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História Fome de Loba (fanfic Avalance) - O Acordo


Escrita por: Arwen_Nyah

Notas do Autor


Eu ia dizer que os capítulos ficariam menores pra eu conseguir atualizar as fics quase todos os dias pra vocês terem algo pra ler na quarentena. Da mesma forma, por favor, comentem e digam o que acharam, me digam as teorias de vocês, o que queriam ver aqui, interajam comigo porque eu também estou trancada em casa e em pânico como todo mundo.

Vou fazer o máximo pra postar quase todos os dias, mas peço que retribuam o favor também. Não só um amei, ou coisa assim, peço que falem comigo pq eu já estou enlouquecendo.

ATENÇÃO: TUDO NESSE CAPÍTULO É IMPORTANTE. TUDO. T-U-D-O. TUDOOOOOOOOOOO. LEIAM COM ATENÇÃO.

Capítulo 17 - O Acordo


3 semanas depois

Sara se aconchegou ao corpo quente e nu da namorada e soltou um suspiro satisfeito. Era sexta-feira de manhã e elas tinham planos emocionantes para o final de semana, consistentes em um jantar de comemoração misterioso na casa do Ray e da Nora e, uma visita à floresta no dia seguinte. Seria a primeira vez que Ava iria com ela desde o rompimento e Sara estava ansiosa por isso, a lua ainda não estaria em seu ápice mas serviria de alguma coisa.

Além disso, a visita seria emocionante porque seria a primeira vez de Riley na floresta, já que Ally decidiu que seria bom tirar o medo da criança. Sara já adorava a menina, a quem considerava uma sobrinha, mas o amor de Laurel por ela apenas estabeleceu um vínculo mais forte e ela mal podia esperar por tê-la nessa parte de sua vida.

Claro, com uma pequena ajuda de Ava para dissuadir a menina a não contar nada na escola.

Sua namorada se mexeu e Sara a segurou mais forte, ainda não se sentindo pronta para deixá-la se afastar. Ainda faltava pelo menos uma semana para a lua cheia, mas Sara já sentia a ligeira inquietação que a acometia todas as vezes; sua loba se agitava, se sentia mais forte e o elo entre elas se solidificava. O sentimento era bem vindo, familiar e quente, o toque de Ava em sua pele parecia queimar tanto quanto aliviar a sensação e Sara pressionou os lábios contra o pescoço esguio e macio.

Como alguém podia ser tão malditamente perfeito, Sara não tinha ideia. Ela teve seu quinhão de pretendentes e pessoas a elogiando, assim como ela viu acontecer com Laurel, mas Ava era apenas perfeita como se um brilho a envolvesse durante todo o tempo. De uma forma inexplicável, Sara a via verdadeiramente.

Ava se mexeu de novo, dessa vez se virando para Sara antes de pressionar um beijo em seu queixo e envolver os braços ao seu redor.

- Bom dia, amor.

- Bom dia – Sara resmungou de volta – Fique aqui.

- Só mais um pouco, ainda precisamos nos arrumar para o café.

Sara gemeu e escondeu o rosto no pescoço de Ava, o que arrancou uma risada da loira mais alta que, em seguida, acenou em direção a janela e as cortinas se fecharam para impedir a entrada do sol.

- Adoro quando faz essas coisas – Sara disse com a voz abafada – É bom truque, não vamos precisar contratar um mágico fajuto pro aniversário das crianças.

- Crianças é?

- É, crianças – Sara se afastou o suficiente para encarar Ava – Uma mistura de lobinhas com bruxas. Seria fofo, não é?

- Seria sim – Ava sorriu e a beijou – Mas não vou fazer truques de mágica.

- Ora, sua...

Sara empurrou Ava e passou a perna sobre seu quadril para sentar sobre ela, segurou seus pulsos sobre a cabeça e pressionou um beijo demorado em seus lábios. Elas se encaixavam bem juntas, cada toque e gesto era natural de um jeito inexplicável e primitivo; Sara se abaixou e pressionou seus seios juntos, Ava era tão macia e convidativa, e o toque causou arrepios em sua coluna.

- Você é linda – Sara gemeu quando Ava mordiscou seu pescoço – Gostosa...

- Estamos ficando ansiosas, não é?

- Por você? Sempre, amor.

Voltou a juntar os lábios aos de Ava, pedindo passagem com a língua e foi atendida imediatamente. Ava afastou as pernas e Sara pressionou uma coxa contra seu centro, descobrindo que a namorada estava completamente encharcada, o que fez o núcleo e Sara se contrair dolorosamente.

Ava segurou seus quadris e a posicionou de forma que sua coxa também ficasse pressionada contra o centro de Sara, sem nunca quebrar o beijo ou aumentar a distância entre elas. Ava apertou a bunda de Sara e aumentou a pressão de seus corpos, fazendo sua namorada rebolar contra ela e arrancando um gemido lânguido que só a deixou mais molhada. Sara acompanhou os movimentos da namorada e seu clitóris latejou mais forte quando Ava parou de beijá-la para chupar o ponto sensível em seu pescoço.

Não demorou para que as duas gozassem juntas, com os corpos pressionados e gemidos baixos. Não era sobre luxúria, mas sobre uma conexão profunda.

- Ok – Sara ofegou ao cair sobre o peito de Ava – Acho que você me deu uma marca bem visível.

- Isso é para você se lembrar que vou fazer bem pior a noite, quando tiver tempo.

Sara gemeu.

- Você só me deu um motivo pra não querer sair dessa cama.

- Nós precisamos – Ava beijou a testa de Sara – Teremos todo o final de semana pra ficar na cama, lembra?

- É, mas eu vou ter que brincar de lobinho com a Riley. Algo me diz que ela pode gostar de brincar de buscar.

Ava riu e puxou o rosto de Sara para um beijo profundo.

- O que foi isso?

- Você é ótima e eu te amo – a bruxa sorriu – É o bastante?

- Mais do que o bastante.

Trocaram outro beijo carinhoso e dessa vez Sara mordiscou os lábios de Ava, arrancando mais um gemido da namorada antes que o despertador tocasse indicando que precisavam se levantar. Com um último beijo, e uma promessa que não precisava ser verbalizada, Ava a fez se levantar e ir para o banheiro.

- Eu ainda posso te encontrar para almoçar – Sara ofereceu ao seguir a namorada para o banheiro sem, contudo, tirar os olhos da bunda redonda e macia que se exibia – Ou...

- Infelizmente, não meu amor. Tenho uma reunião importante e não sei se vou ter tempo pra comer.

- Sabe que não gosto disso – Sara fez uma careta – Vou fazer Gary levar seu almoço e garantir que você coma.

- Eu ainda não sei como você o fez ter tanto medo – Ava abriu a água do chuveiro e puxou Sara para perto – Ele praticamente treme de medo só de ouvir o seu nome.

- Tenho meus caminhos e não vou te contar justo agora – sorriu de forma inocente – Me deixe aproveitar minha namorada enquanto ainda posso.

- Até parece que vai ficar uma eternidade sem me ver.

- É uma eternidade sem você. Principalmente quando me deixa com tesão e só vai resolver isso a noite.

- Paciência é uma virtude – Ava sorriu.

- Que eu claramente não tenho.

Apesar das provocações, as duas tomaram banho e se vestiram sem atrasos, então Sara começou a preparar torradas e ovos para o café da manhã enquanto Ava programava a cafeteira e conferia sua pasta; Sara queria ajudar, ela sabia que a namorada estava estressada com a reunião que teria logo mais, mas também confiava profundamente em sua capacidade e, é claro, em seu cérebro incrível.

Sara serviu os pratos sobre o grande balcão de mármore já que a namorada estava ocupando quase toda a mesa.

- Amor, seu telefone está tocando de novo – avisou ao notar o celular vibrando sobre a bancada – É um número desconhecido.

Ava franziu a testa e deixou os papéis que organizava sobre a mesa da cozinha, ao que Sara lhe estendeu o telefone e observou, completamente confusa, sua namorada franzir o cenho e rejeitar a chamada.

- Não vai atender? E se for do escritório?

- Não é – Ava suspirou e se sentou junto ao balcão – Preciso contar uma coisa.

- Está me assustando – Sara brincou, mas havia sim um ponto de preocupação lá no fundo – Sabe que pode me dizer qualquer coisa.

- Quem está me ligando é a Leah, minha ex- namorada. Eu já mudei de número, mas ela ligou para o escritório dizendo que estava sob ordens do patrão dela e Gary passou o número novo; não posso mudar de número sempre porque é meu contato com os outros sócios e sempre que bloqueio um número ela consegue outro.

Sara sentiu a onda de sentimentos muito familiar, não apenas ciúmes mas proteção e raiva se misturavam em grandes proporções. Ela achava que tinha deixado claro para a tal ex-namorada que não devia se aproximar de Ava, não quando sua namorada parecia não querê-la por perto.

- Posso falar com meu pai – ofereceu tentando manter a voz calma, mas os nós dos dedos já estavam brancos devido a fora com que apertava o balcão – Se quiser dar parte dela para a polícia, é claro.

- Tecnicamente ela não está cometendo um crime. Leah não apareceu na minha porta, não manda mensagens ou ameaças, não me persegue nas redes sociais – Ava listou – Ela só me liga muito e eu não atendo, não é como se a polícia pudesse fazer algo.

- Por que ela apareceu logo agora?

Ava mordeu o lábio e desviou o olhar como se travasse uma batalha interna, e Sara não gostou nada do gesto porque queria dizer que ela ouviria coisas das quais definitivamente não ia gostar.

- Ela não apareceu agora, foi enquanto estávamos separadas. Leah me ligou e disse que estaria na cidade, ela queria tomar um drink e conversar como amigas... – Ava fez uma pausa quando Sara bufou – Sim eu sei, ok? Foi idiotice da minha parte acreditar nisso e sei que não é uma justificativa, mas eu só queria uma noite e uma amiga que não quisesse falar sobre o nosso término.

Sara cruzou os braços sobre o peito, estava claramente com ciúmes e sabia disso mesmo que não admitisse; elas podiam estar separadas e doía pensar que Ava tinha saído com sua ex naquele tempo, mas ao mesmo tempo sentia que não tinha o direito de se sentir daquele jeito depois das coisas que havia dito.

- Quando foi isso?

- Acho que no uma semana depois da Riley adotar a Nala na sua feira.

Duas semanas depois de ser pega em uma posição comprometedora com Constantine e menosprezar Ava que só queria ajudar. Sara teve medo da resposta, mas ainda precisava perguntar.

- Aconteceu alguma coisa?

- Nós saímos, bebemos algumas taças de vinho a mais do que seria aconselhável e ela me beijou.

Sara sentiu como se as bordas da visão escurecessem, tomando um tom perigoso de vermelho.

- E?

- Eu retribuí no começo, chamei seu nome e ela mesma me afastou – Ava respondeu com sinceridade – Percebi que não podia te esquecer por mais que tentasse, por mais que beijasse todas as mulheres daquele bar, porque eu te amava. Saí de lá sem olhar pra trás.

- Devia ter me contado isso.

- Eu sei.

Respirando fundo e tentando manter a calma para não trocar os pés pelas mãos como da última vez, Sara decidiu que precisava ser racional.

- Eu sei que estávamos separadas, que nós duas fizemos coisas ruins, mas ainda dói descobrir que você beijou outra mulher.

- Sara...

- Me deixa falar, só uma coisa. Não quero conversar sobre isso agora, sei que não é como se você estivesse me traindo e entendo isso, mas ainda dói. Quero dizer, estávamos na cama uma hora atrás, nos beijando e completamente felizes, mas agora eu não sei o que sentir.

- Eu entendo.

Sara se aproximou de Ava e limpou uma lágrima que escorreu por seu rosto, ela só queria abraçar a namorada e garantir que estava tudo bem. Talvez uma parte muito possessiva quisesse marcar Ava como dela e, só talvez, arrancar a cabeça da tal Leah, mas ela não verbalizaria isso.

- Preciso ir trabalhar e você também, podemos falar sobre isso depois.

- Ok.

- Eu não estou com raiva de você, é só confuso agora – Sara garantiu – Podemos passar por isso, certo?

- Certo – Ava forçou um sorriso – Me desculpe por isso.

- Tudo bem, amor. Só preciso de tempo, ok? Te vejo mais tarde.

Sara deu um beijo rápido no rosto da namorada, não na boca como de costume, e saiu do apartamento sem nem mesmo tocar no café da manhã. Parou apenas para pegar a bolsa que havia jogado sobre o sofá na noite anterior e recebeu um olhar agudo do gato de Ava, Salém lhe deu as costas e correu para a cozinha, provavelmente para se aninhar no colo da dona agora que Sara estava fora do caminho.

Saiu do prédio chique em que a namorada morava e entrou imediatamente no carro que deixara ali na noite passada, mas não teve tempo de dar a partida antes que seu telefone indicasse o recebimento de uma nova mensagem.

De Laurel: Darhk marcou uma reunião em um lugar neutro, um café. Hoje à tarde. Vou buscar Riley na escola e depois te encontro na clínica.

- Merda!

Sara bateu a cabeça no volante. Ela não tinha um minuto de paz.

[...]

- A senhora pode me ajudar? Por favor.

Laurel engoliu em seco ao encarar a face desesperada da mulher que se sentava a sua frente, mas o que deu um nó em seu coração foram às expressões das três crianças que ladeavam a mãe; enquanto Misha mantinha um olhar suplicante e esperançoso, os dois meninos e a menina pareciam desconfiados, quase arredios, ao olhar para ela. A menina tossiu com o peito cheio, tinha dificuldades de respirar.

- Não precisa me chamar de senhora – Laurel tentou dar um sorriso tranquilizante – Lisa me passou as cópias dos seus documentos, vou entrar com um pedido de inclusão nos programas do governo e você pode conseguir um apartamento no conjunto habitacional.

- Isso seria ótimo, todos a que recorri só dizem que é impossível por um monte de coisas diferentes.

- Mas eles precisam estar na escola – Laurel apontou – É dia de aula.

A menina tossiu novamente e um dos meninos fungou.

- A escola os mandou pra casa por causa do resfriado, tenho dado aspirina infantil pra eles. O lugar onde estamos ficando não é dos melhores, faz frio e já faz algum tempo.

Laurel desviou os olhos mais uma vez, ela sabia bem que o “lugar” era mais um prédio invadido e habitado por pessoas em situação de rua. Pegou o telefone e fez uma chamada antes de pensar duas vezes, ela estava ali para tentar fazer a diferença então que a culpassem por ter alguns contatos.

- Consultório da Dra. Sharpe, Mona falando.

- Mona, é Laurel. Por favor, eu preciso que você consiga um horário para três crianças e se possível ainda hoje – disse sem dar chance da pobre bruxinha responder.

- Oi, Laurel. Me dê um minuto e vou ver o que posso fazer.

Aguardou na linha e pode ouvir que Mona digitava algo do outro lado, não demorou a ter uma resposta.

- Alguém desmarcou e temos um horário às 17h, depois disso só na semana que vem. Desculpe, Laurel.

- Peça pra ela dar uma olhada nos três, por favor. Sei que Ally não vai se importar.

Laurel passou os dados das crianças através das fichas preenchidas, Victoria, Lucca e David tinham quatro, oito e dez anos respectivamente, pareciam bem cuidados num geral principalmente se levasse em conta que estavam desabrigados há dois meses desde que a mãe fugiu com eles na calada da noite. Sabia que a namorada não se importaria em ajudar, que Laurel não faria aquilo sem motivos, por isso não hesitou em completar a ligação.

Despediu-se de Mona prometendo que levaria Riley para lá assim que saíssem da escola, e pescou um cartão da namorada da gaveta de cima de sua mesa e o estendeu para a mãe.

- Leve eles nesse endereço às 17h, uma médica vai dar uma olhada neles.

- Obrigada. Não sei como agradecer.

- Ela é boazinha?

A menina perguntou com a voz rouca, sua cabeça mal ultrapassava a borda da mesa e tudo o que Laurel podia ver eram seus olhos escuros a encarando com curiosidade, talvez decidindo que ela era uma adulta boazinha.

- Ela é a melhor, você vai adorar ela – Laurel prometeu com um sorriso e se virou para a mãe – Não basta que eles estejam na escola, você precisa permanecer limpa e cuidar bem deles. Entendeu?

- Entendi. Estou frequentando as reuniões e também estou limpa desde que, você sabe...

Laurel sabia. Desde que havia fugido de casa no meio da noite com três crianças pequenas ao fugir de um marido violento.

- Ótimo, fico feliz em saber. Uma última coisa, está faltando seu número de contato.

- Eu não tenho um telefone – admitiu com certa vergonha – Mas posso vir semanalmente pra saber como está indo.

- Isso vai funcionar, pode marcar um horário com a Lisa e não deixe de ir à medica.

Despediram-se e Misha saiu levando os filhos pelas mãos. Não seria a última vez a vê-los e ela atendia dezenas de casos como aquele todas as semanas, mas algo deixou uma impressão muito forte nela, algo que ela não sabia explicar. Analisou os documentos uma última vez: os dois meninos mais velhos não tinham o nome do pai na certidão de nascimento e Misha afirmou que não sabia onde encontrá-lo, o pai de Victoria era o marido abusivo mas também não fez questão de registrar a filha quando nasceu. Talvez a situação a lembrasse um pouco de Ally e Riley, embora Riley fosse infinitamente mais sortuda do que aquelas crianças e Ally não precisou usar o pouco dinheiro que tinha para cruzar dois estados com três filhos e se esconder de um marido violento.

Ao pensar na menina, Laurel fechou a pasta e deu o dia por encerrado, ela ainda precisava buscar Riley na escola e participar de uma reunião com Damien Darhk que podia muito bem estar querendo sua cabeça em uma bandeja.

Despediu-se de todos, desejando um bom fim de semana e pela primeira vez desde que começou a trabalhar em Star City, Laurel não levou trabalho para casa no final de semana.

O caminho até a escola de Riley não era longo, então conseguiu chegar bem rápido e a tempo de esperar pela menina. Ally estava cogitando mandar Riley para uma escola particular quando começasse o novo ano letivo, uma ao estilo montessoriana, e incluiu Laurel nessa decisão o que a fez se sentir feliz por estar sendo incluída naturalmente; claro, a decisão final seria inteiramente de sua namorada e Laurel se resignava a opinar sobre os diferentes métodos de ensino e levar em conta o que Riley queria. A sensação ainda era boa demais.

Mesmo à distância pode ver a turma de Riley no parquinho, provavelmente estavam tendo o último tempo na semana em uma aula do lado de fora. Resolveu esperar alguns minutos sem apressar a menina, ainda faltava quase uma hora para o encontro com Darhk de qualquer forma.

Um homem desconhecido parou próximo a ela usando um casaco grande por cima dos ombros, parecia ter a idade de Laurel, era bonito e de expressão tranquila. Notando sua curiosidade, ele sorriu e afastou o casaco mostrando um braço engessado.

- Acidente no campo de golfe, é só uma luxação. Não pretendo abrir fogo contra uma escola de criancinhas se é o que está pensando.

- Desculpe. É um hábito.

- Qual deles é seu filho?

Laurel apontou para Riley que descia no escorregador em espiral.

- Minha filha – comentou orgulhosa.

- Linda. Estou tentando ver meus filhos, a louca da minha ex mulher não me deixa chegar perto deles; é uma vingança mesquinha ou algo assim – o homem espichou o pescoço em direção ao parquinho – Ainda não vi nenhum deles.

Laurel franziu o rosto em uma careta, não gostou nenhum um pouco da forma como o homem se referia a ex-mulher.

- Se forem mais velhos ficam do outro lado, você vai precisar dar a volta – uma outra mulher que ouvia a conversa informou – Aqui fica apenas o jardim de infância.

O homem pareceu surpreso e agradeceu antes de se afastar, mas ainda lançou um olhar em direção ao playground como se esperasse que seu filho pulasse das barras e corresse em sua direção.

- Tia Laurel!

Riley correu em sua direção e Laurel se abaixou para pegá-la nos braços, ela adorava como a menina praticamente se jogava sobre ela sempre que a via. O que era muito já que Laurel praticamente passava todas as noites com Ally e Riley.

- Oi, docinho – Laurel beijou o rosto da menina e segurou no colo para que abraçasse sua cintura com as pernas – Como foi a aula?

- Muito boa, eu desenhei e fizemos pintura com os dedos. Foi divertido.

- Eu vou te levar pra sua mamãe e você me conta como foi seu dia. O que acha?

Riley tagarelou alegremente durante todo o caminho até o consultório, contou sobre seu dia e em como conseguiu balançar mais alto no balanço e tantas outras coisas que eram tão importantes em sua idade. Laurel gostava, tipo, realmente achava encantador como a menina se sentia a vontade para falar pelos cotovelos ao seu redor.

Ally estava ocupada quando chegou ao consultório, então Laurel teve que deixar Riley com Mona e um beijo de despedida antes de buscar Sara. A garotinha agarrou seu pescoço e lhe deu um beijo apertado de despedida, o que fez Laurel se sentir sortuda mais uma vez.

Laurel dirigiu até a clínica veterinária da irmã e então até o café, Sara não falou muito durante o trajeto e parecia distante durante todo o tempo como se algo a preocupasse. Pessoalmente, Laurel estava esperando mais problemas e tentava não se preocupar antes da hora, mas ainda se sentir um tanto quanto intimidada; afinal de contas, ela havia avançado sobre o chefe da máfia de Star City e isso não podia acabar bem.

Entraram no café e Damien Darhk já estava esperando por elas em um reservado distante. Laurel e Sara trocaram um olhar antes de se aproximar e tomar o acento estofado da frente.

- Senhoritas, é sempre um prazer revê-las – Damien sorriu de forma simpática – Tomei a liberdade de pedir os cafés assim que cheguei, espero que não se importem.

- Eu não tenho tempo pra isso...

- Sara – Laurel tentou avisar.

- Diz logo o que você quer – Sara rosnou – Não tenho o dia todo.

- Direto ao ponto, eu vejo... – Damien fez uma pausa quando a garçonete serviu três cappuccinos – Como está a menina?

- Bem – Laurel respondeu – Por isso nos chamou aqui?

- Nossa conversa vai ser rápida e, por favor, não façam desfeita. Eu fiz o pedido para vocês – Damien sorriu novamente, mas os olhos ainda continuavam sérios – Presumo que a menina esteja bem, eu a salvei afinal de contas.

- Por isso nos chamou aqui? – Sara levou o copo aos lábios mais como um sinal de desafio – Quer ser pago pelo trabalho.

- Quero que contem a Nora.

- O que? – Laurel perguntou confusa.

- Estou disposto a perdoar seu pequeno deslize Srta. Lance – ele levou a mão a garganta já completamente curada – Eu sei como é perder um filhote, conheço bem a dor e o desespero. Quero minha bonequinha de volta e pra isso preciso provar que mudei.

- Mas você não mudou, só quer enganar a Nora – Sara cuspiu.

- Pelo contrário, eu poderia muito bem ter dado às costas para aquela garotinha sendo levada pela floresta, o homem tinha uma camionete estacionada na estrada de terra mais próxima, aquela trilha usada pelos madeireiros e escravos, e a essa altura ninguém saberia onde sua bruxinha estaria se não fosse por mim.

- Nora já sabe disso, não vamos dizer pra ela te procurar se é o que quer.

- Eu errei com a minha filha, Srta. Lance – Damien olhou diretamente para Laurel – Mas aqui está o acordo, vou manter meus negócios longe da sua floresta, já o tenho feito assim há algum tempo e prometo não interferir na sua alcateia nas noites de lua cheia. Vou respeitar o código dos lobos e poderemos viver em relativa paz, cada um do seu lado.

- Mas?

- Mas nada. É isso – o homem fez um gesto como se encerrasse tudo – Só quero que repassem minha proposta à Nora com, é claro, o meu desejo em vê-la. A única coisa que eu quero é poder me aproximar da minha filhinha.

Laurel e Sara sabiam como Nora sentia falta do pai, não importava quantas coisas erradas que Damien tenha feito ao longo da vida, ele ainda era o pai amoroso e cuidadoso do qual ela se lembrava da infância. O afastamento se deu pelo código de ética moral de Nora, nada foi imposto por Sara ou Ray, então se Damien estivesse sendo sincero isso queria dizer que sua amiga ficaria feliz e apesar de suas diferenças, era o que importava.

- Se manter sua promessa, Nora verá que mudou – Laurel decretou – Mas nem pense em machuca-la de novo.

- Nunca, Srta. Lance.

Damien se virou para Sara, ela ainda era a alfa da alcateia.

- Eu concordo, mas pise fora da linha e não terei piedade de você. Que fique claro que meu voto de confiança se deve única e exclusivamente por Riley ainda estar viva – Sara afastou o café enquanto o de Laurel permaneceu intocado – Isso é tudo?

- Sim, sou apenas um velho pai saudoso.

As duas irmãs se levantaram, mas Laurel fez uma pausa antes de se afastar.

- Vou repassar tudo para Nora na primeira oportunidade, mas espero, pela felicidade da sua filha, que não esteja blefando. Isso destruiria Nora.

- Eu não faria isso com a minha bonequinha – Damien afirmou – Ela é a única coisa que amo nesse mundo.

- Mais uma coisa – Sara respirou fundo – Estou concordando com isso porque sei que Nora o ama, então espere que ela o procure.

- Farei isso – Damien tomou um gole do café sem perder a postura neutra – Sobre o homem que levou a garotinha, eu o mordi na perna e no braço, provavelmente vai ficar uma cicatriz enorme.

- Você disse que parou de fazer coisas assim na floresta.

- Não, Srta. Lance, eu disse que parei de matar, não disse nada sobre mutilar gravemente um sequestrador. E assim vocês podem identificá-lo, caso se aproxime mais uma vez – Damien se levantou e estendeu a mão – Se eu o vir pela cidade, farei questão de comunicar a vocês. Posso até enviar como um presente.

Relutantemente, Sara estendeu a mão e selou o acordo com Damien Darhk.

Laurel não pode deixar de sentir que estava selando um acordo com o diabo.


Notas Finais


E aí o que acham? Teorias? Aguardo ansiosa por aqui. Ah, escrevi esse capítulo todo sob medicação pra dor porque lesionei a coluna, então comentem muito e façam meu sofrimento valer a pena

A HQ baseada em fome de loba está sendo postada no instagram da @louii.art. Me sigam no instagram e podemos conversar e trocar ideias durante a quarentena, é o @arwen_nyah.


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