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História Fogo Inalcançável - Sentimento de impossibilidade, o inevitável acontece.


Escrita por: JacyDulce

Notas do Autor


Um capítulo com um pouco de ação, suspense e claro, drama.
Espero que gostem ^^ Boa Leitura.

Capítulo 7 - Sentimento de impossibilidade, o inevitável acontece.


Era fim de tarde em Magnólia e a vista de seu quarto era esplêndida, dali podia admirar o pôr do sol, Lucy estava sentada em sua cama, de frente para a janela aberta, uma brisa gostosa invadia o ambiente, balançando levemente seus fios dourados, a loira estava devaneando há alguns minutos, minutos suficiente para ver como sua vida havia mudado antes mesmo de seu bebê nascer.

Aproveitava esse raro momento de privacidade para se afundar em seus pensamentos, Gray havia ido à guilda rapidamente, apenas para chamar Erza a pedido seu, e Happy estava em uma missão com Wendy e Charle. Mas tinha que admitir que o silêncio lhe trazia um pouco de angustia, pois era impossível não pensar em Natsu, já fazia quatro meses que ele havia saído para o treinamento, seu coração doía por não saber como ele estava, sentia sua falta, falta de seu amigo e companheiro, falta do corpo quente e forte dele sobre o seu, de seus braços musculosos a segurando, queria senti-lo... – “Por Kami!”— Chacoalhou a cabeça, os hormônios da gravidez estavam afetando sua sanidade.

Suspirou pesado, olhou para sua barriga, agora ela não estava tão sexy assim, estava no quinto mês de gestação, se sentia mais inchada, seus seios estavam doloridos e sua barriga saliente já revelava que seu bebê crescia com vigor. A todo o momento se perguntava se Natsu ainda a acharia bonita, se ao menos pensava nela e em seu filho. Muitas dúvidas e inseguranças lhe afligia, sabia que Makarov mantinha contato com ele, mas o mestre não lhe dizia nada e ela era orgulhosa demais para perguntar, e também conseguia manter-se firme pois sabia que se algo grave acontecesse com Natsu o mestre lhe contaria imediatamente.

Deixou o espetáculo do pôr do sol para olhar para uma caixinha de decoupagem com imagens de bonecos de neve e flocos que estava sobre a pequena mesa no centro de seu quarto, ali dentro continha algumas fotos, estava seguindo a fio o conselho de Sting, toda semana tirava uma foto com a ajuda de Gray ou de alguma das meninas da guilda. Se Natsu um dia iria ver, ela não sabia, mas a fotos sempre estariam ali, eternizando os momentos mágicos de sua gravidez.

Ajeitou-se na cama ficando sentada corretamente, colocou os pés no chão, se ficasse muito tempo em uma posição só sua coluna reclamava, olhou para sua barriga e a tocou, as mudanças que seu corpo tomava era um tanto assustador, sentia seu coração palpitar forte de tanta ansiedade. Não cansava de acariciar sua pequena barriga e se pegava horas a fio imaginando qual seria a cor dos olhinhos, cabelinhos, se iria puxar o temperamento do pai, ou a imaginação fértil dela, simplesmente não se cansava de pensar no seu bebê.

Se levantou devagar ajeitando seu vestido, ficou de frente para sua penteadeira branca que possuía um grande espelho, e se admirou mais uma vez, alisou sua barriga, nunca se imaginou assim, o vestido lhe caia muito bem, ganhou de presente de Levy, ele era na cor branca, de alcinha trançada, lhe vinha até metade das coxas e possuía uma renda delicada nas bordas. Não se cansava de analisar seu reflexo, seu corpo estava diferente, mais cheinho, mais pesada, e nada disso a deixava incomodada, sempre se impressionava com este fato lindo da vida, era incrível admirar as mudanças do seu corpo para deixar seu bebê cada dia mais confortável, como era incrível ter uma pessoinha crescendo dentro de seu ventre, a prova palpável de seu amor pelo Natsu, a prova de que milagres existem, e que mesmo sem conhecê-lo, já o amava incondicionalmente.

Porém, houve muitas outras mudanças na vida da loira, além do fato de Gray e Happy estarem morando com ela, já não fazia mais missões desde o momento da descoberta da gravidez, tomava coquetéis de remédios exclusivos da Porlyusica e vitaminas mágicas, sempre estava na companhia de alguém ou na guilda, Gray fazia de tudo para não sair de seu lado, mas quando era necessário, Gajeel ficava em sua escolta, quando não os dois de uma vez.

A loira sorriu, sentiu seu coração se aquecer ao ver que sua família não estava poupando esforços para manter ela e seu bebê seguros, porém, uma angustia bateu em seu peito ao lembrar dos cuidados médicos, a cada dia sua saúde ficava mais frágil, conforme seu filho crescia mais magia ele drenava de seu corpo, mas não se importava, ele podia drenar o quanto fosse necessário para crescer forte e saudável, o que lhe abalava era não ter o poder necessário para seu bebê. Queria que Natsu estivesse ali, talvez de alguma forma ele pudesse ajudar.

Estava nítido que sua magia não seria suficiente para gerar o filho de um Dragon Slayer. E Porlyusica se afundava em livros, magias e poções para que de alguma forma pudesse ajudar na gestação, Levy não desgruda dos livros a procura de mais soluções, e todo esforço tem sido indispensável, pois a loira conseguira entrar no quinto mês de gestação sem muitas complicações. Mas sabia que Porlyusica e Makarov estavam preocupados com ela, sentia que eles a viam como um recipiente frágil tentando guardar algo forte e poderoso. Mas ela era a gestante, ela sabia que conseguiria, arrancaria magia de cada célula para dar ao seu filho.

De repente a porta de seu quarto é aberta delicadamente, revelando que Porlyusica vinha para mais uma sessão de medicamentos, Lucy suspirou, era doloroso esses momentos, não doía tomar os remédios, mais sim ver o quão delicada sua gravidez era, não conseguia se conformar. Sentou-se novamente na cama e olhando para a rosada a sua frente.

— Preparada para mais uma rodada? – Perguntou Porlyusica, com todas essas semanas de convivência com a Loira, ela estava mais gentil e atenciosa, se apegará muito naquela jovem.

— Hai! – Sorriu a loira, grata pelo carinho da veterana.

A senhora então depositou na mesinha em frente a Lucy uma caixa de madeira, com uma alça de corda em sua tampa, fazendo parecer com uma maleta de médico, então abriu o acessório e tirou dele alguns frascos e dosadores, e logo tratou de preparar as doses.

Quando Lucy viu um copo contendo um líquido viscoso na cor rosa e dois pequenos dosadores de madeira, um com líquido que mais parecia ser chá com umas pequenas folhinhas secas nadando em si e o outro semelhante ao patê de espinafre, retorceu o rosto demonstrando estar enjoada antes mesmo de ingerir os remédios.

— Vamos Lucy, não adianta fazer cara feia, sabe que não da para deixar melhor, fiz de tudo para deixá-los com a melhor aparência possível – Falou gentilmente tentando facilitar a situação.

— Arigatou Porlyusica-san. – Desviou seu olhar para sua barriga acariciando-a. – Vamos ser gratos a você por todas nossas vidas! – Sorriu e por fim apanhou o copo maior ingerindo de uma só vez todo o líquido, em seguida foi a vez dos outros dois dosadores, foi inevitável não fazer careta, tirando de Porlyusica um sorriso.

Vendo que Lucy havia tomado tudo, se aproximou colocando uma cadeira frente a loira e se sentando, iria examinar o nível da magia no corpo dela. Concentrou-se, tocou a barriga da maga, não pode conter a satisfação em perceber que a cada dia aquela barriguinha crescia mais, pôde sentir que a magia da loira estava mais estável, se aliviou, pois nos últimos dias ela estava ficando cada vez mais fraca. Perguntou se ela estava com algum sintoma, e obtendo um “Não” ela ficou mais tranquila. Por fim a velha rosada se levantou pegando seus utensílios e guardando na caixa.

— Descanse um pouco, com essas vitaminas você vai se sentir mais dispostas ao anoitecer, – Virou-se e concluiu. – Ficarei aqui enquanto Gray não volta e se descansar deixarei que vá à guilda hoje. – Há dois dias não liberava Lucy para ir à lugar algum, devido a recaída de magia que estava tendo. Porém, hoje ficou satisfeita ao ver que a loira estava se recuperando.

— Arigatou, Porlyusica-san! – Lucy abriu um largo sorriso.

Por fim a maga mais velha se retirou do quarto, indo para a cozinha, provavelmente iria limpar a bagunça que Gray e Happy faziam diariamente naquele pequeno cômodo. Lucy admirava a rosada, se sentia como uma filha recebendo toda a preocupação de uma mãe amorosa. Estava eternamente grata pelos cuidados de Porlyusica, então deitou-se na cama, não demorando em cair num sono gostoso.

...

Na guilda estava um Gray impaciente, que bufava inquieto, de braços cruzado e sentado sobre uma das mesas, ignorava os amigos que tentavam incluir ele nas brincadeiras e conversas banais. Ele não queria papo, estava aguardando Erza que havia ido a Fairy Hills buscar algumas coisas pessoais, pois iria passar a noite no apartamento de Lucy.

Todos sabiam que ele estava nervoso e preocupado por deixar Lucy sozinha. Alias, era até estranho ver Gray ali sozinho; pois ultimamente sempre o viam na companhia de Lucy. Assim como antes era estranho ver Lucy sem Natsu ao lado, agora estranhavam ver Gray sem Lucy.

— Fique calmo Gray, estou vindo das minhas compras e vi Porlyusica-Sama entrar no prédio de Lucy, então ela não está sozinha. – Evergreen se aproximou de Gray, com algumas sacolas de boutiques nas mãos. O moreno pareceu se aliviar ao saber que Lucy não estava mais sozinha. – Você está cuidando muito bem dela Gray, Natsu terá uma dívida eterna contigo. – Observou a maga de madeixas verdes, sorrindo diante de todo amor que Lucy recebia. Gray ficou um pouco sem jeito, não esperava por esse comentário, ainda mais vindo da integrante feminina da Tribo do Deus do Trovão. A maga lhe mandou uma piscada charmosa e se afastou, iria exibir suas novas roupas para Cana e Bisca.

De longe Mira sorria com a aflição de Gray, não por gostar de vê-lo aflito, jamais, mas sim porque Gray nunca mostrou grande interesse em nada, sempre agia friamente e tratando vários assuntos com indiferença, mas desde que fora designado para cuidar de Lucy ele estava mudado.

— Qual a graça? – A voz grossa fez com que a albina levasse um leve susto, se virou para a pessoa, já sabendo de quem se tratava.

— Nem notei sua chegada Laxus! – Sempre meiga Mira sorriu para o amigo que estava sentado em uma das banquetas.

— Não irá compartilhar comigo o motivo de seu sorriso? – Laxus sempre agia de forma diferente com Mira, tentava a todo custo ser manso e calmo, justamente por ela ser sempre, ou quase sempre, tão calma e gentil. Respeitava profundamente sua colega de longa data.

— Are, are! – Sorriu mais uma vez, se aproximando do amigo. – É Gray, acho muito admirável a forma preocupada e dedicada que ele está tratando Lucy. Essas atitudes dele de alguma forma me deixa muito aliviada, acredito que por estar substituindo um pouco o vazio que Natsu deixou na vida de Lucy.

Laxus ouvia a amiga, e seu olhar ficou um pouco mais sério por o assunto terminar sobre a ausência de Natsu, assim como Erza, Laxus suspeitava que algo não estava certo diante do repentino treinamento de Natsu e Gildarts, mas diferente da ruiva ele não buscou respostas, sabia que seu avô estava a frente de tudo e não iria de forma alguma se meter. E mesmo que talvez não demonstrasse ele estava profundamente triste por Natsu; para ele, como homem não era fácil imaginar abandonar uma parceira grávida; não conseguia compreender a decisão do amigo em não voltar... E Lucy... ao pensar na maga ele sorriu.

— Gray é um amigo fiel, por mais que pareça alheio aos problemas de Natsu ele talvez seja o mais preocupado. Gray conhece Natsu e sabe que o melhor que pode fazer por ele é cuidar de Lucy e protegê-la. E o fato de Lucy ser uma amiga muito especial para ele só fortalece suas atitudes.

— Você também engana Laxus, parece tão desligado diante de tudo isso, mas se mostrou muito observador. – Estava surpresa pelo comentário do amigo, ele estava certo no que dissera.

Laxus sorriu galanteador, apoiou os grandes braços musculosos no balcão, sua camisa preta de gola alta e sem mangas só o deixava mais atraente, deixando Mira um pouco sem jeito, era quase impossível não admirar aquele físico sem ficar deslumbrada.

— Eu sou muito observador Mira-chan! – Disse com um sorriso convencido nos lábios, deixando Mira encabulada.

E em boa hora, para Mira, Freed apareceu de repente ao lado de Laxus, com um semblante de desgosto por vê-lo conversar com Mirajane.

— Freed! Tem a mesma mania de Laxus em chegar sorrateiro é? – Brincou Mira, pois também não havia notado a aproximação do mago. Freed, porém, fitou Mira com os olhos estreitos e fazendo pouco caso dela voltou seu olhar para seu líder.

— Laxuus! Estamos prontos para irmos, Evergreen chegou... não fique aqui perdendo tempo. – O loiro olhou indiferente para o companheiro, já estava acostumado com o comportamento pegajoso e um tanto estranho do amigo. Mira achou graça ao ver que Freed estava com ciúmes de Laxus.

Laxus então, pegou um papel que estava nas mãos de Freed e entregou para Mira, que viu que se tratava de um folheto solicitando serviços de Fairy Tail.

— Já que Erza e Gajeel estão por aqui, iremos nesta missão, voltaremos em dois dias! – Informou Laxus, já se levantando, e tendo um mago de cabelos verdes ao seu encalço. – Cuide de todos na minha ausência!

— Hai. – Gentilmente Mira respondeu, vendo o grande mago olhar para trás e lhe mandar um sorriso que a deixou sem ar.

Mira tentou se recompor, e tratou de voltar para seus afazeres. Ficou aliviada ao ver Erza chegar e logo sair com Gray, então viu Juvia um pouco afastada observando Gray ir embora, e logo fazendo um semblante desanimado.

— “Are are, espero que Juvia esteja lidando bem com tudo isso, e compreenda a posição em que Gray se encontra.” – Ficou aflita pela a azulada.

Alguns minutos depois Mira já estava totalmente distraída organizando algumas garrafas nas prateleiras do bar, mas percebeu a aproximação da irmã caçula. Que assim como todos se sentou, e apoiou os braços sobre o balcão.

— Quer ajuda onee-chan?

— Arigatou Lisanna, não se preocupe! – Respondeu Mira, deixando o que fazia e indo mais perto da irmã.

Desde a notícia da gravidez de Lucy, Lisanna estava um pouco distante e quieta, Mira sabia que não estava sendo fácil para a irmã ver Lucy carregar em seu ventre o filho de Natsu, o Natsu que ela sempre sonhou em um dia se casar e ter uma linda família, mesmo quando dizia isso aos quatro ventos na infância e todos levavam na brincadeira, Mira sabia que Lisanna falava sério e gritaria aos quatro vento novamente se pudesse. E como se fosse pouco ela também sofria pela ausência do mago do fogo.

— Como Lucy está? faz alguns dias que não a vejo por aqui. – Parecia realmente estar preocupada com Lucy.

— Ela não estava com muita disposição, então Porlyusica-Sama fez com que ela ficasse de repouso. – Mira sempre sentia um desconforto quando tocava no assunto sobre a gravidez delicada da amiga, pois era inevitável não surgir pensamentos negativos sobre a possível hipótese de Lucy não ter mais condições de gerar seu bebê.

— Você fica muito preocupada quando pensa nos riscos que Lucy corre com essa gravidez. – Lisanna apoiou o queixo em um das mãos, parecendo entediada.

— Realmente... Não consigo evitar. – Seu rosto transmitia aflição. Olhou para a irmã mais nova que parecia um pouco desinteressada com suas preocupações. Isso a deixou triste, não queria que sua irmã sempre tão meiga e bondosa começasse a nutrir sentimentos de inveja e ciúmes. Respirou fundo, na tentativa de se recompor e raciocinar direito, olhava para Lisanna, tentando adivinhar o que passava naquela cabecinha.

— Mira... por que Natsu não voltou? Por que ele não quis ficar com Lucy nesse momento tão delicado para eles? – Queria muito saber, se conteve por semanas e não perguntou nada para Mira, foi difícil, pois queria saber cada detalhe sobre a viagem que ela fez com Erza na missão de contar para Natsu sobre sua paternidade. Esperou que sua irmã mais velha tocasse no assunto, e vendo que ela não iria falar nada decidiu arriscar.

— Ele tem seus motivos... – Ai estava, era isso que Lisanna queria, saber do porquê que Natsu não estava ali, ao lado de Lucy. – Não nos envolvemos nos detalhes Lisanna, esse assunto é desrespeito de Lucy e Natsu apenas.

Lisanna torceu os lábios, mostrando desagrado pela resposta da irmã. – Que seja, mas está surgindo muitos boatos pela guilda e pela cidade, murmurinho de que esse filho não é de Natsu. – Disse venenosa, atitude que desagradou Mirajane.

— O que importa são os fatos, a verdade é o que importa Lisanna. Os murmurinhos surgem daqueles que não sabem dos detalhes e são espalhados pelos invejosos... A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas. – Falava séria com a irmã, não era fácil repreendê-la, mas era seu dever como irmã mais velha, tinha que tentar tirar sua irmã daquele poço de sentimentos negativos e corrosivos em que ela se afundava.

— Porque a defende tanto? Acha que estou com inveja? Sou sua irmã, você deveria me apoiar, não sou má Mira, não sou a vilã, apenas tive a infelicidade de amar o mesmo homem que sua adorável amiga também ama. – Ficou profundamente decepcionada com a irmã mais velha.

— Não estou defendendo ninguém Lisanna, ninguém precisa ser defendido nesta conversa. Apenas estou tentando fazê-la enxergar o que já é palpável... Você está deixando o ciúmes e a inveja domar seus princípios. Você não é mais criança Lisanna, estarei aqui para secar suas lágrimas ou para festejar contigo suas conquistar, mas suas atitudes você deve tomar sozinha, apenas ficarei na arquibancada.

Lisanna se levantou, não estava fazendo nada para prejudicar Lucy, tão pouco desejava prejudica-la, mas apenas lutaria pelo que queria, de forma justa iria correr atrás de seus sonhos, e não seria uma gravidez inesperada que a impediria.

— Desejo o melhor para Lucy, quero que seu filho nasça perfeito e com saúde. Mas não consigo disfarçar que está tudo bem, porque não está. Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito, é muito difícil para mim, tente entender... onegai! – Sua voz saiu embargada e seus olhos ficaram lacrimosos. Então saiu, Mira olhou a irmã se afastando, ficou profundamente triste pela caçula, mas queria fazê-la enxergar que Natsu e Lucy se pertenciam, queria que ela descobrisse isso logo, antes que se magoasse ainda mais.

...

Lucy despertou de seu sono da tarde, preguiçosamente olhou pela janela, avistando um céu estrelado, desviou seu olhar para um relógio de números romanos pendurado discretamente na parede, constatando que já era 20:30 da noite. Resmungou, havia dormido demais, levantou-se ficando sentada na cama, percebendo que estava com uma manta lhe cobrindo, sorriu meiga, Porlyusica havia lhe coberto, preguiçosamente se levantou.

Escutou algumas vozes em tom baixos vindo da cozinha, caminhou devagar até a porta do cômodo e viu Gray, Erza e Porlyusica conversando enquanto tomavam chá. Erza logo viu a amiga.

— Finalmente acordou. Como se sente? – Sua voz mansa sempre deixava uma sensação de aconchego para quem quer que escutasse.

— Estou ótima... gomen, pedi para vir aqui e acabei dormindo a tarde inteira. – Ficou sem jeito por nem ter visto quando Gray e Erza chegaram. Erza de forma alguma havia se incomodado com isso, ao contrário, ver sua amiga descansar e se cuidar era o que mais queria.

— Não se preocupe Lucy, você tem mesmo que descansar. Aliás teremos a noite inteira para conversarmos! – Disse empolgada, e deixando Lucy empolgada também, a loira sorriu para a amiga e assentiu em concordância, então olhou para Porlyusica, com seu sorriso ainda desenhado na face alva. – Fiz o que combinamos, agora posso ir para a guilda?

— Está tarde, então não demore. – Respondeu a mais velha.

Lucy sorriu alegre, feito uma criança ao receber permissão da mãe para brincar na rua.

— Só vou pegar algum agasalho, ai poderemos ir, ok. – Disse olhando para seus amigos. Voltando para o quarto vestiu uma jaqueta azul celeste sobre o vestido, os seios estavam tão fartos que nenhuma jaqueta mais se fechava, suspirou, cada semana ficaria mais inchada, teria que comprar mais roupas, calçou uma sapatilha azul claro, se olhou no espelho e ficou satisfeita com a aparência. Foi novamente para a cozinha.

— Podemos ir, já estou pronta. – Disse empolgada.

— Estou indo então, não ande rápido e muito menos faça força, entendeu? – Falou Porlyusica, pegando as xícaras e depositando na pia.

— Sim senhora! – Respondeu prontamente, estava admirada com tanta preocupação, foi em direção a rosada a abraçando – Arigatou!

Porlyusica, já estava acostumada com o carinho da Loira, afinal ela estava grata pelos cuidados que recebia e estava sempre emocionalmente sensível devido a gravidez, mas tinha que confessar que estava gostando de receber todos aqueles abraços carinhosos.

— Hai, hai, agora vão logo antes que fique muito tarde. E Gray, Erza... Fiquem atentos, Lucy está perdendo magia muito repentinamente. – Alertou à dupla, que assentiram para ela, dando sinal que iram cuidar muito bem da loira.

Lucy, Gray e Erza andavam em direção a guilda, Lucy no meio e ambos magos de cada lado, atentos a qualquer movimentação suspeita e também a qualquer recaída da loira. A mesma por sua vez, andava calmamente, acariciando sua barriga e sorrindo, provavelmente pensando em seu bebê.

Do apartamento de Lucy até Fairy Tail não era muito longe, nem tinha caminhos desertos, apenas tinham que caminhar em algumas ruas mal iluminada e com muito becos, formados pelas frestas de algumas casas e estabelecimentos. Erza sentiu que algo estava errado, a cada passo a sensação de perseguição aumentava e que estavam em perigo, estreitou os olhos, faltava poucos metros para chegarem na guilda, mas sabia que estavam em perigo. Ficou em alerta, e tão logo teve certeza da presença de inimigos.

— Gray!! – Avisou o amigo, que também já estava em alerta. Ele pegou o braço de Lucy e a puxou para trás de si, ficou pronto para atacar. Lucy estava distraída em seus devaneios, mas assim que escutou Erza chamando por Gray ela logo notou que algo estava errado, e por instinto se encolheu atrás de Gray, com suas duas mãos em sua barriga.

Erza viu um vulto se aproximar rápido em um ataque frontal, em um segundo ela se reequipou, não pouparia magia para defender Lucy, com sua Armadura de voo ela repeliu rapidamente o golpe com sua espada. Gray também foi alvejado, por mais dois elementos, criando um muro de gelo e impedindo o primeiro ataque, facilmente quebraram sua muralha, mas Gray não tardou em criar outra barreira congelante ao mesmo tempo que tentava identificar quem os atacava, mas estava recebendo uma sequência de ataques, e tinha que proteger Lucy.

Erza via que Gray estava com problemas, e tentava ajudá-lo, mais seu inimigo não permitia, sempre que ela tentava dar um golpe em um dos que atacava Gray seu oponente entrava em sua frente, ele que também era um espadachim, enfrentava Erza com maestria, mesmo ela usando sua armadura que a deixava com uma velocidade de ataque impressionante.

Gray tentava a todo custo manter Lucy atrás de si, ela não poderia correr, muito menos evocar um de seus espíritos, mas tinha medo que ela levasse algum golpe, estando tão perto dele.

— Ice-Meke... LANCE!!. – Gritou, estendendo os braços e com um punho sobre a outra palma disparou lanças contra os dois inimigos, na tentativa de afastá-los, e conseguiu, os dois deram saltos para trás, mas desviaram facilmente das lanças de gelo. Ao desviarem eles ficaram sob a luz dos postes da rua, e Gray pôde vê-los com mais clareza. Não os conhecia, eram grandes e usavam casados escuros, os rostos eram escondidos por bandanas que cobria o nariz e a boca, pareciam capangas, mas capangas incrivelmente fortes e habilidosos.

Um deles usava magia de habilidade, ele atacava com ardis, sempre enganando Gray, o outro usava a força bruta e uma enorme marreta, provavelmente usava sua magia naquela arma, pois atacava com uma força sobre humana.

Após se esquivarem das lanças, os dois atacaram juntos, Gray se deparou com uma rachada semelhante a um tornado vindo em sua direção e na de Lucy, tão rápido criou sua proteção, mas o ataque quebrou o gelo, deixando-os expostos novamente, vendo então uma enorme marreta vindo com força para eles, mesmo se conseguisse se defender ele e Lucy seriam lançados para longe, Lucy de forma alguma poderia tomar qualquer pancada. Erza desviou seus olhos do espadachim e viu que Gray estava encurralado, estremeceu, ela e Gray não estavam dando conta sozinhos, era difícil se concentrar na luta e proteger algo tão delicado que era Lucy... Então uma luz forte surgiu frente a Gray, a marreta acertou algo que vinha daquela luz sendo recocheteada para longe.

Era Léo, que surgiu na hora certa, trazendo um alívio para Erza, que voltou a atacar seu oponente.

— Chegou na melhor hora. – Gray estava profundamente grato por Lucy ter espíritos tão poderosos e eficientes.

— Léo... – Lucy ficou feliz ao vê-lo.

— Sabia que estavam com problemas! – Disse sempre com seu sorriso galante no rosto.

— Precisamos tirar Lucy daqui, leve-a para a Guilda. – A maior preocupação de Gray era Lucy, se ela saísse do local ele poderia atacar os inimigos com toda força.

— Hai. – Léo concordou com o amigo, e aproveitando que os dois inimigos estavam um pouco afastados sem muito entender como ele havia aparecido ali, pegou Lucy no colo e saiu rápido, quando os dois capangas tentaram impedi-lo Gray intervenho, agora estava mais a vontade e poderia usar toda sua força.

Faltava poucos metros para chegar na guilda, e Léo corria com Lucy encolhida em seus braços, quando outro inimigo surgiu, este era uma mulher, alta, esguia de longos cabelos negros, realmente longos, pois quando a brisa lhes tocou Léo pode ver que os fios quase chegavam aos joelhos da misteriosa moça, com o rosto pálido e seu olhar penetrante, quase deixou Léo desorientado no azul profundo de suas órbes, vestia um traje todo negro, blusa e calça compridas e justas, bota, a blusa tinha uma gola alta e larga, tinha que confessar que era uma bela mulher.

— Aqueles inúteis... até que prestaram para algo, seus amiguinhos estão bastantes ocupados! – Sua voz fina soou em tom de deboche, Léo percebeu que aquela moça era a mandante.

— O que você quer? – Léo torcia para que algum mago aparecesse, Lucy tinha que ficar em segurança, estava tremula e gelada, com os olhos fechados ela parecia tentar se esforçar para ficar acordada.

— Me dê ela! – Olhou para Lucy em seus braços. – Esse poder que sinto! – Fechou os olhos e parecia se deliciar com algum cheiro maravilhoso. – É... é simplesmente magnifico.... e agora será meu!! – Olhou para Léo, e levantou o braço com dois dedos esticados.

Léo sentiu uma força lhe jogar para trás, e viu Lucy ser puxada de seus braços. – “Telecinesia! “— Constatou, e viu que ela tinha um poder aguçado, pois sentia o poder que Lucy tinha em seu ventre.

Rapidamente ele se levantou e correu para atacar, a estranha permaneceu onde estava, calma e com um sorriso no rosto. Lucy estava jogada aos seus pés, levou um pequeno baque quando a morena lhe soltou.

Lucy estava tremendo, sentia uma dor aguda na barriga, estava preocupada com os amigos que lutavam e preocupada com seu bebê, ela não conseguia se mexer, todo aquela adrenalina, lhe fez ter outra recaída.

Léo não queria perder tempo, não poderia ter cavalheirismo e atacava sem se conter, usava seus golpes mais fortes, mais aquela maga se protegia com um escudo invisível; um dos trunfos de manipular a Telecinesia. Em um dado momento ela conseguiu lhe acertar forte com o mesmo golpe de antes, Léo caiu aturdido, ela era forte. Então se tocou. – “O poder sensorial aguçado, Telecinesia e toda essa força, ela com certeza vaga pelas cidades procurando magias poderosas”. – Então olhou para Lucy, ela queria a magia que o bebê de Lucy estava desenvolvendo. Ela com certeza sabia que era descendência de um Dragon Slayer.

Mas não ouve muito tempo, Léo parou longe devido ao golpe, viu aquela mulher se aproximar de Lucy e colocar um mão sobre a barriga da loira, ela pareceu se concentrar e Lucy gritou em agonia, grito que fez o coração de Léo parar por um momento e tão logo se levantou mesmo sentindo sua magia se esvair, pois sua dona estava perdendo toda magia de seu corpo. O elegante rapaz usou todo poder que lhe restava e lançou um raio de luz naquela mulher, que lhe acertou em cheio sendo lançada contra uma parede. O grito e a luz finalmente chamou atenção de alguns magos que estavam na guilda, Makarov imediatamente pensou na Lucy, fazendo ele e os magos saíram em disparada.

Correram alguns metros até ver Lucy jogada no chão, desfalecida, Léo estava se segurando para não cair, era difícil se manter naquele mundo com sua dona tão debilitada, olhou para Makarov.

— Cuidem da Lucy o negai... – Clamou aflito antes de desaparecer.

Cana e Juvia correram para Lucy, ficaram em choque com o estado da amiga, que estava muito pálida, Cana olhou bem e viu sangue escorrendo, manchando o vestido da amiga. Makarov via de longe Erza e Gray numa batalha árdua com três indivíduos estranhos, e viu uma mulher caída.

— Peguem-na e a mantenham presa, depois veremos o que fazer com ela. – Falou para Max e Alzack, que logo pegaram a moça que ainda estava desacordada devido ao forte golpe que levou de Léo.

Gray finalmente conseguiu derrubar os dois capangas, assim como Erza que com mais um golpe deixou o espadachim desacordado. Os dois olharam para onde estava Lucy e correram em sua direção, Gray se aproximou de todos totalmente sem ar, transparecia estar transtornado, Erza olhou para a amiga e ficou sem reação, os dois estavam profundamente decepcionados, não conseguiram proteger Lucy.

Gajeel se aproximou de Lucy, doía ver a amiga naquela situação, e ficou se perguntando porque que ele não sentiu o cheiro dos inimigos.

— Gajeel pegue Lucy e a leve para o ambulatório, Jet... – Não precisou terminar Jet sumiu em um piscar de olhos em busca de Porlyusica, enquanto Gajeel pegava a loira. Makarov sentia que seu maior medo acabara de acontecer.

O Dragon Slayer do ferro pegou Lucy, e Mira se aproximou, seu olhar ficou tremulo e pôs as mãos na boca em sinal de angustia e tentando conter o choro que subia pela garganta. Levy correu para ver o estado da amiga, o desespero tomou seu rosto. – Lucy está sangrando!

Erza desabou ali mesmo, Lucy estava perdendo seu filho.

"Quão feliz é o destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado." Alexandre Poper


Notas Finais


Os vilões que surgiram nesse capítulo foram concebidos pela minha imaginação fértil U.U

Teve um pouquinho de ação e um final tenso né!! Será que Lucy vai sair dessa?... Espero que tenham gostado :}


Nos vemos no próximo capítulo .')

Beijos*.*


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