História For so long - Meu namorado

Capítulo 8 - Meu namorado 

❝Para mudar nossos hábitos, primeiro temos
que assumir o compromisso profundo de
pagar o preço que for necessário.❞

- William James

— Alexander Lightwood, o que acabou de acontecer?! — a voz de Robert ecoou pelo salão que antes estava totalmente em silêncio.

Alec segurou a mão do feiticeiro, ficando tenso e se virando para o seu pai, o olhando. Não teve medo quando beijou Magnus na frente de todos, não teria agora.

O feiticeiro também estava tenso, se perguntava o que Alexander faria, observou Izzy, Maia e Simon se aproximarem, se preparando para ajudarem no que for preciso!

Maryse os olhava sem reação, afinal não sabia como realmente deveria agir.

— Pai... — apertou a mão do feiticeiro, dirigindo o olhar para o mesmo. — Eu... Magnus é meu namorado.

O feiticeiro nunca se sentira tão feliz assim antes em ouvir uma frase, beijou a mão do caçador, lhe passando confiança!

— Na... Namorado?!

— Sim. — continuou. — Eu sou gay. — sua mãe levou as mãos a boca na hora, como se só agora a ficha tivesse caído.

Robert o olhava, surpreso, confuso, uma mistura de raiva, tristeza e insegurança! 

— Você mal o conhece! Como pretende namorar esse ser?! — perguntou, com desgosto na voz.

— Pretendo conhece-lo! 

Um leve burburinho entre os caçadores e submundanos impedia que o silêncio prevalecesse, o clima tenso pairava no ar! 

Robert se sentia como se estivesse voltado no tempo.

— Você não pode estar falando sério... — murmurou.

— Ele está, papai! — Izzy se pronunciou. — Eu nunca vi Alec tão feliz como quando ele é com o Magnus! 

— Quieta, Izzy! Não acredito que você sabia e não contou! 

— Eu não trairia meu irmão...

— Traiu os seus pais! 

— Chega, Robert! — Magnus falou com a voz elevada. — Não faça o mesmo que fez com Michael com o seu filho! 

O mesmo arregalou os olhos, olhando para o feiticeiro com uma raiva palpável, teve a mão segurada por uma Maryse aflita e trêmula, todos os olhares estavam nos quatro. 

— Como ousa?! — rosnou, olhou para o caçador de olhos azuis. — Saia de perto desse feiticeiro, Alexander! É uma ordem! 

O garoto tremeu, olhou para a sua irmã, para o diurno e para a licantrope, que pareciam tão nervosos quanto ele, olhou para o namorado, que tinha um olhar sério, seus olhos de gato brilhavam em tom verde néon.

— Não. — falou decidido, voltando a olhar nos olhos do seu pai.

— Como...?!

— Isso mesmo que você ouviu, pai! Não vou sair de perto do meu namorado. — lacrimejou um pouco de raiva. — Eu estou tão feliz com ele! Por que querem acabar com a minha felicidade?! Eu sempre segui todas as ordens que me deram! Obedeci todas as leis da Clave! Sempre pensei em vocês e na honra da nossa família! Agora estou pensando em mim. 

— Alec, querido... — sua mãe começou.

— Eu amo vocês dois, mas agora estou pensando na minha felicidade! Pensem um pouco em mim também...! 

Robert Lightwood tinha um olhar quase opaco, virou as costas, fechando os olhos, cerrando os punhos e respirando fundo.

— No Instituto... Você não irá mais entrar.

— Robert! 

— Está decidido, Maryse! — saiu andando, sua voz saiu um pouco trêmula, como se ele mesmo não acreditasse no que estava dizendo!

Maryse olhou para o filho, que estava com os olhos arregalados e chorava silenciosamente, logo foi atrás do marido, quase tropeçando nos próprios pés! 

Magnus abraçou seu caçador de olhos azuis, tentando lhe passar força, confiança e amor!

Era um momento difícil para ele. 

— E agora, Magnus...? — olhou de volta para o namorado.

— Está tudo bem, Alexander. Uma hora eles vão entender e vão pedir desculpas! — depositou um beijo leve em sua testa.

— Por um momento pensei que ele fosse me bater...

— Se ele fizesse isso... Seria um homem morto agora. — soltou-o. 

Aos poucos as pessoas voltavam ao que estavam fazendo antes e se espalhavam pelo salão, Isabelle correu até o irmão e o abraçou apertado, chorando baixinho e trêmula.

— Eu sinto tanto, Alec!

— Está tudo bem, irmã. — o caçador sorriu fraco.

— E agora? Onde vai morar?

Gelou, não havia pensado nisso.

— Comigo. — Magnus falou, sorrindo em seguida. 

— Magnus, você é um anjo! — a caçadora falou, o abraçando, feliz. — Como não pensei nisso?

Alec o olhava, corado e surpreso.

Moraria com o namorado! 

Não seria uma experiência ruim.