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História Foreign - Seis


Escrita por: cameliabranca e hepburn

Capítulo 6 - Seis


Naquele quarto escuro, onde somente a luz da televisão iluminava o local, havia dois corpos deitados sobre os dois puffs que encontravam-se ali. Um prestava atenção naquele filme noir que passava em um canal qualquer da TV aberta, enquanto o outro parecia viajar em seu próprio mundo. Ten esboçava algumas caretas naquele meio tempo, em mãos o celular estava bloqueado exatamente onde ele havia deixado: na agenda, mais especificamente no contato que sua amiga intrusa havia salvado antes de sua viagem à Tailândia. Tal contato era o de Isabela, e ele hesitava em apagá-lo desde que descobriu o contato dela na viagem de volta para a Coréia.
 Johnny percebeu o quão inquieto o amigo estava já fazia um tempo, porém não tinha questionado sobre aquele comportamento de um adolescente mimado. Mas chegou um ponto que ele não aguentava mais ver aquilo e Chittaphon aparentemente precisava de alguém para conversar, do contrário não abriria ou fecharia a boca diversas vezes.

 

— O que houve? — A voz de Seo quebrou aquele espaço onde o único som presente era o do eletrodoméstico que já tinha deixado de ser interessante. — Deixa eu adivinhar... é a amiga da Im, certo? Acho que eu nunca te vi dessa forma, chega a ser um tanto engraçado e triste.

 

— Eu não sei, acha que eu fiz certo? Acha que eu usei as palavras certas para afastá-la de mim? — Leechaiyapornkul indagou pigarreando algumas vezes, por fim lançando o olhar esperançoso para seu hyung, pois esperava bons conselhos vindos do mesmo.
 

— Você não fez o certo. Você não devia ter dito aquelas palavras rudes pelo fato de você e ela não terem absolutamente nada. Aquilo era só um jogo, não era algo com comprometimento ou algo do tipo. — A voz de Johnny era calma, era como se quisesse ser o mais gentil e compreensivo possível. — Você se precipitou.

 

ㅡ Eu estou confuso hyung.ㅡ Ele jogou o celular longe, por sorte este caiu no tapete que amorteceu a queda.

 

— Confuso por que?ㅡJohnny desligou a televisão e começou a olhar o outro que balançava a perna freneticamente.ㅡ Hem Ten? Por que confuso, por acaso você sente algo por ela? Eu não vou te julgar se a resposta for afirmativa, poxa cara eu sou seu amigo, quero te ajudar.

 

— Aí hyung, eu não sei tá tudo dando milhares de voltas na minha cabeça e eu não sei o que pensar.ㅡ Ten massageou suas têmporas antes de voltar a falar.ㅡ Ela é muito linda e realmente é uma pessoa pra se viver ao lado, eu não sou pra isso, tenho responsabilidades com o NCT e não quero perder a oportunidade por causa de uma garota.

 

— Como eu disse: você está se precipitando. — Johnny, em seu leve estado de irritação, se levantou e postou-se a frente do amigo. — Garotas bonitas vemos todos os dias em cada calçada que passamos. Você e ela não tem absolutamente nada e você fica criando essas mil histórias em sua mente, algo que não tem nada a ver com o que acontece com você, com ela ou com o grupo. Um beijo seria somente um beijo e esse não aconteceu, então cria vergonha nessa cara e pare de falar essas coisas estranhas. — Seo sabia que o amigo estava gostando da Ocidental e era por aquele motivo que dizia a realidade para ele.
 

— Tudo bem. — Irritado, Chittaphon retirou-se da sala e caminhou em passos lentos até a varanda para espairecer um pouco, pensar em tudo o que acontecia consigo e também tentar se desfazer daquele nó dentro de si.
 

Ambos os antebraços postaram-se sobre a grade de proteção, as íris negras miravam para o céu escuro e ele buscava alguma forma de distração. Também pensava em tudo o que seu hyung tinha dito; em partes ele tinha dito o certo, embora achasse que ainda faltava algo para completar as filosofias proferidas por ele. Ten buscou pelo celular em seu bolso, porém o mesmo não estava ali. Lembrara-se de que tinha deixado-o cair na sala, mas não retornaria para pegá-lo, portanto somente sentou-se naquela cadeira que estava ali e passou a observar tudo o que acontecia por ali.

 

ㅡ Maldita hora...ㅡ Proferiu sozinho, sem perceber a presença do amigo encostado na porta de vidro.

 

— Que hora?ㅡ Taeyong perguntou, fazendo Ten se assustar.ㅡ Você não me parece bem.

 

ㅡ Vai dar uma de Johnny agora?ㅡ Soltou sem pensar.ㅡ Desculpa.ㅡ Suspirou.ㅡ Não tô afim de falar sobre isso, minha cabeça tá um nó só.

 

ㅡ Tranquilo.ㅡ Tae olhou o céu.ㅡ Quer sair, tomar um ar?

 

ㅡ Acho que sim.ㅡ Respondeu Ten.ㅡ É vamos, não aguento mais ficar dentro de casa.


 

Chittaphon se levantou e seguiu Taeyong pela sala, aproveitando para pegar o celular que estava no tapete ainda. Os dois calçaram seus tênis e saíram do local.

 

— Tá afim?ㅡ Tae mostrou a bola de basquete que Ten tomou da mão dele e saiu batendo pelo chão, havia uma quadra bem perto de onde eles estavam dormindo e esse era o destino deles agora.

 

ㅡ Vamos lá.ㅡ os dois entraram na quadra e começaram a jogar.

 

Taeyong estava conseguindo distrair o amigo e os dois compartilhavam ótimas risadas de quando Taeyong quase quebrou o próprio nariz com a bola de basquete e das cestas muito falhas dos dois.
 

Um tempo depois, ambos já estavam exaustos de tanto saltarem, correrem e conversarem sobre aquele assunto mórbido que tanto deixava Ten entristecido. Estavam sentados na calçada, observando o movimento do prédio em que moravam enquanto tomavam água e conversavam sobre coisas aleatórias e que não envolviam nada sobre romance. O tailandês até tinha conseguido rir um pouco graças a ajuda do mais velho que vez ou outra, apesar de sua postura séria, fazia uma piada para alegrá-lo.
  Como estavam de frente ao prédio em que viviam, era óbvio que podiam ver quem entrava e quem saía dali e, bem no momento em que Chittaphon resolveu olhar para as enormes portas de vidro, Isabela surgiu aparentemente animada e muito bem arrumada, o que por um momento o deixou instigado e queria saber o que ela iria fazer daquela forma.
 

— Vai conversar com ela. — A voz roufenha de Taeyong ecoou pelos ouvidos do tailandês, que postou a se levantar para ir até o local em que a mais nova estava.
 

No entanto, quando deu o primeiro passo, Leechaiyapornkul praticamente travou ao ver uma cena que o deixou desgostoso e até mesmo em estado de cólera. Isabela tinha abraçado uma pessoa que ele conhecia muito bem por conta das promoções feitas na mesma ocasião. Mas aquilo nem tinha sido o pior, porque um beijo tinha acontecido e ele praticamente sentiu o sangue borbulhar, as veias saltarem e uma imensa vontade de gritar. Era como se fosse uma caldeira prestes a explodir.
 

— Parece que ela já esqueceu de você. — A voz de Lee soou mais uma vez. Tocou-lhe o ombro e o fez parar de olhar para aquela cena, pois sabia o quão doloroso poderia ser para o amigo. — Talvez seja a hora de você desencanar também. Eu conheço algumas garotas que vão te fazer esquecer dela.
 

— Não quero nada, hyung.— Ten se desvencilhou da mão grande de Taeyong, logo olhando para o mesmo. Sabia que o amigo só queria ajudar, porém aquela não era uma forma correta. — E você não deveria ficar saindo com qualquer uma, hyung. Isso machuca muito você sabe quem.
 

— Mas...
 

— Eu preciso ficar sozinho, até. — Dito isso, Chittaphon deu as costas para o maior, colocou o capuz e as mãos no bolso e passou a caminhar em uma direção qualquer em busca de um local vazio onde só podia estar ele e os próprios pensamentos.

 

Depois de alguns minutos andando sentou-se em um banco e se destraiu com todos os pensamentos que passavam por sua cabeça.

Desde quando entrou para o NCT, o tanto que teve que ralar para que esse sonho se tornasse realidade, ter que vir para outro país e deixar sua família não é uma escolha fácil.

 

No tempo em que ficou ali, sentado, Chittaphon se decidiu que não ia desistir desse sonho, mas também admitiu que havia sido mais do que grosso com Isabela e que ele a queria como amiga, e disse a si mesmo que não se importa se ela tem ou não um namorado, afinal ela é livre pra fazer o que quiser.

 

Olhou o relógio do celular, eram quase onze horas, já tinha que voltar para o apartamento. Andou sem pressa de volta para lá, chutando algas folhas no caminho.

 

Em frente ao prédio viu Isabela sair de um carro preto e entrar pela porta de vidro, Ten entrou algum tempo depois.

 

ㅡ Segura o elevador pra mim.ㅡ Gritou, e a ocidental rapidamente colocou a mão na frente da porta, impedindo-a de se fechar.ㅡ Obrigado.ㅡ Disse o tailandês ao entrar, mas não obteve resposta. O elevador subiu até o andar dos dois e Isabela saiu primeiro quando o mesmo parou.ㅡ Espera, não entra.

 

— O quê foi? Você vai ser grosso comigo de novo? Se for assim, nem começa a falar.ㅡ Isabela disparou e Ten sentiu que sua grosseria havia passado dos limites.

 

— Eu queria pedir desculpas, pelas minhas palavras e por ser um completo idiota.ㅡ Isabela riu sarcástica.ㅡ É sério, eu não quero perder sua amizade.ㅡ eles se encararam.ㅡ amigos?ㅡ Ten estendeu a mão.

 

ㅡ Amigos.ㅡ Ela apertou.ㅡ Mas seja grosso de novo comigo e eu te jogo pela sacada do meu apartamento.

 

— Pode deixar.ㅡ Ele sorriu.


Notas Finais


Obrigado por lerem amores <3


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