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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Verão de 1778


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Ai fatos históricos que me ajudem...
Boa leitura :)

Capítulo 4 - Verão de 1778


A cidade continuava impressionante e maravilhosa.

Fazer compras era divertido para Milo, adorou ir à cidade e agora ia sempre, pois Sasha sempre pedia que ele a acompanhasse.

Tinham levado os filhos de seu criador e o pequeno azulado.

Natassha e Sasha iam de loja em loja vendo tecidos, vestidos, joias, perfumes, lenços e maquiagens. Já Kardia e Dégel brincavam de pique sob o olhar atento de Milo.

Este, por sua vez, tinha que dividir sua atenção em três, uma parte pros meninos, outra para as garotas e a última para as compra que levava.

A jovem empregada o chamou para dentro de uma loja, no intuito de perguntar o que achava de um tecido vermelho. Ele foi verdadeiro em dizer que combinava com Mestre Natassha, mas não com ela. E antes que levasse uma bronca da jovem, se apressou em dizer que o tecido verde turquesa ficaria lindo nela.

Sorteado, pois recebeu um sorriso em troca.

¬ SOLTA ELE!!

Milo correu para fora da loja ao ouvir o grito raivoso de seus pequenos Mestres.

Kardia, todo machucado, estava ajoelhado ao lado de Dégel, também machucado. Ambos os meninos, cheios de ódio, encaravam um trio de soldados, sendo que apenas um os encara de volta com o mesmo ódio.

Os soldados estavam segurando um rapaz e este não parava de se debater, falando que não fizera nada errado e que o soldado não tinha razões para prendê-lo.

¬ Desacato a autoridade. – era tudo que o “líder” respondia.

¬ Desacato a autoridade?! – o rapaz não chegava a gritar, porém sua voz era forte o bastante para ser ouvida de longe. – As crianças apenas esbarraram em você! Você bateu nelas e eu as defendi! Onde isso é desacato a autoridade?!

Assustadas, Sasha e Natassha saíram da loja para averiguar a situação, pois as vozes lhe eram familiares.

A reação de Sasha foi abafar um grito com as mãos, no entanto, ela logo entrou na discussão, sem se importar com mais nada.

¬ Parem! – exigiu. – O que estão fazendo com Tenma?

Tenma?!

Ah, sim. Já ouvira falar do rapaz.

Ou melhor, Sasha não parava de falar do rapaz.

Ele vivia e trabalhava no orfanato em que fora deixado ainda bebê, o mesmo orfanato em que Sasha e Alone ficaram por um curto tempo depois que seus pais morreram, e onde os três construíram uma forte amizade. Antes, é claro, de seu Mestre levá-los de volta.

Milo jurava tê-lo visto algumas vezes nas terras de seu criador, sempre na companhia de Sasha e Alone, quando não, somente Sasha. Seus pequenos Mestres adoravam o rapaz e viviam a brincar com este quando aparecia.

¬ Vou repetir. – ditou o soldado. – Desacato a autoridade.

¬ Mas o que ele fez afinal?

¬ Me impediu de cumprir a lei.

¬ Cumprir a lei?! – questionou o rapaz indignado. – Você bateu em crianças como se batesse em homens adultos!

Gota d'água.

¬ JÁ CHEGA!!

Todos se viraram para encará-lo.

Largou as mercadorias na carroça e voltou-se para os soldados com um ar ameaçador. Milo geralmente ficaria quieto, mas se algo não lhe parecesse certo, nem mesmo seu criador era capaz de calá-lo.

¬ Explique direito o que aconteceu. – exigiu. – Eu não vou aceitar respostas com menos de dez palavras.

¬ As crianças estavam correndo no mercado. – volveu o “líder” um tanto mal educado, olhando Milo de cima, mesmo que ele fosse bem mais alto. – Crianças correndo em um mercado são sempre arruaceiras. Quando as barramos e questionamos seu comportamento, este jovem veio nos agredir.

¬ Mentira! – o rapaz mais rosnava do que falava. – As crianças estavam brincando e esbarraram em você! Dégel pediu desculpas e mesmo assim você bateu nele! Eu apenas os defendi!

¬ Cale-se! – exigiu outro soldado ao bater com a coronha da espada na cabeça do rapaz.

Milo serrou os punhos.

Aquilo não estava certo. Não era certo.

Kardia o ensinou bem e aquilo não era o certo.

¬ Alguém aqui pode confirmar ou discordar essa alegação?

Milo procurava em meio a multidão por alguma voz da razão.

Ninguém ali se prontificou, parecia que a quantidade de pessoas se devia a curiosidade, uma benção e mal da humanidade.

Não tinha como ajudar o rapaz se ninguém confirmasse sua versão.

Foi então que uma mãozinha, pequena e delicada, se ergueu na multidão.

Uma menina de cabelos castanhos com um pequeno cesto cheio de pães deu alguns passos receosos quando Milo a chamou para de junto.

¬ Diga-me criança. – Milo pediu com delicadeza. – O que você viu?

A pequena torceu um pouco os dedos e segurou sua cesta com mais força, ainda indecisa se devia ou não falar.

¬ Tudo o que o rapaz disse é verdade. – começou receosa. – Os meninos estavam brincando e por supostamente sujarem a farda desses soldados, ambos teriam que apanhar. O menino no chão foi o primeiro e o que menos se machucou. O menino ao lado dele, por ter lutado, apanhou bem mais. – prosseguiu ainda receosa. – Foi quando o rapaz apareceu. Ele bateu e apanhou, porém, fez de tudo para afastar os soldados dos meninos e quando foi rendido, esses homens decretaram sua prisão. Foi tudo o que pude ver da padaria.

Todos encaravam a menina chocados.

Não era novidade alguma que existiam alguns soldados corruptos e que estes se aproveitavam de seu posto, ainda mais em tempos difíceis como aqueles, em que as politicas externas pareciam cada vez mais deterioradas, mas serem desmascarados era algo inédito.

Milo olhou no fundo dos olhos da menina e por fim levantou, colocando-a atrás de si de forma protetora.

¬ Eu acredito nela. – decretou.

¬ Crianças mentem. – volveram risonho ao olhar a menina. – Você e eu nos entenderemos quando eu levar esse aqui. – a pequena estremeceu atrás de Milo com a evidente ameaça.

¬ Crianças não mentem. – respondeu no mesmo tom sério. – Elas não possuem motivos para isso. Ainda mais essa e em um momento como este.

¬ Sei. – responderam mal educados e desinteressados. – Esta me fazendo perder tempo. Dei-nos licença para que levemos este meliante para o lugar dele.

O homem estava frente a frente com Milo quando foi mandado para longe com um único soco.

Aquilo não era certo. Milo não o deixaria sair ileso. Ainda mais depois de vê-lo ameaçar uma criança.

¬ P-Prendam-no! – ordenou para outro trio de soldados que apareceram assim que ele se chocou contra a parede de uma casa.

¬ Vão tentar a sorte? – Milo continuava com sua postura ao ser confrontado.

Milo não se intimidou com a evidente ameaça.

Nem ele e nem as pessoas ao seu redor, tão indignadas pela clara ameaça à uma criança quanto ele.

Os soldados existiam para cumprir ordens, mas enfrentar uma multidão era loucura.

Milo apenas caminhou até o soldado que acabara de derrubar com um olhar de desprezo, enquanto que os outros dois soldados soltavam o rapaz e se juntavam ao trio que chegara.

¬ As leis desta terra não existem para escravizar pessoas. Ou dobrá-las a sua vontade. – cuspia as palavras com ódio quando ergueu o soldado pelo colarinho de sua farda. – Nenhum homem deve ser condenado sem uma causa ou preso sem uma acusação valida. – o atirou na calçada e continuou com seu discurso enquanto acertava-lhe vários socos.

Não sabia o quanto ele bateu em seus Mestres, nem o quanto ele pretendia bater na menina que o acusara, mas depois dessa surra, sabia que isso nunca se repetiria ou aconteceria.

¬ Você não é juiz, júri e carrasco para decidir o destino de ninguém!

Ele parou de bater no soldado, deixando-o ser amparado pelos companheiros, e foi ver o estado de Kardia e Dégel.

Kardia estava com o lábio cortado e alguns hematomas. Dégel só tinha o corte na bochecha e uma mancha entorno deste.

Milo sentiu um profundo rosnar vindo de sua garganta.

¬ Nunca mais ouse levantar sua mão contra uma criança. – ficou parado, os encarando com ódio. – Não se esqueçam de que o povo é mais forte que vocês.

Olhando ao redor, era possível ver que as pessoas não estavam muito felizes, algumas já estavam pegando pedras no intuito de atirá-las.

Aquilo iria virar uma chacina. Tudo por conta de um ato arrogante.

¬ Não.

Todos olharam para Milo.

¬ Não vamos nos rebaixar ao nível deles.

Milo voltou-se novamente para seus pequenos Mestres.

Os meninos os olhavam com carinho e olhos marejados. Nunca viram algo tão corajoso, e louco, diga-se de passagem, em suas vidas. Sempre souberam que Milo era mais do que aparentava, porém, não sabiam que ele era capaz de criar valores tão bonitos.

Não sabiam que ele seria capaz de ser mais humano que os humanos de verdade.

¬ O que esta acontecendo aqui?

Outro grupo de soldados rompeu a multidão. Um homem muito belo, de longos cabelos dourados, era seu líder. Ele parou estupefato perante a situação.

¬ Papa!

A mesma menina que confirmara a história de Tenma agora corria para os braços daquele homem. Em um pulo se encontrava em seu colo, um sorriso radiante iluminava seus lábios. O homem também parecia muito feliz.

¬ Agasha. – afastou-se da pequena para poder mirá-la melhor. – O que faz aqui? O que aconteceu?

A menina indicou Milo sorridente.

Estava limpando as vestes de Dégel e vendo um rasgo um tanto descontente, era uma roupa tão bonita. Kardia não estava muito diferente, a única coisa inteira no menino era o cachecol vermelho que nunca saio de seu pescoço.

¬ Mama me mandou comprar pão, estava faltando. – respondeu. – Foi quando aquele moço colocou os soldados desobedientes em seus devidos lugares. Aqueles mesmo soldados que o senhor dizia estar de olho, Papa. E o senhor não sabe. Eles bateram nos meninos porque eles estavam brincando e esbarraram neles. Depois aquele rapaz foi defendê-los e quase foi preso. E quando eu confirmei, eles me ameaçaram. Isso não é certo, Papa. – a pequena fez um bico.

¬ Você está certa minha flor. – ele mirou os soldados em questão com frieza. – Isso não é correto. Podem prendê-los.

Os soldados que o acompanhavam foram cumprir o que lhes fora mandado. Enquanto outros ficaram responsáveis por restabelecer a normalidade no mercado.

O espetáculo já tinha acabado e as coisas já podiam voltar a sua rotina.

Milo nem se importava com as coisas ao seu redor, já tinha falado e feito tudo o que queria. Só estava preocupado com seus Mestres.

Os meninos estavam bem, apesar de insistir que deviam voltar logo para que o seu criador desse uma olhada nos machucados.

Nem percebeu a aproximação do homem.

¬ Obrigado por tê-los pego e defendido minha filha. – o homem lhe estendeu a mão, tanto para agradecer, quanto para ajudá-lo a levantar. – Eles estão me dando problemas a algum tempo, acham que por serem filhos de senhores ricos são melhores que os outros e podem fazer o que bem entendem. Eu já sabia que eles faziam o que não deviam, no entanto me faltavam as provas necessárias para fazer uma acusação. – explicou. – Só queria razões para levá-los a jurisdição prussiana. E tu me deras as razões. Sou-lhe muito grato, Sr... – sua expressão se contorceu. – Desculpe-me. Mas você é...?

¬ Milo. Só Milo.

¬ Milo? – conhecia o nome. – O mesmo Milo que colocou um comerciante corrupto e ingrato no lugar, após vê-lo bater em uma jovem? – confirmou receoso, não tinha feito nada demais. – Obrigado Milo. Desde que você apareceu este mercado tem ficado mais calmo. Acredito que você não é só temido como respeitado e isso é muito bom. – respondeu em meio a um sorriso. – Sou Cardinale Jaeger, 12° Comandante dos Exércitos do Reino da Prússia e humilde morador da nossa querida cidade, Frankfurt. É um prazer conhecê-lo Milo.

Milo já estava ao lado da carroça.

Mestre Natassha e Sasha já estavam na guia, enquanto Milo colocava os meninos na parte de trás. Ele os seguiria a pé.

¬ Você é um homem justo, viu que aquilo não era o certo e decidiu agir, o que o torna um homem admirável. – prosseguiu o comandante, ajudando-o a colocar o restante das compras na carroça. – Se algum dia nos reencontramos e precisares de ajuda, saiba que pode contar comigo ou com qualquer um de meus descendentes.

¬ Não precisa Comandante Jaeger. – Milo respondeu um tanto envergonhado ao colocar a última compra na carroça. – Eu não fiz nada importante.

¬ Ah, você fez, sim. – volveu. – Você deu um exemplo. Você protegeu os mais fracos e ajudou os injustiçados. Eu respeito isso, portanto, não importa o que diga, lhe serei grato e minha família o apoiara quando precisar. – a menina, Agasha, agarrou a mão do mais velho com um sorriso que a mirou com um sorriso. – Não é mesmo Agasha?

A pequena confirmou animada.

O mais velho soltou um longo assobio, logo um lindo corcel estava parado ao seu lado. Ele montou e colocou a menina no lombo do animal logo em seguida.

Milo apenas observou.

¬ Pois bem. – segurou as rédeas com firmeza, dando a entender que logo partiria. – Nos vemos pela vida, Milo.

Bateu as rédeas, fazendo o animal trotar.

Tanto o homem quanto a menina lhe acenavam. Acenou de volta não só por educação, mas também pelo pequeno vinculo que acabou de desenvolver.

¬ Nos vemos. – sussurrou para o vento.

Milo então verificou o estado de seus Mestres mais uma vez.

Pegou as rédeas do animal que levava a carroça e passou a guiá-lo de volta para as terras de seu criador com um pequenino sorriso nos lábios.


Notas Finais


Espero que tenham gostado :)

Bjs. L :3


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