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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Verão de 1862


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Preciso fazer um desabafo!
É rápido, eu juro.
Estou fazendo um RPG com uma amiga minha e tinha um casal lá que realmente caio nas minhas graças, eu estava apaixonada por eles ♥ Ai vai minha amiga e desfaz eternamente esse casal O.O Ela podia ter desfeito quem ela quisesse, mas porque justo o casal que caio nas minhas graças? Sério, eu estou tão desgostosa com isso que nem tô conseguindo continuar o RPG, tô quase pedindo pra largar esse e começar outro T-T
Eu quero eles de voltaaahhhhhh!! TT--------TT
Agora, os motivos de minha demora para postar: Tô dodói, pra caramba :(
Enfim. Boa leitura :)

Capítulo 45 - Verão de 1862


Andou muito até que encontrasse um navio em Portugal que estava indo para Martinica e demorou ainda mais para convencer o capitão de levá-lo a bordo.

O capitão era um homem de letras e armas.

Um erudito exemplar apesar da origem humilde e um guerreiro feroz das batalhas em alto mar.

Um homem muito justo e leal, presava a confiança entre companheiros acima de tudo.

Normalmente o capitão jamais teria deixado Milo subir a bordo, mas um amigo passava por dificuldade e ele o estava ajudando, precisava de dinheiro.

¬ Sei que vai contra seus princípios, mas, por favor, pense bem senhor. – disse Milo insistente. – Eu preciso chegar a Martinica e o senhor precisa do dinheiro.

O homem exitou bastante, parecia estar sofrendo com uma verdadeira guerra dentro do coração, mas por fim aceitou o que era oferecido e permitiu que embarcassem.

A troca foi simples.

Embarque, comida e bom tratamento durante a viagem em troca da correntinha de ouro presa há décadas no braço do loiro.

¬ Ainda bem que o ouro não perde valor. – comentou consigo mesmo em um suspiro. – Mas vai valer a pena, eu sei.

Tudo vale a pena se a determinação não for pequena.

Logo no dia seguinte tinham embarcado e seguiam para imensidão azul regida por Poseidon e seus Santos.

A costa se tornava cada vez mais baixa e longínqua até desaparecer como que engolida pelo mar.

Diante deles o horizonte estava vazio.

Estava agora se segurando no parapeito da proa, sentia uma espécie de aflição e estremecia algumas vezes.

O mar estava calmo, quase imóvel, e rasgos de luz flutuavam na superfície, como espelhos ofuscantes.

Por toda parte, o nada.

O horizonte era um circulo vazio.

Já não havia pássaros, e até o vento desaparecera.

¬ Milo... – a pequena puxou sua manga. – Estou com medo...

Mirou a pequena com o semblante um tanto carregado e preocupado, também estava amedrontado, mas isso não lhe impediu de sorrir gentil e pegá-la no colo.

¬ É ruim não é? – perguntou acalentador. – Experimentar a angústia do vazio, o desalento do infinito, suspenso entre o céu e o abismo.

¬ É horrível. – disse a menina abraçando seu pescoço. – Já imaginou quantos ossos jazem lá no fundo? Quantos deles morreram afogados? Seus espíritos não encontraram paz porque não tiveram sepultura...

Estremeceu dos pés à cabeça.

Conseguia ouvir as vozes e sentir a presença de Zaphire e Serena.

Seus ossos jaziam no abismo infinito, sem sepultura, sem descanso.

¬ Pare. – disse o loiro. – Não quero ouvir essas coisas, ainda mais vindo de você. O mar é assustador sim, mas ele também é o berço da vida. Respeite-o e ele te respeitará.

A pequena se calou e ficou de cabeça baixa, imersa em seus pensamentos.

Milo não queria brigar com ela e nem o fez, mas ideias assim não ajudavam e elas precisavam ser evitadas, por mais difícil que fosse.

Durante a viagem teve muitas ideias assim, mas que logo eram repreendidos por seu lado racional.

Pensou no que experimentaria se o navio fosse destruído, se acabasse na água, cercado por ondas tempestuosas, sozinho, sem terras à vista, sem orientação, sem força.

Imaginou as criaturas que atravessavam aquela vastidão, percorrendo distancias impossíveis, os monstros dos abismos e os deuses azuis.

¬ MILO!! – Sônia correu se agarrar ao mais velho.

Brilho. Rugido. Fúria.

O mar incontrolável ameaçava os engolir.

Ondas gigantes se erguiam ameaçadoras, bocas imensas com dentes afiados e saliva pingando.

Abraçou a menina com força e se encolheu junto ao parapeito, travando as pernas e a postura para aguentar o golpe.

Sentiu a água empurrá-lo com toda força, quase o derrubando e levando embora.

A chuva implacável os castigava.

¬ PARA DENTRO SENHOR!! – urrou o capitão segurando o timão com força. – MEU SENHOR POSEIDON HÁ DE NOS POUPAR, MAS PRIMEIRO SE ABRIGUE, POIS PELO SENHOR EU NÃO GARANTO NADA!! APENAS FAREI O QUE POSSO PARA LIVRAR-NOS DESSA FÚRIA!!

Ergueu-se com dificuldade, sentindo o peso da água em suas roupas o puxar para baixo, e seguiu cambaleante, por conta das ondas que jogavam a nau de um lado para o outro, para os porões.

¬ MILO!! – a menina gritou em seus braços, assustada com o trovão que seguiu o raio.

Ergueu a cabeça com certo esforço e estreitou os olhos, tentando enxergar algo em meio aquele caos de águas.

Novamente, ondas gigantes se erguiam como bocas de dentes afiados e saliva pingando. Raios estouraram seguidos pelo furioso rugido dos trovões.

Era uma luz tão forte, mas tão forte, que foi possível ver os ossos por detrás da carne e os monstros por detrás das ondas.

Duas criaturas imensas lutavam em fúria, agitando os mares e céus.

Usando-as como plataformas e aliados, dois guerreiros batalhavam ferozmente, um com seu tridente e outro com seu martelo.

Deuses às vezes se desentediam, sabia, mas porque justo agora?!

¬ ENTRE LOGO SENHOR!! – urrou o capitão.

A onda jogou-se sobre a nau com extrema violência, como se uma das criaturas tivesse batido sua cauda na embarcação, levando um ou dois homens consigo.

¬ MILO!! – a pequena chorava a plenos pulmões em seu colo, assustada e dolorida. – MILO!!

A onda foi tão forte que os jogou para dentro dos porões com violência, fazendo-os rolarem escada abaixo e baterem com tudo nas paredes do navio.

Levantou-se com alguma dificuldade e correu para os fundos dos porões, onde Diamond se debatia na pequena baia, assustado com tamanha agitação e com o tanto de água que chegava.

Assim que chegou o cavalo se aquietou um pouco e colocou a cabeça para fora da baia, como se pedisse um carinho, um alento naquele momento de medo.

Milo cedeu o carinho e sentou-se com a pequena ali do lado, entre duas caixas bem presas para não escorregar e nem ser jogado.

¬ Shhhh... – pediu para a pequena que ainda chorava. – Não tenha medo, pare de chorar. Vou proteger-te de todo mal, não há razão para chorar. Vai ficar tudo bem.

¬ C-Como tem c-certeza de q-que vai f-ficar tudo bem? – soluçou assustada.

¬ No seu olhar eu posso ver a força para lutar e vencer. – respondeu com um sorriso gentil. – Mesmo que algo aconteça, vai acabar tudo bem. Não há razão para chorar.

A menina lacrimejou mais um tanto em silencio e o abraçou com força, escondendo o rosto em seu peito e tentando parar de chorar.

Naturalmente a abraçou de volta e cerrou os olhos com força.

¬ Vai ficar tudo bem. – repetiu para ambos se acalmarem.

Brilho. Rugido. Fúria.

Foi assim por toda noite.

¬ Está tudo bem. – reafirmou com a menina adormecida, depois de tanto chorar, em seu colo. – Está tudo bem.

Navegaram por alguns meses com o vento a favor e, antes do anoitecer do mês de agosto, deitaram âncora num pequeno porto natural.

¬ Aqui. – entregou a correntinha para o capitão.

¬ Obrigado senhor. – disse o homem jovem. – O dinheiro vindo dessa correntinha vai ajudar muito.

¬ Aliais, não querendo ser enxerido, porque precisa de tanto dinheiro se já tem um trabalho bem remunerado? – perguntou verdadeiramente curioso pelos motivos daquele homem.

¬ Deve de saber que tenho um amigo passando por dificuldades. – comentou triste. – Ele está doente, senhor. Sem esse dinheiro não sou capaz de ajudá-lo a melhorar.

¬ Eu sinto muito. – foi sincero em sua dor. – Pedirei aos céus para que ele fique bem em breve.

¬ Assim também espero. – respondeu com um mínimo sorriso. – Vá com Deus, senhor.

¬ E que Ele sempre esteja contigo capitão. – respondeu. – Ainda mais nessa profissão que escolhera.

O homem apenas soltou um riso, como quem já tinha ouvido aquele comentário muitas outras vezes.

¬ Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele que espelhou o céu. – volveu com um sorriso de verdade.

Acabou sorrindo ainda mais com o comentário e despediu-se do lobo do mar.

Seguiu pela capital, Fort-de-France, agora tinham que arrumar algum lugar para pernoitar.

¬ Milo. – chamava Sônia. – Aonde vamos agora?

¬ Para uma estalagem. – respondeu fazendo carinho em Diamond. – De preferência uma com estábulo. Então, amanhã bem cedo, vamos começar a procurar pela casa de Mestre Krest.

¬ Cedo? – choramingou.

¬ Sim. – sorriu brincalhão. – Quanto mais cedo começarmos a procurar, mais cedo o encontraremos.

A menina choramingou ainda mais.

Levantar cedo foi uma criação demoníaca porque é impossível que alguém esteja feliz levantando cedo.

Para a pequena, se alguém levantava cedo e feliz, essa pessoa tinha que visitar um padre para um exorcismo com urgência.

¬ Vamos! Vamos! – disse tentando animá-la. – Está tarde, temos que achar um lugar para ficar.

Precisaram andar até o centro, como indicado por alguns moradores para quem pediram informações, e logo encontraram a estalagem indicada.

¬ Serpente Emplumada! – disse Sônia apontando para a pintura na placa.

¬ Aqui mesmo. – Milo riu e colocou a menina em seus ombros. – Diamond, fique aqui esperando que já vol-...

¬ DESGRAÇADOS!!

O grito veio de dentro do estabelecimento e, decididamente, não era uma boa hora para se entrar ali.

¬ Milo... – a pequena segurou os fios loiros mais apreensiva.

Num rompante a porta do lugar foi escancarada e um homem saio quase voando, se machucando todo ao cair no chão.

Logo saíram mais dois homens assustados e bastante apreçados, loucos pra escapar dali.

E então saio um último homem, este espumando de ódio e com a mão machucada de tanto bater em algo ou alguém.

¬ FORA DAQUI!! – urrou com os três homens. – FORA!! E SE VOLTAREM, MATAREI TODOS!!

¬ APENAS FALEI O QUE TODOS PENSAM!! – respondeu o homem caído, o rosto todo ensanguentado.

O ser humano não consegue mostrar sua cólera ou o seu ódio de outra maneira senão por meio de atos.

Afinal, somente os animais de sangue frio tem veneno para isso.

Assistiram o, provável, dono do lugar avançar sobre o bêbado e dar-lhe uma nova sequencia de golpes.

Os outros dois fugiram ao mesmo tempo que o companheiro cuspia ainda mais sangue, chegou uma hora que Milo se viu obrigado a esconder Sônia daquele cenário de horror.

¬ Pra aprender. – mais um soco. – A non. Chamar. – outros dois. – A mulher. Dos outros. De prostituta. Bêbada! – para cada período era um soco.

Milo não conseguia se mexer de tão assustado que estava com a cena.

Ou melhor, não estava assustado com a cena, já viu coisas muito piores em suas andanças, estava assustado com o protagonista da cena.

¬ M-Mestre Krest?!

Viu uma mulher sair correndo de dentro do estabelecimento e prender o braço do francês com força, pedindo insistentemente que ele parasse porque filho ela não criava sozinha.

A justificativa era um tanto tola, afinal existiam inúmeras mulheres no mundo que criavam os filhos sem a presença de um homem, mas os olhos da mulher expressavam a real razão de não deixar que ele continuasse.

¬ Solte-o. – pedia com a voz embargada. – Já disse mil vezes que a opinião de alheios não me importa! Agora solte o homem, não vou ver-te indiciado por agressão outra vez! Não vou ver-te numa prisão de novo!

Acabou cedendo às insistências da mulher e largou o bêbado, que saio correndo cambaleante.

¬ Pardon... – puxou a mulher, que devia ser sua esposa, para um abraço. – Pardon... Vou tentar ignorar, prometo que vou tentar...

¬ É um marido maravilhoso, Krest, mas precisa parar com isso. – o abraçou em resposta. – Mesmo um alto cargo não te salva e sua família não suportaria te perder para uma cela novamente, mesmo que seja temporário.

Ainda estava assustado, muito assustado na verdade.

Quando um menino tão sereno se tornou um homem tão violento?

A violência é sempre terrível, mesmo quando a causa é justa.

Mas também estava feliz.

Feliz por ver que agora aquele menino constituiu uma família.

¬ Milo... – chamou Sônia com a voz abafada. – Está me sufocando...

¬ Oh céus! – tratou de afastar a menina e deixar que ela respirasse o quanto fosse possível. – Você está bem? Te machuquei? Você não viu aquilo, certo? Desculpa! Sônia, você me desculpa por ser tão bruto?

A menina apenas lhe pediu tempo enquanto retomava o ar, ainda não conseguia respirar e responder ao mesmo tempo.

Ainda mais quando eram tantas perguntas.

¬ Milo? – agora era Krest quem o chamava. – É você mesmo?

Olhou para o mais novo e se perguntou como o tinha reconhecido.

Krest não usava nenhuma roupa pomposa, tinha uma pequena barba enfeitando o rosto, não estava falando com a polidez de sempre e tinha acabado de espancar um homem!

Mas isso não impediu Milo de fazer o que passou anos fazendo com gosto.

Curvou-se de leve, a mão no peito, um pequeno sorriso no rosto e os olhos serenamente cerrados.

¬ Mestre Krest.

Sentiu ser abraçado com força, quase sendo tirado do chão.

¬ Milo! – o mais novo não dispensava saudade alguma. – Céus! É você mesmo homem! Não acredito! O que faz aqui?! Onde está Camus?! Quem é essa menina?! E... Céus! Carbella! Venha cá! Largue um pouco esses bêbados e traga Souma!

¬ Olha como fala comigo! – advertiu a mulher aparecendo com um menino no colo.

De repente, o cenário antes um tanto assustador se alterou por completo, revelando uma atmosfera muito mais acolhedora e saudosa do que esperava.

¬ Milo... – a menina segurou sua mão confusa.

O loiro apenas riu anasalado e segurou a mão da pequena com mais força, a mirando pouco depois como quem vira um tesouro sem igual.

¬ Bem-vinda à nossa família. – respondeu-lhe com um sorriso.

A menina apenas correspondeu ao sorriso depois de um tempo.

Sentia no coração que podia muito bem fazer parte daquilo.


Notas Finais


Finalmente achei uma função pro Krest =D
Espero que tenham gostado :)

Bjs. L :3


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