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História Fora do tom - Descoberta


Escrita por: KaoruUrameshi

Notas do Autor


Oláaaaaaaaaa!!!
Vocês pensaram que não ia ter atualização hoje, né? 🤭🤭🤭
Mas eu volteeeeeeeeeeeeeeei e com um capítulo quase o dobro do outro kkkkk! Tão preparadas para as revelações???
Vem bomba ai!!!!
Obs: A capa do capítulo faz alusão a um trecho da fic.

Agradecimentos:

❤️ @KarinaSesshy pela betagem
❤️ @Anaharae pela capa da fic

Capítulo 16 - Descoberta


Fanfic / Fanfiction Fora do tom - Descoberta

A recheada mesa do café da manhã havia sido preparada.

Mas, apesar da variedade gastronômica e da bela aparência dos alimentos — que fariam qualquer pessoa salivar — Rin não se sentou para o desjejum com tamanho ânimo. 

Os bolos macios, as geleias frescas e nem mesmo os pães recém assados pareciam chamar genuinamente a atenção da Duquesa naquela manhã.

Ainda assim, Rin tentou reagir. 

Primeiro, a mulher pegou um pãozinho e dispôs em seu prato. Mas, ao agarrar a geleia, ela desistiu no meio do caminho. Como se tivesse pensado melhor, ela substituiu o pão por outro. Desistiu também. Tentou somente as torradas. Outra vez, desistiu. 

Os criados se entreolharam.

Pensou no bolo rechonchudo. Cortou uma fatia, mas o pedaço não saiu do lugar. 

Um dos serviçais ergueu a sobrancelha. O outro tossiu seco quando Rin só colocou água no copo e mesmo assim não bebeu.

Um suspiro, quase deprimido, Lady Taisho deu. Logo, largou os talheres em cima do prato vazio num semblante frustrado, desistindo em definitivo.

— A essa altura Sesshoumaru e Inuyasha já devem estar no meio do caminho. — A voz da Governanta soou às suas costas.

Obrigada a sair do devaneio, Rin olhou por cima do ombro.

— Oh, senhora Kaede.

Antes que pudesse erguer-se para cumprimentar a senhora caolha solenemente, Kaede colocou a mão no ombro da mulher, a impedindo do movimento, da qual, obviamente, não fazia qualquer sentido.

E, como sempre, a Governanta dava uma risadinha pelos modos exagerados da outra em querer sempre lhe cumprimentar daquela maneira formal.

— Não está se sentindo disposta hoje? — indagou Kaede, afagando o braço da mocinha com um sorriso gentil na face.

— Ahm… — Derrubou os ombros. — É só que… Hm…

— Não precisa se preocupar — Kaede afagou os cabelos da Duquesa com carinho. — Eles ficarão bem. 

Rin acenou em positivo e ofertou um sorriso pequeno que não foi capaz de estreitar os olhos como de costume, mas já era um começo.

— Precisa se alimentar! — disse Kaede, lhe estimulando. — Creio que não queira ficar fraca e nem doente quando Sesshoumaru regressar, não é?

Rin acenou novamente. E, dessa vez, o sorriso morno transformou-se em um mais aberto.

— Está certo, senhora Kaede — concordou, colocando a mão por cima da senhora, a acariciando em seguida. — No entanto, poderia lhe pedir uma coisa?

— Claro, o que quiser.

— Poderia me fazer companhia? — indagou com um sorriso amarelo. — Uma mesa tão grande quanto essa, penso que só é verdadeiramente aprazível quando se tem alguém especial para compartilhar. 

Kaede sorriu de forma terna. 

A Governanta já havia tomado seu café da manhã fazia tempo e não havia qualquer resquício de fome, assim, a vontade de se fartar outra vez, de longe, lhe apetecia, entretanto qual resposta poderia dar? Difícil negligenciar a face pedinte da Duquesa.

— Isso lhe fará comer e sorrir verdadeiramente?

— Sim! — concordou empolgada, balançando exageradamente a cabeça em positivo. — Com toda certeza.

Kaede deu um risinho. 

— Então, como poderia recusar?

Os olhos de Rin brilharam de imediato. 

Sem pestanejar, a Governanta sentou na cadeira ao lado da jovem dama, que se sentiu imediatamente mais animada pela presença da senhora no seu desjejum. Então, num passe de mágicas, Rin não evitou o banquete e passou a degustar a deliciosa comida que se esparramava no paladar com voracidade.

Kaede aproveitou para servir o chá para ambas e pegar uns poucos biscoitinhos, a fim de não fazer desfeita para a mulher, agora, sorridente.

Juntas, apreciaram a refeição. E em meio a conversas despretensiosas, sobre os mais variados assuntos, o tempo passou fugaz. E tão implicadas uma com a outra, acabaram não notando a presença do homenzinho pequeno que precisou arranhar a garganta de forma alta e pouco discreta.

Só assim, elas olharam na direção de Jaken, que mantinha uma postura exageradamente alinhada e os braços para trás do corpo.

— Com licença — iniciou o homem, fitando as duas.

— O que houve, Jaken? — perguntou Kaede.

— Há uma visita para a Duquesa — anunciou o serviçal solenemente.

— Visita? — Rin piscou lentamente. Depois, apontou para o próprio peito. — Visita para mim?

— Sim, senhora. — Assentiu. — Creio que seja seu tutor, disse que se chama Toutousai.

— Ah! — exclamou Rin surpresa. Num supetão, ergueu-se. — Por favor, mande-o entrar, Jaken.

...

Na sala de estar, onde o robusto piano encontrava-se descansando no canto do recinto, jazia um Toutousai com os enormes olhos bem abertos, apreendendo pedaço a pedaço do ambiente.

Quem o visse com a mão no queixo e um olhar analítico poderia jurar que aquela criatura estava um bocado impressionada pelo requinte do lugar espaçoso e bem arejado e que, possivelmente, postava-se a apreciar com zelo e cuidado, a fim de não perder qualquer detalhe.

Isso é... à primeira vista, é claro!

Pois, quando Toutousai balançou a cabeça em negativa, cruzou os braços na altura do peito e bufou abertamente, os criados que se encontravam no ambiente tiveram que se entreolhar pela mudança abrupta no comportamento do velhote.

Menos ainda eles compreenderam quando o homem deixou uma indagação com resquício de frustração escapar dos lábios.

— Por que diabos é uma mulher?

Fosse ou não loucura o devaneio do músico, a resolução do caso foi abandonada, tanto para os criados que o observavam como para o próprio que teve sua atenção roubada pela Duquesa.

— Toutousai! — Rin o chamou, ao mesmo tempo que entrava na sala de estar com empolgação.

— Ah, aí está você... — comentou o homem, virando-se para Rin.

— Não sabia que viria! — disse Rin, aproximando-se do homem e o cumprimentando com um leve dobrar de joelhos, enquanto segurava a barra da saia.

— Hm! Por que tanta empolgação em me ver? — Arqueou uma sobrancelha e estacionou uma mão no quadril. — Foi você mesma quem falou que nada mudaria. Se bem me lembro, lhe vejo toda quinta-feira pela manhã.

Rin arqueou ambas as sobrancelhas.

— Ahm, claro, é que... — A Duquesa arranhou a garganta. — Eu só não esperava que o mestre viesse essa semana, por conta do casamento. Mas estou contente que tenha pensado o contrário e vindo.

Toutousai balançou a mão no ar, como que para espantar o assunto, talvez irrelevante a ele. Com seriedade, ele retomou o olhar à jovem dama e foi direto ao ponto. 

— Diga, temos algum avanço na composição? 

— Er… — Rin coçou a cabeça sem jeito, buscando as melhores palavras a serem ditas. — Eu... sabe… 

— Hã? — Toutousai arqueou mais ainda a sobrancelha e Rin podia jurar que uma veia na testa do velho saltava. 

Derrotada, Lady Taisho estreitou os olhos e encolheu-se por não achar os verbetes amenos a utilizar. Enrolar só pioraria.

— A verdade é que… — Arranhou a garganta de novo, prosseguindo quase num sussurro. — Não peguei na partitura ainda.

— Rá! Eu sabia! — Suspirou, coçando a testa com os olhos cerrados. — Tinha certeza que isso aconteceria!  

— Mestre, não faz nem uma semana que me casei. — Sorriu amarelo, jogando os braços para trás do corpo.

— E já está negligenciando o piano. — Ele a fitou de volta, com um olhar reprovativo. — Imagine depois!

Rin engoliu em seco o olhar cortante do seu tutor. Apesar de achar que residia certo exagero na repreenda, ela não contradisse. Rebater seria inócuo, afinal. E a Duquesa compreendia que o humor nauseabundo do seu professor se devia por ele sentir-se inseguro quanto ao seu compromisso com o que haviam acordado. Aquela composição não era somente importante para ela, mas para Toutousai também. Então, ela não o culpava por ele estar sendo tão inflexível e hiperbólico. Sabia que, no fundo, Toutousai só estava com medo de perdê-la.

— Está certo, mestre. — Rin ancorou a mão no ombro alheio com um sorriso afável. —Desculpe, sim? Prometo que me esforçarei.

Toutousai ainda não estava muito convencido, mas o semblante doce da mulher o fez engolir mais um sermão ou, quem sabe, dois...

Sentido-se vencido, o velhote suspirou e ancorou as mãos nos quadris.

— Está bem, mocinha... Vejamos o que conseguimos hoje.

Não havia alguém na mansão mais desanimado do que Jaken ao saber que a recente Duquesa insistiria em dedilhar no piano. 

No início, quando Sesshoumaru lhe informou que, possivelmente, Toutousai apareceria por ali para auxiliar Rin, o serviçal não esboçou qualquer observação contrária quanto ao caso. Para falar a verdade, Jaken até mesmo se empolgou com a notícia, até porque o antigo Duque costumava preencher o silêncio da mansão e proporcionar um belo recital, do qual todo mundo fazia questão de bater palmas prolongadas. 

Um pouco de música não fazia mal, claro! Isso é… quando bem tocada…

Assim, depois da última melodia que ecoou pelos quatro cantos da mansão, o homem baixinho de olhos esbugalhados não poderia dizer que estava contente, tampouco ansioso para ouvir a melodia escapulir dos dedos de Rin. Quer dizer, se poderia chamar de melodia o que viria pela frente!

Inicialmente, quando a música começou naquela tarde fatídica, — da qual queria esquecer! — Jaken havia pensado que Rin tinha potencial, talvez não tanto quanto seu antigo senhor, mas tinha. Ocorre que, sem mais nem menos, uma terrível desordem deu lugar à música por ele conhecida e o som estridente de acordes sem sentido o fez dar um baita pulo e desejar nunca mais escutar o que é que fosse aquilo!

Sendo assim, Jaken praticamente se arrastou para dentro da sala de estar e já havia preparado uns bons tufos de algodão para colocar nos ouvidos. Deixar de escutar, ele sabia que não seria possível, mas, ao menos, poderia amenizar a situação.

Entretanto, logo que se sentou num canto qualquer e a música dominou o recinto, Jaken, que discretamente empurrava os tufos de algodão para dentro do ouvido, acabou entreabrindo os lábios com surpresa e declinou de imediato do objetivo inicial.

A música tocada ele nunca havia escutado, no entanto, apesar da estranheza, o criado a legitimou como uma melodia aprazível de ser ouvida e rapidamente envolveu-se por inteiro com os belos arranjos tocados pelas mãos femininas. Sem perceber, ele desistiu de tapar os tímpanos e deixou com que os algodões caíssem desleixadamente ao chão.

Em contrapartida, Toutousai não estava lá com uma face muito satisfeita, sequer impressionada… 

Depois de tantos anos ao lado da sua pupila, ele já a conhecia de cor e sabia dizer exatamente quando Rin jazia distraída. O que, notadamente, era o caso…

Para ouvidos leigos, a música passaria belissimamente, mas para o velhote perfeccionista e sabedor do imenso talento de sua aluna, Toutousai não conseguia acatar com o que ela estava lhe entregando. O dedilhado com erros das quais ela não costumava cometer estavam fazendo aquele homem fervilhar por dentro.

Com Sesshoumaru ausente da mansão e longe das redondezas, Toutousai não evitou retirar de dentro da casaca a batida vareta. Decerto, aquela era a oportunidade perfeita de açoitar os dedos teimosos da mulher e poder retomar o ensino corretivo que estava acostumado. 

Mas, bastou o homem erguer a vareta para um arranhar alto de garganta, num tom reprovativo, cortar o ambiente e lhe chamar a atenção.

Num súbito, o mestre virou-se para trás e pôde ver Jaken de braços cruzados com um olhar descontente, numa clara repreensão.

O velhote engoliu em seco e compreendeu que a presença daquele criado nada mais era do que proposital. De imediato, ele concluiu que, apesar de Lord Taisho não estar de corpo presente, havia deixado alguém para lhe espionar!

Internamente, Toutousai rosnou e sorriu amarelo para o homenzinho, abaixando em definitivo a vareta que serviria para o açoite.

Seja como for, Rin não havia notado a movimentação estranha que de repente se deu ao seu redor. Embora soubesse em seu âmago que estava escolhendo os arranjos errados e que, provavelmente, Toutousai encontrava-se descontente com seu desempenho, ela simplesmente não conseguiu evitar a princípio.

Afinal de contas, estava mesmo difícil manter a concentração e não pensar que havia sido ali, bem no piano, que tudo havia subitamente mudado em relação a Sesshoumaru.

Menos ainda era possível negligenciar a memória dos toques em seu corpo, na forma em que aquele homem enigmático havia tirado suspiros extasiados de seus lábios e em como todas as suas extremidades, de repente em uníssono, conclamavam por ele. 

Não só seu corpo. 

Seu coração.

Talvez a alma também…

Havia uma necessidade crescente e incontrolável. Um querer exacerbado que extrapolava os seus sentidos e a total compreensão. Outra vez, no clichê inexorável, Rin sentiu que havia vivido com ele mais do que de fato o tempo fundamentava.

Em devaneio lúcido, a Duquesa compreendeu que não mais fugia ou sequer temia o que seu âmago anunciava com clareza. 

Por essa razão, Rin não buscou evadir da memória daquele dia em que seu marido reivindicou seu corpo e se espalhou por todo e qualquer canto do seu ser. Invés disso, agarrou-se na lembrança, prendeu-a em si com arroubo. 

Abertamente, reviveu então, com clareza, o momento em seus pensamentos. Em especial, a cacofonia completamente caótica que seus corpos produziram em virtude do movimento desordenado em cima do piano.

Porém, num súbito, aquela desordem não mais existiu. Somente acordes perfeitos que, a princípio desconexos, não mais se desencontraram. Na estranheza da coisa, aquilo tudo combinou e os sons anárquicos, totalmente fora do tom, ganharam sentido.

Um sentido na música.

E na sua vida.

Consequentemente, seus dedos falaram por si e transformaram todo o caos em melodia, transmutando em algo novo, belo e intenso.

Aquela música, Toutousai não fazia ideia de onde havia saído, mas em hipótese alguma ele seria capaz de silenciá-la. Pois, aquilo não era nem de longe o que ele esperava, menos ainda o que eles se debruçaram mês a mês. A realidade é que aquela melodia era simplesmente melhor do que tudo. 

Tão grandioso que seus olhos marejaram com satisfação por Rin, finalmente, ter se encontrado.

Depois de diversas anotações quase imediatas ao término da música e de uma dúzia de superlativos que Rin não imaginava que seu tutor fosse capaz de proferir a sua pessoa, eles tocaram mais algumas vezes a composição, fizeram uns poucos ajustes na partitura e só não avançaram mais porque Toutousai, ao olhar o relógio, identificou que já estava na hora de partir.

 

Rin bem que tentou convencer o velhote a ficar para o almoço, mas o professor declinou respeitosamente do convite. Havia outros compromissos que precisava adiantar. Na promessa de uma próxima vez, Toutousai se foi e Rin ficou no topo da escada, observando a carruagem partir.

 

No entanto, antes mesmo que a jovem dama pudesse se sentir só, ela novamente foi pega pela surpresa de mais uma visita inesperada surgir à sua morada.

Um enorme sorriso surgiu na face da Duquesa ao reconhecer a carruagem da sua família, dos Higurashi.

Sem pensar duas vezes, ela desceu com urgência as escadas e não demorou muito para que o veículo parasse imediatamente a sua frente. 

A porta se abriu com urgência e mal Rin teve tempo de chamar o nome das duas personalidades que num súbito se atiraram para os seus braços como se fosse óbvio.

— Sango! Kagome! — chamou a Duquesa seus nomes, em meio a risadinhas empolgadas e mimos carinhosos.

— Espero que não tenhamos vindo muito cedo! — disse Sango, desvencilhando da irmã com um sorriso aberto.

— E nem que seja numa hora imprópria — complementou Kagome, também se soltando da gêmea.

— Claro que não! Estou muito feliz que tenham vindo! — Rin balançou a cabeça em negativa. Pegando na mão de ambas, ela ofereceu a elas um sorriso sincero. — Venham, vamos entrar! 

Assim que subiram as escadas, Rin pediu gentilmente aos criados que preparassem a mesa para recepcionar as irmãs. De pronto, os serviçais acataram as ordens da Duquesa e quase de imediato giraram os calcanhares, a fim de cumprirem seus deveres.

Enquanto aguardavam a preparação do ambiente, acharam por bem se instalarem na varanda. Ali a vista aprazível do chafariz ao centro ornamentando o jardim bem cuidado, bem como os ventos deliciosos de uma tarde fresca pareceram cair bem. 

Sendo assim, as três sentaram-se nas poltronas, frente a frente.

A última a sentar-se, no entanto, foi Sango que primeiro recostou o mosquete com cuidado na parede e depois permitiu-se declinar no estofado macio.

— Estava caçando, irmã? — indagou Rin a Sango.

— Oh, sim… — Assentiu a Marquesa, dando uma risadinha. — Na verdade, não tive tanto sucesso quanto gostaria. Pensei em angariar um coelho para o papai, mas tive mais sorte com um faisão. Enfim, terá que servir para o jantar. 

— Já disse, papai vai gostar de toda maneira — falou Kagome, cutucando levemente Sango com o cotovelo. 

— Decerto, sim — concordou Rin, que não tardou a aproveitar o assunto. — E como ele tem passado nesses dias?

As irmãs se entreolharam, antes de voltar para Rin.

— Receio que nada de muito diferente… — Suspirou Sango, num semblante taciturno. 

— Entendo… 

— Mas o papai é muito forte! — intercedeu Kagome, não deixando transparecer igual tom taciturno. — Um dia de cada vez, sim? Não vamos nos abater.

— Certo — concordou Sango.

— Tem razão — anuiu Rin. Tão logo, voltou-se a irmã mais velha. — E quanto ao Marquês? Ele não quis acompanhá-la hoje?

— Teria vindo se não fosse pela visita de Sir. Mushin. Eles estão no meio de um carteado, da qual creio que vá perdurar até o jantar. Sabe como ele é, afinal…

— Sei — Rin balançou a cabeça em positivo, e logo tratou de dar uma careta divertida à Marquesa. — Igual a você!

Sango devolveu a careta e Kagome deu uma risada.

— E quanto a Kohaku? — perguntou Rin, antes que Sango rebatesse seu escárnio. — Eu o vi ontem, mas não consegui falar com ele. Estava com os Hill.

— Pff! Com os Hill? — Kagome manteve a risadinha. — Céus, essa moça tem rondado Kohaku como formiga em cubos de açúcar.

— Eu notei — Rin riu juntamente, comedida. — Mas acho que Kohaku não está interessado e, até onde sei, ele quer que você se case primeiro, Kagome.

— Se alguém me quiser, né? — Kagome deu de ombros. — Agora há tantas doenças catalogadas em minha pessoa que até mesmo posso sentir os sintomas designados.

Foi a vez de Sango engolir uma risada.

— Desculpe… — Sango colocou a mão na frente da boca. 

— Não a culpo por rir… — Kagome suspirou. — É mesmo uma desventura que só poderia acontecer comigo.

— Tenho certeza que na próxima temporada esquecerão disso — falou Rin, com um sorriso amarelo, afagando as costas da gêmea.

— Espero que sim — disse Kagome, pouco confiante. 

— Mas se me lembro bem, no casamento, houve um rapaz que quis tomar a sua palavra. — Recordou-se Rin, levando a mão ao queixo. — Esqueci o nome do dito cujo, mas era o sobrinho do Conde. Ele estava com Kagura até.

— Credo, não o invoque — falou Kagome, erguendo a mão no ar. — Creio que ele queria mais me estudar do que necessariamente me cortejar!

Outra vez Sango engoliu uma risada.

— Desculpe, de novo — falou a mais velha, com os olhos estreitados pelo riso abafado.

Kagome a fuzilou.

— Mas ele parecia ser um bom rapaz, não? — perguntou Rin, tentando conter o embate das irmãs.

— Não é que ele seja uma má pessoa, é só que… — Kagome rosnou, girando os olhos. — Ele é tão chato! Chato, chato, chato!

— Entendi — Rin riu brevemente, e tratou de retomar o rumo inicial da conversa. — Mas não me disseram sobre Kohaku. Ele também estava ocupado?

— Ah, sim. Ontem mesmo ele foi com o Conde e Kagura para Londres, depois do evento — comentou Sango. — Pensei que ele iria querer voltar a Londres somente quando eu e Miroku fôssemos, mas decidiu ficar na casa deles.

Rin piscou lentamente. 

— Que estranho… — comentou, de supetão.

— Pois é, também não sabia que Kohaku gostava tanto assim de Londres — observou Sango. 

— Vai ver que existe uma moça em Londres… alguém que ele tenha planos — disse Kagome seriamente. — Se for o caso, não gostaria que Kohaku se abstivesse por minha causa. 

— Não acho que seja isso — ponderou Sango. — Mas se isso lhe incomoda, poderia escrever a ele a respeito. 

— É uma boa ideia! — concordou Kagome, balançando a cabeça sutilmente em positivo. 

Rin tinha suas outras impressões sobre Kohaku estar em Londres e necessariamente na casa do Conde. 

Que era estupefaciente e ousado, isso era! Mas fazia um baita sentido para todos os pensamentos e evidências dos últimos tempos. 

Entretanto, externar aquilo às irmãs pareceu um tanto quanto difícil. Em primeiro lugar, porque ela não tinha certeza absoluta e, em segundo, porque aquilo dizia respeito à intimidade do seu irmão e prima. Sendo assim, era melhor esclarecer do que jogar aquelas palavras perigosas no ar.

— Rin — chamou Kagome por ela, enquanto a balançava sutilmente. — Está escutando?

— Ahm, desculpe… — Balançou a cabeça em negativa, com um sorriso amarelo. — Não estava. O que disse?

— Perguntei se iria a Londres brevemente, pois se sim, pediria para entregar a minha carta à Kohaku. Creio que seria mais eficiente do que um mensageiro, afinal, poderiam falar sobre o assunto depois dele ler.

— Oh, não, eu realmente não sei! Sesshoumaru foi à Londres hoje, então, não sei o que ele vai decidir nos próximos dias.

— A Londres? — Sango se surpreendeu e juntou as sobrancelhas com confusão. — Sem você?

— Está tudo bem entre vocês? — perguntou Kagome, igualmente confusa.

— Ah, sim! — Rin sorriu, balançando as mãos no ar. — Não foi por mal! Acontece que meu cunhado trouxe notícias a respeito do assassinato do pai, então, eles foram até Sua Majestade. E bem… Sesshoumaru achou que seria mais seguro se eu ficasse.

— Entendo — concordou Sango. — Sendo esse o caso, também creio ser mais prudente.

— Mas parece que gostaria de ter ido… — comentou Kagome, com um sorrisinho irônico no canto dos lábios. — Pelo visto tem alguém aqui doida para ter o marido de volta! 

Rin corou de imediato, mas não evitou dar um sorriso e um leve assentir, quase imperceptível a fala da irmã.

— Meu Deus, ela admitiu! — comentou Sango, rindo brevemente.

— Se dissesse que não, seria mentira — disse Rin, coçando a bochecha ainda sem jeito.

— Eu tinha certeza absoluta que se daria bem com ele! — falou Kagome, a abraçando lateralmente com carinho. — Fico contente que esteja feliz, minha irmã.

— Eu também! — concordou Sango, ancorando a mão por cima da Duquesa.

— Obrigada — agradeceu sincera. — Estou mesmo contente.

— Mas também, você deu sorte! — disse Kagome, ao soltar a irmã e levar a mão ao queixo em ponderação. — Que bom que caiu em cima do Duque e não do irmão dele. Ele parece ser um grosseirão, muito diferente do seu marido.

— Inuyasha? — Rin riu brevemente. — Não posso dizer que ele é polido, mas é uma boa pessoa. Se o conhecesse, gostaria dele.

— É verdade. Ele tem esse jeito um tanto rude às vezes, mas possui um coração bondoso — concordou Sango.

— Inclusive, ele me convidou para o Boxe! — falou Rin empolgada, fitando diretamente Sango. — Ele disse que provavelmente você iria, irmã.

— Ah, claro que sim! — Assentiu a Marquesa. — Miroku não perderia e eu também não.

— Poderia ir conosco, Kagome. — Rin voltou-se a gêmea. — O que acha?

— Por que raios eu iria assistir dois idiotas num ringue se socando? — indagou Kagome, fingindo tédio. — Dispenso.

— Eu também — A voz de Kaede soou às costas das meninas.

Imediatamente as mocinhas guiaram o olhar à Governanta, que lhes ofertou um sorriso franco. 

Kagome arranhou a garganta um tanto constrangida por ter chamado indiretamente Inuyasha de idiota na frente da senhora. Ela sabia que aquela mulher havia criado os Taisho e o seu tom poderia ter soado rude, ainda mais encontrando-se na residência deles. Mas, tendo Rin rapidamente se levantado, a questão ficou para trás e as duas seguiram o mesmo movimento da Duquesa.

De maneira educada, a caçula lhes apresentou e, em seguida, Kaede pôde anunciar que a mesa jazia pronta para que pudessem realizar a refeição.

Sem postergar, elas se encaminharam para o salão, onde comentários arraigados de espanto e deslumbramento foram dados pelo caminho, principalmente por Kagome, que nunca havia pisado antes na residência. Por isso, Rin comprometeu-se a dar uma volta com elas quando terminassem o almoço e a ideia ressoou positivamente para as duas, que acataram a sugestão.

E quando finalmente chegaram na sala de jantar puderam vislumbrar a belíssima prataria, bem como a apetitosa comida recheando a comprida mesa da qual dominava, quase de ponta a ponta, todo o recinto.

Empolgadas, elas tomaram os lugares, naturalmente próximas uma da outra, permitindo somente que Rin se sentasse na ponta para se estabelecerem cada uma de um lado.

Contudo, por mais que a comida estivesse com uma aparência impecável e que a disposição da mesa bem arrumada e alinhada só endossasse os pratos requintados, Sango sentiu algo em si se revirar. O odor de algum alimento não parecia coerente.

Não querendo ser indiscreta, a Marquesa nada disse. Preferiu resguardar a língua entre os dentes para não ser indelicada, ainda mais por ser a primeira vez que era recebida pela caçula.

Isso é, até um dos criados repousar na sua tigela a singela entrada, que consistia numa sopa de tomate.

E lá estava o tal odor peculiar que invadiu brutalmente suas narinas e lhe provocou uma ânsia difícil de ser contida.

Com o guardanapo de pano na boca, Sango se levantou num supetão, assustando não somente o criado que placidamente lhe servia como também suas irmãs e a Governanta que já saía do recinto, mas que parou o andar pela incredulidade de ver a Marquesa correndo feito louca até a janela mais próxima do lugar.

Na mesma urgência, as irmãs se levantaram e igualmente correram até Lady Evans, que tinha praticamente metade do corpo para fora da enorme janela espelhada e aspirava o ar puro como se o mundo fosse acabar.

— O que houve, Sango? — indagou Rin com preocupação evidente, ancorando a mão no ombro da irmã. — Está pálida!

— Está passando mal? — perguntou Kagome também aflita. — O que você tem? 

— Não sei dizer… — respondeu Sango com a face torcida numa careta. — Sinto uma terrível náusea… 

— Será que ficou muito tempo no sol? — deduziu Kagome, afagando o braço da irmã. — Eu disse que estava muito quente para caçar, mas você nunca me escuta! 

— Pode ser… — Levou a mão ao rosto e respirou profundamente.

O que foi um erro fatídico! 

Pois, com as rebarbas do odor da sopa de tomate bailando pelo ambiente, Sango teve outro revirar violento no seu estômago, que a fez se reclinar para o lado de fora, como antes. 

— Jesus, Rin, por favor, essa sopa está me matando! — disse quase em desespero. — Peça, por Deus, que tirem!

— A so-sopa? — balbuciou Rin, piscando lentamente.

— Te matando? — Kagome inclinou a cabeça, também confusa. — Como poderia?

— Esse cheiro… — Sango colocou a língua pra fora na face torcida. — Não consigo suportar!

As gêmeas se entreolharam e mesmo no encontro silencioso das suas retinas, elas souberam que haviam pensado exatamente igual.

— Ouviram a Marquesa? — indagou Kaede aos servos inertes. — Retirem a sopa e os pratos!

De pronto, os criados se agitaram e tudo foi recolhido às pressas sob a ordem da Governanta. 

Kaede olhou para Rin e assentiu com um sorriso limpo na face. Ao que parecia, a senhora também pensava o mesmo. Assim, Rin sorriu de volta, e já não restava mais dúvidas.

— Será que estou ficando mesmo doente? — perguntou Sango, esfregando a testa com pesar e negando-se a retomar o corpo para dentro. — Céus, que enjoo terrível…

— Sango… — Rin tentou começar, sem desatar o sorrisinho no canto dos lábios do qual a mais velha não compreendeu.

— Acho que não é bem doença, irmã… — complementou Kagome, com o olhar empolgado e igual sorrisinho.

— Hm? — Sango fitou as gêmeas. — O quê? 

Rin pegou nas mãos da irmã e a encarou com carinho.

— Diga… como estão suas regras? 

— Minhas… minhas regras… — Sango franziu a testa, mas depois, arregalou os olhos ao entender o ponto. — Não vieram!

— Está grávida! — anunciou Rin, de uma só vez, sem esconder a empolgação. — Está grávida!

— Oh, Deus! Está grávida! — exclamou Kagome já agarrando Sango, sem pestanejar. 

Rin seguiu o mesmo passo da gêmea e também abraçou a Marquesa, que ainda parecia atônita com a descoberta do seu suposto estado. Beijos afáveis foram dados na mulher e tão logo as três palmas, sendo uma de cada, ancorou no ventre, da qual pouco se podia conceber volume.

— Um bebê… — disse Sango, olhando para Kagome e Rin.

As gêmeas assentiram, alisando a barriga reta, por cima da mão da Marquesa.

— Um filho… — ponderou Lady Evans novamente.  

Demorou alguns segundos para que Sango caísse em si e juntasse não somente os fatos óbvios, mas também a premissa de que, possivelmente, geraria uma criança. A jovem dama nunca teve muita certeza quanto ao assunto, sequer pensava a respeito. Mas, naquela circunstância, tendo o carinho das irmãs e absorvendo com calma a ideia, seus olhos não tardaram a marejar em meio a um sorriso absorto.

Afinal, ela seria mãe.

— Meu Deus, eu estou grávida! — falou em meio a uma risadinha incrédula. 

Num ímpeto, Sango abraçou as irmãs e permitiu que as lágrimas emocionadas escorressem pela sua face.

As risadas e as felicitações preencheram o ambiente em seguida.

Na outra ponta, Kaede as observava. 

E, como elas, a Governanta teve que limpar o canto dos olhos marejados pela cena repleta de afeto e cumplicidade.

As gigantes janelas espelhadas do palácio refletiam o sol, quase a pino, daquele dia ensolarado.

Ainda assim, apesar da beleza exuberante e da qual pouco se concebe palavras para descrever, nem Sesshoumaru e tampouco Inuyasha pareciam muito inclinados a reparar na elegância do recinto, que notadamente era digna de aplausos.

Então, foi só a carruagem parar para que os Taisho descessem da geringonça e deixassem as suas costas uma Londres que, paulatinamente, voltava a ser aquela movimentada e cheia de novidades da qual todos conheciam e se deleitavam.

Não hesitando um segundo e já sendo recebidos pelos servos, os irmãos foram guiados a Sua Majestade.

O Rei parecia bem disposto naquela manhã. Tanto que tomava um chá com sua esposa, a Rainha, e com os filhos pequenos ao ar livre quando os rapazes chegaram querendo tomar sua palavra. De pronto, o Rei os convidou a sentar-se com eles à mesa, coisa que foi acatada sem resistência por Sesshoumaru. Em contrapartida, não tão bem por Inuyasha.

Isso porque havia uma ansiedade difícil de ser contida no Taisho mais novo. A inquietude de encontrar com Kirinmaru de uma vez remexia com a ansiedade do jovem nobre. Em poucas palavras, a solenidade com o Rei não lhe apetecia e claro que Sua Majestade notou pelos sinais corporais que Inuyasha emitia.

— Pelo visto o chá não parece do seu agrado, Taisho — comentou o Rei, com um sorriso de canto, enquanto devolvia a airosa xícara no pires.

Inuyasha se encolheu na cadeira pela direta do monarca e olhou para Sesshoumaru de soslaio. O mais velho não o fitou de volta, tampouco pelo canto do olho, o que só endossou ao jovem que, se seu irmão pudesse lhe encarar naquele momento, com certeza seus olhos iriam reverberar dura repreenda.

Encurralado, o Taisho mais novo engoliu em seco e coçou a lateral da cabeça um pouco sem jeito.

— Desculpe, Majestade… — respondeu um tanto sem jeito. — Não há qualquer objeção de minha parte quanto ao chá. Lamento se pareço rude.

— Oh, querido, meu marido sabe — intercedeu a Rainha com um risinho. — Ele só está a provocá-lo.

O Rei olhou a esposa de soslaio, também deixando um risinho escapar dos lábios. Depois, voltou-se aos dois.

— Sei que estão ansiosos para vê-lo — disse o soberano, cruzando os dedos próximo ao peito. — Mas ele não sairá do lugar. Creio que o ímpeto, às vezes, não seja um bom aliado. De vez em quando é necessário fazer uma pausa, não acha?

Sesshoumaru compreendeu bem as palavras do Rei. Pois, desde o início, quando Sua Majestade os fez estacionar no jardim, num desjejum despretensioso, o Duque soube que o objetivo principal era o de acalmar os ânimos.

Mas para Inuyasha, que possuía a mente nublada e só direcionada a um objetivo, ele só se deu conta quando Sua Alteza Real verbalizou explicitamente o motivo de estarem, em primeiro lugar, ali.

— Vossa Majestade tem razão… — acatou Inuyasha, com um leve aceno de cabeça.

O Rei sorriu de forma morna. 

— Mas se acham que devem falar com Lord Relish agora, não vou impedi-los.

Foi a vez de Sesshoumaru olhar Inuyasha de soslaio. E pelo breve contato visual sobre o mais novo, o Duque deduziu a fala alheia.

— Creio que mais uma xícara de chá será oportuna — disse o Taisho mais novo, de maneira plácida.

O Rei sorriu de novo, dessa vez, de forma afável. Logo, deu as ordens para que servissem o rapaz. 

Ficaram então pelo menos mais quarenta minutos no jardim. Nesse ínterim, o Rei aproveitou para adiantar alguns debates recentes no parlamento com o Duque e contar sobre as boas novas de seu reinado. 

Debateram tanto sobre os assuntos que o líquido na xícara de Inuyasha já havia desaparecido fazia tempo, mas que não foi capaz de causar a mesma inquietude no rapaz como anteriormente. E o caso só foi percebido pelo Rei, da qual compreendeu que estava na hora de liberá-los.

— Bem, agora, se me dão licença… — disse Sua Majestade, colocando o guardanapo de pano sobre o prato. — Darei um passeio com a Rainha e meus filhos pelo jardim. 

— O Rei não nos acompanha? — indagou Sesshoumaru, o fitando com seriedade.

— Já tomei a palavra de Lord Relish — respondeu serenamente o monarca. — Gostaria que os senhores tomassem suas próprias conclusões antes de qualquer decisão sobre o caso.

— Compreendo. — Assentiu Sesshoumaru.

— E o sol está deveras delicioso esta manhã. — Sorriu o Rei, ao mesmo tempo que direcionava o olhar para a esposa e os filhos brincando um pouco afastados da mesa que se encontravam. — Preciso aproveitar esses poucos instantes com minha família.

Os rapazes concordaram com um breve aceno e no segundo seguinte o Rei ergueu-se da mesa, assim como os Taisho, em respeito a sua figura.

Mas, antes de ir, o monarca estacionou a mão no ombro do Duque.

— A propósito, acabei não perguntando, Sesshoumaru, mas como está o casamento?

— Está correndo tudo bem.

— Que bom. — O Rei apertou o ombro do Taisho mais velho, como num sinal de afeto. — Tenho certeza que seu pai gostaria da moça. Afinal, você parece feliz.

— E está! — endossou Inuyasha pelo irmão, com um risinho de canto. — Nem parece mais o mesmo.

— Isso é ótimo! — O Rei riu juntamente, retomando a mão ao corpo. — E será melhor quando os filhos vierem.

Aquela observação fez o coração de Sesshoumaru bater forte contra o peito.

Involuntariamente, o Duque direcionou o olhar para onde a Rainha se encontrava. 

Olhando a monarca, agachada próximo ao filho, ofertando a ele um beijinho doce na testa, enquanto afagava os cabelos do segundo — possivelmente para evitar uma crise de ciúmes — Sesshoumaru pôde, com clareza, vislumbrar a silhueta da dona da sua inquietude em vida.

Aquela seria uma típica atitude da mulher. 

Da sua esposa.

De quem ele tinha a absoluta certeza de que seria uma mãe tão incrível quanto ela era como esposa.

— Certamente — concordou o Duque, com um sutil sorriso de canto.

O Rei sorriu de forma terna.

— Bem, vou deixá-los, então — disse o monarca. — Os criados levarão os senhores até Lord Relish.

Os Taisho curvaram-se educadamente ao Rei e, em seguida, puderam seguir o caminho diverso.

A princípio, os Taisho haviam pensado que seriam direcionados ao calabouço do castelo. 

No entanto, tendo os criados seguido na frente e entrado no castelo, eles compreenderam que o Rei mantinha Kirinmaru em um dos aposentos, o que era compreensível… 

Até porque, o distinto senhor era um nobre respeitado na sociedade aristocrata. Ainda que duras evidências marcassem a autoria do crime, não se tendo provas conclusivas, dava para entender o não tratamento rústico ao homem de notório prestígio.

Inuyasha torceu a cara quando chegaram na frente do cômodo pomposo. Talvez Kirinmaru estivesse tendo mais regalias do que o mais novo achava que o dito cujo merecia, mas o Taisho nada disse. Deixou com que o Duque seguisse na frente e desse o primeiro passo para dentro do ambiente preservado por dois guardas silenciosos e em postura ereta.

Finalmente, depois de uma longa viagem e um desjejum praticamente forçado, eles puderam pousar seus olhos naquela figura. 

Fazia tempo desde que Sesshoumaru havia visto Kirinmaru. Uns bons anos, para falar a verdade. Talvez rondasse os tempos de transição da fase infantil para a jovial. E, no entanto, aquele homem parecia o mesmo da qual se lembrava. Já para Inuyasha, que o tinha como uma sombra quase manchada, o homem só ganhou rosto e contorno naquele instante em que pôde encará-lo por fim.

No quesito aparência, poderia se dizer que o homem alto e com porte físico airoso havia envelhecido bem. O traje formal em tons roxos e cinza só endossavam seus contornos elegantes. Os cabelos ruivos escovados para trás e presos num rabo de cavalo baixo emolduravam a face madura. As marcas da idade chegavam um tanto aos olhos verdes e ao canto da boca, mas nada que calasse a sua beleza franca.

Seja como for, os Taisho não se importaram verdadeiramente com a aparência física do homem que jazia sentado na escrivaninha de mogno, de posse de um pedaço de papel e a uma pena.

Mas, se por um lado, Sesshoumaru e Inuyasha não esboçaram estranheza em ver o homem no recinto, por outro, Kirinmaru chegou a largar a pena que segurava e arregalar os olhos ao vê-los entrar no quarto. 

Em especial, a Sesshoumaru, da qual Lord Relish grudou o olhar com assombro.

Todavia, ao mesmo tempo que o arroubo da surpresa lhe dominou, ela se foi ao tomar consciência da inveracidade da propositura refletida.

Assim, quem sabe, um pouco frustrado, ele derrubou os ombros. 

— Deus… Por um minuto achei que fosse Toga. — Kirinmaru deixou um sorriso de canto escapar dos lábios, enquanto debruçava a cabeça despreocupadamente na mão espalmada, em cima da escrivaninha. — É a cópia do seu pai, garoto.

Sesshoumaru franziu a testa. Não esperava por aquele tom despretensioso.

— TSC! E você ainda tem coragem de falar o nome do nosso pai! — retrucou Inuyasha com ira, dando um passo à frente. — É muita audácia, seu desgraçado!

Kirinmaru moveu os glóbulos oculares para o Taisho mais novo, o analisando rapidamente com pouco interesse.

— E você… — retomou Kirinmaru a palavra, não se deixando intimidar. — Você parece com sua mãe — concluiu Lord Relish, com um timbre que ambos puderam jurar ter um resquício de desdém.

— Ora, seu…

Inuyasha bem que tentou dar um passo à frente, mas foi interceptado por Sesshoumaru que estendeu o braço, impedindo o irmão de prosseguir. 

Mesmo com raiva, o caçula acatou e guardou um rosnado indignado dentro do peito.

— Creio que tal pauta não tenha relevância e que tampouco queira discorrer sobre.

— De fato, não — concordou Kirinmaru apático, virando-se para eles com um olhar metálico, sem levantar-se da cadeira. — O que querem de mim, afinal?

— O óbvio — rebateu Inuyasha, cruzando os braços na altura do peito. — Que confesse que matou nosso pai.

Kirinmaru sorriu de forma amarga.

— Era só o que faltava, ser chamado de assassino, ainda mais de Toga.

— Então no mínimo nos deve uma explicação — falou Sesshoumaru, com a voz incisiva e olhar igualmente cortante. — Afinal, houve uma denúncia que levou os guardas a sua pessoa e logo foi encontrada a adaga que ceifou a vida do nosso pai, enterrada em seu jardim.

— E ainda por cima embaixo de um lírio-aranha — complementou Inuyasha de forma ríspida. — Muita coincidência, não?

— Por que a ênfase no lírio-aranha? — indagou Kirinmaru, cruzando as pernas calmamente. 

— Tsc! — Inuyasha o fitou incrédulo. — Como se não soubesse que era a flor favorita da mamãe!

Kirinmaru arqueou ambas as sobrancelhas, fingindo assombro. Depois, voltou a face áspera de antes.

— E por qual motivo, exatamente, eu saberia disso? 

— Só pode estar brincando com a nossa cara! — Inuyasha abriu um sorriso estupefato. — Também vai negar isso?

Kirinmaru inclinou-se para frente, apoiando os antebraços nos joelhos. Sem descolar os olhos dos Taisho, seu semblante ganhou uma nuance sombria.

— Nem tudo nessa vida é sobre aquela megera. Não sejam tão arrogantes quanto ela era.

— O que disse? — Inuyasha sobressaltou completamente irritado.

Sesshoumaru enrugou a testa pelo dito não somente incoerente como também desrespeitoso. E novamente teve que impedir o irmão de avançar naquele homem enigmático. 

Voltando a posição ereta, Kirinmaru cruzou os braços na frente do peito, cerrando os olhos com apatia. 

— Tenho aquela flor em meu jardim por ter sido a minha irmã a plantá-la. De longe tem a ver com a mãe de vocês. Além do que, não faz sentido relacionar uma coisa com a outra.

— Kirinmaru — chamou-lhe o Duque, a fim de buscar os olhos do homem novamente para si. — Todos nós sabemos que cortejou nossa mãe no passado e que, por isso, tinha uma desavença com nosso pai.

Kirinmaru deu uma risada curta e só então retomou o olhar, primeiro ao Taisho mais novo e depois a Sesshoumaru. 

— O que vocês acham que sabem?

Tanto Sesshoumaru como Inuyasha juntaram as sobrancelhas por não compreenderem onde aquele homem queria chegar. 

Mas o silêncio, que de repente se deu, não tardou a ser rompido.

— Se havia alguém que eu tinha interesse, decerto não era Inukimi. — Deu de ombros, recostando mais as costas na cadeira. — Agora, se Londres preferiu contar esse enredo, não posso fazer nada. As fofocas parecem mais interessantes do que a realidade, no fim das contas.

Sesshoumaru arqueou ambas as sobrancelhas. Sua face, quase sempre impassível, não conseguiu manter-se inerte mediante ao que seus ouvidos haviam apreendido. Aquela revelação, tão estupefaciente e ao mesmo tempo escandalosa, fez o Duque perder completamente a fala. Dentre tudo que pensou ouvir dos lábios do antigo e — até então — rival do pai, jamais havia passado pela sua cabeça.

Assombrado era pouco para descrevê-lo.

— O que diabos está dizendo? — replicou Inuyasha. Aqueles verbetes do homem à sua frente não faziam qualquer sentido.

— Creio que entenderam. — Terminou Kirinmaru, dando de ombros.

— Isso é ridículo… — refutou Inuyasha, não muito crédulo. — Quer mesmo nos convencer de que você tinha sentimentos pelo…

— Como explica a denúncia e a adaga? — interceptou Sesshoumaru, voltando a tez séria e plácida de sempre.

Inuyasha fitou o irmão com a face indigesta por ser interrompido, mas resolveu segui-lo. Pois, no fundo, o Taisho mais novo sabia que aquele questionamento era o mais importante no caso.

— Como parece: uma distração ao verdadeiro culpado — respondeu Kirinmaru serenamente. 

— Muito conveniente da sua parte levantar essa hipótese — disse Inuyasha, esfregando a lateral da cabeça de forma nervosa.

— Devo concordar — assentiu Sesshoumaru ao dito do irmão.

— Então acham que eu matei o pai de vocês porque, em tese, não aceitei o fato dele ter se casado com uma mulher que pouco me importava? — Kirinmaru riu, dessa vez mais abertamente, apesar de breve. — Sendo assim, por que somente agora? Por que não teria matado Toga naquela época?

— Vai ver porque só agora teve oportunidade — concluiu Inuyasha facilmente, dando de ombros. — Quem sabe tenham brigado novamente, igual na última vez em que se encontraram, onde você atirou o taco de pall mall na cara do nosso pai! Ou isso também faz parte de um devaneio?

— Hm… — Kirinmaru derrubou os ombros e desviou o olhar por um instante. — Estava magoado com ele naquela época…, mas não foi minha intenção machucá-lo, não quis atingi-lo de verdade.

— De novo, é muito conveniente — disse Inuyasha, com um sorriso amargo na face.

Kirinmaru retribuiu o sorriso e dessa vez optou por guardar a língua entre os dentes. Contudo, o ruivo não optou por estagnar no lugar e ser massacrado pesadamente por aqueles dois rapazes que, involuntariamente, ocasionaram um rebuliço no seu interior. E que, acima de tudo, faziam-no se lembrar de um passado do qual gostaria de esquecer.

Assim, querendo se livrar daqueles fantasmas, o nobre resolveu voltar a atenção à escrivaninha, que anteriormente se encontrava debruçado. Remexeu em alguns papéis até finalmente encontrar o que procurava.

De posse do documento, Kirinmaru finalmente ergueu da cadeira e caminhou na direção dos Taisho.

Inuyasha cerrou os punhos com raiva, em virtude da aproximação. Chegou até mesmo a bufar, mas nada fez. Isso porque, diferentemente dele, Sesshoumaru não declinou um centímetro da sua polidez, mantendo-se frio e objetivo.

Tendo o ruivo se aproximado satisfatoriamente, ele apontou o documento para Sesshoumaru, que não hesitou em pegá-lo.

— O que é isso? — indagou Inuyasha.

— Leia — disse Kirinmaru. E agora quem parecia sem paciência era ele.

Os Taisho direcionaram o olhar para o papel, que nada mais era do que um documento de transferência de posse. Ao que parecia, uma vasta propriedade em Essex havia sido cedida por Kirinmaru para um tal Lord Patel.

— O que isso quer dizer? — perguntou Inuyasha, fitando novamente Kirinmaru. — O que nos interessa saber que passou uma de suas propriedades para esse homem?

— A data da assinatura — Sesshoumaru respondeu por Kirinmaru, apontando para o final da página. 

Inuyasha retomou o olhar e, por conta da surpresa, acabou pegando o papel de qualquer jeito da mão do irmão.

— Não é possível… — resmungou o mais novo, revirando de ponta cabeça o documento em sua posse.

— Como podem ver, não estava em Londres quando Toga foi assassinado. Mas sim em Essex, passando uma das minhas propriedades ao meu cunhado, Lord Patel, que se casou com minha irmã e, por isso, recebeu o dote — concluiu Kirinmaru calmamente. — Creio que isso seja o suficiente para provar a questão.

Um silêncio pesado dominou o ambiente.

Quando Sesshoumaru entrou no recinto, por um minuto, ele quis estar errado sobre a sua intuição, que carregou desde Surrey sobre a inocência do nobre. Naqueles poucos instantes, logo que cruzou o quarto e olhou para a face de Kirinmaru, ele desejou, de todo o coração, que aquele homem, de fato, fosse a pessoa da qual buscava. 

Assim, ao menos, o tormento da procura poderia se findar e o peso nos seus ombros, quem sabe, amainasse.

Talvez do seu irmão também…

Mas, no fundo, Sesshoumaru já sabia… 

Na verdade, o Duque até mesmo sentiu ao repousar seus âmbares nos verdes claros de Kirinmaru que não era ele a pessoa que havia emboscado seu pai.

Então, outra vez, Lord Taisho sentiu-se frustrado. Ainda que previsível o desfecho, ele não conseguiu sentir-se diferente.

— Então não foi mesmo você… — disse Inuyasha, quase num sussurro apático. 

Sesshoumaru olhou o irmão de soslaio e compreendeu na face miserável do mais novo que ele se sentia igual.

— Claro que não — finalizou Kirinmaru, pegando o documento das mãos de Inuyasha.

— Já havia mostrado esse documento ao Rei? — perguntou Sesshoumaru, voltando a atenção para Kirinmaru. — Porque se sim, não entendo o motivo de estarmos aqui.

— Logo que fui detido em Yorkshire e trazido para cá enviei um mensageiro ao meu cunhado. Esse documento chegou há pouco, inclusive, estava escrevendo uma carta em agradecimento quando vocês chegaram.

— Entendo — concluiu Sesshoumaru.

— Se não foi você, então… — resmungou Inuyasha, esfregando a testa nervosamente.

— Alguém próximo, com certeza — complementou Kirinmaru. 

Inuyasha cerrou os punhos com fúria. 

— Mas que diabos! — reclamou o Taisho mais novo e seu tom repleto de ódio irrompeu o ambiente.

Em seguida, frustrado e mais raivoso do que nunca, Inuyasha girou os calcanhares. Aquele quarto estava lhe sufocando. 

Pisando firme, ele saiu do quarto, abrindo e fechando a porta com violência.

— Encantador… — comentou Kirinmaru em escárnio. — Ele é realmente parecido com a mãe quando não se deixava ver.

Sesshoumaru ignorou a crise do irmão e também o comentário irônico do homem à sua frente. Havia coisas mais importantes a serem tratadas. 

— Tem ideia de quem possa ter sido? — perguntou o Duque, com o timbre sóbrio e limpo. — Talvez um inimigo em comum? Afinal, ele lhe usou para salvar a própria pele.

— Creio que a escolha pela minha figura não tenha sido pessoal — respondeu Kirinmaru, enquanto retomava para próximo da escrivaninha com o documento amassado. — Provavelmente, essa pessoa deveria saber que seria crível se fosse eu o escolhido.

— Por conta dos boatos do passado — endossou Sesshoumaru. — Compreendo. Também pensei nisso.

— Lamento, mas não tenho nenhum nome — disse Kirinmaru, sentando-se novamente na cadeira, ao lado da escrivaninha. — Como sabe, faz tempo que me afastei de Londres e de toda essa gente.

— Está certo… — Assentiu o Duque, solenemente. — Sinto muito que tenha sido envolvido nesse assunto, mas presumo que saiba que não havia como ser diferente.

— Sim. — Balançou sutilmente a cabeça em positivo. — Não há qualquer rancor.

— Sendo assim, lhe deixarei em paz. 

Sesshoumaru cumprimentou educadamente o homem, com um leve aceno. Depois, virou-se em direção à porta. 

E bastaram quatro passos para que a voz de Kirinmaru propagasse pelo ambiente.

— Nesse mundo, fora minha irmã e filha, Toga foi a única pessoa que amei.

Sesshoumaru olhou sobre o ombro, mas nada disse.

— Sinto muito pela morte do seu pai — prosseguiu Kirinmaru. E seu semblante, pela primeira vez, ressoou com verdadeiro pesar. — Gostaria de ter tido a possibilidade de pedir desculpas a ele, não só pelo dia no pall mall, mas por tudo… a ausência dele doeu em mim por todos esses anos. E agora, entristece-me saber que também irei ao túmulo, mas sem ter tido o perdão dele.

Sesshoumaru interiorizou aquelas palavras e resolveu fazer o que provavelmente seu pai teria feito e dizer o que o antigo Duque provavelmente teria dito.

— Não seja idiota, Kirin — falou Sesshoumaru, com um sorriso de canto nos lábios.

Kirinmaru derrubou os ombros e seus olhos marejaram instantaneamente.

Num rompante, todas as memórias vieram. 

Memórias essas que aquele homem fez de tudo para mantê-las enterradas.

Seja por achar ser melhor esquecer ou por doer em demasia, Kirinmaru sempre lutou para não revisitar o tal passado. 

Ao menos, até aquele ponto, onde acabou sendo incitado a voltar àqueles dias…

Àqueles tão felizes, da qual sabia que nunca mais regressariam.

Olhando a silhueta de Sesshoumaru, do filho mais velho daquela pessoa que tanto o atormentou em vida, ele ponderou que nem mesmo a morte de Toga era forte o suficiente para que ele o enterrasse de vez. De alguma forma e de algum jeito, alguma coisa sempre o remeteria ao rosto sorridente do antigo Duque. 

Ele sempre se lembraria da forma que Toga falava alto, mesmo quando deveria ser mais polido. Do jeito que ele coçava a lateral da cabeça nos momentos de reflexão. No sorriso ladino, quase imperceptível no canto da boca, ao externar a vontade de bater pernas por Londres e cair bêbado em algum bordel ridiculamente baixo. 

Em como ele gostava de jogar, especialmente de vencer! 

Que nem certa vez, jogando um jogo do qual para Kirinmaru não havia qualquer coerência, Toga o empurrou de propósito para que ele pudesse escapulir com a bola em punho e realizar a pontuação restante. 

Kirinmaru lembrou o quanto havia ficado com raiva de dar com a cara no chão, mas que depois, vendo o outro jogado na grama, gargalhando como se o mundo fosse acabar, ele não mais sentiu e bastou a rir também.

Lord Relish podia jurar que aquilo tudo tinha ocorrido há poucos dias.

Mas não faziam dias.

E sim, mais de vinte anos.    

— Papai jamais te culpou por alguma coisa, muito pelo contrário — voltou Sesshoumaru a dizer. — Mas, se de alguma forma deseja honrá-lo, deveria nos ajudar a encontrar o assassino.

Lord Relish cerrou os olhos e com um longo suspiro assentiu claramente.

Assim, Sesshoumaru virou-se para frente e saiu do quarto de uma só vez.

CONTINUA...


Notas Finais


Então é isso mocinhas belas, maravilhosas e cheirosas do meu Braseeeeeeeeeeeeel!
Ainda teremos mais tretas, evidentemente, e mais descobertas!!!
Mas diz ai, caro leitor, quem matou Toga??? Façam suas apostas, quero ler teorias da conspiração 🤭! Façam uma autora feliz hahahaha!

Mas sobre o restante, apesar de não termos momentos propriamente SessRin acho que foi bem fofo eles estarem separados e mesmo assim pensarem no outro!
Aliás, falando nisso, penso que não haveria melhor momento para que a Rin avançasse na sua composição e deixasse o tal do Toutousai emocionadíssimo! Rin juntou o "caos" do sexo, da sua primeira vez, onde os sons não faziam qualquer sentido, aos sentimentos, que vem amadurecendo dia após dia! Uma fofa de linda neeeeeee! Como não amar?
E quando eu pensei nisso, logo lembrei de uma composição do Liszt (que eu super amo)! Quando escrevi essa cena, a única música que veio a minha mente foi essa: https://www.youtube.com/watch?v=H1Dvg2MxQn8&ab_channel=Rousseau ! Gente, se puderem ouvir, ela é maravilhosa! Ela é realmente o resumo da desordem, intensidade e beleza.

Mas enfim, teve muita coisa que aconteceu nesse capítulo, espero que tenham gostado!!!

Ahhhh, e antes que eu me esqueça: se tem um crackship nessa vida que eu amo, de longe é Kirinmaru e Toga AHAHAHA! Apesar de achar que só ficaria no platônico, eu vejo nitidamente o Kirinmaru caindo de amores pelo Toga 🤣🤣🤣! E tenho certeza que por essa vocês não esperavam 😏😏😏!!!

Antes de ir, o último obs: Sango gravidinhaaaaaa 😍😍😍!!! Cadê as mocinhas de "Último Lance"? rs

Agora fui, de verdade!!!
NÃO ME ABANDONEEEEEEEEEEEEM!
Beijos e até o próximo! 😁😁😁


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