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História Forgetfulness flower - Lumity - Capítulo sete


Escrita por: skyatlas

Notas do Autor


Gente, recado importante. Eu vi muita gente com raiva da Amity no último capítulo e eu vim lembrar vocês que mesmo se a Amity lembrar vocês estão esquecendo de algo importante: A Luz mudou as memórias. Ela fez um caminho diferente, ela decidiu mudar as coisas. Então, a Amity dessa realidade, caso lembre, vive com essa certeza na mente dela. A certeza de que foi a escolha da Luz, não dela. Lembrem disso.

Ah, e o próximo capítulo é o último da primeira fase. Depois começa a narração da Amity. Espero que gostem.

Com flores, Atlas

Capítulo 8 - Capítulo sete


Pov Luz Noceda




Desde o dia do jogo eu, Willow e Gus voltamos a ter esperanças. Mas, infelizmente, aquele olhar foi o único sinal que ela me deu de que realmente podia lembrar. 


- Eu provavelmente inventei - Eu disse enquanto jogava uns papéis na parede frustrada.


- Luz... - Willow tentou, mas eu estava tão cansada de tudo.


- Eu quis que ela me olhasse daquele jeito e aí eu inventei o olhar - Eu continuei, ignorando a voz doce da minha amiga - Ela não lembra.


Willow me olhou com o cenho franzido, como se quisesse me refutar mas não tivesse argumentos. Então, ela olhou para a minha mesa cheia de cartas espalhadas.


- Você... - Ela começou e então pegou uma das cartas - Você tá escrevendo as cartas.


- Sim.. - Eu disse em meio a um suspiro, sentando no chão e respirando fundo.


- Você desistiu? - Ela perguntou enquanto sentava do meu lado e segurava minha mão.


- Eu não sei - Eu disse com um sorriso triste - Mas é bom estar preparada, não é?


Ela concordou e olhou para uma das cartas que estava na sua mão.


- Na situação hipotética em que você esquece, quando entregamos? - Ela perguntou enquanto colocava a carta no lugar rapidamente e voltava a sentar comigo.


- Quando vocês acharem que temos uma chance - Respondo enquanto olho pra cima, as pequenas estrelas que eu coloquei no teto do meu quarto, que eu e Amity sempre víamos juntas, estavam brilhando levemente mesmo com o sol - E eu fiz cartas pra ela também. Três.


- Por que pra ela?


- Caso ela lembre - Eu disse dando de ombros - Nunca se sabe.


Ela concordou e começou a olhar para as mãos que estavam se mexendo de forma nervosa. Eu conhecia minha amiga, algo estava incomodando ela.


- Diz - Eu digo de forma suave, tentando passar segurança pra ela, e então ela me olha com tanta dor nos olhos que dói em mim.


- Preciso ver a Boscha hoje, na casa dela - Ela diz enquanto me olha tristemente - Ela parou pra visitar os pais.


- Você não quer ir sozinha - Eu afirmei enquanto segurava com cuidado a mão dela.


- Não quero, mas você tem tanto em mente... - Ela começa a dizer, mas eu a corto apertando sua mão.


- Sempre tenho tempo pra você, Will - Eu digo com convicção e um sorriso nos lábios - Além do mais, saudade daquela idiota.


- É daqui meia hora.


Eu levanto e puxo ela na minha direção. Pego um casaco e coloco as cartas na minha gaveta secreta.


- Vamos então - Eu digo e ela sorri - Temos uma missão.




***




Assim que eu vejo a minha amiga a minha primeira reação é correr na direção dela para um abraço. Willow a abraça primeiro, obviamente, mas assim que a puxo pra um abraço sinto como se tudo fosse o mesmo. Como se ainda fôssemos nós contra o mundo.


Lembro como se fosse ontem de quando conheci a Boscha. Ela foi a minha primeira amiga.


Tínhamos seis anos e um garoto no parquinho estava me perturbando, ela viu e correu pra socar ele. Foi a primeira vez que alguém além dos meus pais me protegeu. Nos tornamos inseparáveis a partir desse dia, então, quando ela foi para Oxford, foi um baque.


- Luz da minha vida, que saudade! - Ela disse assim que nos soltamos, e então olhou para Willow com aquele olhar suave e amoroso - Senti sua falta também, flor.


Willow corou, daquele jeito que só acontecia com a Boscha. Então, elas duas sentaram na cama e eu fiquei sentada na poltrona ouvindo a conversa e as vezes falando algo. 


Em algum momento eu comecei a mexer no meu colar, um hábito que eu tinha começado sem nem perceber e agora era essencial. Me fazia ficar centrada de alguma forma, me fazia permanecer no universo e não me perder.


- Isso é o dispositivo AKZ? - Boscha perguntou de repente, me assustando - Luz, você era um teste?


Levantei e olhei pra minha amiga, ela estava assustada e me olhando com os olhos arregalados.


- Você era? - Eu pergunto de volta e ela apenas assente com a cabeça, levantando e abrindo uma gaveta. Então, ela suspira e vira na minha direção com um dispositivo igual o meu.


- O que mudou pra você? - Willow pergunta de repente e ela parece tão confusa e assustada que dói.


- Você.. - Boscha sussurra - Na outra realidade você decidiu ir comigo para Oxford.


Então é como se tudo parasse. Willow fica paralisada, Boscha não consegue desviar o olhar dela e eu simplesmente fico parada no lugar sem saber o que dizer. Willow de repente vira pra mim confusa


- Por que você não me contou? - Ela pergunta com a voz quebrada.


- Eu não sabia... - Respondo com sinceridade.


- Decidimos uma semana antes dos testes e íamos contar para todos. Luz, Gus, Amity - Boscha começa a dizer - Eu tropecei em uma das minhas lembranças e não continuei, então tudo mudou. Acordei e você não estava lá e eu tava em Oxford.


Olho para Boscha com os olhos arregalados, entendendo o peso disso. Então ela não sabia do Gus, da Amity.


- Gus também era um teste, a Willow e a Amity não lembravam dele. Contei tudo pra Willow - Eu digo, tentando aliviar o clima pesado no quarto.


- E a Amity? - Boscha pergunta enquanto ainda olha preocupada para a Willow.


- É.. também um teste. Mas ela não lembra de você, da Willow, do Gus e... - Suspiro enquanto olho pro nada - Nem de mim. Acabamos criando uma amizade atualmente, mas é só isso.


Sinto que Boscha quer perguntar mais sobre isso, mas seu olhar permanece na Willow. Ela parece... devastada.


- Willow - Chamo com cuidado, e seus lindos olhos verdes me olham com medo.


- Eu preciso de um tempo - Ela diz enquanto olha para a Boscha - É muita informação.


- Tudo bem, flor - Ela responde com um sorriso triste - Se ainda quiser conversar outro dia. Vou embora segunda.


Willow concorda e beija a minha testa para se despedir, então se aproxima da Boscha e faz o mesmo, mas o beijo é diferente. Mais amoroso, cheio de significados.


- Até, estrela - Ela diz com carinho, o velho apelido que ela usava com a Boscha quando elas ainda namoravam, e isso deixa a minha amiga tão feliz que ela parece brilhar.


- Até, girassol - Ela diz, e quando Willow sai ela vira na minha direção - Eu tenho perguntas.


- E eu espero ter respostas - Eu respondo sorrindo, então sento do lado dela na cama.


- Senti sua falta, idiota - Ela diz com aquele sorriso familiar - De verdade.


- Eu também - Respondo com sinceridade - Como é lá? A grande Oxford? Fez amigos?


- Fiz alguns. Não como você, claro - Ela responde sorrindo, então fica séria - Mas é vazio sem ela, Luz.


- Espero que não me troque por outra melhor amiga - Eu digo brincalhona - E eu entendo o que você quer dizer.


- Nunca. Você é minha melhor amiga - Ela diz com um sorriso - Me conta. Como é a nova relação que vocês criaram?


 - Muito diferente. Tipo, não somos grudadas, sabe? Somos só... amigas - Eu começo a dizer enquanto toco no dispositivo - E as vezes eu sinto como se nunca fosse passar disso, mesmo na amizade. Eu sinto falta do afeto físico, do carinho, de tudo.


Boscha me olhava com aquele olhar familiar, seus olhos azuis brilhando com compreensão e amor. Ela se aproxima e me puxa pelos ombros.


- Ela tem alguém, não é? - Ela pergunta, mesmo já sabendo a resposta. Ela provavelmente notou pela minha tristeza.


- Sim. Skara Smith - Eu respondo e Boscha me olha de lado e concorda. Todo mundo conhece a Skara.


- Ela é legal - Minha amiga diz - Elas são legais juntas?


- São.


- E ela parece apaixonada? - Ela pergunta com cuidado.


- Sim.


- E feliz? - Sua voz fica menor quando pergunta isso, como se tivesse medo da resposta.


- Muito. De uma forma que não achei que ela poderia - Eu digo em meio a um suspiro, e sinto que quero chorar.


- Você vai deixar ela ir, sunshine? - Ela pergunta com carinho e uma pitada de tristeza. O apelido soa tão familiar e carinhoso na voz dela que tudo que eu queria era a nossa vida de volta. O nosso infinito.


- Acho que preciso, não é? - Eu digo com a voz quebrada, e então, sem que eu possa controlar, as lágrimas começam a descer pelo meu rosto em meio a soluços quebrados.


É como se tudo que eu estou guardando desde que acordei nessa maldita realidade finalmente estivesse saindo de mim.


Boscha me abraça e me segura, ela sussurra palavras carinhosas e diz que vai estar aqui não importa o que eu decida. E apesar da dor e do medo eu não posso deixar de ficar feliz por isso, por ela.


Lembro dos dias depois da morte do meu pai, quando ela me segurava exatamente desse jeito e tudo parecia ficar menor, parecia que as coisas poderiam ficar bem. Ela me faz sentir assim.


Então eu sei que não importa o que eu decida... vou ficar bem.



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