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História Forever - A festa.


Escrita por: littlelotte

Notas do Autor


Olá amorecos!
Eu sei que tô em falta com vocês, mas por favor, não me xinguem rs.
Eu já contei pra vocês que estou fazendo faculdade, aqui vos fala uma futura jornalista, então eu tô muito atarefada com uma série de trabalhos que estão contando como nota da minha primeira avaliação ou seja, não tô tendo tempo pra absolutamente nada. Mas, estou aqui pra postar o oitavo capítulo, cheio de revelações e bombas. Espero que vocês apreciem mais uma vez a leitura. E não se esqueçam de comentar e me dizer o que estão achando, por favor. Eu sempre digo mas vou repetir sempre, a opinião de vocês é extremamente essencial para que eu continue escrevendo. Afinal, o que seria de um escritor sem seus leitores?
Enfim, boa leitura <3

Capítulo 8 - A festa.


Fanfic / Fanfiction Forever - A festa.

“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.”

Mahatma Gandhi.

 

 

Enquanto David e Elizabeth trocavam juras de amor, os curadores de Lizzie chegavam na porta da mansão Hill. Enquanto arrumavam seus paletós e ajeitavam seus topetes encharcados de gel, Mr Williams colocou a mão no bolso, procurando o envelope branco com carimbo vermelho, a fim de certificar-se que o mesmo estava realmente ali.

O convite. Escrito pelo próprio punho de Isaac Turner, Mr Williams tinha a missão de entrega-lo em mãos à Elizabeth.

Mr Williams sabia que sua relação com sua pupila estava por um fio, e ele não poderia simplesmente perder o controle dessa forma. Não poderia deixar uma garota de 19 anos tomar a frente da própria vida e muito menos, a frente dos negócios de sua família, da família de seu grande amigo. Ele havia feito uma promessa à Jonathan e haveria de honra-la até o final.

Ele não entendia ao certo o porquê de tanta revolta da parte de Elizabeth e de Margareth; ele estava fazendo apenas o que um bom pai que zela pelo futuro de sua filha faria, garantindo um bom casamento. Essa história de se casar por amor não existe. O amor é construído com o passar dos anos, após uma longa jornada juntos.

Na última discussão com Margareth, ela havia dado a entender que ele era apenas um interesseiro e que gostaria de casar Elizabeth à força para conseguir o monopólio do poder. Mas não era bem assim. Essa declaração o feriu profundamente. Ele apenas estava fazendo o que, em sua opinião, Jonathan faria como pai. Apesar de tudo, ele tinha sim um grande afeto pela filha do amigo e de modo algum iria querer vê-la sofrer. Muito pelo contrário, gostaria de realizar o casamento entre ela e Isaac por acreditar que os dois têm muito em comum e que isso faria bem para ela.

Ele estava decidido a transformar Elizabeth em uma Turner e nada nesse mundo o faria mudar de ideia.

Respirou fundo, trocou um demorado olhar com Mr Jones e disse:

- Vamos entrar?

Mr Jones apenas balançou a cabeça positivamente, e seguiu  Mr Williams.

Para Mr Jones, era um tanto difícil voltar ali novamente, depois da grande discussão. Aquela noite havia sido terrível e ele temia que acontecesse o mesmo nessa também, já que Mr Williams chegaria apresentando um convite à  Elizabeth para uma festa na casa do homem que ela queria distância.

Às vezes, ele tinha suas dúvidas sobre essa coisa toda de casamento. Seria realmente certo praticamente forçar uma jovem a se casar com alguém sem que ela tenha o mínimo de afinidade com a pessoa? Até que ponto uma pessoa iria por conta de dinheiro, títulos e poder?

- Olá? –Mr Williams disse, a voz em tom sereno, quase como quem espera uma autorização para entrar.

- Mr Williams! – Margareth apareceu no corredor, seu rosto demonstrava surpresa – Não esperava vê-lo nem tão cedo.

- Posso dizer o mesmo, Margareth. – Respondeu, em um tom seco.

- O que deseja por aqui?

- Viemos para falar com Elizabeth.

- Não será possível?

- Ora, e por quê não?

- Ela não se encontra.

- ONDE ELA ESTÁ? – Perguntou, seu rosto ficando vermelho de raiva, sua voz já começava a se alterar.

- Homem, se controle! – Disse Mr Jones, colocando a mão no ombro do amigo.

- Ela saiu. Foi dar uma volta. Afinal, não é uma prisioneira!

- Com que autorização ela...

- Vale ressaltar, Mr Williams, que ela não é uma de suas propriedades. Estamos falando de uma garota de 19 anos que precisa de um tempo de lazer. E a propósito, ela está acompanhada da babá que os senhores arrumaram!

- Só fizemos isso para garantir que ela não iria fugir novamente...

- A sua sorte, Mr Williams, é que ela não me puxou. Porque se tivesse puxado, certamente já estaria bem distante daqui. Talvez até na América...

- Não fale uma besteira dessas, Margareth!

- Que seja... – Margareth desdenhou e deu as costas para os dois senhores. Andando lentamente, dirigiu-se até a sala de estar e sentou-se no sofá.

Os dois homens a seguiram com passos igualmente lentos e pararam na porta da sala, a encarando.

- Vamos esperar!

- Vocês é que sabem...

 

 

Observando os dois pombinhos de longe, Regina lamentava imensamente por toda essa situação. Era só olhar para o rosto dos dois para ver a intensidade da paixão que os dois sentiam um pelo outro, e saber que existe gente disposta a colocar um fim nisso a sim que descobrir toda a verdade, era quase um crime.

As pessoas passavam encarando os dois que trocavam alguns beijos, seguravam suas mãos, sorriam descaradamente como se não houvesse nenhum problema no mundo. Mas Regina apenas ficava ali, sorrindo, observando, se encantando com a magia do amor e o que ela faz com as pessoas.

- É... eu preciso ir – Elizabeth disse, quase sussurrando. Sua cabeça estava encostada no ombro direito de David, que brincava com seus cabelos.

- Já?

- Já? Já estou atrasada. Devem estar me procurando.

- Odeio ter que te dividir com outras pessoas.

- É só por algum tempo...

- Com certeza é apenas por um tempo, porque um dia eu te darei a vida de rainha que você merece ter...

Elizabeth sentiu uma facada em seu peito.

“A vida de rainha que você merece ter...” mal sabia ele que, a mulher a qual ele se referia era nada mais nada menos do que uma das jovens mais ricas de toda Inglaterra.

- Não sei se mereço tanto, David.

- Você tá brincando né? – Ele virou-se para encara-la – Você é a mulher mais fantástica que existe nessa cidade, país, talvez mundo. Você merece tudo de bom que o mundo tem para te oferecer.

Elizabeth não conseguiu falar nada. Apenas sorriu.

Era incrível como apenas olhar para David a deixava sem fala. Ela, que sempre fora tagarela, falava pelos cotovelos. Ninguém era capaz de fazê-la calar quando começava a conversar  sobre algum assunto que ela dominava. E talvez fosse isso que a deixasse sem fala: ela não dominava a si própria quando se tratava de David. Ele exercia sobre ela um poder tão grande que era capaz de a transformar em outra pessoa. Literalmente, a transformava em outra pessoa. Mas era como se a personagem fictícia que ela havia criado definisse mais quem ela realmente era, do que a herdeira da fortuna dos Hill.

Quando se tratava de David, ela não só perdia a fala, mas também perdia o controle de todos os seus membros. Era como se seu cérebro liberasse imediatamente uma descarga de adrenalina que fazia com que seu coração disparasse, suas mãos suassem frias e tremessem. Sentir o toque humano de suas mãos era como se ela estivesse sendo tocada por um verdadeiro anjo. Ela sentia uma paz tão imensurável perto dele que era impossível descrever em meras palavras. Haviam momentos que, enquanto ela segurava sua mão, perguntava a si mesma como era possível as mãos de um trabalhador a tocarem com tamanha suavidade; a suavidade que ela jamais encontrou nas mãos de nenhum milionário, nem mesmo de Isaac, o noivo forjado que seus curadores a arrumaram.

Se a perguntassem sobre o sentimento amor, apenas um nome viria imediatamente em sua mente: David.

- Eu já te disse o quanto eu amo o seu sorriso? – Disse David, interrompendo seus pensamentos.

- E eu já te disse que a causa dele, é você?

- Já, mas eu não me canso de ouvir.

- Eu posso te falar isso um milhão de vezes...

- Mas eu não quero ouvir isso um milhão de vezes. Aliás, acho que seus lábios podem ser utilizados para algo muito mais interessante... – Ele disse, seu tom de voz esbanjava sarcasmo, enquanto um sorriso maroto brotava no canto de seus lábios.

- Ah, é mesmo, não me diga?

- Digo sim. – Ele disse, envolvendo novamente a cintura de Elizabeth.

- Quais seriam essas utilidades?

- Pra quê falar quando se pode demonstrar? – Disse e logo após a puxou para mais perto de si e rapidamente a beijou.

Depois de alguns segundos de encontros e desencontros de dois lábios famintos um do outro, os dois se separaram, a fim de buscar ar.

- Eu realmente preciso ir... – Disse Elizabeth, sua voz era tão baixa que mais parecia um choro. Um choro por estar deixando David quando na verdade o que ela mais queria era ficar em seus braços pelo resto de sua vida.

- Eu queria que você ficasse aqui comigo pra sempre...

- Quem sabe um dia?

- Quem sabe? Eu tô te garantindo, Rose. – Ele disse, em meio à um risada.

- Odeio ter que te deixar aqui...

- Nos vemos amanhã?

- Tentarei escapar da mansão, mas não lhe garanto nada.

- Está certo. Esperarei da mesma forma. E tentarei pensar positivo. Pois um dia sem você parece um ano.

- Farei o possível... – Ela lhe disse, em seguida, com os braços envolvendo o pescoço dele, depositou um selinho em seus lábios e afastou-se.

- Eu te amo, Rose.

- Eu te amo mais que tudo, David. Nunca se esqueça. – Ela disse, os olhos caídos, claramente tristes. Em seguida, virou-se e deu as costas para David, afastando-se.

Enquanto a observava desaparecer na multidão, David sentia-se despedaçado. Era incrível como seu mundo se transformava quando estava perto dela e a capacidade que ela tinha de deixar um vazio enorme em seu peito quando fugia de seus braços.

O céu de Londres se escureceu. Era noite. Uma noite fria, todos estavam encasacados, andando com pressa para chegar em casa após um exaustivo dia de trabalho.

- Você demorou! Vamos, depressa, estamos sem tempo! – Disse Regina, agoniada, olhando seu relógio de pulso.

- Desculpe-me, é que é difícil separar-me dele...

- Essas pessoas apaixonadas... – Suspirou ela, em seguida segurou a mão de Elizabeth e começou a guia-la, desviando-se da multidão.

Ao chegarem em casa, as duas entraram pela porta principal em meio à risadas e pareciam estar rindo de uma bela piada.

A felicidade estampada no rosto sorridente de Elizabeth ao entrar em sua casa desapareceu no instante em que ela entrou em sua sala de estar e deu de cara com Mr Williams e Jones.

- O que vocês estão fazendo aqui? – Ela disse, grossa.

- Quanto tempo, Elizabeth, querida. É bom te ver novamente, também. – Respondeu Mr Williams, irônico.

- Titia, como você deixou esses dois entrarem em minha casa?

- Somos seus curadores, temos direitos, apenas relembrando. – Disse Mr Williams.

- São meus curadores por pouco tempo, garanto.

- Vá com calma, minha cara Elizabeth. Estamos aqui em missão de paz, não é mesmo, Michael?

- Sim, querida. Escute o que temos a lhe dizer. – Disse Mr Jones, calmamente.

- Prossigam. – Disse Elizabeth, friamente, cruzando os braços, impaciente.

- Bem, não quer sentar e...

- Não, estou bem de pé. Ande, fale logo, Mr Williams!

- Viemos fazer-lhe um simples convite.

- Simples convite? – Perguntou Elizabeth, irônica, enquanto erguia uma de suas sobrancelhas.

- Sim. É bem simples. Na sexta-feira haverá uma festa. E gostaríamos muito que a senhorita estivesse presente, até para conseguirmos contatos no meio dos negócios. Muitos empresários estarão presentes. Acho indispensável sua presença.

- Festa? Que festa seria essa?

- É uma festa de boas vindas ao casal Turner que...

- TURNER? Ora, tinha que ser. Por favor, se retirem da minha casa. Não irei a festa alguma.

- Elizabeth, não seja cabeça dura. Já lhe disse que não é nada relacionado ao casamento que eu e Michael pretendíamos realizar entre você e Isaac. Por favor, são negócios, entenda que...

- Negócios? Ah sim, claro. Assim como o senhor me garantiu que meu casamento com o Turner seria apenas um “negócio”.

- Elizabeth, não complique as coisas. O foco no momento não é esse. O foco é a festa e...

- E eu não irei. Já lhe disse. Agora por favor, se retirem...

- Temos uma proposta então.

-Proposta? – Elizabeth perguntou, novamente erguendo uma sobrancelha, em sinal de desconfiança.

- Vá a essa festa. Estabeleça contato com os empresários que estarão lá e com os Turner. Se você fizer isso, não voltaremos a lhe encher com o assunto de noivado.

- É o que?

- Isso que você ouviu. Vá a essa festa e jamais a importunaremos sobre o casamento novamente.

- Quem me garante que você levará esse acordo a sério?

- Eu lhe garanto, Miss Hill.

- Sua palavra e nada para mim é a mesma coisa.

- Se o problema é esse, façamos um acordo então. Lhe dou minha assinatura, minha palavra de honra, tudo o que quiser. Mas vá a essa festa.

- Parece-me válido... O que acha, titia? – Virou-se para encarar a tia.

- Bem, se eles garantem perante testemunhas que não voltarão a lhe importunar com essa ideia louca de casamento, acho mais do que válido. – Respondeu Margareth.

- E você, tia Rê, o que acha disso? – Virou-se para encarar Regina.

- Bem querida, quem sou eu para opinar...

- Minha ama. Quero sua opinião.

- Eu compartilho da mesma opinião que sua tia. Se eles garantem, por quê não?

Após ouvir a resposta de Regina. Ela virou-se novamente para encarar seus curadores, que estavam de pé, esperando uma resposta. Os rostos deles estavam claramente apreensivos.

- Está bem. Irei à essa festa. Mas lembrem-se que vocês me deram a palavra de honra de vocês, e disseram tal coisa perante à duas damas. Tenho testemunhas!

- Obrigada Elizabeth. Essa festa lhe fará bem, principalmente se você está realmente decidida a encarar os negócios de sua família.

- Se vocês me garantem...

- Temos um acordo? – Perguntou Mr Williams, estendendo a mão para Elizabeth.

 - Sim. – Ela respondeu, e segurou a mão de Mr Williams, balançando e fechando o acordo.

- Está certo. Não queremos incomoda-la ainda mais. Vamos, Michael? – Disse Mr Williams.

- Sim, vamos. Boa noite à todas. Com licença. – Disse Mr Jones.

- Boa noite, até a próxima. – Disse Mr Williams, colocando seu chapéu e dirigindo-se para a porta principal da mansão Hill, seguido por Mr Jones.

O tempo passou depressa. A noite voou. A cidade silenciou-se.

Logo o dia amanheceu. E Elizabeth sabia que, provavelmente, não conseguiria ver David. Já que se ela saísse todos os dias, sua tia começaria a desconfiar de algo, e isso era o que ela não queria. E ela precisava conseguir um vestido novo para a tal festa do dia seguinte, estaria atarefada o dia inteiro, presa no estilista da cidade.

Quanto a David, levava mais um dia normal de sua vida. Entregando jornais nas casas da cidade. Ao terminar o expediente, passaria na casa de Isaac e pegaria com ele as roupas que o amigo lhe daria para usar na tal festa, que por sinal, seria a primeira festa que ele iria em toda sua vida.

- David! Eu estava realmente esperando por você... – Disse Isaac, ou vê-lo chegar em sua porta com o jornal em mãos.

- Como vai, Isaac?

- Ótimo. E ansioso. Você virá, não é mesmo?

- Claro. Não se recusa um convite de um amigo.

- Eu deixei separa umas roupas pra você usar amanhã, espero que sirva. Sabe, não sou tão fortão como você... – Disse, lhe entregando uma sacola.

- Vai dar pro gasto. Cavalo dado não se olha os dentes, não é mesmo? – David soltou uma gargalhada.

- Bom menino! – Disse Isaac, brincando – Agora me dê meu jornal.

- Aqui está! – Disse David, entregando o jornal em suas mãos.

- Espero que hoje tenha alguma notícia relevante...

- Err, Isaac?

- Sim?

- Eu poderia trazer minha namorada comigo?

- Claro David, sinta-se à vontade.

- Obrigada, de verdade. Acho que ela vai gostar de vir a uma festa dessas.

- Tenho certeza que sim. Será uma festa e tanto. Inclusive, não vou me estender com você aqui, preciso continuar organizando tudo, a casa está fervendo, os empregados estão trabalhando duro e eu estou supervisionando. Não se esqueça. Amanhã, às 19h. Te espero aqui.

- Combinado!

- Até amanhã então...

- Até.

Esperou que sua Rose aparecesse para que ele pudesse lhe fazer o convite para a festa de seu amigo, mas ela não apareceu.

Deve ter se complicado ontem e seus patrões não a liberaram” pensou.

David voltou para casa e foi dar uma olhada na sacola que Isaac tinha lhe entregado. Ao olhar as roupas, chegou a pensar “como é que se usa isso no corpo?” referindo-se a um suspensório. Mas, imediatamente lembrou-se de ver alguns homens com paletó e esse tal “fio” preto pendurado cruzando a blusa. Deduziu que era grudado na calça.

Também tinha um paletó na sacola, e sapatos. Sapatos pretos, engraxados e de couro. Algo que ele jamais usara antes.

Vai ser uma experiência e tanto estar no mundo dos ricos pela primeira vez” pensou.

David ficou um tempo conversando com seu pai, contanto como havia sido seu dia e como ele estava ansioso para comparecer a festa de seu amigo rico. O pai não estava de acordo com o comparecimento dele àquela festa. Seu pai odiava ricos. Ele dizia sempre que os ricos pareciam ter vindo de um mundo diferente do da maioria da população.

Depois de alguns minutos de conversa, tentando convencer seu pai de que não haveriam problemas em ir à essa festa, David sentiu-se cansado e foi para seu quarto, dormir. Afinal, o dia seguinte seria longo. Ele iria trabalhar e voltar para casa correndo para tomar banho, vestir-se com as roupas de riquinho e comparecer à festa de Isaac.

Na mansão Hill, tudo já estava resolvido. Elizabeth comprara um vestido novo para a festa. Havia tratado das mãos, pés, etc. Agora trataria de conseguir uma longa e boa noite de sono para que no dia seguinte estivesse disposta o suficiente para assumir novamente sua identidade de milionária e aturar um monte de empresários que pareciam respirar dinheiro.

O relógio não parou. O ponteiro se movimentava rápido até demais. Logo, o galo cantou. Tanto David, quanto Elizabeth, assim como o restante do mundo, estavam de pé para cumprir suas devidas obrigações diárias.

Era um dia diferente para David. Ele estava consumido por um sentimento de ansiedade e curiosidade. Era algo fantástico. Ele estava realmente feliz pelo convite de Isaac, apesar de ter pensado em recusar a princípio. Era uma pena para ele, não poder contar com a presença de sua amada ao seu lado. Mas haveriam outras oportunidades. Muitas outras.

David cumpriu seu horário de trabalho. E, mesmo estando cansado e sonhando em encontrar sua cama, ele chegou em casa, tomou um banho demorado e começou a aprontar-se para a festa.

Vestiu-se elegantemente com o paletó, blusa social branca, calça de tecido fino e sapatos de couro, doados gentilmente por seu amigo. Olhou-se no espelho e quase não se reconheceu. Vestido daquela forma, parecia um deles. Um homem sério, que tem um bom emprego e ganha um salário alto. Se ele ficasse calado, diriam até que era graduado.

Pegou o convite que veio no meio das roupas que Isaac havia lhe dado e enfiou no bolso interno de seu paletó. Passou um perfume que seu pai havia lhe dado de presente em seu último aniversário e saiu de casa.

Quando chegou em frente a casa de seu amigo e viu o lugar totalmente iluminado, as portas do que parecia ser um salão de baile abertas, o recinto devidamente decorado, o chafariz funcionando, ele levou um susto. Pensou em sair correndo dali e desistir. Mas lembrou-se que havia prometido a Isaac sua presença. E ele era um homem de palavra. Então, respirou fundo e deu o primeiro passo.

Foi parado, assim como todos que estavam a chegar, para apresentar o convite. Entregou-o nas mãos de um homem bem mais alto do que seus 1,89 m de altura. Isso significava que sim , o homem era praticamente um armário.

Andou lentamente, subiu os degraus que davam para o salão de baile, que já estava razoavelmente lotado, e assustou-se com o tamanho daquele lugar, e com tamanha beleza.

A primeira coisa que ele notou no lugar foi o grande lustre que iluminava todo o salão. Depois, as imagens que pareciam ser retratos de família, devidamente pintados por algum pintor famoso. Antes que ele pudesse reparar em mais alguma coisa e ficar ainda mais boquiaberto, escutou a voz de Isaac:

- David! Que bom que você veio, meu amigo! – Ele disse, o abraçando.

- Eu te disse que viria, não disse?

- Estou muito feliz, de verdade. Viu? Somos pessoas normais...

- É, estou vendo...

- Aonde está sua namorada?

- Ah, eu não a encontrei a tempo de chama-la para vir.

- Que pena...

- Mas a tal moça que querem que você case? Deveria chama-la de sua noiva?

- Ah, a Elizabeth? Ainda não chegou...

- Ela vem?

- Bem, não sei. Mas os curadores dela me garantiram que sim. E não, ela não é bem minha noiva... Na verdade nem sei se será.

- Eu devo ficar triste ou feliz por isso? 

- Sabe, David, nem eu mesmo sei. Como disse, não tenho muito contato com ela e...

Isaac foi interrompido por uma senhora, que chamou por seu nome:

- Isaac, querido, aí está você!

- Oi mamãe, estou aqui. Quero que você conheça meu amigo, David.

- Prazer David, meu nome é Lilian Turner, sou mãe de Isaac – Disse a senhora, simpática.

- Prazer, senhora Turner!

- Bem, agora que eu lhe encontrei, Isaac, gostaria de perguntar aonde está a Hill? Mr Williams tem alguma ideia?

- Não sei mamãe... – Ele respondeu, olhando a multidão.

Enquanto olhava e procurava entre a multidão o rosto do curador da menina, ele deparou-se com a sorridente Elizabeth adentrando o salão, vestida de um vestido cor de vinho, os cabelos longos e negros presos e um rabo de cavalo alto, seus lábios pintados de vermelho demonstravam o quão ousada ela era. Ela estava simplesmente magnífica.

- Olhe, lá está ela mamãe! – Disse ele, apontando para a entrada.

E então, David virou-se. E então ele a viu.

Não parecia a mesma menina simples que parecia precisar de seus braços para sentir-se segura. A mulher que estava diante de seus olhos era claramente uma mulher rica, de grande status perante a sociedade. Não fazia sentido nenhum, mas também não poderia ser uma simples coincidência.

Ele permaneceu ali, calado, a observando, e foi quando ela o viu. E também calou-se, e ficou paralisada. A encarava com verdadeiro espanto. Seus olhos pareciam que iriam sair das órbitas. Sua expressão era de pavor.

- Rose? – Foi a única coisa que ele conseguiu dizer, ao sair de sua paralização momentânea e dirigir-se até a frente da mulher, que permanecia imóvel, o encarando.

Ela não demonstrou reação. Parecia uma estátua. Uma belíssima estátua.

Ainda paralisada, uma lágrima escorreu de seus olhos. E foi quando David teve a confirmação que precisava: era ela.

Sentiu-se ser consumido por uma fúria tão grande que apenas deixou o salão, sem dar explicações à Isaac ou a qualquer outra pessoa  ali dentro. Era muita informação ao mesmo tempo.

Ele começou a ligar uma coisa na outra. Os sumiços de Rose. O dia que ele a encontrou de frente pra mansão. Como ela se assustou quando Regina havia chegado e a surpreendido enquanto ela estava com ele. Tudo começou a fazer sentido. Não existia Rose. Não existia a mulher que ele amava. Tudo havia sido um sonho, um lindo sonho. Na realidade, tudo não passou de mentiras.

Seu maior choque não era saber apenas que ela era milionária, mas saber que ela, além disso, tinha uma outra identidade, e ainda mais além, era a quase noiva de seu amigo. O que estava acontecendo ali, afinal? O que ele significara para ela? Sua cabeça parecia querer explodir. Ele saiu correndo, enquanto lágrimas insistiam em cair de seus olhos, e as maçãs de seu rosto insistiam em queimar.

Elizabeth, em um ato de desesperou, voltou a si ao ver David sair do salão e saiu correndo, atrás dele.

- DAVID? DAVID? – Ela gritava, e não ouvia resposta alguma.

Foi quando ela o viu correndo, já na rua. Saiu correndo em sua direção.

 - DAVID?

- O que você quer? – Ele parou e virou-se. Seu rosto inteiro estava vermelho, sua voz alterada.

- Eu só quero me explicar...

- Quem é você afinal? Por quê fez isso?

- David por favor me escuta, eu não...

- Era uma brincadeira pra você? Você tem noção do que fez? Você não tem escrúpulos, garota?

- David, por favor – Elizabeth já estava em prantos à essa altura.

- Você acha que só porque é rica tem o direito de sair por aí iludindo as pessoas?

- David, eu ia te contar...

- Quando você iria me contar? Depois que enjoasse do seu brinquedo?

- Você não é um brinquedo pra mim!

- Meu pai estava certo, vocês, ricos, não tem realmente coração.

- Não fale isso, por favor – Ela chorava desesperadamente, enquanto David cuspia em cima dela toda a raiva que sentia.

- Você só pensa em você. Você não pensou em nenhum momento na gravidade do que você tava fazendo? Tudo que vivemos foi uma mentira! Deus! Por que eu fui tão burro de não perceber que tinha algo errado com o modo como você agia?

- David, eu juro que queria te contar mas...

- Mas? Mas o quê, Rose? Ou devo te chamar de Elizabeth? Eu nem sei quem você realmente é.

- Por favor tenta entender que eu...

- Para! Para de falar! Para de tentar se explicar! Você não vê que não existem explicações cabíveis pra tamanha mentira?

- Eu não te contei por medo – Ela se aproximou dele, tentando segurar suas mãos.

- Não encosta em mim! Sai de perto de mim. Você é uma estranha, uma desconhecida!

- Por favor... Era isso o que eu mais temia – Ela começou a soluçar – Eu temia sua reação, temia te perder! Por favor David, me dê uma chance pra que eu possa me explicar...

- Não existe explicação.

- Eu não quero te perder, David, você é a única coisa que realmente importa na minha vida, se eu perder você não terei mais nada...

- Ora, não seja irônica! Você tem tudo! TUDO! E eu, bobo, sonhando em te dar uma vida de rainha quando na verdade você já tem essa vida. Talvez até melhor do que eu imaginava pra você! Todos os planos foram por água a baixo...

- David...

- Chega! Acabou!

- Não! Por favor David, eu não posso te perder!

- Sinto muito, mas já perdeu! Com licença! – Ele disse, segurando as lágrimas e deu as costas para Elizabeth, que se jogou no chão,  no meio fio e pôs-se a chorar.

Encostou seu rosto delicado no asfalto sujo e suas lágrimas irrigavam o chão. Seria impossível descrever tamanha dor, o desespero que ela estava sentindo.

Ela havia perdido o grande amor de sua vida. A esperança que ela tinha de ser feliz. A alegria de levantar a cada manhã e a força que ela tinha para enfrentar tudo e todos. E ele, ficara tão magoado que nem mesmo quis ouvi-la. E tudo que ele havia dito não era errado. Ela havia sido egoísta, só pensou nela. Não pensou duas vezes antes de criar uma mentira e acabou criando uma grande bola de neve e incluindo muitas pessoas nessa mentira. Toda ação tem uma consequência, e a dela havia sido extremamente dolorosa.

Aconteceu o que ela mais temia.

É o fim!” ela pensou, ainda caída no asfalto.

 

 


Notas Finais


Bem pessoal, foi isso. Espero que tenham gostado. Em breve começarei a escrever o novo capítulo então, se quiserem fazer alguma sugestão, aproveitem, pois eu ainda não comecei a escrever. HAHAHA.

Gostou? Comenta aqui, dá essa moral pra mim?

Beijos ♥


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