História Forbidden - A verdade choca

Depois que ela nos mostrou o vestido, eu voltei a olhar os outros, era uma loja bem grande e não tinha só roupa de noiva, mas sim vestidos de festa em geral... Estava olhando por cima, quando vi um vestido azul, na ponta da arara. 
Era um vestido azul royal, com o corpo perfeito, tinha um decote "V" profundo, mas não era exagerado, tinham umas pedrinhas no corpo que brilhavam com a luz, era longo e a saia era coberta por tule e voal, não era volumoso, era aquele que eu queria para o baile.
— Nathalie, vamos embora? — Ouvi minha mãe me chamar. 
— Espera, eu tenho que provar um vestido. 
— Mas os vestidos das damas de honra vão ser feitos por outra pessoa, Nathalie. — Diz Esther.
— Dama de honra? 
— Desculpa não ter falado antes. — Esther fala com um sorrisinho no rosto.
— Eu não posso aceitar. — Falo negando com a cabeça.
— Como não, minha querida? É você quem eu escolhi. 
Respiro fundo para pensar.
— Tia, eu realmente não posso aceitar, eu vou no seu casamento, mas o baile de inverno é no mesmo dia, então eu passaria lá primeiro, então eu não estaria  na igreja. 
— Ah, Nathalie, nós daremos um jeito. 
Peguei meu vestido e fui provar. Sério, eu não sei se Esther é muito tapada ou muito sínica, me chamar para dama de honra, espero que ela aceite a história do baile. 
O vestido serviu perfeitamente, não precisava de nenhum ajuste. Vou levar. 
Saímos da loja, Esther deixou seu vestido porque segundo ela sempre é necessário ajustar alguma coisa, eu levei o meu, fomos o caminho todo com ela falando e falando sobre os preparativos, na semana que vem ia ter a prova do bufê, eles demoraram um tempão pra fazer isso tudo encima da hora. 

{...}
Faltavam 7 dias para o casamento, Jeffrey ainda não havia aparecido, mas com certeza por esses dias ele viria. 
Eu estava na aula de química, Dann sentou ao meu lado, para dividir a bancada. 
— Hoje a sua resposta é sim?
— Não. — Falo concentrada na atividade. 
— Pelo menos você vai dançar comigo lá, então? — Olha para mim e faz bico, eu também olho para ele. — Só uma, vai. 
— Uma dança. 
O sinal tocou. 
— Te vejo por aí, gatinha. — Ele pisca e sai da sala. 
{...}
Já estava indo embora, caminhando, como sempre, quando vi uma caminhonete idêntica a de Jeffrey estacionada em um café perto de casa, depois vi ele entrando com um copo na mão, com certeza iria lá pra casa. 
{...} 
Jeffrey Point Of View
Fiquei vários dias na minha cidade, cuidando dos negócios e resolvendo alguns problemas, mas Nathalie não saía da minha cabeça, faltavam poucos dias para o casamento, resolvi vir já, talvez fosse um erro ir e conviver com Nathalie, mas não vou ficar na casa dela, esse seria um erro maior ainda. Quando cheguei na casa dela, ela não estava lá, ainda bem, Esther queria que eu ficasse ali, Morgana também insistiu um pouco, mas eu estava decidido. Até que ela entrou pela porta da sala, segurando uns cadernos, toda linda, eu não aguento..... NÃO, JEFFREY, você está decidido. 

Natahlie Point Of view
Quando cheguei em casa, ele estava lá, como imaginei.
 — Olá. — Falei e dei um sorrisinho, para todos. 
— Oi querida, que bom que você chegou — diz minha mãe — Agora você convence Jeffrey a ficar aqui em casa, ele quer ir ficar em um hotel, vê se pode. 
— Por que um hotel? Nunca foi assim. — Dou de ombros. 
— Da azar ver a noiva antes do casamento. — Jeffrey responde.
— Bobo, não pode ver a noiva com o vestido. 
— Melhor não arriscar. 
— É, é melhor mesmo —  Falei sem sentir, não era nada demais, mas causou alguns olhares da parte de todos. — Tudo deve ser perfeito. 
— É verdade, fala Esther. Querido, já está tudo decidido, só falta você escolher sua roupa. 
— Tudo certo? — Ele pergunta.
— Sim, só Nathalie que disse que não vai ao casamento e não quer ser dama de honra. 
— Não vai? — Ele arqueia uma sobrancelha. 
— Eu não disse isso. É que o baile de inverno é no mesmo dia, então eu não iria na igreja, pois ia passar no baile antes. 
— Que pena, mas querida, acho que já vou — Ele fala tentando mudar de assunto. 
— Não vai não, espera mais um pouco, fica para o jantar, pelo menos. 
— Tudo bem, então. 
— Ótimo, Morgana você me ajuda? 
Minha mãe ri como se ela quisesse dizer "é obvio". 
— Vem, vamos lá. 
Quando elas foram para a cozinha eu fui para o meu quarto, coloquei os cadernos encima da mesa, estava olhando o vestido que comprei para o baile quando Jeffrey chegou e se encostou na porta. 
— Você vai ficar linda nele. 
— Vai embora. 
— Eu só quis elogiar... 
— Elogia sua noiva. 
— Okay, até porque seu namorado deve te elogiar muito.
— Quem?
— Não finja que não sabe do que eu estou falando. 
— Eu não sei. Porque diferente de você eu não sumi e não estava por aí marcando casamento. 
— Mas tava por aí beijando o seu ex.
— Que? 
— Eu vi vocês, aquele dia aqui na entrada do prédio. 
Quando ele falou isso meu coração gelou, não por ele ter descoberto, mas tanta coisa passou pela minha cabeça, ele realmente está casando só por causa daquele maldito beijo?
— Espera — falei em dúvida com a situação — você marcou a data, VOCÊ ESTÁ CASANDO, por causa de um maldito beijo que você viu mas não sabe absolutamente nada e em que situação ele aconteceu? Não ­— nego com a cabeça — Eu não posso aceitar que isso aconteceu. 
— Não existe situação para justificar uma traição. 
— Traição, Jeffrey? Você pode andar com ela por aí, mostrando para todos os seu troféu, dormir com ela, eu não. Não tenho que me justificar pra você, já que está tudo acabado, mas eu sai com ele sim aquele dia, por causa de uma merda de um sorteio que me obrigou a fazer um trabalho com ele, ele me beijou a força e eu não retribui, eu sou a adolescente do colegial, mas você se comportou pior que um. — Estava nervosa quando falava isso — Sai daqui, Jeffrey, vai embora. — Empurro ele e fecho a porta. 
Me joguei na cama, triste, chorando em silêncio com a cara no travesseiro. 
                                       Narrador Point Of View
Jeffrey ficou assustado, em choque com o que tinha acontecido, ele colocou a mão nos olhos e ficou ali no corredor pensando por uns segundos.

Jeffrey Point Of View 
Eu não acredito no que eu fiz. Como fui infantil. Mas como eu poderia imaginar? Não acredito que eu perdi a mulher da minha vida por causa de uma bobagem dessas. 
— Amooor vem aqui na sala — Ouvi Esther gritar, fui até ela, mas não seria mesma coisa, nunca mais vai ser. — Amor, está faltando um ingrediente, você vai comprar para mim? A quitanda é aqui ao lado, nem precisa ir de carro. 
— Eu vou. — Sair para esfriar a cabeça era necessário. 
Esther me falou o que era para comprar então eu desci, ainda não acreditava, mas como eu ia acabar com tudo agora? Como eu vou sair dessa? 
Fui até um "mercadinho" que era misturado com um bar, ou sei lá o que era aquilo, pedi um wisky para pensar, mas nada vinha à minha cabeça, nada. 
Comprei o que precisava, não demorei muito para voltar, quando cheguei Esther mandou eu fazer alguma coisa na cozinha, então ajudei ela para não ficar chato, quando estava tudo pronto, Morgana me mandou chamar Nathalie. Fui até o quarto dela, ela  não estava ali, só o celular encima da mesa, umas anotações, percebi que ela estava no banho, não quis atrapalhar, eu não poderia atrapalhar. Voltei e disse que ela não viria, com certeza seria a resposta dela depois do que aconteceu.
Terminamos tudo, não era tão tarde, eu fui para o hotel, se antes eu não poderia ficar ali agora era pior ainda.