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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Outono de 1838


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


O Inverno e seu mago estão chegando hihihi
Ai como eu gosto de atentar hihihi
Boa leitura :)

Capítulo 18 - Outono de 1838


Athena decidiu que era melhor manter os diários guardados, não deu uma justificativa para tal, apenas os guardou.

Milo depois disso não quis mais saber dos diários, apenas se preocupou em continuar seus ensinamentos com os Santos.

Ainda visitou seu lar outras vezes além daquela missão dos diários, sempre tentou manter as visitas constantes, mas sempre demorava em realizá-las.

Foram exatas quatro visitas ao longo dos anos.

Em 1813 Napoleão é derrubado do poder.

Seu exercito foi praticamente massacrado.

Kardia adoeceu gravemente do coração aquele ano, pois ninguém encontrava Zaphire.

Dégel também quase adoeceu, mas se manteve forte por Kardia.

Zaphire foi encontrado por Milo num convento, sendo cuidado por freiras desde que se ferira severamente com os estilhaços de um canhão que explodiu.

Sorte sua por ter sido antes do massacre orquestrado pelo General Inverno, como o Império Russo apelidava carinhosamente sua severa estação. Napoleão levou 678 mil homens e voltou com apenas 36 mil, que foram massacrados pelo exercito russo.

A cicatriz na cintura do rapaz seria um lembrete constante de como negar a sabedoria do pai quase lhe custou a vida e como a sorte lhe sorriu aquele dia.

Em 1815 viu Dégel louco de raiva pela primeira vez na vida.

O filho quis voltar para o exercito de Napoleão quando soube que este escapara de seu exílio.

Kardia e Milo se machucaram bastante para impedir que Dégel matasse o rapaz com a varinha pra cavalo.

Em um último esforço, o aquariano mandou o rapaz passar um tempo com a tia e primos no Império Russo. Talvez assim desistisse de suas ideias malucas e suicidas, levando em consideração que Napoleão durou apenas 100 dias no poder.

Em 1822 Zaphire finalmente desistira de sua carreira militar.

Desistiu de Napoleão, para o alivio de seu pai, mas não de seus ideais de liberdade, igualdade, progresso e todo aquele discurso que recebeu o nome de Nacionalista.

O rapaz agora vivia em Paris como político liberal, mas nem por isso deixava de visitar o pai – que estava muito mais feliz com a escolha de carreira – no meio e fim de ano.

Em 1830 Zaphire tinha se casado com a filha única de um burguês.

Ironicamente o mesmo burguês que, pelo que Milo descobriu, foi o responsável pelo atentado à casa de Paris durante o Grande Medo. E que ainda tomou as posses de avô Krest como suas, transformando o império da família Aquarion Aragon no império de sua família.

Aparentemente Zaphire e a moça se casaram por amor, algo muito raro de se encontrar na classe deles, afinal Zaphire ainda tinha sangue nobre.

Kardia chorou até as lágrimas secarem naquele dia. Dégel também chorou, bem menos que o azulado, mas ainda estava valendo.

Milo quis ter ficado até o fim da cerimônia, mas foi convocado e teve que fazer mais uma longa viagem.

Poucos anos depois, antes de sua viagem certa, recebeu uma carta. Esta anunciava o nascimento de um menino que era idêntico ao avô Krest e por essa razão também recebera o nome de Krest.

E então teve de atravessar o mar e mais nenhuma carta recebeu.

Esta fora sua última visita.

Mas agora, em 1838, estava com seu treinamento concluído, podia voltar para casa em definitivo, a não ser que estourasse uma batalha.

Ainda participaria ativamente daquela guerra afinal, mas não precisava estar no Santuário, podia receber suas missões por cartas.

¬ Ah eu sou péssimo com promessas... – riu de si mesmo.

Verdade.

Quase 28 anos depois ele estava sendo capaz de cumprir a promessa de voltar pra casa.

Sorriu feito menino ao ver a casa ao longe.

Antes ela era tão longe da cidade, mas agora ficava tão perto. Nem precisava mais pegar a Estrada do Norte, era só pegar algumas ruelas, sair numa estrada de terra e seguir reto por quinze minutos.

Não foi direto pra casa, queria soltar sua trouxinha antes, por isso seguiu para seu quarto no celeiro.

Estava louco para voltar a viver naquelas terras.

Poder adestrar os cavalos. Pastorear os ovinos. Trabalhar a madeira. Trançar guirlandas. Trazer doces para o pequeno Krest e o homem Zaphire.

Queria viver os bons tempos de novo.

Aquele tempo em que Kardia e Dégel eram meninos e viviam se dependurando em si. Ou então o tempo em que viveram depois do Grande Medo, quando Zaphire era o menino que se dependurava em si.

Sorriu com um enorme peso no peito.

Zaphire não era mais menino, tanto que agora era pai.

Kardia e Dégel agora eram senhores. Os viu meninos. Os viu homens. Agora os veria senhores. Só não queria vê-los em caixões.

Mas essa é a ordem natural das coisas. Um dia teria que mirar e limpar a lápide dos dois.

¬ Para de pensar bobagens Milo! – repreendeu-se em tom bravo, mas ainda sim triste. – Seus Mestres ainda vão viver muitos anos!

Largou sua trouxinha e imediatamente foi atrás de seu amado livro.

Viagem para Agartha.

Mas ele não estava no lugar de sempre.

Ora! Onde o deixara da última vez? Tinha certeza que foi em sua caixa encima da mesinha do pequeno quarto.

¬ Hum...

Deu um pulo, batendo a cabeça dolorosamente contra uma viga.

Virou-se imediatamente na direção na cama e petrificou quando viu um menino deitado ali.

Com certeza não era o Krest que tanto ouvira falar, pois era evidentemente mais novo e a aparência era muito destoante.

Com certeza não era nenhum filho de Kouga, pois não se parecia em nada com o mesmo.

O menino lembrava um pouco a esposa de Zaphire.

O pequeno devia ter no máximo cinco anos e vestia roupas ricas.

Seus cabelos rubros e ainda curtos se espalhavam pelo humilde travesseiro como fios de sangue.

Os lábios finos e rosados abriam e fechavam conforme o peito subia e descia. As bochechas igualmente rosadas eram acarinhadas pelos cílios escuros e longos.

A pele de alabastro parecia ser bastante macia e bem cuidada, brilhando calidamente com os raios de sol que entravam pelos vãos do telhado e da pequena janela.

Em seu peito, contornado pelos dedos pequenos e delicados, repousava o livro de Milo, guardado como se fosse um tesouro sem igual.

Milo balançou a cabeça tentando se livrar do encanto que sofrera.

Aproximou-se com cuidado do menino, não queria atrapalhar seu sono, mas não podia negar que quanto mais se aproximava mais bonito ele parecia.

Tombou a cabeça um tanto admirado.

Balançou a cabeça outra vez e tratou de retirar o livro do menino.

Dedo por dedo ele retirou de cima da capa.

Segurando a mão menor com extremo cuidado tirou o livro de seu peito com mais cuidado ainda, voltando a pousar a mão fina em seu devido lugar.

Afastou-se levemente com um suspiro aliviado e o livro nas mãos.

Então olhou para o rosto do menino e prendeu o ar.

Grandes e profundos olhos castanho avermelhados o miravam com uma frieza sem igual.

O mundo pareceu parar naquele momento.

Mais uma vez estava hipnotizado, no entanto o feitiço não durou muito tempo.

O menino soltou um grito tão alto que por pouco Milo não ficou surdo.

Ainda atordoado com o grito e ouvindo aquele zunido chato, sentiu um forte impacto no rosto e caio pra trás sendo pisoteado sem dó.

¬ PAPA!! PAPA!! PAPA!! – o menino saio correndo em disparada.

Milo já estava entendendo os métodos de ação daquele monstrinho com cara de anjo.

Ele berrava pra deixar o inimigo atordoado, então quebrava o nariz deste pra deixar ainda mais atordoado, passava por cima do inimigo e ia buscar reforços.

¬ Pestinha... – chiou Milo enquanto segurava o nariz sangrando.

Saio do celeiro um tanto cambaleante, sendo recebido por armas.

Ah! Mas o menino era ligeiro...

Se sobrevivesse ia ter volta. Jurou pra si mesmo, aquele menino ia pagar cada disparo que o acertasse.

¬ Milo?! – era a voz de Zaphire. – Deus! O que aconteceu homem?

As armas foram baixadas imediatamente.

Dégel, Zaphire e Kouga empunhavam mosquetes, atrás deles estava o pestinha ruivo.

¬ Aconteceu esse monstrinho! – apontou para o menino. – Eu chego ao meu quarto pra largar minhas coisas antes de ir vê-los e encontro ele dormindo na minha cama! Tomo o cuidado para não acordá-lo e ele quebra o meu nariz! – apontou para o nariz visivelmente torto.

¬ Ai Deus... – Dégel suspirou e foi até Milo. – Venha Milo. Vamos colocar seu nariz no lugar.

Milo foi com o mais velho, olhando para o ruivinho por cima do ombro. Zaphire estava brigando com o menino, que se encolhia cada vez mais sob as broncas do mais velho.

Dégel o levou para se sentar não muito longe, sentindo o mais velho colocar seu nariz no lugar com um tranco, fazendo-o chiar de dor.

¬ Não foi tão ruim assim. – brincou Kouga ao passar do lado deles.

O homem estava levando as armas de volta para casa.

¬ Troca de lugar comigo então. – rebateu ainda chiando e ouvindo uma gargalhada em resposta.

¬ Vou pegar algodão para conter o sangue. – disse o aquariano já se retirando. – Depois de se limpar, por favor, entre em casa. Todos estão com saudades. – sorriu antes de sair.

¬ Vou sim. – respondeu sorrindo.

Milo então ficou com a cabeça para trás, segurando o nariz ainda dolorido.

¬ Veio pra ficar dessa vez? – perguntou Zaphire se aproximando.

Virou-se para o moreno, vendo em seus olhos o mesmo brilho infantil e brincalhão de sempre.

Deu um leve sorriso.

Ele não mudara em nada.

¬ Agora só irei fazer viagens curtas. – respondeu. – Agora que estou em casa não quero mais ir embora.

Zaphire sorriu abertamente.

¬ Não tens ideia do quanto estou feliz por ouvir isso. – declarou. – Mas antes disso, tenho certeza de que alguém quer lhe pedir desculpas.

O homem olhava duramente para alguém a sua frente.

Quando Milo virou-se para ver quem era encontrou o monstrinho ruivo, ele estava corado e bastante acanhado.

¬ Conseguimos te avisar do nascimento de Krest, que está com Pater. – disse Zaphire num tom bastante severo. – Mas não conseguimos te informar do meu caçula encrenqueiro, Camus.

O menino tremeu dos pés a cabeça.

Zaphire nunca foi violento, era bastante calmo, apesar de ser impulsivo. Mas somente pela voz ele era capaz de impor respeito e ordem.

Aparentemente o menino sabia muito bem que com o pai as coisas não eram tão fáceis assim.

¬ Desculpe Sr. Milo. – pediu o menino juntando as mãos e baixando a cabeça. – Sou Camus Depardieu Vouivre Scilla La Volpe Aquarion Artorius Wyvern.

Milo quis continuar bravo, sustentar uma carranca sem igual.

Mas o olhar de arrependimento do menino o rendeu por completo.

¬ Quanta pompa. – brincou risonho. – Prazer em conhecê-lo Camus. Espero que o episódio de hoje cedo seja motivo de risos no futuro.

O menino ficou assustado a principio, mas logo fez algo que Milo não esperava. Ele sorriu.

Na mesma hora sentiu seu rosto esquentar.

¬ O prazer é meu Milo. – respondeu o pequeno. – E eu espero que possamos ser grandes amigos então.

Por alguma razão, Milo sentia que amigos sempre foram.

Sentia que o conhecia de longa data.

Sentia que o amava de longa data.


Notas Finais


Espero que tenham gostado seus maniacos por Camus ;)

Bjs. L :3


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