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História Forbidden - Dois.


Escrita por: Kamysss

Notas do Autor


Oi amores. Como prometido, aqui está o segundo capitulo reescrito. Queria agradecer imensamente a quem comento no capitulo anterior, me incentivando e apoiando com essa nova mudança que estou fazendo na fanfic. Vocês me dão forças para continuar!
Obrigada pelos mais de 800 favoritos, obrigada por darem uma chance para minha fanfic. Isso é muito importante para mim! ♥
E sejam bem-vindos leitores novos ♥
Enfim, espero que gostem deste capitulo e tenham uma boa leitura.

Capítulo 2 - Dois.


Observei cuidadosamente cada passo da Haruno para dentro da escola, e não era apenas eu que a admirava. Suas passadas não passavam despercebidas por nenhum dos garotos do colégio, ela era avaliada todos os dias e ainda não era o suficiente para aqueles que contemplavam sua beleza. Todos queriam uma única chance com ela. Todos a desejavam. O que não facilitava nem um pouco para mim. Tinha muitos em minha frente que dariam tudo por ela, talvez, muito mais do que eu tenho para oferecer. Essa é a minha maior desvantagem.

─ O Gaara ainda não chegou? - perguntei à Naruto, sem desviar meus olhos da rosada.

─ Você sabe que ele sempre chega atrasado e acaba levando bronca dos professores, incluindo nós dois, por esperá-lo.

Gaara é um garoto de cabelos ruivos, que infelizmente teve a infelicidade de nascer sem sobrancelhas, o que fez com que ele ficasse fodidamente estranho. Sem mencionar as olheiras escuras e bastante visíveis abaixo de seus olhos.

Levantei o pescoço para cima procurando o ruivo no meio da multidão de alunos, mas nenhum sinal dele. E numa dessas tentativas de encontrá-lo meus olhos avistaram uma figura estranha. Um homem de capuz parado no portão de entrada do colégio, ele estava com o celular no ouvido, provavelmente falando com alguém, e sua visão estava direcionada em algo, ou alguém. Girei minha cabeça para o que ele tanto encarava e percebi que se tratava da Haruno, que estava parada no meio do corredor encostada na parede e conversando distraídamente com suas amigas. Alheia ao seu redor. Meu cenho franziu e quando o mirei novamente, ele já não estava mais lá.

Tsc.

Deve ser algum tipo de segurança que o idiota do pai dela colocou para vigiá-la. Revirei os olhos e dei de ombros.

─ Lá vem o Gaara. - anunciou Naruto.

O ruivo aproximou-se de nós.

─ E aí, boiolas. Vamos. - ele disse.

Olhei uma última vez para fora da escola e o homem simplesmente evaporou. Não dei importância. Apenas segui em direção a sala de aula com os meninos. A Haruno e suas amigas já haviam se retirado do corredor.

─ E aí, festa no sábado na casa do Suigetsu? O que acham? - perguntou o ruivo. Naruto e eu nos entreolhamos e sorrimos sugestivamente um para o outro.

─ Claro, mas só se tiver muita bebida e música boa. - avisei.

─ É só isso que rola nas festas dele, teme, você sabe. - disse Naruto ao atravessarmos a porta da sala de aula.

─ Ouvi boatos de que ele convidou a Yamanaka e suas amigas. - meus olhos brilharam ao ouvir as palavras que sairam da boca do Gaara.

Então.. a Haruno também foi convidada? Interessante.

─ E você sabe se elas vão? - foi inevitável esconder a curiosidade estampada em minha voz.

─ A gostosinha da Ino já confirmou presença, creio que só falta as outras duas. - revelou o ruivo, pegando meu caderno dentro da minha bolsa. Provavelmente para responder o exercício. Ele nunca faz os deveres de casa e o mais incrível disso tudo é que o desgraçado sempre tira nota boa nas provas. É hilário.

Enfim... isso só pode ser um sinal de que precisamos convencer a Sakura e a Hinata. Ótimo, talvez assim o Naruto assuma o controle da situação e resolva se declarar para a Hyuuga de uma vez por todas. Embora eu não seja a melhor pessoa indicada para falar sobre "assumir o controle", mas...

─ Olha só, o Naruto ficará encarregado de falar com a Hinata, e eu, com a Sakura.

O Uzumaki franziu o cenho confuso.

─ Como assim eu "ficarei encarregado pela Hinata"? - o loiro enfatizou suas palavras.

Esse daí é lerdo mesmo. Vou te falar viu?!

─ Qual é, dobe... - bufei impaciente. ─ Será uma boa oportunidade para você se aproximar da Hyuuga. - seus olhos azuis brilharam como um oceano ao entender onde eu queria chegar.

─ Enquanto isso você vai continuar com essa idéia absurda de ficar com a Sakura, não é, Sasuke? - a voz de Gaara saiu arrastada, demonstrando seu tédio.  ─ Cara, desencana. Sai dessa. Qualquer dia o pai dela te corta as bolas, hein.

O ruivo sempre achou uma total perda de tempo o fato de eu ser tão obcecado pela Haruno. Mas o que ele chama de perda de tempo, eu chamo de desejo.

Eu quero ela. Como nunca quis alguém na minha vida.

─ Perco as bolas, mas não perco a garota. - respondi brincalhão, e os dois cairam em risadas, atraindo a atenção da Sakura e inclusive dos outros alunos.

Meus olhos encontraram suas esmeraldas e meu peito subiu e desceu. Ela me encarava intensamente por debaixo dos óculos, como se ela visse através da minha alma. Seu rosto tão sereno e inocente me deixavam com vontade de olhá-la durante 24 horas seguidas.

Ah... Sakura... se você ao menos soubesse o quanto eu penso em você...


                                    ♣

 

─ Passa pra mim! - gritou Naruto. Arremessei a bola de basquete em sua direção.

Estávamos na quadra jogando nosso esporte preferido: basquete. Somos membros do time Taka, jogadores oficiais do Konoha High School. Eu sou o líder. Nossa equipe adversária era a Akatsuki, um grupinho de exibidos que fingem jogar basquete só para impressionar as garotas da nossa escola.

─ Foi um bom jogo, Uchiha. - a voz atrás de mim fez com que eu girasse meu corpo, encontrando a marionete do demônio esbanjando mais um de seus sorrisos debochados, como se nossa vitória no treino fosse simplesmente por pura sorte.

Akasuna Sasori é o líder da Akatsuki, o time secundário do colégio. Ele é um filho da puta no qual tenho uma rivalidade sem freios. Ele e seus colegas de time são um bando de fracotes que não entendem absolutamente nada sobre basquete e se acham os fodões.

─ Joguem melhor da próxima vez. Vocês não vieram com tudo pra cima de nós. - afirmei vendo seu sorrisinho de merda sumindo aos poucos. Ele crispou os lábios.

─ Foi sorte. - retrucou.

─ Foi treino. - o corrigi, vendo seus olhos começando a transbordar sua raiva. ─ Nós treinamos duro para chegar onde chegamos, e posso te garantir que não foi apenas sorte. Somos bons, em todos os sentidos da palavra, se é que me entende.

Lancei-lhe meu melhor sorriso debochado, sabendo perfeitamente que eu acabava de tocar em sua "ferida".

No ano passado, Sasori foi motivo de piada e zoação por quase três meses, por todos do basquete, incluindo os alunos da escola. Tudo isso porque ele levou uma garota para um motel depois de uma festa, estava completamente bêbado e na hora H simplesmente brochou. Parece que a garota não se conteve diante de tal situação e esperou até o dia do campeonato oficial para gritar aos quatro ventos que o basquete provavelmente era a única coisa em que ele era bom, porque no resto...

Todos, absolutamente todos riram.

E desde esse dia eu sempre venho tocando em sua ferida, acidentalmente, é claro. Pois não tenho culpa dele não ter levantado seu instrumento na hora do "pega pra capar". E para sua infelicidade, a garota não pensou duas vezes antes de vir correndo atrás de mim, mas eu a rejeitei de imediato.

Afastei-me dele deixando-o com cara de idiota. No meio de meu trajeto, avistei a Haruno entrando na quadra ao lado de uma garota do primeiro ano. Ela estava usando um short curto preto e colado, uma blusa de regata na cor branca, destacando sua cintura fina. Para mim, isso não é nada bom. Sakura faz Eduacação Física na mesma quadra que nós e eu sempre tenho que me manter concentrado na hora do jogo, mas é quase inevitável não olhar para aquele corpo impecável.

Lembro-me da primeira vez que a vi com roupas curtas para se exercitar. Naruto estava treinando comigo e por um momento, desviei minha atenção em direção à ela, e não percebi a bola vindo em meu rumo, o que acabou resultando em uma generosa quantidade de sangue jorrando de meu nariz e uma visita à enfermaria do colégio.

─ Que gostosa. - parei de olhá-la e encarei Sasori que já se encontrava novamente ao meu lado. Quando foi que esse demônio chegou aqui? Não o percebi. Ele estava com seus olhos fixados na bunda de Sakura, visto que ela já começava a alongar-se para sua tradicional corrida ao redor da quadra.

─ Sai fora, Akasuna. Aquele aviãozinho ali já tem dono. - rosnei para ele.

─ Sério? - lá vem a porra daquele tom de sarcasmo. ─ Quem é? Onde ele está? Oh! Não me diga que é você, Uchiha?!

─ Claro. - respondi abrindo meus braços ao redor de mim mesmo, enaltecendo meu deboche. ─ Você que não seria, não é? Cai na real, Sasori. Se com aquela gostosinha da Tayuya você brochou, imagina com a Sakura. Um simples toque dela em seu rosto faria você ter um ataque cardíaco com certeza. Não que ela vá te tocar, é claro, mas por via das dúvidas é melhor se manter afastado dela. - passei por ele dando dois tapinhas em seu ombro.

Caminhei para a arquibancada, onde Naruto e Gaara estavam sentados, assistindo toda a cena de camarote, pois ambos encontravam-se morrendo de rir.

─ Você é hilário, teme! - disse o loiro, que me estendeu uma pequena toalha. Usei-a para secar o pouco suor que escorria por minha testa e bochechas. Peguei uma garrafinha de água ao meu lado e bebi. Fitei cada movimento da marionete do demônio que ia em direção aos seus amiguinhos. Ele não tirava os olhos da Sakura e de certa forma, sua atitude me deixava puto da vida. Ele sussurrou algo no ouvido de Yahiko, um dos seus colegas e no minuto em que pisquei ele já estava indo rumo à Haruno. Meu sangue ferveu de raiva. Trinquei o maxilar e pressionei a garrafa de água em minha mão, amassando-a.

─ Aconteceu alguma coisa, teme? - Naruto interrogou, mas não o respondi. Ele moveu seus olhos azuis até a cena que eu tanto observava e balançou a cabeça negativamente. ─ O que aquele imbecil está fazendo?

Boa pergunta, Naruto. Eu também gostaria de saber, falei mentalmente.

─ Parece que o Sasuke tem concorrente. - Gaara ironizou. ─ Aliás, vários.

─ Fecha a porra da sua boca. - rosnei para o ruivo. A irritação era visível em minha voz, impossível de escondê-la.

─ Não fique estressadinho, ninguém aqui tem culpa de você estar perdendo a garota para ele. Porque ao contrário de você, ele está indo até lá e tomando a iniciativa. - o ruivo afirmou, e eu simplesmente me recusava a lhe dar ouvidos. Apenas permaneci com a minha visão focada naqueles dois. ─ E pelo o jeito parece que o assunto está bastante interessante, já que os pombinhos estão olhando para cá. - acrescentou ele, por fim.

─ Pombinhos uma ova! - retruquei.

Sasori sussurrava algo no ouvido de Sakura, e ela mantinha suas esmeraldas fixada em nós. Nos encontrávamos do outro lado da quadra e meu maior desejo naquele curto momento era ir até lá e acabar com aquela palhaçada. Ele estava perto demais dela. Ambos pararam de conversar, indo cada um para seus respectivos lugares. Olhei para a marionete do demônio e seu fodido rosto estava preenchido com um sorriso convencido, o que fez minha fúria aumentar excessivamente. Eu sentia meu sangue bombeando fulminantemente em minhas veias.

─ Teme, você sabe que a coisa que eu mais detesto na face da Terra é concordar com o Gaara, mas ele tem razão. - Naruto proferiu, recendo um olhar repreensivo do ruivo. Porra, até o Naruto? ─ Você não está movendo nem sequer uma palha para ficar com a garota e ainda se acha no direito de ficar todo irritadinho quando vê outro cara fazendo o que era para você fazer.

Sim, eu sei, é verdade. Belas palavras. Eu odeio admitir, mas é a realidade. No entanto, Naruto não é a pessoa mais indicada para me dizer isso, ao menos, não para mim, visto que sei de seu amor imutável pela Hyuuga.

─ Falar de mim é super fácil, não é mesmo, dobe? Mas até onde eu sei e se não me falha a memória, a única coisa que você também faz é ficar sentado admirando a Hinata, e quando levanta seu traseiro do banco é pra pegar as vadiazinhas por aí. Acorda pra vida, garotão, porque eu soube de uns rumores através de uns alunos do primeiro ano que o Inuzuka Kiba está caidinho pela tua garota há mó tempão. - afirmei, sentindo o olhar assustado do Uzumaki em cima de mim.

Dei uma piscada de olho sugestiva para os meus amigos e me levantei do banco, descendo a arquibancada.

A Haruno já estava se preparando para correr e decidi que seria aquele momento. Reuni todas as forças e coragem que eu possuía. Eu a convidaria para a festa do Suigetsu, e aproveitaria a oportunidade para saber o que diabos o Sasori tanto cochichava em seu ouvido. Era a minha chance.

Vamos, Sasuke, mexa-se! Sussurrei mentalmente, após sentir minhas pernas fodidamente bambas.

Oras! Não aconteceria nada, certo? O máximo que ela poderá me dizer é um "não", curto e grosso.

Não, ela não parece ser o tipo de garota que daria um fora em um cara sem dó nem piedade. Ou seria? Droga!

Cessei meus passos e paralisei no local. Eu não estava tão longe dela. Por um milésimo de segundo esqueci de como respirar. Porque eu estava tão agitado? Tão nervoso? Minhas mãos suavam mais que meu próprio corpo após um campeonato de basquete. Porque eu estava sentindo um estranho frio na barriga?

Calma, Sasuke. Respire fundo. Bem fundo. Sugeri a mim mesmo.

Puxei todo ar possível para meus pulmões e obriguei minhas pernas a se locomoverem. Espero que aquela marionete do demônio não tenha sujado minha reputação com a Haruno. Tsc.

Como se ela fosse limpa.

Sakura provavelmente deve saber de todas as merdas que eu faço por aí e com certeza deve me repudiar. No entanto, diferente dos outros, ela é aquele tipo de pessoa que fica calada na sua e não joga seus podres em sua cara.

Ela começou a correr, e eu, como um bom rapaz, corri em sua direção. Ela estava com a cabeça abaixada e eu fiz o mesmo.

Enquanto ela não levantasse sua cabeça meu plano continuaria dando certo, embora eu não gostasse nadinha de estar usando esse truque velho e barato. Não com ela.

Ela estava se aproximando cada vez mais, quando de repente...

─ Opa! Cuidado! - exclamei, ao esbarrarmos um no outro, exatamente como eu planejei.

Ela caiu de bunda no chão, e eu, por incrível que pareça e acidentalmente, cambaleei para frente caindo em cima dela. Suas esmeraldas me encararam um pouco assustadas. Talvez confusas. E seu rosto estava vermelho como uma pimenta. Minha mão estava apoiada no chão, e a outra segurando levemente seu braço esquerdo, tocando suavemente sua pele alva e sedosa. 

Tão perto.

Tão linda.

Vendo-a assim na minha frente era como se eu estivesse diante de uma magnífica obra-prima de um sublime escultor.

Meu coração acelerou.

─ Desculpa! - ela praticamente gritou. Eu podia sentir seus nervosismo, seu peito subia e descia num ritmo acelerado, assim como o meu. Ela fitou seu braço esquerdo estranhando o toque, e só então, percebi que ela não estava com os óculos. Eles tinham caído no chão. ─ É-é... a gente.. devia.. - murmurou baixo, gesticulando envergonhada para que nós dois levantássemos.

─ A-ah, sim, claro.. - gaguejei sem perceber. Porra. Eu estava adorando ficar colado ao corpo quente dela. Finalmente ficamos de pé e ela pegou seus óculos, limpando-os com descuido em sua blusa, para em seguida colocá-los de volta em sua face.

─ De-desculpa por esbarrar em você. - disse calma, sua respiração estava se  regularizando aos poucos. Ela sorriu timidamente.

─ Não, de maneira alguma. A culpa foi minha, eu que fui distraído. - retruquei lançando um sorriso de canto. Ela desviou seus olhos para o chão, seu rosto estava avermelhado. ─ Você se machucou?

─ Não. Obrigada por se preocupar.

Assenti com a cabeça.

─ Quer companhia? - ofereci-me para correr com ela.

─ Não precisa, você deve estar muito ocupado com seus amigos, que inclusive não tiram os olhos da gente. - seu tom de voz saiu um pouco frio e franzi o cenho. Olhei para trás e os idiotas do Naruto e Gaara estavam petrificados nos encarando como duas mulheres quando estão assistindo novelas mexicanas. Voltei a olhá-la e suas esmeradas me fitavam com cara de quem já estava sacando tudo.

─ Não é o que você está pensando... - comecei, ela pendeu a cabeça para o lado erguendo suas sobrancelhas e cruzando os braços sob seu peito. ─ Droga, é o que você está pensando sim, mas e-eu... eu realmente quero correr com você. Por alguns minutos ou, sei lá, só... - fechei meus olhos com força praguejando mentalmente por ser tão estúpido. Estava nervoso.

─ Se ficar aí parado não vai conseguir me acompanhar! - ela gritou. Abri meus olhos e ela já estava longe de mim, correndo e com um sorriso no rosto.

─ Apressadinha. - brinquei, movendo meu corpo e seguindo seus passos. ─ Então... porque você não fala comigo? - interroguei ao ficarmos lado a lado na corrida.

Ela juntou as sobrancelhas e diminuiu sua velocidade, mas sem parar de correr.

─ Como?

─ Você entendeu o que eu quis dizer.

─ Mas eu falo com você, Sasuke. Estou falando nesse momento. - retrucou com a mesma calmaria de sempre.

─ Raramente.

─ É que...

A interrompi.

─ Não fala comigo porque seu pai não permite, ou porque me repudia como a maioria das pessoas desse colégio?

─ O quê? Eu não repudio você. De onde tirou esse absurdo?- ela perguntou com surpresa. 

─ Então por qual motivo você fica tão afastada de mim? - perguntei. Ela suspirou pesadamente.

─ Não é por você, e sim, por mim. Algumas pessoas dessa escola me tratam como se eu fosse melhor do que as outras e eu detesto isso. Algumas até se aproximam de mim simplesmente porque têm medo do meu pai e seu "poder" como ex-governador. - ela fez aspas com as mãos, enfatizando suas palavras. Sua voz saiu com um toque de tristeza.

─ Nesse caso, você está querendo dizer que.. 

Ela me cortou.

─ Sim, eu acho que você pensa isso de mim. Que eu sou uma garota mesquinha e metida à filhinha de papai. - sussurou baixo.

─ Espera. - segurei em seu braço num sinal para que nós parássemos de correr. ─ Você não fala comigo simplesmente porque acha que eu te considero tudo isso que acabou de dizer sobre si mesma? - questionei confuso.

─ Não é bem por aí... É só que.. Eu estou cansada das pessoas se aproximarem de mim pelo meu status ou por medo do meu pai. Eu adoraria se elas entrassem em minha vida simplesmente pelo o que sou, e não por se sentirem sem opção. - ela deu de ombros, suas esmeraldas não estavam com o mesmo brilho de antes.

─ Eu não sou como essas pessoas, Sakura. - afirmei com convicção.

─ Eu sei.

─ Isso acontece muito com você? - perguntei com curiosidade. Pela primeira vez desde que a conheci eu estava tendo a chance de conhecê-la melhor, e eu não desperdiçaria essa oportunidade.

─ Sim, não imagina o quanto. - ela riu tristonha. ─ É chato quando alguém só fala com você só porque é a filha do ex-governador, porque sentem medo de dizerem o que realmente acham de mim e possivelmente verem os pais desempregados depois. Falam por obrigação, forçam amizade, gentileza. A grande parte dos alunos dessa escola me odeiam, mas eles não tem coragem o suficiente para dizer isso na minha cara. - ela suspirou ─ Desculpa por estar enchendo sua cabeça com meus desabafos.

Segurei-a pelos ombros enquanto observava seu olhar confuso.

─ Não precisa se desculpar - falei. ─ Todos nós temos problemas e me sinto feliz por você não me considerar um idiota.

Ela sorriu abertamente.

─ Pelo menos me deixe pedir desculpas por todos os insultos que meu pai sempre fala toda vez que você está perto de mim.

─ É irônico dizer isso, mas acabei me acostumando. - ambos rimos. - Então... posso te perguntar uma coisa.

─ Claro.

─ O que o Saso....

─ Sakuraaa!

Eu estava prestes a perguntar o que diabos a marionete do demônio falou para ela, quando escutamos a voz estridente da louca da Karin, berrando do outro lado da quadra. Ela veio correndo em nossa direção.

Era só o que me faltava.

Uzumaki Karin é uma das amigas da Sakura e também prima do Naruto. Ela é uma ruiva bem bonita, com olhos quase na tonalidade de seus cabelos, e que usa óculos. Sua fama na escola não é uma das melhores, todos a chamam de ignorante e boca suja. Mas ao contrário do que pensam, ela só diz a verdade sobre as pessoas. Ela joga tudo na sua cara num piscar de olhos, sem piedade. Ela é detestada por quase todos no colégio.

Retirei rapidamente minhas mãos dos ombros da Haruno, ao passo que a Uzumaki se aproximava ainda mais.

─ Oi, Karin. - a rosada cumprimentou a amiga, aparentemente constrangida com toda a gritaria da ruiva.

─ O Sasori falou com você? - perguntou Karin, ofegante pela correria.

Opa... Um assunto do meu interesse.

─ Sim. Ele falou. Por que?

─ E então, você vai, né?

─ Não sei, Karin... - Sakura respondeu pensativa.

─ Ah, fala sério, caramba! Vamos, Saky. Vai ser super maneiro. - voz da ruiva demonstrava toda a sua animação. Ela fez uma cara de cachorro sem dono e a Haruno riu.

Elas pareciam alheias a minha presença ali. Eu sei, eu estava sobrando, mas não poderia sair na melhor parte, certo?

─ Vou pensar no assunto. - a rosada disse por fim.

─ O que diabos você está fazendo aqui, Uchiha? - a voz irritante de Karin atravessou meus ouvidos, fazendo-me olhá-la. Ela só notou minha presença agora? Me senti invisível.

─ Bem... desculpe por me intrometer assim dessa maneira, mas... Sobre o quê vocês estavam falando mesmo?

Karin me encarou abismada. Ela sabia melhor do que ninguém, eu era bem direto quando queria saber de alguma coisa, isso não era nenhuma novidade para a ruiva.

─ Isso não é da sua conta. - esbravejou a Uzumaki, ajeitando os óculos em sua face e com o semblante sério.

─ Karin! - Sakura a repreendeu pela forma grosseira que a ruiva havia me respondido. Ela me lançou um olhar mortal antes de dar as costas e sair, deixando eu e a rosada à sós. ─ O Suigetsu nos convidou para uma festa na casa dele no sábado e o Sasori veio me perguntar se eu gostaria de ir com ele.

Meu queixo caiu para baixo com sua revelação. Então quer dizer que aquele demônio de cabelos ruivos resolveu chamá-la primeiro? Ah, mas isso não vai ficar barato.

─ E você aceitou? - era nítida a irritação e curiosidade em minha voz.

─ Não, só falei que ia pensar. - ela respondeu tranquilamente, o que aumentou ainda mais minha revolta.

Mas eu não a culpo. Ela não sabia de nada. O único que merecia levar toda a culpa era aquela marionete do demônio, que se aproveitou do momento para se aproximar da Haruno e me irritar. Fechei meus punhos e girei minha cabeça em direção ao Sasori no final da quadra nos encarando com um maldito sorriso no rosto. Filho da puta.

─ É realmente uma pena. - havia decepção em meu timbre ─ Eu estava pensando em convidá-la para ir comigo, mas já que você vai com o Akasuna, sendo assim... boa festa. - virei meu corpo e sai dali a passos rápidos, ouvindo Sakura chamar por meu nome duas vezes seguidas.

Segurei-me para não olhar para trás.

Porra!


Notas Finais


E aí? Gostaram? Não?
Comentem o que acharam desse capitulo. E leitores fantasminhas, apareçam xD tia Mylla não morde :v kkkkk
Beijos e amanha postarei o terceiro capitulo ♥


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