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História Foreshadow - Eu disse que odiava promessas.


Escrita por: Lostsilly

Notas do Autor


Heyo! Tudo bom com vocês?
Eu não vou falar muito aqui, fkjdflkjflkfg, então, please, leiam as notas finais. 💕💕
E, boa leitura!

Capítulo 32 - Eu disse que odiava promessas.


“A vida só pode ser compreendida para trás, mas deve ser vivida para a frente.”
      — Søren Kierkegaard

 

Era isso: apenas o ato de beijar Sebastian já me fazia ficar fora de mim. Entrelacei minhas mãos em seu pescoço, fazendo com que ele aprofundasse ainda mais o beijo. Mas as suas mãos subindo delicadamente pela lateral da minha barriga indicavam que não era apenas beijos que ele queria. Com o pensamento, aquele famoso congelamento tomou conta do meu estômago, assim como também pôs em funcionamento todos os meus sentidos. Eu queria ir por aquele lado com ele? 

Claramente eu sentia a necessidade de fazer com que as coisas evoluíssem para um nível mais elevado a questão carnal falava alto aqui ―, mas eu não sabia se conseguiria lidar com isso agora. Iria complicar tudo ainda mais. Porém, eu também não conseguia parar de tentar tirar sua camiseta. 

Eu era uma pessoa confusa, sim ou claro? 

Comecei a dar uns passos para trás, fazendo com que nós dois caíssemos no sofá desajeitadamente. Com isso eu dei uma risadinha de encontro a sua orelha, minhas mãos totalmente incontroláveis indo em direção aos seus cabelos, a sensação dos seus fios em minhas mãos, sendo tão divina que me fazia soltar suspiros pesados apenas com isso.

O nariz de Sebastian passeava atenciosamente pela minha clavícula e pescoço, fazendo com que eu tivesse arrepios bem-vindos. Até que lembrei novamente do que estava abaixo das almofadas: vômito! Empurrei ele de cima de mim, com intenção de irmos para outro lugar, mas aí ele acabou caindo no chão com um estrondo. Ops.

Coloquei a mão na boca, tentando desesperadamente controlar minha risada. Impossível. 

Sebastian... prendi os lábios com os dentes, eu não conseguia parar de rir ―, você está bem? 

O que eu recebi em resposta foi um puxão no braço que me fez ir parar no chão também. Ouch!​ A coisa toda era que eu tinha caído de cara no chão, minha bochecha latejava por causa do baque. 

Cristo, Eve, era para você cair em cima de mim. Sebastian disse ao meu lado, se apoiando no cotovelo para me checar.  

Eve, Eva, será que dava para ele se decidir logo? 

Não estamos em um filme, Sebastian! Olha essa distância, o que você achou que iria acontecer?

Minha bochecha doía. Alguém chama um médico de bochecha, por favor. 

Você está bem? Como está sua cabeça? Quer ir ao médico? 

Mais precisamente um dentista, né? Eu tinha certeza que minha arcada dentária havia sofrido algum dano. 

Desculpa. 

Ele quis parecer sério, mas o cretino estava querendo rir de mim. Eu o odiava. 

Não desculpo, não. Lhe dei um olhar enfurecido. 

Olhar que eu não consegui segurar por muito tempo, porque eu estava rindo um segundo depois. Eu deveria ter instalado câmeras aqui, assim eu teria esse momento gravado, a queda havia sido hilária. Porém, eu não tinha câmeras, e nem iria ter, porque eu havia sido ''despejada''. Minha risada cessou e meu olhar se prendeu no teto. Eu havia acabado de me mudar, para onde eu iria? Onde eu acharia um aluguel que eu pudesse pagar? Meu destino era um dormitório da Fanley, na certa. Nada de privacidade, ou de independência. O sonho de morar sozinha e ter um lugar só para mim havia acabado antes mesmo de começar. 

Algumas lágrimas quiseram se libertar e eu não pude evitar. De imediato as limpei. 

Não pense nisso. Sebastian disse. Você vai dar um jeito. 

Você lê pensamentos agora? Eu posso estar chorando de felicidade por causa de pensamentos felizes. Sorri forçado e olhei para ele. Pior. Desculpa. Já. Ouvida. Pela. Humanidade. Ele me deu um olhar desconfiado e desviei. 

Meu chão estava pegajoso, mas eu não queria levantar. Principalmente quando Sebastian estava apenas há uma distância mínima de mim. A queda havia atrapalhado tudo que estava acontecendo anteriormente. Eu não sabia se lamentava por isso esse lado estava quase vencendo, mas você não ouviu isso de mim ―, ou se ficava grata por ter acontecido.

Afinal, eu não sabia o que estava acontecendo entre a gente. Por que ele havia escolhido ficar aqui comigo invés de ter ido com Bethany à Warnocash? Por que parecia que ele precisava de mim desesperadamente e mesmo assim, ele continuava a não falar sobre aquilo que havia acontecido na Caban Wilnersd? Por que ele era uma pessoa tão confusa?! 

E por que eu me sentia tão bem com ele aqui? Por que eu não conseguia me controlar com ele por perto? E isso mesmo sabendo que ele havia escondido isso. E mesmo sabendo também que ele escondia muitas outras coisas. O cara apesar de tudo ainda era um mistério para mim. Eu sempre soube que essa minha mania de gostar tanto de mistérios ainda acabaria por me enlouquecer. 

Por que você não contou sobre.... aquilo que aconteceu na Cabana Wilnersd? Murmurei, porque era para ser mais um pensamento do que uma fala. 

Sebastian olhou para mim e franziu a testa. Ele definitivamente pensou antes de me responder: 

Mais tarde?

Ele estava me pedindo para esperar por uma resposta. Nada novo. Revirei os olhos. 

Você simplesmente fingiu que aquilo não aconteceu. Qual o seu problema?

Sebastian não iria escapar assim tão fácil. E se ele estava pensando que o movimento de seus dedos vagando pelos meus fios molhados e pela minha bochecha acabaria me distraindo... ele estava totalmente certo.  Mas eu iria lutar contra isso.

Eu não fingi que não aconteceu deu ênfase com um sorriso libertino pendurado nos lábios ―, eu só não falei nada. Ele deu de ombros, totalmente despreocupado com a vida. 

Eu não acreditava que ele havia falado isso. Dei um tapa na mão dele, a distanciando do meu rosto e levantei do chão:

Você prometeu que iria falar algo sobre aquilo! Cruzei os braços. Ele se levantou do chão, preguiçosamente. 

Eu disse que odiava promessas. E pelo que lembro, eu não prometi nada Balançou a cabeça. Olhei para ele indignada. 

Você deu a entender que falaria algo sobre aquilo! 

Aquilo? Ele disse, seu cenho estava franzido. Diga a palavra, Eva: b-e-i-j-o. Ou beijos, se preferir. 

Balancei a cabeça, lhe mandando um olhar hostil. 

O.K. Exclamei. Você. Me. Beijou. Isso que é ''aquilo''. Despejei. Assim está melhor?

Ele riu com desdém e passou as mãos pelo cabelo bagunçado. 

Só para deixar claro, você quem me beijou primeiro. 

Como ele era infantil! 

Me lembro muito bem de você contribuindo arduamente para o ato. E como eu me lembrava.... mas isso não vinha ao caso neste momento! E agora você me beijou novamente. 

Você estava triste, Eva. E eu queria te beijar. E eu estaria beijando você agora novamente se... 

É claro que eu estava triste, Sebastian! O cortei, deixando minhas mãos caírem ao lado do meu corpo- Eu acabei de ser mandada embora do meu maldito apartamento! E por causa da sua namorada! Ou sei lá o quê que ela é sua! 

''E eu queria te beijar.''

Essa frase fez, sim, coisas estranhas comigo, mas o pensamento de que ele talvez gostasse de mim apenas por causa dos beijos e tudo mais, fez com que o sentimento de mágoa se instalasse em mim, o que originou uma visão embaçada por causa das lágrimas que queriam sair, e um nó na garganta por causa do esforço que eu estava fazendo para não deixar nenhuma cair. Novamente, onde estava o controle sob mim mesma aqui? 

Ela não é minha namorada ou eu não estaria aqui. Ele me disse. Com você. 

Que golpe baixo! Ele era um ótimo jogador, eu havia percebido isso desde o dia em que jogamos bilhar.

Isso não muda nada. 

Como eu podia mentir desse jeito? Eu havia sim aprendido alguns truques com a Sra. Butler sobre não deixar as emoções transparecerem muito em um jogo de poker. Mas eu não estava certa de que isso funcionaria no cotidiano e nem mesmo em uma situação como esta, porque eu me sentia totalmente exposta agora. 

Achei que não mudava. Sebastian disse e voltou a pegar o saco de lixo, voltando novamente para o seu afazer anterior. 

Revirei os olhos. Não havíamos esclarecido merda nenhuma! Só havíamos complicado tudo ainda mais! Com um grunhido estranho e espontâneo, eu fui no armário pegar um saco de lixo para ajudá-lo. Só de olhar para o estrago que estava minha casa, eu queria morrer, a preguiça de arrumar era muita. E para quê arrumar? Eu havia sido mandada embora mesmo. 

Não, merda, eu tinha que arrumar, isso não seria nada responsável da minha parte. E eu deveria mostrar que eu era uma adulta responsável. O.K., ''adulta responsável'' na medida do possível... 

Tem chiclete no seu cabelo. Sebastian avisou, sua voz um pouco longe. Eu o ignorei e continuei fazendo o que estava fazendo. 

O.K., sim, eu tentei tirar o chiclete do meu cabelo; eu havia acabado de lavá-lo, por isso, comecei a remexe-lo desajeitadamente. Eu sabia que ficar deitada no chão não era uma boa ideia... Sebastian deu uma risada do outro lado do apartamento. Ele era impossível (mas sua risada era adorável)! Até que ele se locomoveu até mim e de forma gentil distanciou meus braços do meu cabelo, o que me fez parar de bagunçar o mesmo e virar meio atônita. 

Você está fazendo com que fique pior. É só... Se aproximou mais e pegou uma das mechas do meu cabelo. 

Sim, eu tentei desviar os olhos dos dele, mas não consegui, totalmente culpada. Ele fez algo estranho com a mecha e depois em sua mão se encontrava uma minúscula bolinha de chiclete de cor rosa. Eu fiquei encarando a pequena bolinha por nenhum motivo aparente, então a peguei da mão dele e comecei a mexer nela distraidamente. 

Sinto muito por ter feito você cair. Sebastian beijou gentilmente a minha bochecha dolorida. 

Eu dei uma risadinha com o ato. Por dentro, claro. Por fora eu estava brava... Eu tinha que estar brava. Eu precisava dar um abraço de urso na dignidade que ainda me restava. 

Não. Murmurei. 

Sinto muito por não ter falado nada sobre o que houve na Cabana Wilnersd. Sebastian beijou o canto da minha boca, arrepios corriam por toda minha pele. 

Balancei a cabeça suavemente, olhando para a janela. Lá fora já estava um pouco claro e o sol deveria estar nascendo, calmamente, no tempo dele, iluminando e fazendo com que tudo ficasse ainda mais bonito. Eu queria poder vê-lo nascendo agora, só para tentar colocar na minha mente que existia, sim, algo mais bonito que Sebastian.

Eve, pare de filosofar... 

Sinto muito sobre tudo. Está bem? Se aproximou, seus olhos fixos nos meus. Nada estava bem... 

Ele se aproximou ainda mais, fazendo com que sua boca pressionasse contra a minha de forma suave e irritantemente boa. Era certo, eu definitivamente amava seus lábios. E consequentemente, eu não pude evitar a acão de abrir os meus gradativamente, dando chance para que nossas línguas se encostassem. Nos encaixávamos bem, suave e firme. 

- Nós... Hm... Não deveríamos fazer isso. Eu falei ou tentei falar. Onde eu estava mesmo? 

Huh? Sebastian sorria contra minha boca. 

Eu... Eu... tentei pensar em algo. Eu não dei nenhuma permissão para você me beijar. Nos distanciei, passando a mão pelo meu cabelo.  

Pior. Coisa. Já. Ouvida. Pela. Humanidade. 2. 

Esse cara iria me fazer ser presa em um manicômio. 

Sebastian riu, assentindo. 

E nem nos conhecemos direito. Já parou para pensar nisso? O encarei. Eu só quero deixar claro que eu não faço isso constantemente. Gesticulei um pouco exasperada. Não é da sua conta, mas eu não saio por aí beijando pessoas cujo nem o... Argh. Eu não sabia o que falar. Uma ideia me atingiu. Cujo nem o telefone eu tenho. Eu disse como se aquilo fosse um absurdo. 

Então você sai por aí beijando pessoas cujo o número está na sua lista de contatos, Mary Poppins? 

Não! Falei imediatamente, ignorando o novo apelido. Ele deveria parar com isso. E você é uma prova disso, não é mesmo? 

Espera. Ele deu uma quase risada. Estamos quase discutindo pelo motivo de você não ter meu número? 

Exato! 

Claro que não. Revirei os olhos e dei um riso fraco sem graça. Que farsante eu era... Eu não quero o seu número. Para que eu iria querer? Sobre o quê conversaríamos? 

A pior coisa que eu poderia ter feito neste momento, era esta pergunta. Um dos lados da boca de Sebastian se curvou, formando um sorriso meio malicioso. Eu fiz uma cara indignada. Se ele pensava que eu era inclinada a uma sexting, ele estava totalmente errado. 

Você é um cretino. Eu poderia sentir meu rosto ficando completamente vermelho. Em que ponto chegamos, hein, Eve... Sexting não faz meu tipo. 

Eu não falei nada sobre sexting, Eva. Ele estampou um sorriso de deboche, totalmente orgulhoso de si mesmo por estar claramente zombando de mim após dar ênfase à palavra.  

Você é um cretino. Falei de forma bem articulada e apontei para a porta. Fora. Agora. 

Você não quer isso. 

Eu não queria mesmo. Eu estava me divertindo, até. De uma forma bem estranha, mas eu estava. Dei de ombros, fingindo não ligar para o que ele havia dito. 

Então você vai ficar aí sozinho. Eu estou te ignorando a partir de... Fingi olhar as horas em um relógio não existente no meu pulso. Agora. 

Eu me virei e fui para minha cama, me distanciando dele, dos seus olhos irritantes, da sua boca irritante e de toda sua anatomia irritante isso havia sido um sacrifício... Tirei toda a roupa de cama que estava lá e coloquei outra novinha em folha. Então eu coloquei mais uma por cima, só para garantir...  Eu não ouvi a porta bater ou sequer abrir. E assim eu pude deduzir que Sebastian ainda estava lá. Eu sorri com isso, mesmo tentando não o fazê-lo. Eu era uma total idiota. Eu deveria estar com raiva dele, não? Mas cansada como eu estava, acabei dormindo em um piscar de olhos. Eu resolveria tudo depois. 

(...)

O céu estava nublado e não se ouvia nenhum som por perto. Eu me encontrava no meio de um terreno aberto, a terra era de uma cor marrom, tudo muito lamacento. O vento me rodeava, dançando ao meu redor, fazendo com que eu tivesse calafrios por estar vestindo somente um pijama com tecido de pouca espessura. 

Avistei grandes muros cinzas que circundavam o terreno. Não haviam portões avista. A parte de trás de uma grande mansão ficava ao fundo, imponente e de cor cinza, com o estilo da arquitetura bastante semelhante a Arquitetura Grega. 

Um homem que trajava um terno preto sob medida em seu corpo esguio e em forma, arrastava um garotinho pelo braço fino. Ele parecia estar se debatendo, mas a força que o homem de terno preto exercia era demais para ele. As roupas do garoto eram sujas e decrépitas, seu cabelo estava uma total desordem e algumas manchas de algo marrom se encontravam perdidas pelo seu rosto. 

O homem arrastava o garotinho para um tipo de estrutura de tamanho médio, que mais me lembrava uma churrasqueira sem os devidos equipamentos do que outra coisa. Porém, isso ficou secundário em minha mente após eu presenciar o ato do homem de tirar de lá de dentro, um tipo de haste de tamanho médio e com uma cor que se assemelhava a algo enferrujado. Na ponta do mesmo, se encontrava um molde com a letra I. O molde era constituído por uma cor laranja viva.

O homem alto e elegantemente vestido, sacudiu o garoto pelo braço uma vez, fazendo o mesmo ter um sobressalto. O homem disse algo, articulando bem a sua fala. Sua expressão era furiosa. 

Meus ouvidos não captaram nada do que ele havia dito, era como seu estivesse vendo um filme mudo. 

O garoto parou de se debater. Ele agora estava virado de costas para mim, e só o que eu sentia vontade de fazer era tirá-lo de lá. E por impulso, eu tentei, mas meus pés eram como dois grandes blocos de areia enterrados dentro da terra lamacenta daquele lugar; eu não conseguia andar. 

O pequeno garoto fez um movimento com a cabeça, assentindo e se virou, seus olhos se fecharam antes que eu sequer pudesse ver o que estava se passando neles. 

Novamente, o homem alto disse algo. E novamente, eu não ouvi. 

O garoto assentiu novamente e puxou sua camiseta, tirando a mesma pela cabeça de modo desajeitado e a segurou junto a barriga franzina. Após isso, o ferro quente foi posto em sua pele sem nenhum aviso. De longe, eu o vi estremecer, ambas as pálpebras se prensando. Mas houve apenas isso de sua parte. Eu estava claramente horrorizada. Eu tentei me mexer, correr até lá, mas meus pés não saiam do lugar. Eu abri a boca para falar, mas a mesma também parecia estar bloqueada; não saia nenhum som dela. Só o que eu podia fazer era ficar aterrorizada e perplexa. 

O homem de terno guardou o ferrete no seu devido lugar, com um sorriso orgulhoso no rosto e deu um leve empurrão nas costas no garoto, parecia algo como ''agora você pode ir''. 

Se foi isso que havia sido mandado, o garoto não o fez, porque seus pés descalços em uma tonalidade negra por causa da sujeira, continuaram fixos no mesmo lugar. As mãos do homem de terno foram para seus próprios cabelos louros e lisos, arrumando os fios que já estavam arrumados, seu rosto era jovem, mas seus olhos indicavam que neles, havia maldade e confusão interna. 

Ele se agachou à frente do garoto, desta vez, dando uma leve bagunçada nos cabelos pretos do menino, o mesmo rejeitou o afeto, balançando a cabeça raivosamente. E quando ele abriu os olhos para olhar para o homem, eu sabia de onde conhecia aquela cor em sua íris. E eu também sabia de onde eu conhecia aquela eficiência em não deixar refletir nos olhos, o que se passava pela sua cabeça. 

(...)

Meu torso se ergueu brutalmente quando acordei, e da minha boca, um grito alto saiu. Eu estava pegajosa e meu corpo parecia pegar fogo, com isso, afastei com certa brutalidade o cobertor que estava por cima das minhas pernas. Eu sentia vontade de chorar, mas as lágrimas não vieram. Eu odiava ter pesadelos, eu odiava a sensação que ficava em nosso peito após a experiência, e o que eu sentia agora, era mil vezes pior. Eu não sabia como identificá-la, eu só sabia que doía. 

Depois de um tempo, percebi o quão silencioso tudo estava. Sebastian havia ido embora? Isso interrompeu todos as outras coisas que se passavam pela minha cabeça, fazendo com que eu focasse apenas nesta questão. E após levantar, constatei que ele já não estava mais aqui. Fiz uma careta; bem típico. Onde será que ele estava agora? E... Com quem ele estaria agora? 

Balancei a cabeça para tentar fazer com que o pensamento fosse para longe. Eu não me importava com isso. Não mesmo. Ele que fizesse e fosse onde quiser. Eu não me importava. Ouviu mundo? A garota aqui não liga para esses detalhes. De jeito nenhum. 

O fato curioso e surpreendente, era o quão limpo tudo estava. Nada de copos pelo chão ou algo que alegasse que uma festa havia acontecido aqui. Ele havia feito tudo isso? Era tão confuso. Primeiro ele me beija, depois não conta sobre isso e então ele me beija de novo, mas no final, vai embora. Só que, detalhe: vai embora, mas não antes de deixar o meu apartamento completamente arrumado. Ele iria dar pane no meu cérebro. O que nós éramos, afinal? Como ele se sentia em relação a mim de verdade? Como eu me sentia em relação a ele, de verdade? 

Eu sentia que algo faltava. Saudades, talvez? Era um bom sinal. Eu queria que ele ainda estivesse aqui. 

Garota, você não está bem...

Depois desse pesadelo? Eu não estava mesmo. Eu ainda sentia aquela sensação estranha no peito, e minha boca estava seca, com isso, fui até a cozinha beber água. Lá fora, já estava quase escurecendo. Eu tinha dormido por quanto tempo?! 

Alguém bateu na porta, as batidas denunciavam que o alguém que estava batendo, não queria incomodar. Quando virei a maçaneta para abri-la, me dei conta de que a porta estava trancada e que eu estava sem chave, mas ao olhar para o sofá, levantei umas das sobrancelhas ao ver minha bolsa a qual eu havia levado comigo para a pequena ''aventura'' com Sebastian e que continha a minha chave em um dos bolsos repousando em cima do móvel. Balancei a cabeça e não levei o pensamento sobre aquilo muito longe. Certamente isso era o melhor a se fazer agora... 

Ao ver quem estava na porta, eu dei um sorriso nervoso. 

Andrew... Oi. 

Ele estava lá, parado, vestindo jeans e uma camiseta branca. Seu sorriso caloroso foi sumindo aos poucos e eu fiquei sem entender. Até que ele direcionou sua mão até minha testa e pareceu descolar algo que estava lá. Meu olhar confuso era notável; eu não havia percebido que tinha algo lá. 

Ele me entregou casualmente o pequeno papel quadrado, mas eu sabia que ele estava desconfortável, porque uma de suas mãos foi conduzida até sua nuca e ele desviou o olhar. Eu não tinha entendido o porquê disso até ver o que estava escrito: ''Você dorme muito, Garota Chá, e eu não sei se você vai acordar antes que o século acabe, mas aqui meu número, se controle a respeito do sexting, O.K.? Quero continuar o que começamos pessoalmente.''.

No canto inferior do papel, um número de telefone se encontrava. Eu não sabia o que fazer: rir meio sem graça; correr e fechar a porta na sua cara ou simplesmente fingir que eu não sabia de nada sobre aquilo? Na minha mente, eu lançava alguns palavrões bem feios para Sebastian. 

Garota Chá? Andrew perguntou e riu. 

Fechei os olhos e fiz uma careta. Sebastian tinha que parar com isso; meu nome era Eve. Ele tinha que parar com tudo e eu deveria ser mais atenta: um bilhete na minha testa? Sério isso? 

Eu... Isso meio que... É... Comecei a falar. Por que eu estava assim? 

Certo, eu e Andrew havíamos nos beijado. E eu gostava de ter ele como amigo. E certamente eu me importava com o que ele estava pensando de mim ao ver um bilhete desses, sendo que havíamos nos beijado na Festa da Escuridão recentemente. 

Eu meio que soube do que aconteceu... Você está bem com isso? Ele mudou o tema da conversa, o que me fez piscar surpresa. 

Qualquer resquício de risada que ainda estivesse pairando no ar, havia ido para o espaço, o cara me encarava de modo sério e... certamente preocupado? 

Ah, sim, sim, eu estou. Respondi, assentindo enquanto me encostava na porta. Eu estava mentindo tanto que a culpa me atingiu. O sonho ainda me voltava à memória. 

E já sabe o que irá fazer? 

Na verdade, não. Abracei meus braços. Eu estou pensando em tentar reverter a situação... Me interrompi e arregalei os olhos no momento em que lembrei que o síndico havia falado que queria conversar comigo mais tarde. E certamente, já era mais tarde. Merda. Como eu iria mostrar que era responsável desse jeito?! Merda. Eu tinha que falar com o síndico hoje, mas acabei dormindo demais. Passei as mãos pelo cabelo. 

Acho que ainda dá tempo de você falar com ele. Assentiu pensativo. 

Você acha? Perguntei, a notícia me enchendo de esperança. 

Claro. Andrew disse. Mas você tem que se apressar. 

Certo. Conversamos mais tarde, pode ser? 

Algo passou pelos seus olhos verdes e ele assentiu. 

Yeah. 

Obrigado... Hm... Por me lembrar, eu havia esquecido. Ri sem graça enquanto acenava e fechava a porta. Vejo você depois. A última coisa que vi foi ele assentindo e caminhando em direção às escadas. 

Deus, o que havia sido isso? Encarei o bilhete de Sebastian com uma expressão incrédula.  

O sonho me voltou novamente à mente e com isso, a sensação de vazio também. Eu me lembrava das marcas que Sebastian tinha nas costas. E eu sabia que deveria ter tudo a ver com o sonho que eu havia tido. E por experiências passadas, eu já tinha concluído que sonhos poderiam não ser somente sonhos.... mas, por que isso agora? 

Certo, a única pessoa que poderia me responder isso, era a pessoa cujo o número do celular eu tinha em um papel situado na minha mão. Porém, nesse momento, eu tinha que tentar convencer alguém que eu era uma adulta responsável. 

Como diabos eu faria isso?! 

(...) 

Eu não iria chorar. Eu não iria chorar. Eu não iria chorar. 

Impossível cumprir esse mantra enquanto eu lembrava que eu não tinha direito nem a uma votação entre os moradores do prédio. ''Direitos iguais'', ''Está nas normas, você já sabia, todos sabiam'', foi o que o síndico disse, ''Temos famílias aqui, famílias de bem, como acha que me senti ao saber que um garoto havia vomitado em cima de uma moradora daqui ao sair de sua festa?'', ''Baderneiras não são bem-vindas aqui'', ''Em festas assim drogas sempre estão metidas no meio, o que acha que aconteceria se chamassem a polícia, srta. Baker?''.

O fato bom, é que eu ainda teria algum tempo antes de ser chutada para fora sim, eu estava sendo exagerada. Em minha conversa com o síndico, rolou algo como ''Quero um advogado!'' da minha parte, mas só o que recebi foram argumentos convincentes de que eu não deveria fazer isso, até porque, a ''errada'' da história era eu. 

Dei um longo suspiro e fui para a cozinha pegar algumas besteiras. Eu iria me entupir de comida e séries, tentar relaxar um pouco. E então, eu ligaria para Kat. Eu tinha que saber como Loki estava. E como a própria estava também... Em seguida, tomaria coragem e ligaria para Sebastian... Ligar? Não seria de mais isso? Eram tantas coisas a se fazer... 

Do outro lado do apartamento, meu celular apitou e ao mesmo tempo, alguém bateu na minha porta pela segunda vez naquele dia.  

 


Notas Finais


Uhhhhh, quem será, hein? ~aquele emoji de lua~

L.P.'s, eu queria desejar um feliz natal pra vocês, e também desejar que o sonho de cada um aqui um dia se torne realidade! Mas, lembrem-se sempre, vocês devem lutar por isso. Nunca desistam das coisas que fazem vocês realmente felizes, lutem por aquilo que vocês querem, por aquilo que vocês acham que vale a pena, por favor, tá? 💕

Obg por estarem acompanhando a fic e por sempre estarem me falando nos coments o que vocês estão achando, isso me deixa mt feliz! E é por isso que eu estou aqui, na véspera de natal, postando cap pra vocês, pq vcs me deixam feliz, então, eu quero deixar vcs felizes também. e,e ahslhlhg 💕
E a fic chegou a 700 favs e eu tô meio que http://media.giphy.com/media/KXokUXyjZgfZe/giphy.gif < gif lindo do Tyler Posey pq ele me representa mt, sjhjfhdffg.
Acho que é isso, até o próximo cap, e espero que gostem do que vem por aí! Bjs de pizza e cya, L.P.'s 💕


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