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História Four Rules - Me mostre o que você sabe


Escrita por: taeyongz

Notas do Autor


CHEGUEEEEEEI
TO
PREPARADA
PRA
ATACAAAAAAAAAAAR

Mais pontual que eu??! :D

Gente, cá estou, e devo confessar que estou triste porque vcs me pedem MUITO para não levar uma semana pra atualizar, mas gente, eu não consigo atualizar antes disso, VCS QUEREM QUE EU ENFIE UMA FACA NO MEU PEITO??!!11

Chegamos aos 100+ favoritos e eu estou muito feliz, porque vcs são maravilhosos demais. Obrigada!! <3

Ignora aí os errinhos, nunca pedi nada.

>>>Notas finais, heim?<<<<

Capítulo 5 - Me mostre o que você sabe


Fanfic / Fanfiction Four Rules - Me mostre o que você sabe

Minutos pareciam horas enquanto eu aguardava paciente e em contrapartida, impacientemente, enquanto as candidatas à minha frente faziam a suas respectivas apresentações para o júri do time de basquete.

— Ok, você tem uma bombinha para asma aí? — questionei Jin, que me olhou com uma careta curiosa.

— Você tem asma? — ele perguntou enquanto disfarçava o fato de estar ao meu lado, dando aquele famoso apoio moral que de nada me adiantava nas circunstâncias em que eu me encontrava: próxima de ter um AVC.

— Não, mas acho que vou começar a desenvolver se minha respiração continuar assim. — indaguei e Jin revirava os olhos murmurando o quanto eu sou dramática e adjetivos do gênero. 

Olhei para bancada que estava Jungkook, Jimin e mais dois componentes do time de basquete, que apreciavam maliciosamente as apresentações das garotas que estavam sujeitando-se àquilo, e claro, me odiei por estar também me sujeitando aquilo. O restante do time estava do outro lado do ginásio praticando suas cestas e não muito interessados na audição de líder de torcida, o que era ótimo, visto que eu já estava colocando os bofes para fora só de me imaginar dançando na frente de quatro garotos, ou pior, na frente do galo rei Jungkook.

Todo esforço para me acalmar era em vão. Só quando peguei Jin encarando um certo grandalhão treinando suas cestas do outro lado da quadra, que eu consegui me distrair com outra coisa que não a morte da minha dignidade que ocorreria há poucos minutos dali. Acompanhei o olhar de Jin para ter a certeza de que ele estava olhando para Namjoon, o ala pivô do time de basquete. Franzi o cenho e foi naquele momento que a ficha caíra: Jin curtia um cromossomo XY, era claro, como demorei tanto para sacar?

— Algum problema com o grandalhão do outro lado da quadra? — questionei como quem não quer nada e Jin congelou.

— D-do que tá falando? 

— Falando de você secando o Namjoon. Ele já sabe que você tem interesse? — aprofundei mais minha curiosidade.

— É óbvio que não... Aliás, eu não te devo satisfações, foca na missão, Loreta! — mudou de assunto. Franzi o cenho com aquela reposta rude, mas não cabia a mim julgar Jin. Provavelmente nem seus próprios amigos machões e exemplos de viralidade sabiam disso. Por um momento me senti mal por ele, mas plantei na minha cabeça que iria ajudar a Jin assim como ele estava me ajudando, mesmo que contra a vontade dele, e olha que isso ele fazia questão de deixar bem claro. — Você será a próxima. — Jin disse contente por estar prestes a ver a morte de Loreta Houston.

Park Jimin chamara pelo meu nome em alto e bom tom, despertando minha atenção para o juri novamente. Jungkook não olhava, apenas avaliava alguma ficha em sua mão. Talvez minha ficha de inscrição? Talvez uma foto minha? 
Eu estava tremendo e tinha certeza de que o ataque cardíaco estava mais próximo a qualquer segundo. 

— Se eu morrer hoje, diga aos meus país que eu os amo e que tudo fora pelo bem da humanidade. — informei e Jin respirou fundo, visivelmente exausto das minhas lamentações. Caminhei semelhante à um jabuti com reumatismo até a frente da grande bancada do júri dos canalhas. 

Os garotos levantaram seus olhos para mim e observaram de cima para baixo e de baixo para cima toda minha roupa, ou será que estavam avaliando o meu corpo? Não importava mais.

De qualquer forma, não era mais hora de me acovardar, eu precisava encarar a situação com confiança. O problema era que nem nos meus piores pesadelos eu me imaginei vivenciando uma situação dessas. Será que era tarde demais para eu me auto questionar se todo aquele esforço valia a pena?

— Loreta?! — Park Jimin chamou pela segunda vez me despertando daquela reflexão fora de hora. Jungkook me olhava sério naquele momento, curioso demais, e eu até arriscaria dizer que ele estava ansioso. 

— Loreta Houston... — Jungkook pronunciara meu nome olhando para ficha em sua mão, logo levantou seu olhar em minha direção. — Me mostre o que você sabe. — piscou um dos olhos para mim. Frango metido.  

Assenti com a cabeça indicando que a música poderia ser tocada e assim se fez. O meu estômago borbulhava tanto que parecia que eu iria parir um leviatã a qualquer momento. Comecei a dança tão contida que nem percebi que os meus olhos haviam fechado-se, talvez como um reflexo automático do meu corpo para usar em minha defesa e não ver os olhares dos garotos em do júri cima de mim. Então repassei todos os passos de dança que ensaiara com Jin e que passei a noite treinando. Minha mãe havia até estranhado quando acordou três horas da manhã e encontrou a filha rebolando na sala de estar, mas nada que tivesse a assustado, porque quando trata-se de mim, minha mãe não se surpreende mais com qualquer sinal de insanidade. 

A música continuava a tocar e eu abri os meus olhos lentamente e estes foram direto de encontro aos de Jungkook. Era hora, hora do contato visual, hora de soltar o famoso olhar sugestivo para ele e fora isso que eu fiz. Mordisquei o canto do lábio inferior, enquanto rodava e voltava meu olhar para ele novamente. Joguei meus cabelos de lado e Jungkook umedeceu os lábios, mordendo os inferiores em seguida e abrindo um sorriso de canto de boca. Foi nessa hora que eu tive certeza que iria mesmo parir um leviatã tamanho GG, tamanha era o tremedeira em meu interior. Que caralhos aquele frango de quinta categoria estava pensando que estava fazendo? 

Eu me sentia nua, sendo devorada viva por aqueles olhinhos negros e maliciosos. Evitei ao máximo fazer contato com o restante dos jurados canalhas ali, pois Jungkook era meu alvo, mas não pude deixar de olhar vez ou outra para Jimin, que estava com expressão tão séria que era de dar medo. Quando a música acabou, cessei os meus passos e quase levantei os braços para Deus soltar sua luz divina e me levar de uma vez. Minhas mãos formigavam e meu estômago parecia flutuar dentro do meu corpo.

Olhei para os lados, Jin sorria contente. Olhei novamente para o juri e não esperei que ninguém me falasse nada, apenas saí dali como o Diabo foge da cruz. Meus passos eram tão largos e ligeiros, que eu poderia jurar que saí dali correndo mais que o papa léguas.

Adentrei o vestiário feminino a fim de encontrar minhas roupas no armário que eu havia deixado e vesti-las o quanto antes, a fim de me livrar daquele uniforme de líder de torcida colado e um tanto indecente. Eu estava naqueles momentos em que nosso corpo despeja uma carga enorme de adrenalina e para recuperar o estado normal, é necessário horas após o acontecimento causador da afloração dos nervos. Peguei o bolo todo amassado de roupas e retirei, fechando a porta do armário com tanta força que fez um estalo. Mas não fora o estalo que fez eu soltar um gritinho assustado, fora Jungkook parado logo ali. Ele estava encostado no armário ao lado -  de braços cruzados, me encarando. 

— Não quis te assustar... — ele murmurou sorrindo, a voz era baixa e rouca. 

Porra, imagina se quisesse, heim?

— Não assustou. — retruquei desviando o olhar para baixo, mas logo lembrei da confiança que o Jin falara que eu deveria ter sempre ao estar perto de Jungkook. Então, como muito esforço, o olhei nos olhos. 

— Você saiu de lá praticamente correndo, eu fiquei preocupado. — ele se desencostou do armário e deu um passo a frente, um passo em minha direção. Automaticamente eu dei um passo para trás, pois meu corpo é alérgico a frango de quinta categoria. 

— E-eu... Eu estava com pressa. — mexi nas roupas em minhas mãos sem muito jeito de como me comportar. 

— Você foi muito bem, Loreta. Não vai ser surpresa se seu nome estiver na lista das aprovadas que divulgaremos amanhã. — ele deu mais um passo a frente, e eu um atrás. 

Caralho, saí de perto, galinha. 

— Obrigada. — murmurei sem ter muita certeza de que estava demonstrando a confiança necessária. 

— Não é estranho a gente nunca ter se esbarrado pela escola? — questionou e eu quase fiz uma careta ao ouvir aquilo.

Seria demência ou só canalhice mesmo? Eu estudava na mesma sala que ele desde o primário, tínhamos aulas de biologia juntos e eu não consigo contar quantas vezes ele e sua tribo de puxas sacos colaram de mim nas provas de Física. 

— Que coisa, não? — respondi erguendo as sobrancelhas entediada, contendo-me para não disparar a xingá-lo, mas eu precisava me manter focada. Jungkook pareceu confuso com minha reposta irônica por um instante, mas voltou a expressar aquele sorriso canalha de sempre. Nunca havia observado ele de tão perto, e de fato, ás vezes o frango conseguia ser um peru recheado de natal bem suculento. Todavia, sua personalidade canalha ofuscava aquela beleza toda e só cego não via o babaca que ele realmente era.

— Não sei se você já está sabendo, mas meu aniversário é na sexta-feira, e eu vou dar uma festa lá em casa. — indagou.

Ah, se eu sabia. 

As festas anuais de aniversário de Jeon Jungkook eram um evento para aquela escola. Até hoje ainda não sei como não foi declarado feriado nacional no aniversário de Jungkook, pois toda a escola parava para divulgar e panfletar aquele grande evento. Eu nunca fora a uma das festas de aniversário de Jungkook, mas o que se ouvia era que eram as melhores de toda a cidade. As malhores bebidas, as garotas mais bonitas, os melhores DJ's e todo o corpo popular daquela escola sempre presente. Dizem até que veteranos e calouros das Universidades locais se descolavam de seus campus para aparecer na festa do garoto que ainda estava no colegial.

— Não ouvi falar, desculpe. — respondi e abri um sorriso simpático, mas por dentro eu ria descontroladamente por inferiorizar aquele evento de merda. Jungkook franziu o cenho e pareceu surpreso, mas não deixou-se abalar. Aquela sua confiança em excesso me dava nos nervos.

— De qualquer forma, seria legal se você aparecesse por lá. — sorriu novamente. 

— Talvez eu apareça. — retruquei enquanto fitava olhos arredondados cheios de malicia. Nem percebi que havia dado tal resposta, mas só queria que ele fosse embora dali logo. Jungkook piscou um dos olhos e sorriu, indo embora para meu alívio. Soltei pesadamente o ar que segurara e revirei os olhos. Puta cara chato de cantadas baratas. 

Espera...

Ele havia me convidado?

E eu falei que talvez apareceria?

Puta que pari...

(...)

— Ele te convidou para o aniversário dele?! — Jimin questionou, incrédulo. 

— Não, para a missa do Papa. Claro que foi pro aniversário dele! — respondi impaciente e nervosa. Não havia me preparado para o momento em que meu plano fosse começar a caminhar. 

Eu estava embaixo da árvore do campus da escola com o quarteto não fantástico, pois os garotos haviam convocado aquela pequena reunião após minha audição como líder de torcida. 

— Chegamos a fase do interesse. — Tae afirmara com a mão no queixo.

— O que é fase do interesse?

— Ele quer te com... — Yoongi quase proferiu mas sua fala foi cortada pelos olhares fuziladores dos outros garotos ali presentes. — Ele quer te dar um beijo. — ele se corrigiu e sorriu, fazendo eu revirar os olhos. 

— Mas isso não é nada para o Kook. Ele só deve ter te achado sexy e simplesmente quer a fêmea para a copulação garantida no seu aniversário. — Tae retrucou.

— Por quê você pode ser sincero e eu não? — Yoongi questionou. 

— Não tenho culpa se você não sabe usar termos elegantes como eu. — Tae respondeu e Yoongi socou seu braço. Céus, como eles eram infantis.

— Exatamente, é aí que você vai ter sua deixa para se destacar. — Jin falou, puxando-me pelo braço e fazendo eu me sentar. Aquilo só me deixou mais aflita e ansiosa. — Jungkook te achou sexy, convidou você para festa dele e você disse sim. Até aí, nada de diferente do que ele sempre faz. Mas é exatamente lá na festa que você vai mudar o jogo e não irá dançar de acordo com as regrinhas dele. — Franzi o cenho em reposta, os meninos apenas concordavam com a cabeça. Pareciam estar sabendo o que faziam, e por um momento agradeci por estar chantageando aqueles bobinhos.

— Eu não quero ir pra essa festa. — choraminguei parecendo uma criança, e Tae fizera um biquinho antes de falar: 

— Para de show, garota.

Yoongi apenas ria de tudo e eu já estava para enfiar meu tênis naquela cara branca. Park Jimin permanecia sério e pensativo, todavia, marrento como sempre. 

— O aniversário de Jungkook é o momento perfeito para você esnobar ele. Veja bem, pense comigo. Ser esnobado no dia do próprio aniversário, onde todos estarão ali para venerá-lo, ah, isso seria como uma facada.Então ele vai ver que você não é nem de longe como as outras. — Jin tornou a falar.

— Tem razão, Jin. — Park Marrento Jimin finalmente se manifestara, parecendo pensar em algo. — Jungkook, até onde eu sei, nunca levou um fora da vida. Ele está louco para colocar as mãozinhas em você, isso é fato. Eu pude ver isso lá na audição. — ele disse. Corei imediatamente e por um momento senti as contrações do leviatã querendo sair do meu ventre, pois estava confirmado que Jungkook havia se sentido atraído por mim. — Loreta, escute bem... — Jimin veio até minha direção. — Você vai fazer exatamente o que eu disser, ok? — ele pediu, assenti.

(...)

Sexta-Feira, 21:30 PM.

— Caramba, onde que eu enfiei esse telefone?! — Gritei enquanto revirava meus travesseiros atrás do meu celular, que soava o seu toque estridente. — Finalmente! — Achei o aparelho vibrando embaixo de meu travesseiro e prontamente atendi. 

— Oi, Cristine. — Minha voz soara tremida, cansada. Eu já estava há vinte minutos revirando minhas roupas a fim de escolher algo sexy o suficiente para o aniversário de Jeon Junkook, que começaria às 22:00h. Eu estava tão atrasada que mal podia raciocinar.

— Ei, pedi pizza e tem sorvete na geladeira. Minha mãe saiu com o namorado dela e eu pensei que pudéssemos fazer a noite do pijama, o que você acha? — Ela questionara e eu permanecia revirando o guarda roupa, descartando toda peça que via pela frente.

— H-hoje? Não, hoje não. Eu tô doente, sabe como é, né? Essa época do ano sempre me adoece. — Respondi não querendo bolar uma mentira mais inteligente.

— Hm, que seja... Quem saí perdendo é você, vou assistir 10 Coisas Que Eu Odeio em Você sozinha. 

— Que jogo baixo.... Mande um beijo pro Heath Legher por mim, ok? — Soltei uma risada nasal. Adorávamos aquele filme e adorávamos mais ainda o Heath. 

— Hoje ele é só meu. — Cristine retrucou e desligou.

Joguei meu aparelho em qualquer canto. Odiava ter que mentir para Cristine, mas o que eu falaria afinal? ''Oi amiga, não posso te ver hoje porque estou indo para a festa do cara que você namorou, que inclusive, ele mesmo foi quem convidou''.

Só de pensar na hipótese sinto um calafrio. Cristine havia saído apenas durante uma semana com Jungkook, mas eu sei bem que para ela aquilo fora como um casamento de dez anos. Eu sabia que aquele convite para a noite do pijama não fora somente porque ela estava sozinha em casa, e sim porque a festa de Jungkook aconteceria naquela noite e aquilo de certo ere deprimente para ela que ainda alimentava sentimentos por aquele indivíduo asqueroso. Mas tudo era por uma boa causa, eu iria vingar Cristine no final das contas, e mentir aquela noite para ela era necessário.

Deus finalmente resolveu dar o ar de sua graça e eu vi um vestido preto no canto mais abandonado do meu guarda-roupas. Aquele vestido havia sido me dado de presente quando eu fizera os meus dezessete anos e minha mãe achava que eu já era mocinha o suficiente para usar um decote acentuado junto à um comprimento tão minímo. Todavia, nunca havia usado aquele vestido por motivos de: Eu não sou nenhuma piranha, mãe.

Entretanto, aquele dia eu deveria abrir a exceção e me tornar oficialmente uma piranha.

Quando o táxi me deixou em frente a casa de Jungkook aquela noite, eu já estava uma hora e meia atrasada, me perguntando se a festa já estava perto de seu fim. Mero engano. 

Caminhei tentando parecer confiante até a porta de entrada, pois eu precisava controlar minha confiança se quisesse Jungkook aos meus pés, e se eu continuasse sentindo o orifício anal trancar todas as vezes que tivesse que me aproximar dele, eu não iria conseguir nem o sentimento de pena por parte do frango.  

Procurei ignorar os assobios e frases de cunho machista que ouvi durante o trajeto. Haviam rapazes que encontravam-se em torno da piscina e também em volta de seus carros, tacando latas de bebidas um nos outros e exercendo seus instintos bêbados como animais. Ah, como eu odiava aquele mundo. Daria tudo para estar assistindo Dez Coisas Que Odeio Em Você, nesse momento. Mas infelizmente estava presenciando outra realidade, a realidade de Trocentas Coisas Que Odeio Em Jeon Jungkook. 

Adentrei o recinto e logo me deparei com casais se agarrando pelas escadas. Algumas garotas dançando freneticamente em cima do sofá, enquanto os meninos olhavam por debaixo de suas saias. Que lugar lindo. Que dia lindo para família tradicional.

Caminhei lenta pelos cômodos enquanto esperava ver um rosto conhecido, e por sorte me esbarrei com Tae.

— Loleta?! — de tão bêbado, ele não conseguia nem pronunciar meu nome corretamente. 

— É, cebolinha, é a Loleta. — confirmei. — Cadê restante dos meninos? — Tae escutara minha pergunta e demorou alguns segundos para raciocinar e entende-la.

— Jin deve tá sentado em algum lugar desejando estar em casa. Jimin deve tá comendo alguém... — ele apontou para o cômodo de cima, os movimentos tão lesados que eu podia jurar que ele estava prestes a cair ali mesmo em minha frente. — Yoongi tá por aí vendendo maconh-

— Ok, informação demais! — cessei as palavras dele tapando os ouvidos. 

— E Jungkook? — Questionei impaciente, não queria saber onde Jungkook estava e muito menos ir até ele. Entretanto, minha ida até ali teria sido em vão se eu não o fizesse. Antes de Tae me responder, um garoto grande e gorducho passou gritando e arrastando ele para uma rodinha de dança, levando-o para longe.

Bufei esmorecida e caminhei até a cozinha na busca de alguma comida para me distrair. Avistei vasilhas com ponche de cereja e comemorei por dentro por ter uma placa grande informando que não havia álcool na bebida. Pelo menos teria algo pra saciar minha cede. Infeliz da vida me servi e encostei-me sobre a pia, engolindo todo o líquido doce enquanto observava pela janela toda aquela zona lá fora. Ah, como eu queria sair longo do ensino médio e ir para Universidade e ter finais de semana de paz completa junto aos meus livros de Oscar Wilde.

— Pensei que não iria mais vir... — O hálito quente e úmido sussurrou em meu ouvido, virei-me depressa ao sentir as mãos de Jungkook pousarem uma em cada lado da pia, prendendo-me ali entre ele e a pia a qual eu estava encostada. 

Ele estava perto demais quando virei meu corpo para encara-lo, vendo as orbitas negras com pupilas dilatadas a me olhar fixamente. 

— Ah, o-oi. — gaguejei enquanto abaixava-me e passava por debaixo dos braços dele, escapando de sua armadilha. Ele sorriu e virou-se para mim, dando mais um passo para ficar perto. 

— Calma, Loreta... Eu não mordo... — Sua voz era arrastada. Não me parecia bêbado, mas a julgar pelo cheiro de álcool, ele com certeza havia tomado algumas doses generosas de vodka. Aproximou-se novamente, ficando frente a frente comigo.

Vê se desgruda, carrapato! 

— Só se você quiser... — ele concluiu e eu quase ri daquela cantada que meu bisavó provavelmente usava com os brotos de sua época. Enquanto meu corpo desviava das investidas do corpo de Jungkook, eu pensava em tudo que os garotos haviam dito que eu deveria fazer no momento que o galo viesse até mim naquela noite.

— Não me leve a mal, Jungkook... — Comecei a falar, o rosto dele ficou sério e ao mesmo tempo curioso. Ele tombou a cabeça um pouco para o lado e esperou que eu concluísse. — Mas você não faz o meu tipo. — fiz uma careta de desdém enquanto recebia a expressão tensa e confusa de Jungkook em reposta. Ao julgar pela expressão de tristeza e surpresa, tive ali a certeza de que Jeon Jungkook nunca havia levado um fora na vida. Aquilo era exatamente o que eu deveria fazer. Jungkook pareceu transtornado com aquilo, afinal, o que de errado estava acontecendo? Como ele não podia fazer o meu estilo se ele fazia o estilo de todas?

Que ótima jogada, quarteto fantástico, devo parabenizá-los pelas dicas.

— O que disse? — incrédulo, ele questionou, abrindo novamente um sorrisinho. 

Tá surdo ou quê, meu anjo?

— Eu disse que...— parei de falar quando avistei Jimin adentrar o cômodo. Abri um sorriso enorme em sua direção e o agarrei pelo braço. — Que bom que está aqui, Jiminnie! Vamos dançar? — falsamente empolgada, pedi. Park Jimin sorriu forçado em reposta e assentiu meio incerto. Saímos de lá deixando Jungkook com a sua mais nova expressão de cara de paisagem.

— O que tá fazendo, Loreta? — Eu mandei você dançar com o Tae hoje, não comigo! — ele disse soltando meu braço do dele. 

— Não sei se você já teve o desprazer de se esbarrar com o Tae, mas ele está tão louco que não deve nem lembrar o próprio nome. Jimin respirou fundo e revirou os olhos. — Qual, é Jimin? Você falou que eu deveria mostrar para ele que outros caras tinham minha atenção.

— Não eu! Eu sou melhor amigo dele, esqueceu? Isso é traição das grandes. Jungkook não suporta dividir atenção das garotas com ninguém, e quem dirá comigo. Provavelmente ele sentiria-se enciumado vendo você com o Tae, por isso você deveria estar com ele, não comigo. 

— Tarde demais. — Jungkook se aproximava e rapidamente puxei Jimin para uma dança. A música era agitada, assim não precisamos nos encostar, e que fora um alívio. Ficamos alguns instantes naquilo e depois de observar, um tanto quanto curioso aquela cena, Jungkook retirou-se. Jimin prontamente parou a dança e sentou-se relaxado no sofá, ingerindo uma cerveja que encontrara por ali.

— Você acha que funcionou? 

— Eu acho que... — ele refletiu. — É, pode ser que sim. Mas por favor, sem mais improvisações desse gênero, ok? 

— Sim, senhor! — respondi contente. 

Jeon Jungkook sumiu durante um bom tempo após aquilo, e aquela festa estava beirando ao tédio, pelo menos para mim. Fui em busca de mais ponche para passar o tempo e saciar minha sede provinda da ansiedade. Já estava do terceiro copo de suquinho vermelho quando Yoongi apareceu de supetão.

— E aí, Loreta! — Ele envolveu seu braço em volta dos meus ombros. — Tá afim de comprar bolo? — ele mostrou a bandeija em sua mão cheia de brownies de chocolate. Ele devia pensar que eu sou uma idiota ingênua para não desconfiar que aqueles brownies estavam batizados com substâncias ilegais. 

— Sem chance. — refutei rolando os olhos. 

— Não se faça de santinha, Loreta. Não é pior do que álcool e pelo visto você já andou entornando um bocado. — ele apontou para o copo em minha mão. Estava pronta para dar uma reposta certeira e orgulhosa de que não havia álcool em minha bebida, quando deparei-me novamente com a placa que dizia ''Sem álcool''. Tinham algumas palavras ali pequenas, quase minúsculas embaixo da grande frase. Estreitei os meus olhos e li com muito esforço o que havia escrito.
 

''Você não achou mesmo que não tinha álcool, achou? xD''

— Ai, meu, Deus! — falei fraca, e não sei se sentia mais raiva de ter sido enganada ou se sentia vergonha alheia de quem usava aquele emoticon de XD em pleno século vinte e um. 

Comecei a ver as letras turvas e as frases que Yoongi falava já não faziam sentido algum em minha cabeça. Senti os músculos amolecerem ao que caminhava lenta e cambaleante em direção a grande sala de estar, deixando Yoongi tagarelando para trás.

Joguei meu corpo mole sobre o sofá e foi aí que a coisa começou a tomar uma proporção maior. Minha cabeça girava. As pessoas pareciam vultos andando de um lado para o outro. Meus pensamentos eram confusos e desconexos. Senti alguém sentar ao meu lado, era aquele gorducho que estava arrastando as pessoas para rodinhas de dança. Me ofereceu algo para beber usando termos científicos para provar  que a cerveja cortava o efeito da vodka e eu me sentiria melhor após uns goles. Nem ouvi o gorducho direito e botei todo o líquido descarga à dentro, fazendo careta ao sentir a queimação na garganta. Mas nada mais importava.

Horas pareciam ter passado desde que eu havia começado a me sentir daquela forma, mas ao olhar para o relógio, constatei que foram só alguns minutos. Após sair de um trenzinho de dança que fizeram no centro da sala, avistei Jin sentado e me joguei ao seu lado, sentando-me também. 

— OOOOI JIN — gritei em seu ouvido, e ele me olhou incrédulo.

— Meu Deus, Loreta. O que foi que você bebeu? — seu tom próprio para me advertir.

— Suco de cereja. — sorri, completamente embriagada. — Por quê tá aqui cabisxbaixo, heim? Por acaso está observando um tal Namjoon do outro lado? — Apontei o indicador para o garoto alto, que encontrava-se sozinho entornando algumas cervejas.

— Para de apontar! — ele abaixou meu dedo mais do que depressa.

— Fique aí, já sei o que fazer! — sorri maliciosa enquanto me levantava e ia de encontro a Namjoon. Ignorei o grito de Jin para que eu voltasse e segui em frente, parando a frente de Namjoon.

— Ei grandão! — puxei o garoto pelo braço o levei até o sofá, onde empurrei Namjoon e ele caiu sentado ao lado de Jin. — Acho que vocês dois precisam conversar. — ordenei, e pude jurar que havia visto uma expressão enorme de interrogação em seus rostos. — Me agradeçam depois, hu? — concluí, quando senti a mão de Jimin me puxar as pressas.

— Por onde esteve? Você não vai acreditar, o Jungook me disse que...— ele parou o que iria dizer e aproximou seu rosto muito próximo ao meu. — Espera aí, você bebeu? — franziu o cenho. Comecei a gargalhar descontroladamente ao que me afastava de Park Jimin.

— Eu não estou bêbada. Você está bêbado. Todos vocês estão bêbados! — apontei a minha volta e Jimin parecia incrédulo ao me assistir. Mal percebi quando me afastei tanto, que esbarrei no vaso que encontrava-se em cima da escrivaninha posta na entrada da casa. Jimin logo arregalara os olhos. — Caralho, Loreta! Esse é o vaso favorito da mãe do Jungkook! — ele colocou massageou as temporas, procurando manter a calma.

— Ops...

— Quer saber? Vamos dar o fora daqui! — ele me puxou pelo braço e eu nem sequer podia relutar, visto que eu não tinha nem vinte por cento do controle de meu próprio corpo. Resmunguei horrores enquanto Jimin me colocava no banco do carona de seu carro, dando a volta e sentando-se ao volante.

— Você quer estragar as chances com a mãe do Jungkook antes mesmo de ela se tornar sua sogra? — ele questionou, me advertindo. Dei de ombros, demonstrando o quão nem aí eu estava para o vaso quebrado da mãe de Jungkook.

— Vou te levar pra casa.

No trajeto confuso para casa, devo ter sentindo vontade de vomitar mais que poderia contar. Jimin sempre parava o carro quando eu ameaçava vomitar, mas sempre era alarme falso. Ele já estava vermelho de raiva, o que só me fazia rir ainda mais e fazer piadas sobre como o carrinho dele era luxuoso. Quando paramos em frente minha casa, tentei o que pude para destravar o cinto de segurança, mas quando se está bêbado, pequenas atos normais tornam-se praticamente impossíveis.

Jimin bufou quando me viu tentar retirar o cinto sem êxito, e aproximou-se, ficando com o rosto tão perto do meu que eu não pude evitar soltar uma gargalhada enquanto tocava sua pele com os dedos.

— Você tem rosto de menina, Jimin. — gargalhei mais do que minhas cordas vocais podiam aguentar e Jimin prontamente se afastou.

— Eu vou te mostrar o tamanho da menina — ele retrucou ríspido.

— Que?

— Nada. Vamos logo, Loreta. — ele falou enquanto saía e dava volta no carro para abrir a porta para mim. Me enrosquei em volta de seu pescoço e ombro para tentar manter-me em pé e fui cambaleante até a entrada.

Fora então que caiu a ficha: eu estava bêbada, sendo praticamente carregada por um garoto e para melhorar, já havia passado do horário estipulado pelos meus pais para que eu voltasse para casa. 

— Janela, eu tenho que entrar pela janela! — sussurrei para Jimin, como se estivesse o contando um segredo. 

— Porra, Loreta. — ele bufou, me arrastando para a lateral da casa, apontei imediatamente para a janela de meu quarto. — Ok, você provavelmente não irá conseguir subir ali nessas condições. — ele me sentou com cautela no chão. — Eu vou subir e fazer uma corda de lençóis. Depois eu desco e subimos juntos, ok? — ele questionava, mas eu só ouvia bla bla bla. Tudo que eu queria no momento era estar em minha cama dormindo, pois era tudo que meu corpo amolecido pedia. Então, só concordei com que o garoto marrento falava. 

Depois que ele concluiu o que quer que seja que disse que faria, desceu habilidoso e a corda de lençoóis veio junto. 

— Rapunzel, Rapunzel.... Existe alguém mais bonita do que eu? — questionei enquanto observava ParkJimin vir em minha direção.

— Você está misturando os contos, bebinha. — ele revirou os olhos e me levantou. 

— Eu não estou bêbada, eu não sou bebinha. — retruquei mal humorada e Jimin apenas concordava, provavelmente na esperança de que eu me calasse logo. Fora um trabalho árduo subir aquela corda de lençóis com Jimin logo atrás de mim dando suporte. As vezes que eu caí e tivemos que recomeçar de novo — incontáveis vezes, devo ressaltar — não ajudavam em nada. Finalmente obtivemos êxito e tudo que fiz foi me jogar na cama espalhafatosa quando adentrei meu quarto.

Jimin se aproximou e desfez a corda de lençóis. Veio até  mim e jogou um cobertor sobre o meu corpo.

— Amanhã você terá uma bela de uma ressaca. — Afirmou desligando meu abaju.

— Como você vai descer? — Murmurei com dificuldade, pois meu corpo já estava entrando na fase de transição entre o sono e a vigília.

— Da mesma forma que subi. Seu quarto é fácil demais de escalar, isso é perigoso. Deixe seu pai atento quanto à isso, huh? — ele sorrira, finalmente sorrira.

— Desculpa aí, Jackie Chan. — Respondi e por fim dormi, antes de ver um Jimin habilidoso saindo pela janela como um fugitivo. Sorri. 

E então Jimin estava certo; na manhã seguinte à aquela loucura toda, eu tive uma bela de uma ressaca.


Notas Finais


CARAMBA BICHO, cinco fucking mil palavras, jesus me ajude!!
sem regrinhas nesse capítulo porque a história precisa desses acontecimentos aleatórios para desenvolver, mas as duas últimas regras estão por vir HAHAHAHAHA

Jimin é tipo aquele amigo do rolê que aguenta nossos porres e ainda nos leva em casa, né? <3
AMANHÃ É MEU ANIVERSÁRIO CARAIO, e eu pretendo ficar no nível do Tae em termos de álcool no sangue. Amém.

Me digam aí como estão, o que acharam do cap?? Como tá o papai e a mamãe?
E os namoradinhos?? Tão comendo direitinho??

Outra coisinha: talvez, eu disse TALVEZ, eu demore um pouco mais pra atualizar dessa vez, porque to entalada até o cu de afazeres e eu só sei procrastinar. mas não passa de duas semanas não gente, não me matem...

Beijos nos cus
Titia ama vcs


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