História Fogo e Gelo - Capitulo 11 - Final.

[...] “Maldito jogo, maldito lugar aonde a gente foi se enfiar” pensou.
Agora teria que ter tempo para resolver a coisa toda. Não queria mais fazer isso, só queria ficar com o seu Gazel.
- Ne, Burn... Eu te amo. Não fica com essa cara não... – falei querendo um sorriso aparecer no rosto do meu ruivo.
- Entendo... Sabe de uma coisa? Eu sei de um jeito que a gente pode acabar mais rápido.
O sorriso de Burn me contagiou me fez ficar mais curioso ainda.
É... Acho que ta chegando ao final, toda essa confusão.



~~




Fuusuke POV’s



Era apenas um desejo de Kira-sama. Não tínhamos idéia do reboliço que isso iria causar. Tudo era por causa de um motivo que já tinha morrido.


Um motivo, que realmente doía para Kira-sama.
A morte de seu filho.



Algumas semanas depois...
21h16min


- HAHAHAHAHAHAHA - Nagumo ria com as mãos na barriga de tanta dor.
Risada irônica não?

Ele está rindo da cara do Hiroto que perdeu a porra da partida contra a Raimon. E eu to rindo dessa risada ridícula do Nagumo.

Pode parecer fingido demais. Mas era um tipo de alivio termos nos “libertado”
Continuando...

Ele perderam e ainda foram presos. Quer dizer, todos nós fomos, mas saímos rápidos de lá. Depois daquela partida, daquele drama todo com o pai e de todo o tempo que passou tudo se amenizou. E voltamos a ser “humanos” de novo.

Pudera.

Sentíamos muita saudade da tranqüilidade daqui.

- Por que você ri tanto assim? – Hiroto perguntava revoltado. – Você e o teu namorado perderam para mim, esqueceram?

Ou pelo menos um pouco da tranqüilidade.

A ultima fala deixou Nagumo sem graça.

- Perdemos, mas porque não queríamos mais continuar com aquela merda. – disse sarcástico descansando sua cabeça em suas mãos cruzadas.

- Sei. Vocês são uns ingratos isso sim. – balançou a cabeça. E para de rir que estamos na casa da minha irmã.

- Ta, eu parei. – o suspiro de Nagumo me faz rir baixo, ele riu mais do que devia. – Cadê o Midorikawa?

Sei que vocês perceberam, mas como voltamos à humildade, nos chamamos pelos nossos nomes verdadeiros. Isso me faz sentir estranho, me acostumei com meu codinome.

- Esta no banheiro. - respondi.

- Alias, por que vocês vieram até aqui? – a pergunta não foi nada que surpreso de Hiroto. Estamos de introsas lá mesmo.
- Vamos sumir por um tempo. –

É, Nagumo vai direto ao assunto.

- Vão aonde? – Uma voz feminina se espalhou pela sala.



Uma bela moça com cabelos esverdeados desceu as escadas com uma bolsa na mão. Um perfume gostoso tomou conta do ambiente.

-Nee-san... – Hiroto sorriu ao ver a irmã.

- Vamos dizer que... Vamos jogar futebol em outro lugar.

Hitomiko e Hiroto não perguntaram “aonde”, porque sabiam que não iríamos falar. Na verdade, nem nós sabemos que rumo iremos tomar... Só não queremos atrapalhar a vida dos outros.

- Entendo. – Hiroto colocou seus dedos posicionados no queixo.

Midorikawa sorriu colocando as duas mãos na cintura e se posicionando de pé para falar.
- Certo! Não irá fazer falta alguma!
Estonteou forte pela sala.

Primeiramente ficamos olhando um para cara do outro. E a segunda reação foi rir.

- Você magoou a gente sabia? – o tom triste e ao mesmo tempo falsificado de Nagumo foi o que acalmou os risos.

- Fazer o que... Vocês dois viviam brigando, agora ficam nessa melação toda, eu já estava enjoado...

- Cala a boca ai, você fala isso porque teve o Hiroto esse tempo todo para comer sua bundinha. – Nagumo e suas diretas.

- Não me mete no meio. – Hiroto cruzava os braços, tentando ao máximo se segurar para não rir.

Sempre tentei imaginar um final dessa situação, quando eu estava lá na Academia. Talvez cada um indo para um lado, ou sendo adotado por alguma família. Sempre temi esse destino, porque não queria me separar do Nagumo... Não, não queria.

E da forma que tudo terminou só me fez ficar satisfeito.

Não.

Não posso dizer que tudo terminou, porque o fim da Academia só é o começo de todos nós jogarmos futebol de outro jeito.

- Oh, FUUSUKE! – O grito de Hiroto me fez pular da cadeira voltando à realidade.

Eu tenho que parar de filosofar demais. Isso não é nada típico de mim. - Você mudou Suzuno-kun, sabia? – Hitomiko tomou a vez de falar.

...
Levou algums segundos para mim raciocinar o que ela tinha falado.
- Mudei? – minha boca se abriu com minha surpresa.

- Acho que todos nós mudamos, até o Nagumo que era o mais esquentadinho de todos ficou calmo... Acho que graças a você Suzuno-kun. – O olhar revoltado de Nagumo se voltou para Hitomiko que ria disfarçadamente.

- Acho melhor mudarmos de assunto... E irmos dormir. – sua voz saiu um tanto envergonhada, ou melhor, qualquer coisa que relacionasse eu e o Nagumo o envergonhava.
Queria dar uma basta.

Levantei-me olhando para meu ruivo.

- Acho que já ta na hora. – mencionei sorrindo meio triste automaticamente Nagumo entendeu o que era.

Saímos da sala para fora de casa.

O caminho era curto, os passos aleatórios faziam um barulho oco no chão. Já estava tarde e o frio já tinha congelado minhas mãos, não agüentaria por muito tempo, pois eu só estava com um simples casaco.

Hitomiko perguntou se ela poderia levar nós até certo lugar... Mas, nós preferimos ir mesmo de a pé.

Mesmo com esse frio.

Fitei meus colegas tentando afastar pensamentos tristes. Essa despedida tinha que acontecer de alguma forma.
Hiroto contornava seus braços na cintura de Midorikawa que aparecera um pouco antes de virmos para fora.

- Ate mais. – deixei minha voz um pouco emocionada com o momento.
Que situação mais embaraçosa.

Suspirei e observei a fumaça que saia da minha boca por causa do frio.

Acho que devo me mostrar mais forte que isso, afinal...

- Olha... Tadinho de você... Mas, não se preocupe. Nós vamos ficar bem! – Nagumo abriu um sorriso agarrando meu braço, me fazendo sorrir instantaneamente.
Mergulhei minhas mãos nos bolsos do casaco engolindo um seco.
- Se cuidem... – a voz suave de Hiotmiko se perdeu no ar quando começamos a andar pela neve.

Ao meu lado Nagumo que estava segurando uma mala com alguns pertencentes nossos, pegou minha mão pra continuarmos.
Olhei pra trás e vi acenarem pra gente, me virei de volta olhando pro nosso destino.
Aquilo não era um adeus, mas apenas uma até mais.

Andei pensando o que viria, e se Nagumo continuaria a me amar.

Que besteira, acho que ele já se apegou demais em mim...

Ou melhor, já não conseguíamos viver um sem o outro... a partir do momento que nos conhecemos.

A partir da nossa primeira troca de olhares.






-FIM-