quero que faça isso de jeito nenhum. - Respondeu no mesmo tom.