CAPÍTULO DEZ
Parada a nossa frente, Elena Parker permanecia calada esperando apenas por uma oportunidade ilícita e então começaria seu jogo sujo.
— Se é comigo o assunto que quer tratar, sugiro irmos até um outro cômodo para conversarmos civilizadamente como dois adultos. — papai foi o primeiro a se expor.
— Simon querido. — sedutoramente ela veio até meu pai e acariciou seu rosto. Minha mãe ameaçou levantar as mãos, mas eu a impedi. — Sempre amei esse seu jeito másculo e corajoso, mas o que eu vim tratar aqui hoje não trata-se de você e sim de sua amada esposa. — Elena mirou seus olhos azuis em minha mãe.
— Justin que te mandou aqui? — eu a indaguei.
— Não. Ele nem sonha que estou aqui! — exclamou ela. — Esse assunto tem a ver com a morte do meu irmão, que foi culpa da sua querida mãe. — ela dizia e gesticulava as palavras com mimos sarcásticos. — Você se lembra? — Elena se volta novamente para minha mãe. Assustada ela agarra em meus braços e mantém-se calada com medo.
— Esquece isso, faz anos que seu irmão faleceu. — eu disse em defesa de minha mãe.
— Ethan querido esse seu jeito explosivo não ajuda muito, então faça um favor, não piore as coisas. — ela sussurrou perto de meu ouvido. Eu apenas a marquei com um olhar sinistro. — Adoro quando me olha assim. — ela acrescentou sorrindo maliciosamente e depois se afastou.
— O você quer Elena? — mamãe finalmente se manifestou depois de muito calcular as atitudes da loira.
— Ah, você fala? — Elena zombou. — Ótimo, então podemos conversar a sós sem um porta-voz. — ela encarou Sam, meu pai e eu. Um pedido para que saíssemos.
— Só tome cuidado para não perder a vida assim como seu irmão. — aleguei antes de deixar a sala na companhia de meu pai e Sam.
— Eu odeio seu filho.
— Não é novidade.
Elizabeth POV
— Que fique só entre a gente, eu estou louco por você. — ele sussurrou baixinho em meu ouvido.
Me virei e então nossos olhos se encontraram, pela primeira vez. Ele não perdeu tempo, levou suas mãos até minha coxa descoberta enquanto beijava o lóbulo de minha orelha. Eu não pude evitar e sem querer soltei um gemido ao senti-lo alisando minhas coxas, parando poucos centímetros de minha virilha. Engoli seco depois dele depositar dois pequenos beijos em meu pescoço e finalmente levar seus lábios até os meus, na intenção de me beijar.
— Senhorita.
Acordei assustada com o toque de alguém sobre meu ombro.
— Está tudo bem? Você está soando muito. — uns dos vigias tentou me acalmar.
— Foi apenas um pesadelo. Eu estou bem! — afirmei. — Preciso de um copo de água, pode me trazer por favor?
— Tudo bem. — ele assentiu e então retirou-se.
Eu havia acabado de ter uma lembrança erótica com o cara que me prendia em um quarto mofado. Suspirei fundo e levantei da cama, ainda extasiada.
— Preciso ir ao banheiro. — murmurei baixinho.
O banheiro ficava no andar de baixo ao lado do quarto de Justin. Eu parecia patética por acreditar que ele estaria ali, por uma coincidência.
— Isso é patético. — eu disse bufando após usar o banheiro e já em frente ao espelho e a pia enquanto lavava a mão.
— Senhorita. — ouvi a voz de alguém ecoar por todo o banheiro.
Era apenas mais um dos homens que Bieber escolheu para me vigiar.
— Só estava usando o banheiro. — respondi passando pela porta até trombar com o vigia.
— Não pode sair sem avisar um de nós. — ele advertiu. Sua estrutura parecida com a de um poste foi o que me impediu de replicar ou dizer qualquer bobagem.
— Me desculpe. — ciciei. O vigia me fez voltar para o quarto na sua companhia e quando passamos pelo o quarto de Justin, eu não pude deixar de nota-lo agarrado entre os lençóis da cama. Senti um frio invadir o meu estômago e um calor incontrolável subir pelas minhas pernas.
— O que está olhando? — o cara de poste perguntou, me fazendo voltar a realidade.
— Só queria entender o porquê de dormir com a porta aberta. — respondi. O guarda me olhou e retomou a caminhada até o quarto, induzindo-me a fazer o mesmo.
— Sua água está ao lada da cama, em cima do criado-mudo. — o vigia advertiu antes de fechar a porta do quarto e me deixar sozinha.
Ethan POV
Depois da conversa entre Elena e minha mãe, a mediadora de Justin deixou o local às pressas. Minha mãe parecia preocupada e não queria entrar nos detalhes de sua conversa com Parker.
— Tudo está fora de controle. — eu dizia para Sam, que estava sentado ao meu lado no sofá.
— Eu tenho medo dela. — Sam comentou sobre Elena. — Ela é capaz de tudo.
— Ela é apenas uma mal amada com a intenção de destruir uma família, como ela mesmo destruiu a dela. — eu repliquei.
— Será que foi ela quem capturou sua irmã? — Sam indagou preocupado.
— Não sei. — respondi. — Agora, deixando todo assunto de lado. Você está mesmo a fim da minha irmã? — eu questionei e olhava no fundo de seus olhos. De primeira, percebi que ele ficou sem graça, mas logo tomou atitude e foi sincero em sua resposta. Pelo menos, eu achava que sim.
— Nós somos apenas bons amigos, nada de mais. — o vi abaixar a cabeça. — Bom, preciso ir. Qualquer novidade, estarei disponível para mensagens.
— Te vejo amanhã. — eu disse e vi Sam sair pela porta.
Meus pais já estavam em seus quartos e provavelmente dormindo. Depois do que aconteceu nada mais justo. Eu decidi fazer o mesmo, subi até meu quarto, tomei um banho e relaxei por um tempo até meu celular tocar, no meio da madrugada.
— Sei que quer muito saber onde Elizabeth está. — a voz era reconhecível.
— Elena? — perguntei só para ter a certeza.
— Fazemos um trato e te conto onde ela está, o que acha?
Parei e pensei por um instante. Elizabeth precisava de nós tanto quanto precisávamos dela e foi pensando nisso que cheguei a uma conclusão: eu iria fazer o tratado, independente do que fosse.
— Qual seria o trato? — eu disse e respirei fundo.
— Preciso sair do país com urgência e preciso de uma grana para isso. — ela pausou as palavras esperando que eu fosse criticá-la.
— Continua. — falei firme.
— Se você me der o dinheiro que preciso, direi onde ela está.
Era uma proposta irrecusável, eu nem pensei muito antes de dizer
— Fechado! — afirmei. Talvez, do outro lado, Elena tenha aberto o seu melhor sorriso depois de conseguir o que tanto queria sem ter se esforçado para isso.
— Será que poderíamos nos encontrar agora?
— Exchange Nightclub?
— Estarei te esperando.
Era tarde da noite, mas por Liz eu seria capaz de fazer qualquer coisa. Exchange Nightclub era uma das baladas mais visitadas da California e seria o nosso ponto de encontro. Então, me vesti rapidamente, peguei as chaves do carro e dirigi até a boate, que estava lotada por sinal.
— Ótimo, agora onde está ela?! — indaguei para mim mesmo enquanto me exprimia no meio de tanta gente, tentando passar. O som alto da música acabava com meu ouvido e o cheiro de nicotina e drogas naquele lugar, era insano.
— Está me procurando? — senti alguém tocar meu ombro. Me virei e era ela, Elena.
— Vamos sair daqui, eu estou ficando sem ar.
— Como quiser. — ela assentiu e me levou até os bancos do barzinho.
— Aqui não era o melhor lugar, mas tudo bem. — falei um pouco desconfortável. — Aqui está. — entreguei o dinheiro em suas mãos. Eu a vi pegar e contar.
— Tudo certo? — perguntei.
Parker apenas sorriu de canto e disse:
— Mansão do Bieber.
— Eu já devia imaginar. — falei indignado e Elena riu.
— Bom, o que eu tinha pra fazer aqui já fiz, então. — ela se levantou
e antes de deixar a boate, me lascou um beijo fervoroso. — Caso eu não volte mais. — eu a vi dar meia volta e sair pela porta dos fundos.
— Você é louca. — gritei, tarde demais. Elena já estava longe dali.
Posso dizer que eu não abandonei aquele lugar sem antes ter um pouco de divertimento. Quando decidi ir para casa, o dia já estava amanhecendo e os pássaros já cantavam logo cedo. Meus pais iriam surtar quando descobrissem que Justin estava com Liz, o que não me impressionou.
— Meu filho, onde você estava? — mamãe perguntou e veio para um abraço. — Eu estava preocupada.
— Por que está acordada tão cedo? — franzi o cenho ao questioná-la.
— Eu teria de acordar cedo, o dever me chama. E outra, assim que percebi sua ausência não consegui mais dormir.
— Você sabe que haverá mais dias assim, não sabe? — eu perguntei e ela assentiu.
— Eu tenho que ir agora, filho. O café já está feito! — ela disse eufórica enquanto encaixava a bolsa em seu ombro e despedia-se com um beijo em minha testa.
— Mãe. — exclamei e a parei bem rente a porta. — Eu sei onde Liz está. — eu disse e ela me olhou espantada.
— Você sabe? — perguntou ela boquiaberta.
— Sei.
— Você não está pensando em ir atrás dela, está? — ela havia desistido de sair correndo pela porta quando tocamos naquele assunto. O trabalho já não era mais sua prioridade.
— Mas é claro mãe, que pergunta idiota. — respondi rindo.
— Você não pode. — ela me repreendeu.
— Por que não? — perguntei sem entender e ela me olhou como se não pudesse falar. — Fala mãe, por que não posso?
Eu a vi se prontificar a dizer quando meu pai desceu as escadas, ela apenas me olhou e desejou um bom dia a nós dois antes de sair.
— Temos problemas. — eu disse e ele me olhou desentendido.
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