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História Força e Vida - Tomione - Capítulo 44 - Revelações


Escrita por: BeatriceBRiddle

Notas do Autor


Queridos, queridas, hoje não fui para a aula da noite, devido ao caos que está minha cidade com greve de ônibus, então estou postando hoje ainda hihihi
Espero que comecem a entender um pouco.

Capítulo 44 - Capítulo 44 - Revelações


✣ Tom Riddle

Eu havia sido irritado até o limite.

O pesadelo da noite anterior ainda estava bem fresco na minha mente, e também a minha preocupação com a Hermione acordando desesperada, quando uma garota da Corvinal decidiu que era um bom dia para fazer equipe comigo na aula de Adivinhação. Eu nem sabia o nome dela, mas ela parecia saber tudo o que era público sobre mim. Abraxas até tentou chegar antes do que ela, mas no fim, eu e o Draco tivemos que aguentá-la.

Hermione não acreditava nessa aula, e eu também não, mas sempre fiquei com um pouco de receio de desistir, vai que um dia se tornasse algo importante? Mas esse dia definitivamente não era hoje, já que a garota havia visto na bola de cristal que teria um futuro brilhante comigo.

O dia até melhorou um pouco, e o meu humor também, durante o almoço, onde a garota saiu dos meus pensamentos e felizmente da minha vista, quando Hermione chegou. Passar um tempo com a morena sempre me fazia bem, ela me distraia de tudo de uma forma sutil e perfeita.

Porém o dia voltou a piorar, quando ela teve que ir buscar a mochila no salão comunal e chegou atrasada na aula. Piorou porque eu tive que aguentar a menina da Corvinal de novo. Ela não se intimidava quando eu a olhava irritado, e também não parecia se sentir desconfortável com a presença dos meus amigos, que também não lhe lançavam olhares agradáveis.

- Eu vi, Tom. Somos perfeitos um para o outro, e seremos felizes juntos! – Não era o fato de ela dizer ter visto algo, ou que sonhasse comigo, que me incomodava. Me incomodava a perseguição exagerada.

- Eu não sei o que você viu, mas tenho certeza de que não era nada comigo. – Falei pausadamente, cansando até de ignorá-la. – Eu tenho namorada, e gosto bastante dela, por sinal. – Eu e a Hermione não utilizávamos o título com muita frequência, e eu não havia pedido a ela diretamente, mas nós sabíamos o que um significava para o outro.

A menina saiu chorando, o que no fundo me deu até uma pontada de felicidade, mas esta pontada foi dominada pelo alívio de vê-la indo embora.

- Achei que ela não ia mais embora. – Disse Draco, ele parecia estressado.

- Eu também achei. – Suspirei, voltando a andar para a sala de aula.

Para então fechar o dia com chave de ouro, se é que tudo já não estava ruim o suficiente, a menina resolveu que era uma boa ideia sentar ao meu lado no jantar. Ela havia me irritado o dia inteiro, eu estava um pouco bravo e com ciúmes pela Hermione estar sentada longe, ainda mais na mesa da Grifinória, definitivamente essa garota não conhecia o momento que deveria parar.

- Você disse que tinha uma namorada, Tom. Não vi garota alguma ao seu lado, então resolvi te fazer companhia. – Disse ela depois de um monte de tagarelices, foi a única parte em que eu prestei atenção. A voz dela já estava começando a me enlouquecer.

- Eu tenho uma namorada. Ela está na mesa da Grifinória, apesar de que isso não é da sua conta. Eu gosto dela, de verdade, e eu nunca, repito, nunca, ficaria com você. – Saí da mesa sem olhar para trás.

Eu precisava ir para qualquer lugar em que pudesse ficar sozinho. O salão comunal era uma boa ideia, a sala precisa também, porém a câmara era o único lugar onde ninguém conseguiria definitivamente me encontrar.

Andei rápido pelos corredores, sem olhar para trás, já que eu ouvia passos há alguma distancia, e desconfiava que a garota continuasse atrás de mim. Em um dos corredores próximos ao banheiro, corri, chegando rápido até lá, já abrindo a câmara. Desci sabendo que estaria a salvo.

- Tem alguém aí? – Perguntou uma voz a distância, no banheiro. Era a voz insuportável da garota.

Eu estava com raiva, além de ela me incomodar, ela havia me seguido, não pararia nunca. Deixei que a raiva fosse me consumindo a cada passo, até que cheguei à câmara com um plano formado.

Logo a garota estaria morta. Eu não precisava saber o nome dela, no momento, nem ao menos o sangue dela me importava, eu queria que ela morresse pelo dia irritante que havia me proporcionado. Não me importava se ela fosse sangue ruim, mestiça ou sangue puro, eu queria que ela saísse de perto de mim para sempre.

Königin, sempre dócil e leal, precisou apenas de um olhar para me seguir. Ela provavelmente havia lido a raiva que estava impregnada na minha mente. Subir com ela em silêncio também foi fácil, já que não era a primeira vez que fazíamos isso, apesar de ninguém ter morrido antes.

Deixei para dar as instruções apenas quando já estávamos perto do banheiro, já que eu havia ouvido o choro da garota, o que queria dizer que ela estava em uma das cabines. Estava tentando chamar sua atenção, e agradecendo mentalmente pela minha sorte, já que a garota não havia saído do banheiro. Eu havia vindo um pouco na frente, e aberto a câmara em silêncio, tentando ouvir se havia alguém no banheiro, havia sido uma surpresa ouvir choro, e perceber que a garota havia continuado ali.

Ouvi quando a garota perguntou quem estava ali, e não pude deixar de sorrir, sabendo que o meu plano daria certo, e seria mais silencioso do que eu até havia planejado. Achei que ela já havia saído do banheiro, quando vi um vulto entre os boxes, porém percebi que algo estava fora do lugar quando reconheci a voz da corvinal ainda dentro da cabine, pedindo para sair.

Poucas coisas já haviam me surpreendido na vida, e provavelmente nada me surpreenderia mais, depois de ver Hermione Black de costas para mim e parada na frente da única porta fechada do banheiro.

- Hermione? – Em minha voz havia um fio de esperança. Eu queria estar vendo errado, queria estar errado.

Mas quando ela olhou para mim com um olhar frio, eu soube que não estava errado, mas fora isso eu não sabia de mais nada. Meu mundo havia saído do eixo, parecia que eu estava em uma realidade paralela, vendo de longe tudo que acontecia.

Não vi quando com a varinha abri a porta do box, não me importei quando a garota caiu no chão petrificada. Eu não estava ali, meu corpo poderia estar, mas eu não estava. Porém me senti puxado para a realidade com uma dor aguda de aflição, quando a Hermione olhou diretamente nos olhos da Königin.

Não era ela quem eu queria que morresse. Soube naquele momento, que eu jamais conseguiria lidar com a morte da morena, muito menos se eu fosse, de qualquer forma, culpado por isso. Me senti levemente aliviado quando ela apenas mandou a Königin para a câmara, e extremamente confuso, quando a cobra lhe desejou boa noite e se retirou.

Como a Hermione poderia mandar na minha Basilisco? Porém mesmo que esse foi o questionamento mais forte na minha mente, tudo pareceu sair ainda mais dos eixos quando os professores entraram no banheiro, seguidos pelo Draco, e a morena assumiu a culpa pelos atentados aos sangues ruins.

Ela estava fria, autoritária e sonserina enquanto contava seus motivos. Se eu não soubesse a verdade, teria acreditado nela tranquilamente. Mas eu não queria que ela assumisse a culpa, na verdade eu não queria nem ao menos que ela descobrisse algo assim sobre mim.

Hermione era meiga, doce, educada, bonita e tantas coisas mais, mesmo sendo uma sonserina, ela era extremamente boa, eu não queria que ela soubesse o que eu fazia. Nunca achei que as minhas ações poderiam ser erradas, mas naquele momento eu chegava nessa conclusão.

Eu queria ter a morena para mim, e nunca havia percebido, até aquele infeliz momento, que eu não a teria se continuasse com os meus planos. Nem ao menos havia continuado com eles quando comecei a me envolver mais seriamente com ela, quando comecei a amá-la, não percebi, mas inconscientemente havia deixado tudo de lado.

Ela não olhava para mim, ou para o Draco, apenas para o chão ou para os professores. Eu queria que ela, ao menos por um segundo, olhasse nos meus olhos. Queria poder ver se ela estava bem, queria poder pedir desculpas mesmo que fosse apenas com um olhar, e não com palavras ou ações, mas ela saiu sem olhar para trás.

Sua varinha havia sido tirada dela, e seguida pelos professores, ela havia sido encaminhada para a sala do diretor. Provavelmente a expulsariam, e a culpa era toda minha.

Eu não havia prestado atenção no que o Dumbledore havia dito, mas apenas eu, Draco e a garota petrificada nos encontrávamos ainda no banheiro. Ao levantar os meus olhos, que eu não sabia há quanto tempo haviam se grudado ao chão, notei que Draco também olhava para baixo, porém com lágrimas descendo pelo seu rosto, e um olhar petrificado.

- Draco, eu. – Tentei começar a falar, porém fui interrompido pelo loiro.

- Temos que levar a garota para a ala hospitalar, Tom. – Ele não limpou suas lágrimas, ou olhou para mim, apenas andou até a menina, a pegou facilmente no colo, e começou a sair do banheiro.

- O que acha que vai acontecer com a Hermione? – Era fácil segui-lo e andar ao seu lado, já que mesmo a garota sendo aparentemente leve, ele estava andando devagar.

- Vai ser expulsa e perderá a varinha. – Senti novamente um aperto no coração.

- Ela tem para onde ir? – Eles haviam vindo para cá para serem protegidos, seus pais haviam sido dados como desaparecidos, porém estavam escondidos e não poderiam ajudar. Só de pensar nela sozinha e indefesa, meu coração apertou mais uma vez.

- Não. Nossos pais não têm dado notícias ultimamente, é bem perigoso lá fora.  – Draco olhava para frente, e cada vez mais lágrimas caíam pelo seu rosto.

Eu queria poder dizer que todos nós ficaríamos bem, e que ela ficaria segura, porém logo chegamos à ala hospitalar.

Muitos professores passaram por ali, nenhum deles dando atenção para mim ou para o Draco. Dumbledore havia mandado um patrono, pedindo para que ficássemos ali, então nos instalamos em camas longe das dos petrificados.

Hermione havia contado a cura, e logo eles começariam a fazê-la. Todos haviam passado ali, até mesmo o diretor, porém nem a morena e nem o Dumbledore haviam aparecido ainda.

Horas haviam se passado quando o professor entrou na ala hospitalar, com o seu passo tranquilo e sua expressão suave e distraída, carregada de sabedoria, porém seus olhos, ao contrário do de sempre, estavam cansados.

- Obrigado por terem esperado, senhores. Acredito que agora já possam ir para os seus dormitórios. – Assentimos sem falar nada. – Poderia esperar pelo Draco lá fora, Tom? Gostaria de falar a sós com ele, por um momento. – Assenti novamente e saí rapidamente.

Ao mesmo tempo em que eu estava curioso para saber do que se tratava, eu não queria realmente ouvir. Porque eu sabia que certamente o assunto era a Hermione.

Poucos minutos depois, o loiro saiu da ala hospitalar. Ele parecia abatido, cansado e triste, as notícias pelo jeito não eram as melhores. Porém ele havia parado do chorar, e não disse uma palavra durante o caminho todo para as masmorras.

Eu queria poder falar alguma coisa, queria até mesmo conseguir consolá-lo. Mas eu estava começando a me sentir mal, me sentia culpado pelo que iria acontecer com ela, provavelmente não teria coragem de assumir a culpa dos ataques, mas era o que eu mais tinha vontade de fazer. Queria poder fazer com que ela ficasse segura, queria que ela ficasse comigo ali, Hogwarts sempre seria Hogwarts, mas não seria a mesma coisa sem ela.

Só de pensar que ela iria embora, parecia que a magia que eu sempre havia visto pelo castelo, estava se esvaindo. Parecia que eu poderia sentir toda ela indo em direção à sala do diretor, onde eu sabia que provavelmente a Hermione ainda estava.

Não percebi quando chegamos ao salão comunal, mas de repente estávamos entrando nele, e dando de cara com Dorea e Cedrella. Elas estavam vestidas com o uniforme ainda, mesmo que provavelmente já fosse bem tarde, havíamos passado bastante tempo na ala hospitalar.

- Draco, o que está acontecendo? Cadê a Hermione? Recebemos um patrono pedindo para que trouxéssemos a mochila dela para você, está tudo bem? – Eu não entendia o que estava acontecendo, por que a mochila dela? Mas Draco parecia entender já que ele apenas suspirou e olhou para baixo.

- Amanhã provavelmente todos saberão o que aconteceu, e eu sinceramente peço para que não me façam falar. – Draco suspirou novamente, era difícil para ele falar sobre isso. – Eu só preciso levar a mochila dela para o Dumbledore, não se preocupem. – Ele levantou a cabeça e sorriu minimamente para nós três, então pegou a mochila e saiu.

Eu não o ouvi voltar, já que acabei dormindo no sofá do salão comunal, quando me deitei lá para esperar por notícias. Acordei todo dolorido, e mais cansado do que quando havia ido deitar, porém me senti alerta assim que a noite anterior voltou a minha mente. Andei rapidamente para o meu dormitório, Abraxas ainda dormia tranquilamente, mas a cama do Draco estava vazia.

Mesmo que o loiro fosse desorganizado, e sua cama não fosse arrumada perfeitamente, eu sabia que ela havia ficado vazia a noite toda, já que ele não acordava cedo normalmente. Sabendo que algo estava mais fora do normal do que antes, peguei um uniforme limpo e fui ao banheiro, tomei um banho rápido e me vesti o mais rápido que pude.

Abraxas ainda estava dormindo na mesma posição quando deixei o quarto novamente. O salão comunal estava vazio, o que indicava que apesar da leve claridade no quarto, ainda era bem cedo, já que hoje era dia de semana e teríamos aula normal.

Saí do salão comunal para os corredores vazios, não sabia onde Draco poderia estar, e nem se Hermione estaria com ele, então me deixei levar pelo castelo, sem um rumo exato. Teria continuado pelos corredores e escadas, se não tivesse encontrado com o professor Dumbledore em um dos corredores, reconheci imediatamente que era o corredor da ala hospitalar.

- Bom dia, Tom. – Disse o professor.

- Bom dia, professor. – Eu estava impaciente, porém não deixei que isso atingisse a minha voz. – O senhor poderia me dizer onde está o Draco? Fiquei um pouco preocupado ao perceber que ele não voltou para o salão comunal noite passada. – Falar pausadamente era difícil, eu queria saber o porquê do loiro não ter voltado e queria saber agora.

- Devido aos recentes acontecimentos, o diretor achou melhor afastar a senhorita Black da escola. – Dumbledore parecia triste. – Ela felizmente não perdeu a varinha, já que não matou ninguém, mas suas atitudes não poderiam ser deixadas de lado, então para que ela não ficasse sozinha, já que seus pais não puderam ser localizados, Draco saiu da escola junto com ela. – Senti todo o meu sangue sair do meu rosto, e de qualquer outra parte do meu corpo.

- Sinto muito, Tom. – Foram as últimas palavras dele antes de se retirar.

Ele parecia mais velho, cansado e chateado, porém nada disso me importava. Na verdade, no momento nada mais me importava. Tudo que eu conseguia sentir era a dor no meu peito, a preocupação e o medo. Hermione já havia sido expulsa de Hogwarts, ela e o Draco haviam saído da escola sem que ninguém soubesse.

A morena não havia se despedido. Eu não poderia dizer a ela que sentia muito, nem que eu a amava, eu não conseguiria beijá-la e abraçá-la. Ela havia saído de Hogwarts por algo que não era culpa dela. Ela estava sozinha por aí com o Draco, e a culpa era toda minha.

Andei lentamente até a escada e me sentei no primeiro degrau. Eu não conseguia respirar ou piscar, só conseguia sentir. Meu coração parecia que havia sido arrancado de mim e que eu estava sentindo a dor de um membro fantasma.

Eu iria voltar a vê-la?

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